Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 24
Ah... O ciúme...


Notas iniciais do capítulo

Fiquei tão frustada ontem com minha internet. Primeiro não pude postar. Segundo: não pude reassistir o episódio. Terceiro: foi uma choradeira kkkkkk
Mas tudo ficou bem mais legal, quando depois de os técnicos virem aqui em casa e resolver o problema eu entrei no nyah e vi as lindas recomendações da Delena Always and Forever e da Dayane Cristina. Muito obrigada! :D
Vocês estão sedentas por este e eu também estava kkkkk
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282493/chapter/24

E aqui estou eu. Num apartamento no Queens observando ela dormir. Estou fazendo isso a quase dez minutos, seu rosto está tão sereno e angelical. A luz do sol entra no quarto pelas costas dela, o que dá a sua pele um tom e suavidade sem igual. Ela é linda. Eu quero tocá-la, mas prefiro não correr o risco de acordá-la.

Eu ainda não acredito no que aconteceu ontem... Quero preparar um café pra ela, com certeza irá precisar. Estou rindo a cada cinco segundos eu acho. Me arrastando até a cozinha, imagens e mais imagens da noite de ontem vem a minha mente, nossa discussão, a firmeza dela, a raiva. Como estava linda! É isso então, eu realmente amo Elena. Como eu posso negar isto a mim mesmo? Ela mexeu comigo desde o primeiro dia, como nenhuma outra em minha vida. É ela. Ela é mãe do meu filho.

O som da cafeteira me trás de volta, nem percebi como eu preparei este café. Uau Damon, acorde! Me sirvo com uma xícara e então eu posso ouvir seus passos, me viro e ela está parada na entrada da cozinha.

-Bom dia! – nossa eu tenho que parar de rir assim, é meio retardado. Por que ela está me olhando desse jeito? – Eu fiz café. Achei que fosse precisar. Você quer? – o que há com ela? Está me olhando como se não me conhecesse? – O que foi? – ela está piscando, atordoada?

-O que você está fazendo aqui? – heinn? Ela está brincando...

-Eu dormi aqui. – Ok, agora estou com medo. Os olhos dela irão saltar de sua face.

-Você o que? – ela está gritando. Péssimo sinal.

-Ei, vamos com calma. Eu dormi aqui, com você, mas tudo o que aconteceu foi pela a sua vontade. – ela está bufando.

-Pela minha vontade? Pela minha vontade?? Você é um cachorro. Se aproveitou de mim.

-Elena não! – mas que droga, eu sabia. – Me escuta... Droga, eu pensei que você estava consciente do que fazia.

-Eu mal lembro de como voltei pra casa Damon. – ela começa a chorar. – Transamos? – se eu disser sim ela surta se disser que não ela vai acreditar? Engulo.

-Oh meu Deus! – ela grita antes que eu possa falar qualquer coisa.

-Não te forcei a nada.

-Eu estava bêbada.

-E como sabe?

-Pelo simples fato de que eu não lembro de nada! – ok, ela está furiosa.

-Elena, calma.

-Não! Sai daqui agora!

-Me escuta, Elena...

-Sai!

-Elena...

...

-Ei! – eu estou tocando o rosto do Damon. Ele estava se debatendo enquanto dormia e começou a gritar meu nome. Ele arregala os olhos e me encara perdido. – Tudo bem? Você estava gritando...

-Ah... Eu... – ele suspira – Tive um pesadelo. - Estou perdida, por que chamar meu nome num pesadelo?

-Você chamava meu nome. – ele pisca.

-Digamos que você tinha acordado meio... Nervosa por me ver aqui.

Eu sorrio entendendo tudo e me aproximo mais dele.

-Acha mesmo que eu não iria lembrar da noite mais intensa da minha vida? – falo enquanto o puxo pra um beijo, ele sorri sem jeito. Céus, ele está corado!

-Eu não estava muito seguro das suas funções memoriais. Quer dizer, você bebeu demais. – reviro os olhos. E fico ali, acariciando seus cabelos, ele está prendendo minha cintura. – Que horas são? Tenho que estar na empresa as oito. – me viro e encaro o despertador na minha cabeceira, sete e vinte, ele vai surtar.

-Um pouco mais de sete. – ele arregala os olhos e salta da cama. A campainha toca e ele me encara confuso.

-Está esperando alguém? – eu afirmo e ele pisca. – A essa hora? – reviro os olhos e o ignoro, ainda estou nua e ele já está mais composto, com a calça já vestida. Um verdadeiro ‘The Flash, vou até a cômoda e ele me encara impaciente, retiro calcinha, short e camisa de lá.

