Catherine Willows:

Acordei com o barulho do meu celular. Tentei ignora-ló por alguns segundos, porém se tornou impossível. Então, ainda sonolenta, alcancei o criado-mudo o pegando.

Olhei o visor, era o Gil. Suspirei, irritada e logo em seguida, o atendi.

- Ligação On:

CW: O que você quer, Gil?- Falei com a voz baixa.

GG: Temos uma cena de crime! Na área 51!- Falou empolgado.

CW: O que?- Perguntei surpresa.- Eu fiquei de plantão até hoje de manhã. Eu fiz relatórios, fechei casos e ainda o ajudei a analisar toda a equipe. Não me peça, para sair da minha casa às 15hrs:00m para ir ao meio do nada ajuda-ló!

GG: Catherine- Interrompeu-me- Por favor.

CW: Não, peça aos outros. De preferência para a Sara, que não dorme.

GG: Os outros são os outros, eles não servem, eu quero você. - Falou convincente. Eu fiquei em silencio por alguns segundos. - Cath, está ai?

CW: Eu já estou indo, Gil.- Respondi, desligando o celular em seguida.

Levantei indo diretamente ao banheiro, onde me arrumei. Sai de lá, passando o protetor solar no rosto por causa do sol forte. Olhando-me no espelho, penteei os meus cabelos.

Sai do meu quarto, andando devagar pelos corredores do andar de cima, até chegar à porta do quarto da Lindsey. Permaneci parada diante a porta, olhei a menina que dormia naquele finalzinho de tarde.

CW: Lindsey.- Sentei na beira da sua cama, sacudindo-a devagar.

LW: O que foi mãe?- Respondeu-me sonolenta, sem nem abrir os olhos direito.

CW: Surgiu um caso. Gil me chamou para ir ajudá-lo...

LW: E você tem que ir.- Interrompeu-me

CW: É...- Sorri sem jeito.- Você vai ficar bem aqui, sozinha? Se quiser eu posso te levar para a casa da sua avó, já que eu não sei a hora que eu vou voltar...

LW: Não precisa, eu não sou mais um bebê. Eu sei cuidar de mim mesma- Falou convincente, transmitindo confiança em suas palavras.

CW: Está bem.- Levantei-me, passando a mão nos meus cabelos, os jogando para trás em um rápido gesto.

LW: Mãe.- Puxou-me pelo braço, fazendo-me olha-lá novamente.- Você vai a minha apresentação de balé amanha á noite, não é?

CW: É claro que sim. - Sorri. - Eu vou estar lá, na primeira fila, eu prometo. - Ajoelhei-me novamente, beijando a sua testa.- Agora, eu preciso ir. Eu amo você, Linds. - Falei carinhosa.

LW: Eu também, mãe. - Sussurrou.

Levantei-me, andando em direção à porta. A olhei rapidamente, ainda com um sorriso no rosto.

Desci as escadas apressadamente, pegando as minhas chaves que estavam na mesinha, junto à bolsa. Sai de casa, colocando os óculos escuros e entrando no meu carro.

Dirigia apressada, porém não deixava de reparar no sol forte que estava fazendo em toda Las Vegas.

Chegando as áreas mais desérticas, avistei ainda distante, vários carros, dentre eles, o do Gil. Estacionei o meu ao lado do seu, sai e, peguei o meu kit na porta malas.

Seguia para a cena do crime, passando em meio aos carros e estranhando a quantidade.

GG: Que bom que você veio!- Sorriu, acompanhando-me.

CW: Sem sarcasmo, Gilbert. - O olhei, fazendo-o ri.

Aproximamo-nos da faixa amarela. Encarei, surpresa, duas pessoas que comprometiam à cena. Uma mulher, ajoelhada, mexia nos restos mortais. Enquanto um homem, em pé, anotava o que ela dizia.

CW: O que significa isso?- Falei furiosa, tirando os óculos- Agora deixamos a mídia mexer e comprometer a minha cena?- Virei-me para Gil.

SB: Não somos jornalistas. - Olhou-me. - Eu sou o Agente Especial Seeley Booth.- Sorriu simpático, mostrando a sua carteira de identificação do FBI.- E essa é a minha parceria...

TB: Dra. Temperance Brennan. - O interrompeu, continuando a olhar os restos.

CW: Isso ainda não responde o porquê de vocês dois estarem aqui, mexendo na minha cena de crime.

GG: Eu chamei a Brennan para nos ajudar.

CW: O que?- Virei-me para ele, surpresa.

GG: Doutora Brennan é a melhor antropóloga do país.

TB: Não, eu sou a melhor antropóloga do mundo. Não existe ninguém tão inteligente quanto eu. – O interrompeu. A olhei diretamente, com uma cara sarcástica e ainda um pouco assustada, enquanto o seu parceiro não tentava ao menos esconder o sexy sorriso.

CW: E esse ai?- Virei-me para ele. - Veio como brinde?

SB: Não, eu vim como o principal. - Riu. Continuei a encara-ló seriamente, ultrapassando a faixa amarela. - Você é assim mesmo ou consegue ser pior?- Apoiou o cotovelo no meu ombro.

CW: Eu consigo ser pior, muito pior. - Sussurrei, o empurrando.

SB: Olha Bones, achei uma amiga para você. - Sorriu sarcástico, virei-me para ele, claramente irritada.