Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 28
Família Salvatore


Notas iniciais do capítulo

Era pra ser ante ontem, depois ontem, mas ando dormindo demais e cansada demais. Desculpem!
MyFi, obrigada pela sua recomendação ^.^
Desfrutem do Capítulo. Boa leitura!



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-Você pode me dizer o que faz aqui?

-Eu já te disse.

Sofia está com Stefan na sala. Eu não quero que ela ouça esta conversa. Porque ela fez isso? Agora?

-Vamos lá Rosalie. Você nunca se importou com sua filha. Mesmo depois de anos de insistência para que você comparecesse em uma data assim... Pra que se esforçasse. Você tinha a permissão dos médicos da clínica e mesmo assim... – ela está me olhando e escutando a tudo calada. – Não quer que eu acredite em uma mudança do nada. – ela bufa e cruza os braços esnobe.- Nunca se importou com ela antes, era como se ela e eu não existíssemos. – ela me olha e se aproxima, me afasto um passo. –Você não ... Não a ama. Não me amava.

-O que mais te incomoda nesta decisão? – ela se aproxima e estamos frente a frente. – O que tem de errado em eu querer estar perto dela agora? Eu a vi e foi... Ela é minha filha Damon.

-Você nunca a tratou como tal. – falo irritado me inclinando pra perto dela.

-Mas agora eu quero.

-É meio tarde.

-Ela também quer. Uma família.

-Nunca fomos isso e agora não podemos mais – falo e lhe dou as costas.

-E por que não?

Ela está atrás de mim, perto. Meu corpo está tremendo... Por que estou tremendo?

-Sofia me falou que você foi levar a namorada em casa.- sua voz é suave, melodiosa – Eu soube de você e Rebekah. Achei que fosse dar certo dessa vez. – ela gosta de me provocar.

-Para com isso. – falo me virando pra ela. Ela não pode vir aqui e dizer estas coisas, não depois de tanto tempo.

- Me pergunto por que não dá certo nunca... – ela começa e se aproxima mais de mim, começa a correr seus dedos por cima de minha camisa, desenhando círculos, encarando meu peito. – Ela, Andie... Vai dar certo com esta nova?

-Para! – minha voz sai mais afetada do que desejo e ela me encara com um riso torto.

Rose coloca as mãos ao redor de meu pescoço, não consigo me mover. Estou paralisado, engolindo seco e encarando a boca dela. Oh Céus!

-Eu ainda amo você... – Oh Damon, não acredite nela, ela só ama a si mesma. – Mesmo depois de ter me jogado naquele lugar.

-Era preciso, você estava se destruindo...

-Você se importava? Ainda se importa? O quanto se importa Damon? – isso é muito perto, sua respiração está próxima demais. Como ficamos tão perto?

-Rose... – suspiro e então ela avança contra mim, está me beijando e eu a ela.

É quente e familiar, me faz tremer, ela puxa minha nuca e estou erguendo meu braço, conheço este corpo, esta cintura, este cheiro. É como uma espécie de sonho, eu estou me afogando nele, indo fundo, voltando ao passado e do alto um nome me acorda, um rosto, um sorriso, uma voz.

Elena.

-Não! – ela está me olhando. – Não. – Só quero sair daqui. –Vai embora Rose. Não cabe mais em nossas vidas. Talvez nunca coubsse. - E eu saio da sala. Passo por meu irmão e minha filha sem nada dizer e subo direto pro meu quarto.

...

-Então brigaram outra vez? – Bonnie pergunta.

-Olha o chocolate. Quero ouvir está história também. -minha mãe entra na sala com nossas canecas de chocolate. – Ela chorou bastante. - diz ao se juntar a nós.

-Elijah esteve aqui. - falo tristonha.

-Quando? – minha mãe pergunta confusa.

-Depois que vocês subiram. – suspiro e começo a contar pra elas. – Estávamos empolgados com o presente que ele me deu. Um viagem pra Roma com a Sofia no mês que vem. – elas se entreolham – Daí o Elijah aparece e estraga tudo. Ele tem o dom de enfurecer o Damon eu acho. O pior é que desta vez eu ajudei. – falo chateada.

-Como assim? – pergunta Bonnie.

-Elijah me mandou um presente e Damon me pediu pra devolver, mas eu me recusei e acabou que ao nos encontrar o Elijah jogou isso na cara do Damon, por que eu estava usando o bracelete que ele me deu.

-Nossa! –minha mãe resmunga.

-Pois é. Damon é ciumento e Elijah de uma maneira estranha gosta de competir com ele. Provocar. E eu como um boba caprichosa acabei ajudando e ele se irritou comigo, no final, saiu magoado.