-É a Bonnie. – eu falo finalmente e ele se recompõe. – Vou atender. – ele acena e depois que me visto eu saio, ele fica no quarto tentando dar um jeito no cabelo.

Na sala eu saio recolhendo sua camisa e paletó, além de meu vestido, estava tudo largado. Jogo tudo em cima do sofá e Bonnie volta a insistir na campainha. Eu abro a porta.

-Nossa! Já estava me preparando pra usar minhas chaves se você não atendesse depois do terceiro toque. – ela diz entrando e eu fecho a porta e me viro para encará-la. – Que cara é essa? – ela me olha curiosa, nem sei que expressão estou usando.

-Preciso da minha camisa... – Damon para ao ver Bonnie que está paralisada olhando pra ele. – Ah! Olá Bonnie. - ele fala totalmente sem jeito. Um fofo!

-Oi! – minha amiga está quase sem reação.

-Elena... – ele insiste inquieto.

-Bem aí. – eu aponto pras suas roupas no sofá, ele pega e me encara, seu olhar diz: ‘que situação constrangedora’ eu sorrio e ele olha pra Bonnie.

-Com licença. – fala pra ela e volta pro meu quarto. Minha amiga me encara.

-O que foi que aconteceu? – seu tom é perplexo e eu apenas dou de ombros.

-Eu fui a festa, nós brigamos, depois brigamos no corredor e depois aqui dentro e quando eu vi... – a boca dela abre.

-Você vai ter que me contar tudo. Absolutamente tudo. – ela está quase gritando.

-Shh! Eu conto. – ela está de boca aberta e agora ela se abana.

-Meu Deus eu quase tive um troço Elena. Ele sem camisa...

-Eu sei... – reviro os olhos e lá estamos nós de risinhos. Damon surge de volta já devidamente vestido, ou quase isto.

-Eu tenho que ir. Ainda vou passar em casa. – ele fala chegando perto de mim, Bonnie senta-se no sofá.

-Eu ia preparar um café. – ele nega.

-Tenho que ir. Eu peço pra Katherine pegar algo pra mim. – ele acena o celular na minha frente. Claro! Ele tem uma faz tudo. Damon toca o centro da minha testa com seu dedo indicador. Tinha uma ruga lá.

-Vou te esperar lá em uma hora. – eu pisco. – Temos que conversar e eu tenho que ir pro trabalho, então você vai até a Salvatore.

-Em uma hora. – eu afirmo e ele sorri.

-Bem, - ele está mexendo nos bolsos um tanto inquieto, para e me olha – até daqui a pouco? – encolhe os ombros e eu sorrio e puxo sua nuca pra outro beijo. Ele não reage, está tenso. Quando me afasto e o encaro seus olhos estão quase saltando... – Er... Tchau. – ele fala e eu prendo o riso, porque ele está todo sem jeito, ele respira e encara Bonnie no sofá. – Tchau Bonnie.

-Tchau Damon, bom dia! – ele sorri fraco e eu vou abrir a porta pra ele.

-Tchau! – eu falo e ele apenas sorri e se vai.

-Pode começar a contar. – Bonnie manda enquanto me jogo no sofá totalmente no céu.

...

Chego na Salvatore e na entrada da sala de Damon eu paro.

-Bom dia Katherine. – ela me encara e pisca.

-Ah! Oi Elena, bom dia!

-Pode avisar ao Damon que eu cheguei?

-Ele já está te esperando. – ela fala sorrindo.

-Obrigada! – eu entro na sala dele. Está ao telefone e acena pra que eu entre, eu fecho a porta e sento diante dele.

-Ótimo. Eu estava esperando isso. Obrigado! – ele me encara e ergue o dedo me pedindo mais um segundo e eu assento. Ele desliga e tecla outro único dígito. – Katherine, avise a todos que teremos uma amostra hoje a tarde. Será as duas, quero todo mundo pronto às uma e quarenta e cinco. – ele desliga. Em seguida me encara e se joga na cadeira, fazendo a mesma se inclinar e fica me observando enquanto mexe com sua caneta.

-Bem...?! - eu aceno pra que ele fale, porque não sei exatamente o que estou fazendo aqui.

Ele está calado, com um riso misterioso na face, eu diria até provocativo.

-Damon? – ele sorri-bufa com o nariz.

-Sua impaciência é um problema. – ele diz irônico.

-Então é um problema que compartilhamos. – devolvo tentando usar seu tom esnobe.

-Ok, eu vou ser direto. – eu incentivo ele com minhas mãos, um gesto pra que ele siga falando – Você não é mais minha assistente. Mas eu realmente quero que você aceite o cargo que te ofereci. Preciso de um diretor executivo e só penso em você. Então... Te chamei pra uma reunião de trabalho. Vou refazer minha proposta.

