Herança escrita por Skywalker


Capítulo 4
Bônus


Notas iniciais do capítulo

Oi... Faz tempo, não é? Bem, primeiramente, eu quero esclarecer que não, eu não desisti da história. O capítulo deveria ter saído há tempos, mas minha vida está parecendo uma novela. Para começar, demorei um pouco no começo porque estava estudando para uma prova muito importante de intercâmbio. Fiz a primeira parte da prova e passei, agora tem a segunda, mas não preciso estudar (muito) para essa. O problema é que (acreditem ou não) meu notebook ficou louco. As teclas A, C, B, S, K e E não estão funcionando e eu não sei porquê. Aliás, se isso já tiver acontecido com um de vocês, por favor me avise porque estou desesperada!
Enfim, estou escrevendo do computador do meu pai, mas o arquivo da história está no meu e ele vai ir para a assistência técnica entre hoje e amanhã. Resolvi criar este bônus, que é mais tipo uma one-shot, curtinho, só para informar vocês sobre o que estava acontecendo e saber que eu amo, eu realmente amo essa história e não vou abandoná-la, nem que tenha que escrever os capítulos a mão e passá-los depois.
Bem, se alguém ainda lê isto daqui... Obrigada. E obrigada a todos os reviews e o apoio que eu recebo. É muito bom saber que estão gostando!
Deixo vocês com essa one-shot do dia em que a Lianna nasceu... Vejo vocês em breve! (Metaforicamente, é claro. Não é como se nós realmente nos víssemos. :S)



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LEIAM AS NOTAS, LEIAM AS NOTAS, AS NOTAAAS :/

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Um grito cortou a noite. Era um grito terrível, gutural, um grito de extrema dor. Ele atravessou a noite fria de inverno e atingiu a todos que o ouviram de forma brutal, arrepiando cada pelo de seus corpos.

Uma dessas pessoas era Galbatorix, rei da Alagaësia. E, ao ouvir o grito, ele correu. Abandonou todos que estavam a sua volta com um aceno de desprezo da mão, e correu. Ele não ouvia nada. Não sentia nada. Não via nada. Tudo o que ele sabia era que precisava chegar ao quarto mais alto da torre mais alta do castelo antes que fosse tarde de mais.

Ele entrou para dentro do quarto como uma explosão, como uma tempestade. Arrombou as portas com os ombros e pisoteou para dentro, buscando com os olhos por uma imagem tranquilizadora. Ele não a achou. Pelo contrário. Encontrou Tessah, a única mulher (ou pessoa) a quem já amara na vida, revirando-se no frio chão do cômodo, as mãos ensanguentadas pressionando o ventre. Os lençóis onde estivera apenas um minuto antes também estavam manchados com sangue, a manta quente com se havia se cobrido estava jogada no chão, também suja. 

- Tessah? - Galbatorix perguntou com o tom doce que utilizada somente quando falava com ela. Sua amada levantou os olhos extremamente azuis em sua direção. Ela estava chorando, seu rosto coberto pelas lágrimas.

Instantaneamente, ele teve um flashback de quando a conhecera. Ela também estava chorando e ele não pode deixar de imaginar o que uma mulher tão bonita estaria fazendo parada em frente ao seu castelo com o rosto molhado e uma adaga em uma das mãos. E quando perguntou isso para ela, Tessah jogara-se sobre ele tentando acertá-lo com a adaga. "Você matou ele," ela não parava de repetir, "você matou ele".

Se fosse  qualquer outra pessoa, Galbatorix teria punido. Ainda mais quando a adaga acertara o rei no antebraço, provocando um corte superficial. Ele curou aquilo com mágica em menos de um segundo e estava pronto para se vingar dela, quando olhou bem no fundo de seus olhos e viu lá uma fúria que nunca havia visto antes. Seus cabelos eram cacheados e muito louros e emolduravam seu rosto. Ela parecia selvagem. E Galbatorix gostou disso.

Logo, ele descobrira o que ela queria dizer. O pai de Tessah era um dos Renegados que morrera em um confronto qualquer. Galbatorix não havia realmente o matado, mais, para a menina, o simples fato de ele tê-lo feito se converter em um Renegado já o havia levado para a morte. 

Galbatorix ficara tão encantado com a jovem, que na época não tinha mais de dezesseis anos, que dera um jeito de levá-la para viver em seu castelo. No começo, haviam muitas brigas. Ela não queria estar lá e ele não queria admitir o que sentia por ela. Depois, eles se entenderam. E bem como naquele conto, A Bela e A Fera, se apaixonaram.

- Tessah? - Ele repetiu, saindo de seu devaneio e encarando a mulher sem saber o que fazer. Pouquíssimos no castelo sabiam da existência de Tessah e do que ela significava para ele.

- Cha...me... Chame... Aya... - Pediu Tessah, sem forças. Galbatorix então saiu correndo pelo castelo em busca da criada. Quando finalmente a achou, na cozinha, seu olhar transtornado foi o suficiente para que a criada entendesse o que se passava.

- O bebê? - Perguntou Aya. Galbatorix fez uma careta.