-Que chato filha.

-Demais. - Bonnie me olha com compaixão.

-Onde está seu pai? – ela pergunta e minha mãe sorri.

-Ele foi pra Salvatore com o Damon hoje. Damon estava empolgado para mostrar as instalações para ele e no feriado ele achou que seria muito melhor, com a empresa quase vazia. Eles devem estar voltando depois do almoço.

-Falou com ele hoje? -minha mãe e eu negamos com a cabeça e Bonnie enruga a testa.

-Ele mandou o motorista vir pegar o papai, certamente estava com muita raiva ainda e preferiu não me encarar. – digo magoada.

Bem, fiquei conversando com as duas. Almoçamos, discutimos sobre um monte de coisas, como minha mãe ainda não conhecia a Bonn tínhamos muito o que falar juntas. Namorados, planos futuros. A tarde até passou rápido, mas vez ou outra eu encarava o celular, esperando não sei bem o que. Eu sentia falta dele.

Quase no final da tarde ouvimos as vozes de Damon e papai no corredor. Eu pulei afoita do sofá e fui abrir antes mesmo que eles pudessem bater.

-Olá minha filha. – meu pai interrompeu uma risada e me cumprimentou.

-Vocês demoraram. - falei olhando pra Damon de relance.

-Nos encontramos com Alaric e resolvemos estender a tarde. – meu pai explica e apenas vejo Damon assentindo com a cabeça.

-Oi! – falo com voz baixa.

-Oi! – ele devolve sem muita cerimônia. – Bem Grey, foi realmente muito bom poder te mostrar tudo na Salvatore. Eu adoraria que vocês pudessem ficar pra festa da Sofia neste fim de semana. – ele está se despedindo?

-Não vai entrar? –meu pai pergunta.

-É claro que ele vai. – minha mãe fala interrompendo e se juntando a nós. – Estou trancada na cozinha com duas ajudantes a horas preparando uma janta descente. Bem, só com a Bonnie – Damon sorri sem jeito.

-Eu realmente adoraria Miranda, mas eu tenho outro compromisso. Um jantar com Sofia. É importante.

 - Tem certeza? – papai pergunta.

-Sim, infelizmente. – Damon em nenhum momento me olha. Droga!

-Pelo menos entre pra um café. – minha mãe insiste.

-Muito obrigada Miranda, mas já estou na minha hora. – ele fala educado. –minha mãe se rende. – Desejo que façam uma ótima viagem. E obrigada mais uma vez por terem vindo.

-Bem, será sempre um prazer. – diz meu pai e minha mãe assente e sai do apartamento pra abraçar Damon que ainda está do lado de fora com meu pai, eu estou na porta.

-Se cuide querido. –ela diz com doçura.

-Obrigada! –Damon fala sorrindo.

-Nos vemos rapaz. – meu pai diz risonho e abraça Damon daquelas formas agressivas de homem. Damon sorri como um menino.

-Bem, eu já vou. – ele diz. Vamos Elena, não o deixe sair assim.

-Eu te acompanho. – falo e ele me olha de imediato apenas assentindo.

Damon se despede de meus pais mais uma vez e nos encaminhamos pro elevador. Ficamos em silêncio por um tempo, mas eu não quero isto. Ele se foi aborrecido e eu senti sua falta durante todo o dia.

-Pensei que você levaria meu pai pessoalmente. – falo o olhando e ele mantém sua postura me respondendo sem me olhar.

-Eu tive outro assunto pra resolver. Stefan o acompanhou e depois eu cheguei a empresa.

-O que houve? Se posso saber... – minha voz está baixa e tristonha.

-Nada que eu não consiga resolver.

O silêncio volta e então chegamos no térreo, Damon acena pra eu sair e então me segue, vamos direto pra saída. Ele para diante do carro e eu tenho que perguntar, quando ele se volta pra mim.

-Ainda está bravo não está? -Ele suspira e baixa a cabeça, encara as mãos por um tempo.

-Foi um dia cheio Elena. Falamos sobre isto depois. Que horas seus pais irão sair de casa?

-Perto das três da manhã eu suponho.

-Certo. Eu tenho que ir. Nos vemos amanhã na empresa. Boa noite.

Abro a boca pra relutar, mas ele já se foi, deslizando pra dentro do carro e me deixando destroçada. Ele está tão magoado assim pra me evitar durante o dia inteiro? O que deu nele? Alguma coisa me diz que não é só por ontem. Damon se vai e fico por um tempo esperando. Depois volto pro apartamento.

...

-Você tem certeza Sofia?