-Já sabe o que eu penso sobre isto. Damon temos que conversar sobre o que há entre nós, nos acertar e... Eu não quero voltar a esta discussão.

-Eu posso falar?

-Ok, fale!

-Obrigada! – reviro os olhos porque ele está se divertindo com a conversa.

-Você disse que não se sentiria bem se tivesse que trabalhar comigo enquanto mantivéssemos uma relação mais estreita. – ele está sendo bem formal e eu estou prendendo um riso.

-Exatamente.

-Depois da noite de ontem ouso dizer que tudo isso se complicou.

-Certamente. – sorrimos.

-Me ajude. Eu realmente preciso de alguém pra isto e só confio em você. Como profissional, amiga, namorada... – ele solta a palavra num tom temeroso e me encara.

-Namorada? – eu provoco e ele dá de ombros. – Não terminamos?

-Correção. Você terminou. – seu olhar é de repreensão e eu reviro os olhos.

-Bem, que seja. Acontece que não reatamos. – ele arregala os olhos e abre a boca. Depois eleva as mãos em sinal de dúvida.

-Bem , depois de ontem eu deduzi que...

-Você deduz demais. – eu falo num tom malicioso e o encaro por baixo. Ele está de olhos cerrados.

-Então vamos resolver isto primeiro. – ele fala e se ergue e em seguida vem até mim e fica de joelhos diante da cadeira. – Quer ser minha namorada mais uma vez? – o olhar dele e seu tom pervertido me fazem sorrir. – Certo, não é a resposta que eu queria. - ele diz e começa a sorrir também, sua mão em meu joelho.

-Claro que sim! – falo sorrindo e ele levanta e volta pra sua cadeira.

-Pronto. Fechada esta questão, me diga: vai aceitar o cargo?

-Eu posso pensar?

-Não!

-E por que não?

-Por que você já aceitou e lembro que ficou bem feliz. – ele ergue uma sobrancelha e sorri de lado. Que esnobe.

-Damon...

-Elena é apenas um emprego. Eu preciso de você, quero só você e quando eu quero um profissional pra minha empresa movo céus e terra até ele aceitar. Por favor... – ok. Ele venceu!

-Tudo bem.

-Isso! – ele está sorrindo.

-Mas precisamos conversar.

-Já estamos.

-Sobre nós. Damon teremos que diferenciar bem isto.

-Estou divorciado. Solteiro, minha filha adora a ideia e mesmo que ela não adorasse.

-Espera. Falou sobre nós com a Sofia?

-Claro! E ela adorou. Na verdade eu ouvi muito estes últimos dias. – eu sorrio. Isso é bom. Ele pisca e levanta. – Vem aqui! – ele acena pra que eu o siga até o sofá em sua sala e estamos então sentados lado a lado. Ele segura minha mão e a acaricia, meu corpo inteiro reage. Jesus!

-É exatamente disso que eu estou falando. – resmungo e ele me olha atordoado.

-Que foi? – continua com o carinho.

-Damon, - eu puxo minha mão da sua – aqui na empresa temos que agir diferente. Você é o chefe e eu trabalho pra você, temos que ser discretos quanto a nossa vida pessoal. – ele bufa.

-Vem dizer isto pra mim? Sou um homem público, se eu sair pra jantar com você cairão em cima de nós. Seremos sempre muito expostos. – eu afirmo.

-Bem, eu ainda não falei nada da nossa nova situação pros meus pais e não quero que eles saibam por uma revista ou por telefone, vou contar quando estiver pronta.

-Oh, então agora você quer manter segredo?

-E você não?

-Eu sempre quis. Pelo simples fato de ser tão exposto. Mas você se ofendeu lembra? – eu respiro. – Escuta Elena, - ele volta a segurar minha mão. – você é minha namorada e trabalhará pra mim, porque você é muito boa nisso e só. Nunca liguei a mínima pra o que fofocam sobre mim, e nem vou passar a ligar, mas temos que manter a discrição no quesito respeito ao ambiente de trabalho. Fora daqui eu não devo satisfação a ninguém, nem você, mas concordo com você. Então vamos fazer isto do jeito certo. Você é minha namorada e eu vou te respeitar aqui dentro e lá fora também. Nossa imagem será preservada, até que não precisemos mais nos preocupar com o que irão escrever sobre nós. – eu respiro aliviada. Era tudo o que eu queria ouvir. Damon me olha malicioso e se aproxima mais de mim.

-Damon... – ele prende minha nuca e se inclina. – O que está fazendo?

-Vou beijar minha namorada.

-O que acabamos de conversar?

