– E então? – Perguntou Gil, olhando diretamente para Catherine, parados no corredor. – Você acreditou nele?

Catherine olhava para os lados, um pouco confusa. Estava em silêncio, permaneceu assim por alguns segundos e depois respondeu.

– Não! Que cínico. – Disse, recusando a olhar para Gil.

Ele não estava convencido, pôs a mão em seu rosto, levantando o seu queixo. Trocavam olhares profundos.

– Eu te conheço como ninguém, Catherine. – Respondeu.

Desvenciliou o seu olhar do dela, tirou a mão de seu rosto e se afastou, andando pelo extenso corredor, com as mãos no bolso.

Catherine o olhou. Os seus sentimentos estavam confusos e ela poderia demorar certo tempo para organizá-los novamente. Afinal, não é todos os dias que um homem diz essas coisas em pleno tribunal.

Em um intervalo de mais de 3 horas, o juíz pediu que todos entrassem novamente na sala, para talvez anunciar a sua decisão.

– Com as declarações apresentadas pelo o advogado da Senhorita Willows, eu estava certo que o Senhor Eddie era incapaz emocionalmente e financeiramente de cuidar de uma adolescente. Porém, os fatos mudaram e com o que ele disse, eu não tenho mais essa certeza. – Falou, entre pausas.

Um pequeno falatório entre eles começaram. Pois, bastou um olhar sério do juíz para que os mesmo parassem.

– Ainda não decidi quem deve ficar com a guarda da Lindsey, porém, sei que devo dar uma chance para o pai, já que o mesmo disse ter mudado. Não seria justo dar continuidade a essa distância exigida pela mãe. Então, com tudo isso dito, ela deve passar o final de semana inteiro com o pai e o mesmo deve entregá-la no começo da semana, na sua atual casa.

Catherine ficou supresa. Virou em direção ao seu advogado, estava claramente desesperada. Temia pelo pior, sabia que o juíz não estava totalmente ao seu lado. Sabia que o juíz havia acreditado no Eddie.

A audição terminou, o juíz saiu pela porta ao seu lado. Todos saíram em seguida.

Eddie trocou olhares rápidos com a Catherine e com isso, foi perceptível o seu sorriso debochado, de volta em seu rosto.

Ela andou em direção a Lindsey, que estava em um dos bancos no corredor.

– E então? – Perguntou, levantando-se.

– Você... Você vai com o Eddie. – Respondeu Catherine, frustrada.

– Como? – Questionou, sem entender.

– Você vai ficar o final de semana inteiro comigo, meu bem. – Disse ele, logo atrás de Catherine.

Colocou a mão em seu ombro, pois ela desvenciliou. O olhava furiosa.

– Isso é sério, mãe? – Perguntou novamente, só para ter certeza.

– O juíz decidiu que você deve ficar esse final de semana com o seu pai, para que possa decidir com precisão quem deve ficar com você na semana que vem. – Respondeu, olhando diretamente para ela. – Só vamos para casa, para você pegar algumas roupas.

– Não precisa. – Disse Eddie. – Podemos comprar roupas novas nesses dias. – Sorriu para a menina. – Já podemos ir.

Ela se aproximou de Catherine e a abraçou. Soltou-se e foi junto à Eddie e a sua advogada em direção a saída.

Catherine os olhava, desconsolada. Deixava as lágrimas caírem pelo seu rosto, estava com medo. Sabia que não poderia perder a sua filha.

No meio de todo esse transe, no qual se submeteu. Catherine “acordou” ao sentir um toque quente em sua pele.

Era Gil. Ele a puxava pelo ombro, fazendo-a encostar a sua cabeça em seu ombro.

– Vamos. Eu vou te levar para casa. – Sussurrou, enquanto ela chorava baixinho.

Caminharam juntos com o resto do pessoal para a saída. Mas, enquanto todos iam em direção ao departamento, Gil cumpria a sua promessa e dirigia o carro de Catherine, a levando para casa.