-Claro Damon. Ela é minha mãe e quero que ela esteja comigo neste dia. E agora que ela também quer estar próxima a mim eu tenho que conhecê-la. Eu mereço isso.

-Ela aceitou?

-Disse que se você não visse problema... – claro ela quer me tornar o vilão

-Não serei um obstáculo entre vocês. Não se ela está disposta a se aproximar. – ela pula da cadeira e me abraça. – Mas você não está projetando nenhuma espécie de reaproxi...

-Olha pai, longe de mim se meter na sua vida. Eu já sou bem grandinha pra ser do tipo “quero você e a mamãe juntos pra sermos uma família”. Você me contou bem como tudo se deu e acho que não tem mais nada juntos. A bola da vez é a Elena. Ela sim mudou você visivelmente e te faz bem como não via a anos. Você é quase o mesmo de antes. Quando era só eu e você. – estou de boca aberta. – Quero conhecer minha mãe. Ser amiga dela, talvez até a ajudar no vício, mas não vou exigir nada de você com ela. Acho que vocês são melhores longe um do outro

-Você não cansa de me surpreender. Como ficou assim? – ela sorri e me abraça apertado.

-Anos e anos de prática. – sorrimos. –Vai ser bom estar com minha mãe no meu aniversário.

-É, eu acho que vai sim.

Terminamos o nosso jantar. E estou pensando sobre o que ela me disse. Somos melhores longe um do outro. Eu demorei pra descobrir e superar isto. Mas depois do que houve, eu acho que ainda não superei, mas não posso magoar Elena assim, nem quero. Eu sei o que eu sinto por ela e não quero perder isto. Pela primeira vez em anos eu volto a ter medo, um medo que pela primeira vez não é egoísta, não diz respeito a mim. É medo por feri-la, machucá-la. Eu a amo e não vou deixar a Rose bagunçar isso, eu não posso. Elena não merece.

...

-Bom dia Elena! – É Carolina na porta da minha sala.

-Bom dia Carol. – estava acabando de falar com meus pais, eles estavam no caminho pra casa. –Mãe, me liguem quando chegarem, tenho que desligar. Tchau. – desligo e Caroline ainda está na porta. –Entra Carol.

-Stefan pediu pra te passar estes papeis.- ela me entrega uma pasta. – Está tudo bem? Você está com uma cara péssima.

-Dormi mal.

-Acho que precisamos sair pra beber.

-Qualquer dias desses.

-Eu preciso disso Elena, estou ficando maluca presa no meu novo apartamento e sozinha.

-Você pode ir dormir uma noite no meu. Assim nos fazemos companhia. Podemos encontrar meus amigos. – ela sorri.

-Seria legal. Eu tenho que ir. Melhora esta cara. – fala sorrindo e se vai.

O telefone da minha sala toca e atendo.

-Elena Gilbert.

-Damon te espera na sala Elena. – é Katherine.

- Agora?

- Ele falou se não estiver ocupada. – suspiro, eu ainda nem o vi hoje e já é quase hora do almoço.

-Estou indo. – ela desliga.

Andando pelos corredores, estou pensando. Eu quero falar com ele .Me desculpar. Não sei se devo. Estou confusa. Chago na porta de sua sala.

-Fecha a porta. – ele diz sem me olhar. Eu faço e sento.

-Algum problema?

-Rose esteve em minha casa na noite de Natal. – como? Damon fala do nada, em tom frio e natural me fazendo gelar.

-O que ela queria?

-Passar o Natal com a filha. – ele bufa.

-Você não me disse antes...

-Estou dizendo agora. – ele me trava me olhando aborrecido.

-Bem...? – ele respira fundo.

-Sofia quer a mãe na festa dela neste final de semana, então não estranhe se a ver por lá. –ele diz se encostando na cadeira. Vejo que está tão ou mais abalado que eu com tudo isso. O assunto Rose sempre o fará tremer?

-Você está bem? – ele me olha encolhendo o ombro com desdém.

-Por que não estaria?

-Bem Damon, você está estranho e... Eu sei o que ela representa pra você e uma reaproximação destas e do nada depois de anos se negando...

-Sofia quer este momento com a mãe e não vou me meter – ele fala num tom forte. – Passei anos tentando convencer Rose a ter isso com a filha e agora que ela finalmente se dispõe não quero ser um obstáculo.

-Não é meio estranho... Digo, depois de tanto tempo. Por que só agora?

-Sinceramente Elena, pouco me importa isto. – ele diz e parece muito mais raivoso. Ora porque tanta raiva afinal?

-Bem, você mesmo disse. Tentou por anos e agora ela do nada...