-Acontece que você ainda não é minha empregada. Se demitiu do cargo de assistente e ainda não é minha CEO, então está aqui nesta sala apenas como minha namorada e eu posso beijar minha namorada se eu quiser. – ele não tem jeito.

-E a conversa sobre respeito ao ambiente de trabalho? Eu respeito seu ambiente de trabalho e não vou te beijar aqui. – falo e retiro sua mão de minha nuca e ele me olha com cara de pidão.

-Apenas um beijo. Eu estou com saudades. – ele me aperta mais contra si, sua respiração na minha face.

-Damon... – ele está colando nossas bochechas e é um golpe baixo, ele ofega bem perto do meu ouvido me fazendo vibrar, uma de suas mãos desce até minha coxa. – Para!

-Apenas um beijo amor. – amor? A simples sonoridade da palavra saindo de seus lábios e a ideia de que é direcionada a mim me faz gemer, ele beija meu pescoço. – Amor... – ele geme. Safado! Percebeu o ponto fraco. Roça sua boca no canto da minha e então nossos lábios se encontram.  Eu nunca vou me acostumar com esta sensação. Sinto todo meu corpo, é prazeroso, mas também inquietante. Não tenho meu controle. Ele se fasta e termina nosso beijo com um selinho demorado, sua mão acariciando meus cabelos. – Viu? Sobrevivemos. – eu sorrio e ele me acompanha.

-Mas agora acabou. Alguém pode invadir sua sala. – eu falo me afastando dele que não reclama e apenas fica me olhando de longe.

-As únicas pessoas que estão autorizadas a invadir minha sala sem serem anunciadas são da minha família. Mas você já sabe disso.

-Mesmo assim... – ele revira os olhos e se ergue. Eu fico o olhando do sofá. Ele senta novamente em sua mesa.

-Quero você amanhã aqui bem cedo. Preciso começar a te passar todo o trabalho. Há apenas algumas diretorias que eu quero que você administre, outras eu o farei. – ele explica e eu assinto, ele disca no seu telefone. – Avisou a todos?... Ótimo. Obrigada Katherine! – espera aí, como é que é?

-Hum. Outra novidade aqui. – eu falo cruzando os braços e ele me olha confuso. – Você chama ela pelo nome, dá as chaves de sua casa pra ela e agora até agradece por ela ter comprido.. como você dizia mesmo? A obrigação dela. – ele sorri incrédulo. Ah, isso me irrita.

-Está com ciúmes da Katherine? – ai, ouvir ele falar o nome dela só me irrita mais.

-Não, eu estou surpresa que ela mereça tanta confiança e reconhecimento em menos de três semanas de trabalho enquanto...

-Enquanto você precisou de três meses. – ele completa. Eu engulo, Damon me olha divertido. É exatamente isto. O que ela tem que eu não tive afinal? Encolho os ombros e ele sorri ainda mais. – Elena, primeiro de tudo: você odiava ser minha assistente e eu não podia confiar em alguém assim. – ok, um ponto pra ele. – Segundo: sim, eu preciso realmente confiar em alguém, mas acima de tudo eu só confio uma tarefa a uma pessoa quando estou totalmente seguro de que ela faça bem feita. E sim, eu confio nela pra isto, como confio em você pra ser minha CEO. – isso não me convenceu, porque confia tanto nela? – E por último ela já trabalhou pra Alaric, como estagiária e ele não teve dúvida em me indicar e eu logo reconheci que ela era digna de ser chamada pelo primeiro nome. Ela é genial, lenta, mas tinha que ter um defeito. E, ela é meio que parente da namorada do Alaric.

-Ela o que?

-Foi uma coisa que eu descobri sem querer. Ela e eu na verdade.  – estou ainda mais perdida. – Lembra da doutora que te atendeu?

-Sim.

-Bem, eu descobri que ela namora o Ric. Foi uma surpresa eu pessoalmente achei que o cara era gay. – ele sorri e eu pisco incrédula. Damon volta a ficar sério. – Enfim, elas são primas, está tudo em família, ou quase isso a questão é que confio nela.

-Por que ela é prima de uma namorada de um amigo? – ele me olha de lado, um tanto impaciente de argumentar.

-Você está realmente com ciúmes não é?

-Sim, estou. Acho que não tenho motivos o suficiente que me justifiquem tanta consideração em tão pouco tempo.

-Bem, talvez eu tenha mudado um pouco. – eu abro a boca e ele me olha dando de ombros.

-Essa mudança começou tardiamente. – ele gargalha.

-Você é neurótica!

-Há, olha quem fala. – ele cerra os olhos, eu me ergo e ele se move vindo pra cima de mim.

-Um minutinho aí moça. É diferente!

