No ultimo instante, eu encontrei o que restava de coragem em mim e rolei pelo chão me desviando das garras e dentes da esfinge.

Cristal, se é que eu posso chamar ela assim agora, não pareceu muito satisfeita com a minha reação inesperada, mas limitou-se a sorrir.

– Ah, sim, você quer brincar? Então vamos brincar. – Ela disse.

Arfei, ela vinha em minha direção lentamente, prestes a dar um novo salto.

De esguelha notei uma cadeira quebrada, encostada na parede esquerda. Estava faltando uma perna de metal, perfeito! Pensei, era o que eu precisava.

Esperei até o ultimo momento para dar uma cambalhota por baixo da esfinge e chegar até a cadeira. Não me pergunte como fiz aquilo, só sei que apenas fiz.

Ergui a cadeira quebrada, pronta para acertar aquela cabeça loira. Ela vinha se aproximando, ligeiramente surpresa ao perceber que eu não tinha morrido em sua segunda tentativa.

– P... Para trás! – Eu gaguejei.

– Se não? – Ela riu.

– Se não, lhe dou uma cadeirada na cabeça! – Eu disse já desesperada. Joguei com toda minha força a cadeira na cabeça da esfinge e comecei a correr o máximo que minhas pernas permitiam.

Eu gostaria de ter visto a reação dela, mas algo me dizia que seu eu ficase mais um segundo ali, seria fatiada por garras e dentes.

Atravessei os portões do Orfanato na velocidade de um jatinho, derrubando a Sra.Cooper e ouvindo:

– Aonde pensa que vai pirralha?

Senti as lagrimas de aflorando e rolando pelas minhas bochechas. Como eu precisava de algumas explicações agora, o que era tudo aquilo afinal?

Eu sempre sonhei com o dia que eu sairia daquele maldito Orfanato, e quando finalmente sai, estava mais preocupada em salvar minha vida.

Eu corria tão rápido que a paisagem ao meu redor era apenas um borrão colorido, eu não tinha destino, apenas queria encontrar um lugar calmo.

Aos poucos eu comecei a ouvir passos abafados atrás de mim, mas eu me recusava a olhar pra trás. Começou a chover, aos poucos estaria totalmente molhada.

Quando pensei que os passos haviam parado, diminui o ritmo. Mal sabia onde estava, parecia uma praça, com mesas de piquenique e canteiros bem cuidados.

Foi quando eu vi um grande pássaro, vindo em minha direção, era uma águia negra. Engoli em seco, aquilo não era muito normal.

A águia pousou em cima de uma das mesas, e começou a assumir uma forma humana. A forma de minha professora Helen, sentada na mesa, com suas sapatilhas New Order balançando docemente sem encostar o chão.

Fiquei boquiaberta, eu nunca havia encontrado dois monstros em um único dia.

Ela sorriu e piou.

– Opa, falta de pratica – Ela pigarreou – Bom, parece que a Esfinge não foi suficiente para acabar com você, não e mesmo?

Dei alguns passos para trás, pronta para correr novamente.

– Ah, não perca seu tempo tentando correr, eu sou muito mais rápida, pode ter certeza.

E eu sabia que era, mais ficar ali e esperar pela morte, não era muito agradável.

– Bom, já que não você vai perguntar mesmo, eu vou dizer de uma vez, eu Ethon. A águia destinada a comer o fígado de Prometheus, e devo constatar que o fígado dele não tem lá um gosto muito bom. – Ela pareceu pensativa por um momento – Ah, mais o que importa é que eu vim acabar com você.

Ela sorriu e se transformou novamente na águia negra, dando um rasante, pronta para comer o MEU fígado.

Foi nessa parte que tudo ficou escuro e eu desmaiei.

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E então? gostaram do cap? deixem Reviews please, eu simplesmente nao resisti, tive que colocar aki a foto de algumas sapatilhas New Order *-*