-Eu conversei com ela e perguntei isso. Ela me deu uma resposta esnobe, totalmente sem sentido. Eu falei com todas as pessoas possíveis e descobri que ela andava recebendo a visita de Elijah. Dou minha cara a tapas se ele não tiver um poder persuasivo melhor que o meu em relação a ela. – ele diz amargo e minha boca abre.

- Ele seria capaz de invadir assim? – Damon bufa. Ora Elena, depois do que houve você ainda duvida? – Desculpe. Pergunta imbecil.

-Seja lá o que ele pensou em se meter assim, não é nada bom. Eu meio que posso adivinhar o motivo. – ele me olha. -Quando estávamos conversando em minha casa.... – ele hesita e se move estranhamente. O que há? – Ela... Eu... Nos beijamos. – oh fôlego volte. Damon está com  o olhar congelado no meu.

-Você o que?

-Olha Elena, eu não quero mentir pra você, ou te magoar. Por isto estou te contando. Eu te amo e quero ser sincero. – ele engole – Rose tem essa coisa de mexer comigo, me tirar do eixo. Ela me conhece demais e... Não estou tentando justificar. Eu fui um fraco e me deixei envolver, mas não vai voltar a acontecer.

Estou paralisada. Beijou ela. Eu sabia que ele ainda sentia algo por ela.

-Você me disse, suplicou argumentando que nada existia entre vocês.

-Não existe nada entre nós.

-Mas se beijaram Damon.

-Eu sei, mas é... Elena é complicado demais, aconteceu e...

- Você ainda sente algo por ela.

-Não. – ele exaspera. – Meu Deus. Olha eu sei que é difícil você acreditar em mim se eu acabei de te contar sobre um beijo.

-Oh. Você percebe? – falo sorrindo amarga e cruzo meus braços.

-Por favor, Elena...

-Você estava me evitando e eu me culpando por isto, achando ser por que você ainda estava bravo pelo Elijah, mas era apenas você se escondendo de mim. Fugindo de me contar isto.

-Ei! Ainda estou bravo pelo Elijah. Nada mudou. Eu estou falando isso pra você agora porque foi o momento certo. E faço isso porque amo você e quero ser sincero. Eu poderia esconder de você.

-Eu devo te agradecer? Oh, obrigada Damon, por me contar que ainda sente algo pela mãe de sua filha. Que anormal você é. – ele me encara feio e sinto minha voz vacilar no final, minha face está molhada.

Damon se ergue e dá a volta na mesa, vindo ao meu encontro, eu o ignoro e olha em outra direção.

-Vem aqui. Elena me olha! – eu o encaro e sua mão está estendida. -Por favor... – eu respiro e seguro sua mão, ele me guia até o sofá. Estamos sentados frente a frente ele acaricia minhas mãos.

-Elena. – eu o olho. - Eu sei que é difícil pra você. Sim, Rose ainda mexe comigo, mas isso é algo que eu tenho que superar. Eu quero superar e eu quero isso por você. Por que não quero te fazer sofrer como Andie ou Rebekah. Eu te amo. Muito. E quero que dê certo. Mas eu não posso te olhar e te dizer pra ficar e esperar, não se você não quiser e se não puder. Mas eu realmente queria que ficasse. Comigo. Rose significa algo que eu desejei por muito tempo. Uma família, minha família, mas era algo que eu queria pra minha filha. Era o certo pra ela, mas Sofia cresceu e agora ela quer o que eu quero. Que eu esteja bem e feliz com quem eu amo e esta pessoa é você. Eu quero você Elena. Não quero deixar a Rose invadir nossas vidas e achar que pode destruir tudo. Se ela faz isso é por que enfim ela percebeu que eu posso superar, com você, por você, porque depois de anos, você é a única pessoa que eu amo tanto quanto minha filha e seria capaz de qualquer coisa pra não te perder. Pra não te fazer sofrer. Você entende isso?

Silêncio. Minha mente está tão cheia que está bloqueada, congelada. Eu o encaro, o escutei. Eu o amo tanto, compartilhamos os mesmo medos. Não quero perder ele. Não quero que nada acabe.

-Você está me dizendo que precisa de mim pra superar ela?

-Não. Estou dizendo que quero superar ela pra não te perder.

-Damon, você entende o que está me expondo? Você a beijou, você ainda sente algo por ela, algo interminado, algo obsessivo, o que seja., mas sente. Como posso ficar e esperar até você se desligar?

-Não espere. Eu não vou pedir isso. Mas eu não quero perder você. Eu não gosto de perder. No entanto, hoje, eu te perderia com dor dilacerante se isso significasse o melhor pra você. Se você não pudesse lidar com a situação.

Eu assinto o que ele diz. Suas mãos ainda nas minhas apertam e estão suadas.