-Mesmo?

-Elena... – ele segura meus braços que estão cruzados, eu não o encaro. – Ela não significa nada pra mim. É apenas minha assistente. – eu o encaro.

-Eu também era. – ele franze o cenho. – Como vou saber se você não é do tipo de cara que adora uma assistente. – eu falo antes de pensar e basta Damon fixar seu olhar em mim que eu percebo o que fiz. Ele me solta.

-Melhor parar. – ele diz em tom mais duro.

-Me desculpa. Eu surtei!

-É surtou. – ele fala e volta a sentar. Suspiro. O sigo e me ponho atrás de sua cadeira e começo a fazer uma massagem nele.

-Me desculpa. Eu estou realmente bem enciumada sobre ela.

-Apenas eu acho que ela realmente quer estar aqui e faz tudo muito bem então...

-Não, para. Não precisa justificar mais. – ele segura minha mão direita e gira a cadeira me puxando pro seu colo.

-Pelo menos você estando aqui todos os dias vai poder comprovar pessoalmente que não temos nada e vai parar de ser tão ciumenta. – ele diz risonho.

-Eu vou ficar de olho nela.

-Não sabia que você era assim. – ele diz em tom satisfeito.

-Assim como?

-Possessiva!

-Não se sente mais tão solitário? – eu brinco.

-Não! É bem reconfortante saber que você sente como eu.

-Correção. Você é mais do que eu. Chega a ser sufocante. Eu apenas não quero ninguém rondando o que é meu. – ele arregala os olhos.

-Hum... O que é seu não é?

-Sim. O que é meu.

-Possessiva nata.

-Você acostuma. – eu sorrio e ele está bem radiante. – Agora me deixe sair de seu colo. – eu falo e salto de lá e ele apenas me olha.

-Vai almoçar comigo certo? Assim podemos começar a falar sobre o trabalho e tudo mais.

-Não posso. – ele pisca. – Marquei de sair com o Tyler e o Jeremy. O aniversário da Bonnie é semana que vem e vamos preparar uma festa. Tenho que aproveitar meu tempo ainda livre.

-Livre de trabalho ou de mim? – ele diz isso sério, com cenho franzido.

-Damon... – eu não acredito! Ele relaxa a expressão e sorri. Ufa!

-Relaxa. O Tyler é meu fã e o Jeremy namora Bonnie. Não sou tão sem noção assim.– diz esnobe.

-Bobo! – estou indo pra porta.

-Pode ser o jantar então? – eu viro. – Na minha casa. Hoje a noite. Vou te pegar depois que sair daqui. Vamos contar a Sofia que reatamos. – ele sorri. Uau! Isso é muito novo.

-Não é muito cedo? – sorrio sem jeito e ele dá de ombros.

-Claro que não. - mordo o lábio. – Ah, por favor vá usando o anel que eu te dei. Ele meio que sinaliza que você é comprometida. Vou chamar Stefan e Alaric também – Uou!

-Muita gente Damon.

-Apenas os mais importantes. E vamos marcar uma volta a Oklahoma o mais breve possível. Preciso falar com Grey. – certo, ele viajou.

-Damon, por favor, tudo bem, você está pronto pra falar sobre isto com sua família, mas não determine o tempo que farei isto com a minha. – ele torce o lábio. Em seguia ergue as mãos em rendição.

-Ok, na sua hora. Mas vamos fazer isto logo. – eu afirmo. – E então? – Hoje a noite, jantar, minha casa?

-Às oito? – ele afirma. – Tudo bem.

Volto pra saída.

-Ei! – olho de novo pra ele. Damon sorri e solta um surdo “eu te amo!” pra mim. Sorrio boba em resposta e o riso dele se expande.

-Até mais tarde! – ele afirma e eu saio.

Dando as costas pra sala dele, dou de cara com sua assistente totalmente atordoada, me olhando assustada.

-O que foi? – pergunto e ela desvia o olhar. Eu sigo pro elevador. Metida!

...

Estou pronta e nervosa. A campainha toca. Um minuto pras oito. Ele é infalível! Corro até ele e abro a porta.

Damon está risonho. A roupa está diferente da de hoje pela manhã. Certamente usou a troca de roupa que sempre tem na empresa.

-Oi! – ele diz com seu riso lindo.

-Oi! – devolvo sorrindo e ele se inclina e me beija.

-Está pronta? – fala ainda da porta.

-Só vou pegar o casaco e a bolsa.

-Ok, vou te esperar bem aqui. – fala em tom divertido.

-Certo. – corro até meu quarto, pego tudo que preciso, dou uma última checada no espelho e acho que é isso. Estou pronta. Volto pra porta. – Pronto! – falo passando e trancando o apartamento. Damon está me olhando estranhamente. É quase inquietante.

