Jogos Vorazes - Cato escrita por Anny Fernandes


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Ér... acho que esta legal. Espero que gostem!!



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Acordo suando frio. Na verdade eu não deveria ficar assim tão preocupado, afinal eu treinei minha vida toda para vencer esses jogos, mas eu não consigo suportar que Clove, a única que eu amei se juntasse a mim naquele lugar desprezível. Em algum momento dos jogos eu teria de matá-la, ou ela me mataria. Conheço-a, é do tipo que ama a si mesmo antes dos outros. E eu sou assim, mas parece que ultimamente eu tenho ficado nervoso por tudo isso. Esse é meu ano de me voluntariar. Todo ano um menino e uma menina de 18 anos de cada distrito têm que ir lutar até a morte em uma arena, e isso é transmitido ao vivo para todo o país. É assustador eu sei, mas nos outros distritos ir para esses jogos é sentença de morte. Mas no meu distrito 2 e no distrito 1 e 4 isso é uma honra, por mais que não vençamos tivemos a coragem de ir lá e lutar. A maioria dos anos meu distrito vence, por sermos os mais fortes, mas eu tenho medo de a sorte não estar do meu lado. Levanto e vou ate o pequeno banheiro de minha casa, que fica no lugar mais sofisticado de meu distrito, o Luxer. Jogo um pouco de água no rosto e tento me acalmar, meus irmãos mais novos estão no outro quarto, amo eles e não posso passar que estou com medo. Na verdade não posso deixar ninguém perceber. Esse é o primeiro ano de Kit, minha irmã mais nova, 12 anos, mas ela não vai ser escolhida por que Clove vai se voluntariar. E Jonk, o de 16 anos ainda esta treinando e também não vai ser escolhido. Na verdade esse ano eu e Clove vamos para a arena, já esta definido. Tomo um banho gelado e me visto, estou preparado para minha última manhã de luta, por que as 2:00 horas da tarde todos nos reunimos na praça para participar da colheita. Coloco o uniforme de sempre, um macacão azul e preto e vai dos pés a cabeça.

- Cato! – minha mãe me chama da cozinha. Ela e meu pai nunca foram escolhidos, mas deram a vida a 3 seres humanos para que eles fizessem isso por eles – Cato!

- O que foi mãe? – eu respondi friamente.

- Clove esta a sua espera na porta.

Nem a respondo. Beijo a testa de Kit e cumprimento Jonk. Depois disso vou direto para a porta. Clove me espera sentada e desanimada na pequena varanda. Seus cabelos sedosos e pretos estão pretos em um coque e ela veste o mesmo macacão que eu. Rugas de preocupação se formam em sua testa quando ela me vê. Fito seus olhos pretos por um segundo antes de pega-la  em meus braços. Ela é pequena, mas forte e bem nutrida, diferente dos idiotas dos outros distritos, os mais pobres.

-Cato! – ela disse entre suspiros – Eu preciso de você!

Estou prestes a chorar. Eu também preciso de Clove mais do que tudo, mais do que o ar que eu respiro.

- Você sabe que eu também. – digo sentando ela na parte mais alta do pequeno muro de minha casa. Seguro ela bem firme como se fosse minha última esperança de vida na terra. Então a beijo, um beijo real que é impossível de se parar, mas alguém nos interrompe.

- O café esta na mesa, vocês querem comer? – pergunta minha mãe.

Nós balançamos a cabeça e entramos para a cozinha. Ovos de algum pássaro, leite e pães nos esperam. Comemos tudo e depois saímos para o treinamento. Assim que fecho o pequeno portão minha mãe segura meus braços.

- Cato, filho, eu te amo! – ela diz com lágrimas nos olhos. É então que percebo que ela esta com tanto medo quanto eu.

- Eu também te amo mãe – eu sussurro em seu ouvido ao lhe abraçar.

Caminho lentamente em direção ao pequeno departamento de treinamento que a Capital nos deu em troca de nosso excelente trabalho com os armamentos. Seguro a mão de Clove o tempo todo sem me preocupar com o que as pessoas vão pensar. Assim que entramos as conversas param, todos parecem nos olhar com admiração. Alguns estão confusos por nossas mãos, mas a maioria parece apoiar o ato. Nosso professor de defesa nos treina 1 hora e depois o de combate corpo a corpo - que é o que mais tem nos jogos – por 2 horas. Depois disso vamos aprender métodos de sobrevivência com meu pai, ele nos trata indiferentemente. Diz que acender uma fogueira sem armas é como enviar um alerta fumegante e vermelho escrito bem grande “ME MATEM”. Nosso primeiro plano é se juntar ao distrito 1 e 4 para formar alianças. Depois assim que entramos na arena conquistar a cornucópia. E isso vai acontecer, somos muito mais fortes e ágeis. Podemos vencer com facilidade. Ficamos lá discutindo a manhã inteira.