-Sabe que eu te amo também. Não é? – ele engole e assenti. – Eu odeio como todas estas mulheres estão presentes na sua vida. Odeio esta sua mania de controle. Tudo isso não te deixa superar. Você fala de seu medo de perder. Por que você tem tanto medo? Você me diz que eu não te conheço bem e que esta mulher te conhece como ninguém e eu estou atada Damon, por que pra eu poder entender e ficar com você, tenho que saber exatamente o que te faz ter medo e ainda sentir algo por ela. Por que é tão difícil superar? –ele baixa a cabeça. - Me olha! – ele hesita. – Damon, me olha! – me encara de novo. – Não sei o que ela quer. Mas não vou deixar ela aparecer entre nós agora, não vou deixar ela te desestruturar. Não vou recuar. Vou ficar com você.- ele engole e seus olhos faíscam – Mas tem que falar comigo. Tem que se abrir. Tem que confiar que não vou te deixar porque eu também te amo. E não quero te perder.

-Pode fazer isso? - ele pergunta com olhos urgentes.

-Posso, eu quero. – Damon respira e me abraça, eu não correspondo, ele leva suas mãos ao meu rosto.

-Eu estava esperando você sair por esta sala afora e nunca mais voltar.

- Quer tanto assim se livrar de mim? –ele sorri e de alguma forma isso me faz sorrri junto.

-Me perdoe. – ele fala tristonho do nada e eu pisco. – Eu realmente cedi cedo demais e ela agora vai me atormentar. Ela sabe como. – sorri tímido.

-Quero matar você por beijá-la e nunca mais olhar na sua cara. – ele baixa a cabeça outra vez e eu tiro suas mãos de minha face e levanto.

-Elena, eu não quero te enganar. Rolou esse beijo. Ela me envolveu e...

-Tá Damon, eu já entendi, vocês se beijaram. –ele levanta e se põe diante de mim, mãos nos bolsos. - Mas você ainda não me falou o mais importante. – ele franze o cenho e me aproximo dele.

-O que? – ele pergunta hesitante. Eu entrelaço minhas mãos ao redor de sua nuca e Damon ofega.

-Você não disse se o beijo foi bom, ruim, ou mais ou menos... –a boca dele abre perplexo e isso me faz sorrir.

- Elena... –ele começa e eu o calo com um de meus dedos indicadores pressionados contra seus lábios.

– É igual a esse? – pergunto e antes dele respirar outra vez o beijo e ponho neste beijo todo o meu amor e desejo por este homem. Damon estremece com a atitude inesperada que tomei e gemendo começa a me apertar contra ele.

-Deus, como você me surpreende. –ele ofega assim que pode e o calo outra vez, com beijos e mais beijos esquecendo completamente onde estamos.

Assim como Damon eu também entendi tudo. Rose e Elijah.Combinação perfeita para um “separa aqueles dois.” Mas uma coisa que ela não sabe é que não gosto de desistir. Sei jogar pesado também, sei quebrar regras e pelo Damon, por nós estou disposta a tudo e ir contra todos. Ah Rose, você vai ter que fazer muito mais do que só roubar beijos. Você pode ser a pedra no passado dele, mas eu sou o guindaste do futuro que quer te eliminar. E vou conseguir.

...

 A semana correu bem depressa. Damon me contou que Sofia saiu uma vez com a mãe para compras. Ela estava ajudando na escolha do vestido perfeito pra mãe. Eu temia e ansiava encontrar-me com ela finalmente. E quando o dia da festa chegou eu estava disposta a destroçar alguém.

-Nossa! A expressão vestida pra matar nunca te caiu tão bem. – Bonnie brinca. - Que horas ele vem te pegar?

-As nove.

 Ela me ajudou a terminar de me arrumar e logo estava pronta. Damon extremamente pontual não se atrasou um segundo sequer.

- Você está... – ele sorri bobo, vestido impecavelmente num terno sobre medida. – Pronta pra me fazer enfartar. – sorrio

-Não é exatamente minha intenção. –falo com malícia.

-Devo ficar com medo de você hoje?

-Não você. – ele me olha com reprovação.

-Elena...

-Vamos de uma vez. – falo e me ponho na frente.

- Não provoque ela.

Ele está com o olhar aflito. Nossa! Relaxe, ela não é uma terrorista.

-Ela te assusta tanto assim?

- Ela é ardilosa.

-Eu também. – ele abre a boca e eu o calo com um selinho. –Vamos. -Ele suprira e descemos pro elevador.

Chegamos na festa e logo se vê porque foram preciso meses de organização. É algo luxuosamente impecável e extremamente tecnológico. Modernidade total a serviço de um verdadeiro show de luzes e acessibilidade.

-Uau! – falo sorrindo. Depois de terminado é mesmo incrível. – Damon sorri.

-É. Mas sinto que estarei cego daqui pro final da noite. –ele brinca.

Damos um giro pela festa juntos, mas discretamente. Damon e eu ainda mantemos nosso relacionamento longe da mídia e estamos mantendo a descrição. Há tantos fotógrafos e jornalistas ao redor.

Encontro Sofia a cumprimento. Ela está linda e empolgada pelos meus elogios me diz que é apenas o primeiro loock da noite.

-Pai, vamos logo tirar as fotos pro álbum. – ela pede a Damon e ele sorri pra mim. Me levando com eles e me deixando perto de Alaric e Stefan com suas respectivas companhias. Meredith e Caroline. Não vejo Katherine ainda.

 Ao longe avisto Sofia com o pai. É engraçado como Damon fica totalmente sem jeito diante de lentes fotográficas. Sofia dá um show de desenvoltura deixando o pai ainda mais deslocado. De repente uma multidão de flashes se desloca dos dois e atinge outra direção.

-Ela adora entradas. –rosna Alaric.

Eu estou meio perdida, mas enfim a vejo. Minha nossa! Ela é bonita. Muito. Os cabelos longos e meio acobreados, presos por uma trança magnífica, um vestido vermelho impecável e uma postura sem igual. Sofia acena para a mãe que se junta ao casal e lá estão os três. Juntos. Sendo fotografados como uma família. A família que Damon tanto quis. Eu tremo com meus pensamentos.

Vejo meu namorado forçar sorrisos e vejo Rose o olhar e se inclinar contra ele. Estou ficando quente.

-Por que não vamos beber algo? -Alaric oferece, mas antes que eu poça responder um cerimonial vem até nós e leva com ele Alaric e Stefan, a pedido de Sofia. Estou com Caroline agora e observo ela tirar fotos com os três homens que mais adora enquanto Rose se mantém próxima deles.

Dado um tempo Damon sinaliza para mim ao longe e depois para Caroline. Entendemos o recado e Sofia o reforça. Nosso momento fotos chegou. Me coloco do lado oposto ao de Damon, bem colada com Sofia, ele me olha com cara feia e dá a volta vindo pra perto de mim e envolve minha cintura.

-Comigo agora e não desgrude mais. – ele fala ao pé do meu ouvido e estou quase cega pelo número de flashes contra nós. Eu odeio estas coisas, não tem como acostumar.

-Bem, já chega disso, estou quase cega. – Sofia fala e sorrimos. – Vem Elena. – ela diz sorrindo. – Venha conhecer a minha mãe. – Damon me olha e este é o momento da noite, me aproximo de Sofia e em nenhum momento a mão de Damon solta minha cintura. Estou recebendo o olhar curioso dela.

-Rose, está é a namorada do pai. – ela fala e ela me joga um sorriso. Nossa! Ela conseguiu ficar mais bonita.

-É muito bom finalmente te conhecer. – eu digo e lhe estendo a mão.

-Tenho certeza que não. – fala e segura em resposta. Damon bufa ao meu lado. – Mas você é boa nisso. – ela diz risonha. - Está muito bonita. Lápis lazule foi sempre a cor preferida de Damon. É claro que você sabia disso. – ela fala se referindo ao meu vestido.- Damon pigarreia e ela sorri em resposta. – Rosalie Madson. – diz por fim.

-Elena Gilbert. – respondo sorrindo.

-Bem, as apresentações foram feitas. – Damon atalha. – Você quer tomar algo? – me pergunta quase que suplicando com seu olhar.

-Claro. Estou com sede.

- Nos vemos na valsa. – ele diz pra filha que sorri.

- Rose, foi um prazer.

-Igualmente. – ela força um riso. Somos boas nisso, mas eu ainda tenho muito pra dar aqui.

Damon me afasta e logo estamos perto de Alaric outra vez.

-Mas que noite feliz. – ele brinca com Damon e Stefan gargalha.

Alaric, sempre ele.

-Ela está apelando. – Stefan fala.

-Ela sempre apela. Está toda esnobe. Nem perece que passou anos presa numa clínica. – Damon olha com rancor. – Aquele vestido está mais pra uma mulher da rua, ela adora se exibir. – certo há um tom estranho nesta frase.

- Damon... – Alaric fala e Damon o olha e em seguida me olha. Isso foi ciúmes?

-Desculpa eu sou meio... – ele tenta e eu bufo.

-Nem tente. – eu o paro.

O clima fica estranho e Damon se move pra junto de mim.