-Que foi? – pergunto enquanto esperamos o elevador.

Ele franze o cenho e engole.

-Eu gosto do seu cabelo solto, mas eu prefiro que seja uma visão só pra mim. – ele fala num tom baixo e melodioso, quase soa como uma sedução. Mas na verdade é uma imposição receosa.

-Explique-se! – eu peço e o elevador chega, nós entramos e ele tecla pro térreo. Joga os ombros pra cima e eu estou o olhando, ele me olha de lado e bufa.

-Certo, eu preferiria que você usasse mais ele preso. Na empresa ou quando formos sair juntos e encontrar outras pessoas.

-Por que isso agora?

-Na verdade, eu só prefiro assim, o problema é que não podia dizer antes. – ele segura o lábio inferior e me olha especulativo.

-Bem, eu gosto do meu cabelo solto.

-Não te incomoda quando está quente?

-Costume. – ele suspira e fica calado. Nos dirigimos até seu carro e ele passa um bom tempo quieto, eu apenas o observo. Ele mudou totalmente de humor por causa de um cabelo solto. Complicado!

Me inclino e ligo o som do carro. Quero quebrar este silêncio, mal ele ouve o som se inclina e baixa o volume, é quase como se não tivesse nada tocando.

-Dor de cabeça. – ele diz seco, sem me encarar. Como eu não consigo ouvir nada prefiro desligar.

Chegamos a casa dele num tempo que pareceu uma eternidade, ele desceu do carro e veio abrir a porta pra eu sair. Nos dirigimos juntos pra entrada e encontramos Stefan e Sofia na sala, estavam vendo algo em um tablet.

-Boa noite! – Damon disse chamando a atenção dos dois.

-Elena! – Sofia disse risonha.

-Olá! – respondi. Damon passou as mãos pelo meu ombro me livrando de meu casaco e pendurou ao lado do seu na entrada. Acenou pra que eu me aproximasse do irmão e filha dele.

Eu segui pro centro da sala com Damon no meu encalço. Sofia me abraçou.

-Nunca mais tinha visto você. Seu cabelo cresceu. – sorrimos.

-Boa noite Stefan!

-Boa noite! Está linda! – ele diz simpático como sempre.

-Alaric chegou? – Damon fala mais alto que o normal e Stefan o encara.

-Está no seu escritório. – Stefan aponta.

-Eu já volto! – diz seco e vai encontrar o amigo.

-Senta Elena! – Sofia pede e eu aceito suspirando.

-O que ele tem? – Stefan aponta pro escritório.

-Nem pergunte! – falo e ficamos conversando os três. Eles estavam vendo nomes de bandas jovens pra festa da Sofia. Se passaram alguns minutos, no começo eu encarava a entrada do escritório, mas depois me distraí.

-Elena! – era Alaric. Ergui o olhar e ele veio até mim sorrindo. – Me dê um abraço! – faço isso sorrindo e ele me aperta como um urso.

-Certo, vamos jantar. – Damon fala em tom ríspido – Sofia você pode ver isto depois. – ele fala e a menina desliga o aparelho. Todos seguem pra sala de jantar, eu suponho, e quando vou começar a segui-los Damon me puxa. – Não caia no jogo do Alaric, ele adora me irritar.

-E porque ele te irritaria me dando um abraço? – pergunto séria, ele me encara perplexo.

-Não quero ver você agarrando homens na minha frente, fico imaginando o que faria por traz. – eu abro a boca incrédula e me solto.

-Está com ciúmes do Alaric?

-Você não precisava abraçar ele daquela forma, e muito menos ficar derretida com o elogio do meu irmão.

-Do Alaric e do Stefan? Sério? – ele se aproxima.

-Não estou brincando Elena. Não faça isso.

-Pois parece brincadeira pra mim. Não pode ser sério Damon. Eles são meus amigos e eu te respeito.

-Então não abrace meus amigos ou flerte com eles, muito menos meu irmão.

-Eu não flerto com ninguém. – eu paro porque estamos nos alterando. – Não precisa sentir ciúmes deles. – ele engole, eu me aproximo pra um beijo, mas ele desvia.

-Estão nos esperando. – fala me puxando pra mesa de jantar pela mão.

Chegamos na mesa e todos nos encaram. Damon puxa a cadeira pra mim e senta na ponta da mesa. O jantar é servido.

-Pai o Alaric me falou que conseguiu a permissão. – Sofia fala e eu encaro Damon. Ele está olhando Alaric.

-Semana que vem, no sábado. – Ric diz e Damon assenti.

-Vai comigo?