Na hora de almoçar eu chamei Clove em um canto.

- Ainda da para desistir. – eu disse implorando que ela ficasse em casa.

- Você acha que seria fácil para mim assistir sua morte sentada no sofá? – ela pergunta com uma lágrima passando de seu nariz. Ela rapidamente a seca e eu sei por que, ela não quer se demonstrar fraca na minha frente.

- Você não confia que eu possa vencer?- eu pergunto incrédulo com a possibilidade de Clove não ter fé em mim.

- Acredito, mas e se não acontecer? – ela dá uma longa pausa,mas antes que eu fale ela já começou de novo – Você acredita que eu possa vencer?

Eu suspiro, Clove é boa com as facas, não ela é ótima. Nunca vi ela errar nenhum alvo. Ela é forte e corpulenta, em um combate corpo a corpo poderia vencer facilmente, apesar de ser pequena ela já me venceu em varias lutas.

- Claro que podia você nunca erra nenhum alvo.

Ela suspira me dá um beijo rápido e sai pela porta indo em direção da sua casa. Corro ate ela e pergunto:

- Mudou de idéia?

-Preciso me despedir da minha família! – ela disse sem nem olhar nos meus olhos. Eu diminuo a velocidade ate parar. Fico lá vendo ela desaparecer pela multidão que se prepara para a colheita. Vou para um pequeno bosque nos limites. É cercado por redes que são ligadas a eletricidade, muitos já morreram nela.  E é o que eu desejo fazer, mas não faço.Prefiro morrer na arena dando a vida a Clove do que aqui. Sigo uma meta agora, vou lutar ate o último minuto e proteger Clove, mas depois disso, vou morrer. Por ela.

Quando chego em casa já é 1:00 hora. Todos estão arrumados, então eu tomo meu banho e coloco a minha melhor roupa. Calça de fibra e camisa social azul. Um sapato de bico fino de couro que pertencia ao meu pai. Tenho que estar bonito para entrar em um daqueles trens da Capital. Vou ate o espelho e arrumo meus cabelos loiros da melhor forma que consigo. Partimos para a praça com 10 minutos faltando para as 2:00. Eu fiquei bem no fundo da minha ala, mas me voluntariarei de qualquer forma. A mulher que nunca me preocupei em gravar o nome aparece com aquele corpo cirurgicamente modificado e com os cabelos mais horríveis que eu já vi. Parecem ter sido queimados e tem um tom verde vomito. Ela faz vários anúncios com aquele sutaque engraçado da Capital e então o prefeito começa a falar coisas e mais coisas. Não me concentro em nada. Só em Clove a 30 metros de distancia me olhando com medo aparente nos olhos. Nós temos que nos mostrar fortes, não chorar, não demonstrar medo. Se possível exibir os músculos. A mulher que lembrei o nome, Zenia Itnet volta e diz:

- As damas primeiro!

Então retira um papel de dentro de um globo enorme e pronuncia em voz alta, mas lentamente.

- Junie Pertespank.

Junie começa a sair da multidão lentamente, então Clove toma seu lugar com força e rapidez. Sobe no palco sem nenhuma tristeza e ate se demonstra feliz. Sorri para o publico e cumprimenta todos no palco, inclusive nossos mentores, Ynna Elena e Ottum Verneck. Eles ganharam esses jogos e agora nos ajudam a fazer o certo.

Zenia se dirige ao outro lado do palco e puxa outro papel. Dessa vez dos meninos. Ela lê o nome do mesmo jeito de antes. Lentamente e dolorosamente. Não registrei o nome, não conhecia o garoto, mas tomei seu lugar com a mesma bravura de Clove. Sorrindo e cumprimentando todos. Zenia se posiciona entre mim e Clove bloqueando nossa visão um do outro.Então diz:

- Então a septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes já tem seus tributos do distrito dois. Uma salva de palmas. – ela espera as palmas que vem lentamente, mas com intensidade, diferente de uns outros distrito como o 12, que batem palma como se tivessem agulhas nas mãos. Esse ano eu vou matar os idiotas do 12 em primeiro lugar.- Agora tributos apertem as mãos.

Ela sai do nosso caminho e eu e Clove apertamos as mãos. Sinto a textura de sua pele, com tantas cicatrizes de quando começara a treinar com facas,mas tão bela para mim. Clove,meu primeiro e único amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, amanhã eu faço outro!