-Vamos entrar um pouco, a casa está vazia. – ele pede. A festa é toda do lado de fora da mansão.

Dou de ombros e ele me guia. Entramos na casa e ele me leva pro andar se cima. Estou em seu quarto. Damon fecha a porta e leva as mãos até a cabeça.

-Me desculpa. Sério.

-Você é ciumento Damon. É natural em você – falo amarga.

-Não é natural. Não tenho porque sentir isso dela.

-Você sabe disso e mesmo assim...

- Eu sei. É algo a ser trabalhado.

- Pois trabalhe. –eu rosno e ele engole aflito, suavizo um pouco ao perceber sua reação. –Não vi Andie.

-Ela não vem. Não suporta Rose. Sofia ficou triste, mas Andie entendeu que ela tinha que ter este momento e Sofia entendeu que Andie não queria estar pra ver.

-Entendo. E Rebekah?

-O mesmo. Não sei. Foi melhor assim. – ele está meio agoniado.

-Ei! – ele me olha. –Relaxe. – Vou pra cima dele e esfrego seu peito. – É uma noite especial pra sua filha e você não pode se estressar. Acalme-se. Você tramou isto por meses. Não se deixe levar. – Ele me abraça, afundando o nariz em meu pescoço.

-Você está esplêndida esta noite, amor. Linda demais.

-Percebi a crise de recalque dela. –ele sorri.

-Você nem pode ser comparada a ela. Rose nunca superará sua beleza e ela sabe disso.

-Você gosta de me exibir?

-Não.  – ele diz e se afasta. -Mas esta noite eu estou adorando isso. – ele sorri.

-É, eu também.

-Você é linda, por dentro e por fora e isso te dá um brilho e leveza únicos. E Deus! Como eu quero tirar esta roupa de você. – ele fala voltando a me abraçar e desta vez me beijando tentadoramente o pescoço e me apertando contra ele.

-Temos que voltar. Tem a valsa e...

-É só de meia noite. Temos tempo aqui.

-Você não pode sumir.

-Eu quero.

-Mas não vai – o empurro – Porque eu não quero isso.Vamos voltar. – ele geme.

-Só mais um pouco. Quero te beijar. –ele diz e eu cedo e Damon prontamente põe os lábios contra o meu. Um beijo calmo, mas... Não, não está calmo, minhas pernas perdem a força e ele está me apertando contra si. Eu gemo e isso me faz derrotada. Damon me empurra contra a cama me jogando nela e vindo pra cima de mim.

-Damon... – ofego enquanto ele implacavelmente me tira dos eixos com sua boca contra meu maxilar.

-Não vou conseguir resistir.- ele diz gemendo e me fazendo arfar. Suas mãos começam a deslizar por meu corpo, ele ergue um de meus joelhos e alcança a barra de meu vestido e começa a subir, roçando sua mão por minha perna enquanto a outra segura um de meus seios. –Eu te quero... Por favor, Elena. – ele geme outra vez.

-Damon, vamos voltar. –eu falo, mas minha voz me denuncia, meus olhos estão fechados porque assim é mais fácil conter as sensações.

-Você não quer isso. Nem eu... Amor... Vem, vem Elena. – ele está me deixando louca, subindo e subindo com sua mão em apertos sedentos até encontrar  o meio de minhas entranhas e mergulhar seu dedo em mim.

-Ahhhh. – gemo.

-Você está pronta amor, não vamos decepcionar, seu corpo m quer. Elena, eu te amo tanto. Quero você, eu preciso.-eu não consigo raciocinar,ele está torturando, gemendo e suando contra mim, sua boca em meu ouvido, lambendo, mordendo.

-Ah... Damon...

Ele afasta e se livra do paletó, abre a calça e se livra dela e ergue meu vestido até acima da minha cintura.

-Não acredito que está fazendo mesmo isso... – falo sorrindo e ele retribui.

-Oh, eu estou. – diz se inclinando contra mim e me penetra fazendo nós dois gemermos juntos.

-Você é tão apertada. Ah Elena...Como eu te desejo, como te amo. – ele me beija e estou afundando, quente, necessitada. Ele estoca devagar, aumentando tudo.

-Ahh... - abro os olhos e o encaro.

Damon continua seu ritmo e começo a devolver contra ele, arrancando dele gemidos desconexos.

-Mais... – ele pede e rebolo contra cada impulso dele – Ah....-ele geme e joga a cabeça pra trás. Quando me encara outra vez eu o jogo pro lado e estou por cima, ele ainda está de camisa e gravata.

Espalmo minhas mãos em seu peito, seus olhos nos meus, suas mãos  em meu quadril e eu rebolo, ele se remexe contra e afunda nos travesseiros.