-Vou Sofia. Como prometi. – ela sorri.

-Stefan, você resolveu o assunto com a Krhomos?

-Resolvi sim. Irão mandar na segunda.

-Ótimo!

-Elena. Damon me contou uma coisa... – Alaric começa, chamando minha atenção. – Você é mesmo filha do Grey? – ele sorri.

-Verdade! Falou par mim também! – Stefan fala risonho.

-Não brinca! – Sofia me olha perplexa. – Grey Dogs? – Até a filha dele?

-Sim, eu sou. – digo sem jeito. – Não sabia que ele era tão popular assim.

-O que? – Stefan quase grita. – O cara é um gênio.

Alaric sorri, Stefan super empolgado. Todos estamos sorrindo menos Damon que se concentra em silêncio em sua janta. Logo todos calam.

-Que bicho te mordeu? – Alaric pergunta.

-Não falo comendo. São duas tarefas distintas e que se misturadas gera falta de educação. – seu tom é grosso.

-Nossa! Você é um péssimo anfitrião Damon. – Sofia fala e o pai inala, revirando os olhos.

-Quantas vezes vou ter que repetir pra você não me chamar assim? – o olhar dele pra filha apavora.

-Certo, vamos parar. – Stefan fala. Damon o encara furioso e todos voltam a comer.

Terminamos o jantar em silêncio. Damon dispensou a sobremesa, como sempre.

-Muito bem, eu fui convidado pra um jantar e agora quero saber o por que. – Alaric começa depois que tomamos um café. Olhando pra Damon. Eu encaro meu namorado que suspira e começa:

-Filha, Stefan, mala... – ele fala pro amigo. São tão pivetes assim? – Elena e eu... Bem... Estamos namorando.

Stefan congela e Sofia e Alaric sorriem.

-Namorando? – Stefan ofega.

-Sim. – Damon fala sério.

-Tipo namoro sério?

-Que outro tipo de namoro existe? – Damon rosna. Stefan paralisa outra vez e me encara. – Uau! Parabéns! – ele diz finalmente.

-Se prepara Elena, ele é um porre. – diz Ric e eu olho pra Damon.

-Eu sei que é. – ele abre a boca com olhos cerrados. – A maior prova é que ele está com todo este mal humor porque ele senti ciúmes de você e do Stefan, mesmo achando que você era gay. – eu digo de vez e é uma vingança divertida. Sofia gargalha olhando Alaric.

-Que tipo de idiota você é? – ele rosna pra Damon e Stefan e Sofia morrem sorrindo. Damon começa a sorrir e é muito bom ver isto finalmente.

-O que? Você nunca me mostrou uma namorada, só tirei as dúvidas com a Meredith. – ele se defende.

-Você é um palhaço! – Ric grita.

-Ué. Normal. – Damon dá de ombros.

-Claro, você só queria ser o pegador na faculdade, uma garota por semana. – uou! Coisas novas eu encaro Damon.

-Interessante. – digo e ele me olha.

-Se ferrou! – Sofia fala.

-Ei! Olha a boca! – Damon rosna. – Isso é mentira. – ele fala olhando pra Ric. – É mentira amor. – fala pra mim.

-Hum... – é coletivo, todos olhando pra Damon que corou instantaneamente.

-O quê que é? – ele tenta um tom irritado, sem sucesso.

-É mentira amor! – os três inacreditavelmente falam juntos e todos gargalhamos e é como se o clima chato de antes não tivesse existido.

-E aí está o meu amigo. – Alaric diz enfim e Damon relaxa.

-Desculpem, eu estava pensando sobre muita coisa.

-Você sempre pensa demais, pai.

-E o cabeção da família sou eu. – Stefan fala e todos voltamos a sorrir.

-Bem, eu acho que seria legal pegar um champanhe e brindar ao casal. – Sofia fala animada.

-Claro, mas você fica com o suco. – Damon diz e ela bufa cruzando os braços – Adorei a ideia. – ele fala sorrindo pra mim.

Stefan se vai e volta com a garrafa seguido pela empregada que traz taças. Todos brindamos.

-Ao casal e a paciência da Elena. – Ric propõe o brinde e Damon revira os olhos.

Estou muito feliz. E ver Damon com seu sorriso descontraído aumenta tudo isto.

Stefan é o primeiro que se vai. Sofia sobe pra dormir e Alaric sai quando saímos. Estamos voltando ao meu apartamento.

-Às sete amanhã? – Damon pergunta da porta do meu apartamento, são onze horas.

-Não vai entrar? – pergunto enquanto seguro a gola de sua camisa.

-Tenho que trabalhar. – ele franze a testa.

-Você pode trabalhar aqui, da minha cama, com meu computador...