- Tessah - ele corrigiu. Sim, provavelmente Tessah estava daquela maneira por causa do bebê. Mas Galbatorix nem havia parado para pensar no filho (ele tinha certeza de que era um menino... tinha que ser um menino!). Ele só pensava na mulher que amava.

Aya e o rei voltaram para o quarto em disparada. Ela pediu para que o rei colocasse Tessah na cama, e assim ele o fez. Então, Aya saiu ordenando coisas e Galbatorix as obedeceu, pois estava chocado e só queria que a amada sobrevivesse. Ele pegou toalhas, como a criada dissera, e água quente, como ela também demandara. 

- Meu bebê... - Repetia Tessah, chorando e acariciando a barriga. - Salve meu bebê.

Ela estava alucinada e balbuciava coisas o tempo todo, suando e tremendo.

- Senhor... - Chamou Aya. - Preciso falar com o senhor em particular.

- O que é? - Perguntou Galbatorix, arrogante, quando foram para um canto recluso do quarto. - Não podemos ficar de conversinha. Vá salvá-la!

- Senhor... Eu não sei o que aconteceu com a senhora Tessah, mas esse parto será muito adiantado. Muito fora da hora e...

- Vá direto ao ponto! Não temos tempo a perder!

- Senhor, temo que um dos dois não vá sobreviver... O bebê, ou a mãe... Eu temo que possam haver muitas complicações... Ela está perdendo muito sangue...

- NÃO! - Rugiu Galbatorix, assustando Aya e Tessah, que começou a chorar ainda mais. - Salve-a! Entendeu? Salve-a! Eu não ligo para o bebê! SALVE-A!

- Não... - Sussurrou Tessah baixinho. Ela havia ouvido pelo menos uma parte do que Galbatorix dissera e já entendera o que se passava. - Eu... Por favor...

- Shh... Vai ficar tudo bem, querida. - Disse o rei, se aproximando dela para lhe acariciar os cabelos dourados, grudados na testa devido ao suór.

- Por... favor - ela sussurrou. - Você não pode... fazer mal... AAAAAAH!

Outro grito.

- Faça alguma coisa! - Berrou Galbatorix, segurando a mão de Tessah.

Aya aproximou-se da mulher.

- Mundo bem, senhora Tessah... A senhora precisa fazer força... Empurre para o bebê sair, tudo bem? Vamos, você consegue.

- Vamos - disse Galbatorix, apertando mais a mão da mulher.

Tessah grunhiu e empurrou. Então parou para tomar fôlego e chorar mais um pouco.

- Está doendo tanto... - Ela disse. 

- Shh... - Acalmou-a Galbatorix.

Então ela repetiu os movimentos de antes. Grunhir, força, choro. Grunhir, força, choro. Fez isso por minutos que pareceram infinitos. Horas se passaram. Tessah estava começando a fraquejar. Perdia muito sangue, ficava muito fraca. Galbatorix estava desesperado. Quando ninguém esperava, Tessah grunhiu pela última vez e então suspirou. Um choro de bebê preencheu o ambiente.

- Nasceu! - Exclamou Aya, levantando o bebê e cortando seu cordão umbilical. - Vou limpá-lo. Fique bem, senhora.

- Eu quero... segurar... - Ofegou Tessah. 

- Só um momento, senhora. - Disse Aya, enquanto usava algumas toalhas limpas para limpar o bebê. - Ele tem os seus olhos e... Oh!

- O que foi? - Perguntou Tessah, inquieta.

- É uma menina, senhora! Uma linda menina!

- Eu quero... vê-la... Uma menina... - Tessah sorria.

- Uma menina? - Disse Galbatorix com tom azedo. - Eu esperava por um herdeiro.

- Não diga isso... - Disse Tessah. - Você... não... não pode maltratá-la só por ela... só por ser uma menina. 

- Está bem, o que você quiser. Mas você estará aqui para educá-la, então não precisarei gastar meu tempo... E poderemos ter um homem. Certo?

Tessah não lhe deu ouvidos. Aya colocara a menina em seu colo. Ela estava hipnotizada, maravilhada.

- Tão linda... - Sussurrou Tessah, passando os dedos nos cachos ralos da filha. - Tão linda... 

- Ela é muito parecida com você - comentou Galbatorix, dando uma olhada na filha.

- Quer segurá-la? - Perguntou Tessah, com olhos brilhantes. Galbatorix torceu o nariz.

- Não, obrigado. 

Tessah fez uma careta e seus olhos marejaram.

- Galbatorix... Meu Sol e minha Lua... Eu te amo com todas as minhas forças... Eu te amo mais do que minha vida... - Ela murmurou. - Mas eu amo este bebê... Eu amo ele como eu nunca pensei que pudesse amar alguém. Passei sete meses com ela, os melhores sete meses da minha vida... Eu... - Tessah tossiu. - Eu quero que você a ame também...

- Tessah, eu...

- AAH! - Gritou a mulher, se contorcendo com uma careta. Aya tomou o bebê de seus braços e o passou a Galbatorix.

- O que está acontecendo? - Perguntou o rei.

- Ela está muito fraca, senhor, eu...

Tessah deu outro grito.

- Dói tanto... - Ela disse baixinho. - Eu...

- Seja forte, Tessah! 

- Mas eu estou tão fraca... Estou tão cansada... - Ela choramingou. - Minha filha... Eu quero olhá-la... - Galbatorix abaixou a bebê em seus braços. - Por favor, meu Sol e Lua, prometa-me que não vai fazer mal a esta menina...

- Mas o quê...? - Galbatorix balbuciou. Tessah gritou novamente.

- Minha querida filha... Eu não vou estar aqui para ver seus primeiros passos ou para ouvi-la me chamar de mãe...

- Tessah, pare com isso! Seja forte e fique comigo, Tessah! Aya, faça alguma coisa!

- Mas eu quero que saiba, criança... - Continuou sussurrando Tessah para o bebê. - Que você é muito amada... Que você é muito especial... Você tem um brilho... O mundo ainda vai se curvar perante sua luz, minha pequena iluminada... Minha pequena Lianna.

- Tessah!

- Galbatorix... Jure para mim que não importa o que acontecer comigo, você não a machucará. Você não a matará. Jure para mim que ela vai crescer bem e saudável. Que vai ter uma vida maravilhosa. Jure.

- Tessah...

- Jure para mim. JURE! - Ela gritou com o que restava de suas forças.

- Está bem, eu juro, Tessah, mas...

- Na língua antiga - ela disse determinada, conhecendo demais o homem amado para saber que ele não hesitaria em descumprir uma promessa em um acesso de fúria. - Jure na Língua Antiga.

E, desesperado com a situação, Galbatorix o fez. E, na Língua Antiga, jurou jamais agredir Lianna e jamais tirar sua vida. Jurou que a deixaria crescer no castelo. 

- Muito obrigada, meu amor... - Sussurrou Tessah. - Eu quero dormir agora... Sim, quero dormir... Olhando para vocês... Meus dois amores... 

- Não, por favor - Galbatorix lutava contra o choro. Queria ser forte. Devia ser forte. - Tessah, por favor, fique comigo. Tessah, sem você eu sou trevas, cinzas e escuridão. Por favor...

- O nome dela é Lianna... - Ela disse para ninguém em particular. - É bonito não é? Você vai chamá-la de Lianna? Eu a chamaria assim... Eu a chamaria de Luz... Luz... Eu vou ver você novamente, meu querido... E vou ver nossa Luz... 

Galbatorix não queria ouvir aquilo. Ele arrependeu-se profunda e amargamente do dia em que aquele bebê fora concebido. Aquele bebê que tirara a vida da única pessoa que já amara.

Tessah soltou uma risadinha e Galbatorix a encarou, confuso.

- Sinto cheiro de limões... Isto é tão estranho... - Ela balbuciou. - Limões e laranjas... É tão bom...

- Shh... Vai ficar tudo bem... - Murmurou Aya, segurando a mão de sua senhora.

- E ouço sons... Sons tão belos... Uma voz de anjo... Quero que nossa filha tenha uma voz bonita como essa... - Os olhos de Tessah fitaram o vazio, e, com seu último suspiro, ela disse: - Eu amo tanto vocês dois.

- NÃO! - Gritou Galbatorix. - NÃO, Tessah, não! Volte para mim! Volte, Tessah! VOLTE! Eu ordeno Tessah, volte!

Galbatorix ficou resmungando durante mais algum tempo, até que Aya fechou as pálpebras dos olhos do pálido e sem vida corpo de Tessah.

- Ela se foi, senhor... - Sussurrou, temerosa. - Gostaria... Gostaria que eu pegasse a bebê?

Galbatorix olhou para a criança em seu colo. De repente, toda a dor e tristeza provocados pela perda que tivera sumiram e foram substituídos por outro sentimento. Raiva. Ódio, o mais puro ódio. Talvez captando a atmosfera em que se encontrava, a bebezinha começou a chorar nos braços do pai.

Galbatorix deu um sorriso sinistro.

Não chore agora, ele pensou. Você terá motivos melhores para isso no futuro... Você irá pagar por ter destruído minha única felicidade...

Tessah não entenderia. Não entenderia como era culpa daquele bebê. Mas era culpa da menina. Se não fosse por ela, Tessah estaria viva. E, com o mesmo sorriso macabro, Galbatorix murmurou em voz alta:

- Deixe o bebê comigo. Mas prepare uma das celas nas masmorras. Logo ela irá conhecer seu novo lar. - Ele disse. - Afinal, eu não prometi para Tessah uma coisa... Eu disse que não iria matá-la, criança... Mas não disse que não iria fazer de tudo para que você desejasse estar morta... Então prepare-se, pois você viverá, criança maldita, viverá neste castelo por todos os anos de vida que você tiver. Mas vou fazer de sua vida o Inferno... Lianna.


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Notas finais do capítulo

LEIAM AS NOTAS DE CIMA, POR FAVOR!
E se já leram... Obrigada :) Espero que tenham gostado dessa pequena one-shot que fiz só para poder dar os recadinhos a vocês... Em breve mais um capítulo :)



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