-Cristo! Mais rápido. –ele pede e começo mesmo a me mexer. Damon aperta minhas pernas e ergue o quadril contra o meu.- Ahhh – gemo jogando a cabeça pra trás e afundando minhas unhas em seu peito.

-Elena... –ele solta num misto de dor e prazer e estou construindo, sinto a sensação crescer e crescer,me pedindo mais e mais e aumento nosso ritmo. Damon solta meu quadril e fecha seus olhos, agarrando as almofadas ao seu redor, eu não condigo parar de o olhar agora, porque ele está tão perto.

-Elena...Ahhh. –ele me encara e praticamente soca a cabeceira da cama e grita incoerente enquanto implacavelmente me joga pra cima de novo e outra vez. Estou perdida. Agarro seus cabelos e gozo ouvindo seu urro ao me seguir, e termino rebolando e rebolando enquanto afundo contra seu peito. Nunca tinha sido tão intenso antes.

-Deus! – ele ofega tremendo e afagando meu cabelo.-Você vai me matar.

-Digo o mesmo.

E neste momento não há nada, nem ninguém. Não há festa, ou ruídos. Estou concentrada no som de seu coração contra meu ouvido, batendo forte e rápido, assustadoramente rápido. Me aperto contra ele. Eu não quero o perder nunca. Não quero o deixar ir nunca. Estou terrivelmente ligada a Damon e não quero desligar.

Nos recuperamos e nos vestimos novamente. Voltamos pra festa e pras perguntas curiosas e insinuativas de Alaric e Sofia.

A festa segue e estou de alma lavada. Continuo encarando a mulher de vermelho , eu sei que ela é uma pedra, mas eu me sinto forte contra ela. Não vou subestimá-la jamais. Lembro do que Damon disse: “ela é ardilosa.” Eu pude notar isto esta noite.  Mas ela não vai me fazer recuar.

A valsa começa e estou radiante ao ver pai e filha dando um show impecável. A noite segue com o bolo e mais festa e jovens ensandecidos e então é hora de ir. Damon vai me deixar em casa assim como me trouxe e ele falou que Alaric levou Rose com ele.

Ao chegar em casa me sinto bem. Olho pra Damon que me encara da porta.

-Te vejo mais tarde? –pergunta sorrindo.

-Sempre. – ele se inclina e me beija, em seguida se vai, não antes de repetir que me ama e eu adoro ouvir isto. E ainda mais porque eu posso sentir.

Tomo um banho relaxante e me jogo na cama ao lado de Bonnie.

Acordo bem tarde e levanto preguiçosa. Bonnie está sentada na sala e quando me vê faz uma cara estranha.

-Bom dia! – falo e ela sorri, mas há algo errado. – Que foi?

-Eu  sai cedo pra pegar o jornal, tinha certeza que iria aparecer algo sobre a festa de ontem. – ela começa temerosa e eu me ponho ao seu lado no sofá.

- Com certeza terá.

- E tem.- ela diz e me passa dois jornais e uma revista.

 E lá estão as duas manchetes. Praticamente idênticas.

“A mãe misteriosa finalmente aparece.”

“Rosalie Madson será o motivo do rompimento recente do milionário Salvatore? A família se reuniu enfim?”

 E finalmente a capa da revista: “A família Salvatore enfim reunida diante dos flashes. Um novo e definitivo casamento a caminho?”

Levanto do sofá voltando pro quarto. Bonnie tenta sem sucesso falar comigo e me deixa sozinha no final.

Família Salvatore. É duro demais de se ler, mas é verdade. Esta é a família dele. Mesmo não oficializada.

Fico no meu quarto pensando e pensando e nem sei por quanto tempo. Ouço a campainha e reluto. É um som chato e insistente.

- Bonn. – eu grito. Porque ela não atende logo isso?

Sem resposta levanto e vejo que nem notei minha amiga ir embora, me arrasto pra porta e sem olhar a escancaro mal humorada. Paraliso e sou atacada com um beijo implacável de Damon, que bate a porta atrás de si.

 Ao nos afastar sem ao menos me dar a chance de processar o beijo ele me olha firme e fala :

-É você que eu amo. E é com você que quero uma família. Elena... Case comigo!

Ok Elena, acorde! Agora...  Isso só pode ser um sonho.

- O que você... – ele para minha fala e me beija outra vez, e há desespero nisso.

– Case comigo.

 Ele ofega e entendo tudo. Ele também viu. E pela primeira vez eu vejo onde seu medo pode o levar. E estou atordoada. E agora?


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Notas finais do capítulo

Beijos!