-Muito tentador, mas...

-Então aceite. – eu interrompo o beijando calmamente. Damon agarra a minha cintura e intensifica o beijo e adentro o apartamento o trazendo comigo.

-Isso é trapaça. – ele fala assim que pode e eu dou um paço a frente o empurrando pra porta e a fecho em suas costas.

-Fica aqui. – falo manhosa o livrando de seu paletó, abrindo os primeiros botões de sua camisa, suas mãos em minha cintura. – Fica amor... – beijo seu ombro, sua respiração vacila e suas mãos apertam minha cintura, distribuo beijos descendo na linha exposta de seu peito. Ele geme roucamente.

Suas mãos sobem por minhas costas, as minhas em seu peito, ele chega em minha nuca e puxa meus cabelos.

-Meus. – ele fala com olhos inflamados, desce sua boca até a minha e beija com fúria. – Minha. – ele ofega antes de descer na linha do meu maxilar.

-Sua. – falo com olhos fechados.

-Se eu ficar aqui, não vou trabalhar. – fala enquanto beija cada centímetro de meu decote.

-Tira a noite de folga. Você é o dono. – ele sorri em meio aos meus seios, faz cócegas.

-Você é impossível – fala sorrindo ao me encarar.

Apenas puxo ele desastradamente pelo apartamento até o meu quarto, jogando-o na cama. Damon cai nela totalmente confuso, eu o encaro sorrindo.

-Alguma coisa me diz que você é do tipo que gosta de comandar. – ele fala com olhos cerrados e sorrindo torto no final.

-E...? – provoco começando a me livrar de minhas roupas.

-E... – ele começa se sentando na cama e me assistindo terminar de me despir e ficar só de roupa íntima. – Eu até gosto, mas prefiro eu mesmo comandar. – ele ainda está sentado me olhando dos pés a cabeça.

-Como na sua empresa?

-Não! – ele levanta e vem até mim, suas mãos percorrendo cada parte exposta do meu corpo, como ele pode. – Eu acredito que uma das várias satisfações do comando é proporcionar o prazer com o que é comandado e comandar uma empresa não pode ser comparado nunca a comandar a minha mulher na cama. – quando ele termina ele puxa meu queixo e me beija novamente.

Em um giro eu sinto a cama em minhas costas e então ele retira a camisa e cai sobre mim.

-Nunca vai me deixar comandar? – pergunto aproveitando o clima, regido pelo assunto.

-Oh, você vai comandar. Quando conseguir o comando. – ele fala e seu olhar é um desafio.

Sorrio e ele me segue. Oh Damon será literalmente um prazer.

Logo estamos pelados e sedentos um pelo outro, Damon se põe embaixo de mim e devidamente protegido me encaixa em seus quadris e ergue suas mãos acima de sua cabeça. Eu me inclino e o beijo, agarrando sua nuca e começo a me mover.  Estamos ofegantes. Minhas mãos se prendem as suas e descem até seu peito. Damon afunda a ainda mais a cabeça nos travesseiros e geme. Isso é o comando passando pra mim? Ele parece ouvir minha pergunta interna e me joga embaixo dele num movimento que quase não percebo e implacável me estoca forte e descontroladamente. Sem dúvidas ainda no comando de tudo. É minha vez de delirar, segurando seus braços enquanto ele geme e desce de encontro ao meu pescoço, depois meus lábios e quando se afasta está por um fio, meu corpo não aguenta mais.

-Elena... – é só o que preciso para alcançar o meu orgasmo e ouvi Damon praticamente gritar quando é vencido pelo seu. Depois apenas nossas respirações e o som de seu riso. – Eu te amo demais.

-Eu também te amo. – ele desaba e sinto todo seu peso.

Alguns minutos depois eu ofego e Damon se move, se livra do preservativo e me olha sentado na cama, estou praticamente dormindo.

-Preciso de um banho. Você vem?

-Hum... Estou com sono. – ele sorri e dá de ombros.

-Bem, se mudar de ideia... – ele fala e se move nu, indo em direção ao meu banheiro, mal posso acreditar que ele é meu.

-Damon... – eu gemo.

-O que foi? – ele resurge me encarando da porta do banheiro.

-Quero tomar banho com você.

-Então levanta, vem!

-Estou com preguiça... – falo com septuagésimas intenções e ele me encara incrédulo.

-Mas é uma aproveitadora mesmo... – ele rosna se reaproximando da cama. – Vem aqui sua preguiçosa. – fala me tirando da cama, não hesito em envolver seu pescoço e no caminho pro banheiro ele me beija repetidas vezes.

Estou feliz com o pensamento de que a noite está só começando...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos!