Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 2
Primeiro dia de trabalho


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo gente. ^^
Espero que gostem. Boa leitura!



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Estávamos sentados depois de um jantar descontraído, eu estava contando a todos sobre meu novo emprego. No restaurante onde Matt trabalhava, nosso point, ou algo assim.

-Então você conseguiu um emprego na Salvatore Tecnology? – disse Matt – E como foi? Quem você teve que subornar? Usou seu sorriso fatal? – brincava comigo.

-Oh, não fale assim. – pedi.

-Damon Salvatore é famoso por ser imprevisível. – disse Tyler como se fosse um cdf.

-Escuta Ty... Como já ouviu falar dele e eu não? – perguntei e todos sorriram.

-Eu sou fã do cara. – ele se defendeu.

-Isso explica muita coisa. – brincou Bonnie.

-Com certeza. – riu Jeremy.

-Não gente, é sério. Damon é muito importante. Eu aposto que milhões de garotas se matariam por este trabalho. – disse Tyler.

-Bem, eu não sou uma delas, não precisei me matar e nem vou. Só tive que ser franca e mostrar que não estou pra brincadeira.

-Isso aí, você tem que começar em algum lugar. – disse Bonnie. – Olha o restaurante onde o Matt trabalha. – eu sorri. – É sério, guardanapos de papel? Que é isso? – ela debochava.

-E a Bonnie, trabalha numa galeria, fazendo... – Matt cai na brincadeira. – Ah, desculpa, o que você faz mesmo lá? – ele riu.

-Hahaha, engraçadinho. – Bonnie exclama.

-Sorte minha que eu já tenho o meu emprego dos sonhos. – disse Jeremy e todos bufamos.

-Analista coorporativo? – Matt e eu falamos juntos e Bonnie olhava para o namorado incrédula, enquanto Ty gargalhava.

-Ok, estão certos é chato. – disse Jer cabisbaixo e Bonnie e eu nos compadecemos dele com um ‘own’. – É chato.

-Own amor, tudo bem respire. Vamos lá beba um pouco. Vamos beber. – disse Bonnie.

-É, vamos beber. – disse Matt.

-Vamos brindar. – eu disse.

-Aos trabalhos que pagam as contas. – Tyler falou erguendo sua taça.

-Isso! – eu disse. - Aos trabalhos que pagam as contas!

-Aos trabalhos que pagam as contas. – repetiram.

Ficamos mais um pouco até terem que fechar o restaurante e logo Matt e eu estávamos voltando pra casa.

-Ai... – eu suspirei – Precisava ver como as mulheres naquele prédio se vestem, eu não tenho roupa pra trabalhar. – Falei pra ele.

-Qual é Lena? Você vai atender telefone e buscar café. Precisa de um vestido pra isto? –perguntou me olhando.

-Eu acho que preciso. – eu disse brincalhona.

-Bom, eu já acho que você está sempre linda. – disse olhando pros pés e depois me encarou.

-Own. E eu acho que está mentindo. – Falei enroscando meus braços em seu ombro.

-Eu tive uma ideia. – falou.

-Hum. Que ideia?

-Vamos pra casa e vamos fazer uma coisa que você não vai precisar de roupa.

-Humm... Adorei.

-É?

-Humrum... – disse sorrindo pra ele, que me beijou ternamente.

E nós voltamos para casa, e foi maravilhoso, Matt sempre me faz ficar bem comigo mesma. Com ele posso ser quem eu sou.

Na manhã seguinte eu despertei com o telefone, atordoada.

-Elena, o Damon rejeitou o novo aplicativo da Samsung e transferiu a amostra de amanhã pra hoje a tarde. Precisa vir pra cá agora e traga o café dele agora.

-Agora? – Senhor... Era Caroline? Olhei pro relógio, seis da manhã. Cristo!

-Pegue uma caneta e anote: ‘Eu quero café expresso, com leite magro e sem espuma e mais três cafés sem leite e bem quentes.’ – olhei pra Matt que estava ao meu lado atordoado e sonolento. – Olha eu disse bem quente. – ela enfatiza o ‘bem’ e desliga me deixando atônita.

Saio da cama e me visto rapidamente, tentando repetir mentalmente tudo o que ela me disse sobre aplicativo, amostra e café. Voei até o escritório e no caminho ela me liga. Eu já estava bem perto do prédio.

-Onde você está? – sua voz era um rosnado.

-Eu to chegando calma! E desliguei começando a correr destrambelhada entre as pessoas e quase me queimando com o café.

Poucos minutos depois eu estava diante dela que mal me viu cruzar a porta de vidro já me atalhou.

-Ah, que amor. – ela bufou tirando o café das minhas mãos. – Escute... Este é um trabalho complicado Elena, para o qual você não serve. – eu engoli – E se você estragar tudo a minha cabeça vai rolar. Agora vai... pendura isto aí ...– falou apontando pro meu casaco – Não coloca em qualquer lugar. – ela fala e me dá as costas entrando na sala onde eu já consigo ouvir a voz dele. Bem imponente.

Coloco minhas coisas numa espécie de closet atrás de minha mesa e sento. Caroline volta rapidamente e começa a tagarelar.

-Primeira coisa Elena... – ela fala passando por minha mesa e se dirigindo a uma ‘minicozinha’ bem a minha direita. Indo se livrar da bandeja em que levou o café. – Eu e você atendemos o telefone e ele tem que ser atendido sempre que tocar. – falou se virando pra mim – Caso contrário cai na secretária eletrônica e ele fica bem nervoso. Nem posso imaginar. – Comecei a me endireitar na mesa enquanto a ouvia. – Elena! – ela chama se aproximando mais de mim – Você está colada na mesa. – ela diz com olhos arregalados, me apontando a cadeira.

-Mas e se eu... – comecei a questionar. Ela não podia estar falando sobre estar realmente colada.

-O que? – me perguntou e meu olhar era bem sugestivo. Será que nem pra ir ao banheiro? – Não. – ela disse exasperada como se tivesse ouvido minha pergunta interna. – Uma vez uma assistente se cortou com um abridor de cartas... – arregalei os olhos – e o Damon não conseguiu falar com Bill Gates antes dele embarcar num voo de dezessete horas pra Austrália. – falou vindo pra cima de mim – Agora era trabalha pra um escritor falido. – deu uma leve batida em meu ombro. Certo loirinha entendi.

-Na mesa todo o tempo. Certo! – falei sorrindo sem graça. Que terror!

Ela vai pra sua mesa e o telefone toca, ela atende quase imediatamente e eu fico observando como ela faz isto. Tentando aprender. Depois de encerrar a ligação ela continua com a jogada de informações.

-Escuta, você e eu temos tarefas diferentes. – disse se erguendo de novo. Nossa! Ela não para? – Você pega o café. – bufou esnobe com um risinho irritante. Argh! – Eu sou responsável pela agenda e compromissos dele e alguns gastos também. – eu sorri sem graça quando ela vira e me olha. – E o mais importante. Eu vou a pra Paris com ele em dezembro. É uma reunião beneficente onde ele encontra e chama seus amigos mais próximos e bem, haverá estilistas, cientistas, todas as espécies de empresários de todos os ramos e eu estarei usando alta costura, estarei participando das conferências e festas. Ai! É um sonho. – falou vindo pra cima de mim, radiante, sorrindo. Sério, ela tem problemas. O que isso tem de tão grande assim? – Bem, agora você fica aí. – ela muda totalmente o humor e o tom. – Eu vou até o setor de criação levar os protótipos. – disse pegando de cima da sua mesa várias pastas e uma pequena caixa.

-Protótipos? – perguntei atordoada.

-Isso! – ela disse. – Todos os cientistas e inventores da Salvatores estão diariamente entregando ao Damon seus trabalhos e ele recebe todos e leva pra casa onde faz testes e depois devolve todos eles com sua opinião e anotações. – assenti entendendo. Nossa! Ele deve ser muito inteligente. Eu acho. – Agora, a segunda assistente, você – ela fala – é quem entrega estas pastas na casa dele. Só que Damon é muito reservado e não gosta de estranhos bisbilhotando a casa dele, - nossa! – então até ter certeza que você não é uma maluca, espiã ou algo do tipo, eu cuido dos protótipos.- e foi saindo e o telefone toca. Oh droga... O que?

-Caroline... – eu chamo.

-Se vira! – ela grita de longe.

Respiro fundo. Vamos lá Elena. Não deve ser tão difícil assim.

-Escritório do senhor Salvatore... – uma voz irritante de mulher me corrigiu. ‘Damon Salvatore.’ Ela disse. Foi o que a loira disse quando atendeu também. Que frescura! – Foi o que eu quis dizer. – falei. Ela me perguntou se ele estava e eu afirmei que sim, mas em reunião, ela me pediu para dizer que ela ligou e me disse seu sobrenome Star. Bem esquisito na verdade. Desligou logo em seguida quase na minha cara. E então o homem de olhos verdes e simpático vem até mim com um pacote.

-Acho que vão te servir. – ele diz. Eu o olho confusa e abro o pacote dando de cara com um par de sapatos Chanel. Uow! São bonitos, mas pra que isso?

-Obrigado, mas... Eu... não vou usar isto. – falei rindo esnobe – Damon me contratou. Ele sabe como eu me visto. – ele bufou e sorriu me olhando sugestivo depois de se inclina na mesa diante de mim e... Uau! Que olhos!

-Você sabe? – perguntou esnobe. Qual o problema das pessoas desse lugar afinal? Estendi o pacote pra ele, que me ignorou totalmente analisando alguns papeis diante dele em minha mesa. Bufei vencida e coloquei o pacote no chão ao meu lado.

-Caroline! – era a voz de Damon, gritando de dentro da sala, ainda em reunião. – Caroline! – gritou de novo e eu olhei ao redor, checando se ela estaria de volta e nada.

-É com você. – o outro me disse. Eu pulei da cadeira e entrei na sala.

-Ah, você está ai Caroline, quantas vezes tenho que gritar seu nome? – me perguntou olhando firme e maldição! Eu acho que não pude olhar pra ele direito ontem. Lindo é apelido.

-Na verdade é Lena. – eu corrigi e ele estreitou os olhos. – Elena, mas todos me chamam de Lena então... – ele bufou uma risada e as pessoas atrás dele me olhavam perplexas. O que eu fiz? Não me chamo Caroline.

-Eu preciso de alguns aparelhos celulares da Samsung. – ele disse num tom mais sério.

-Que tipo de aparelhos? – ele revira os olhos.

-Por favor, - sua voz é sombria e Deus! Arrepiou-me. – Não me incomode com suas perguntas. – engoli. – Preciso que marque uma amostra no píer 23 as oito pra mim amanhã. E lembre ao Marcos que preciso de alguns players que o Carl está desenvolvendo. E diga a Jason, que fique com Jacky se Jensen não puder. O Saltzman confirmou? – socorro!

-Sal... saltz...

-Saltzman. – ele repetiu me fazendo sentir uma demente estúpida. – Ligue pra ele agora.

-Certo... – me virei rapidamente pra saída, antes que tudo saísse de minha mente. Já não saiu?

-E Caroline... – ele falou e eu me virei automaticamente. Ele nada disse só foi me olhando da cabeça aos pés, olhos bem sugestivos, parando em minhas botas rasteiras e fazendo uma carranca. Olhou-me em seguida como uma águia e disparou seu bordão. – É só isso. – se virou e eu imediatamente entendi. Ele realmente gosta de funcionários bem vestidos e que usam Chanel, eu realmente não tenho dinheiro ou guarda roupa pra isto. – eu saí de lá correndo pra minha mesa, ainda ouvindo sua voz tagarelar com o resto das pessoas na sala. Fui direto pra bolsa, me livrei das botas e coloquei os sapatos que recebi dos ‘olhos verdes’.

-Conseguiu o Saltzman? – era ele outra vez. Cristo!

Caroline chegou nesta mesma hora e foi a primeira vez que fiquei feliz em vê-la.

-Deixa... – ela rosnou e pegou o telefone discando o número, eu fiquei tentando absorver todas as coisas que Damon me disse, estava difícil. – Estou com o Alaric. – disse Caroline e começou a se mover.

-Espera! – eu pedi. – Escuta ele me chamou lá e falou alguma coisa sobre o píer 23, eu acho que é isso- ela fechou os olhos, inalou e cruzou os braços, me olhando atenta – e falou algo sobre Jacky e Jason e precisa de celulares da Samsung. – ela morde o lábio como uma espécie de concentração – E falou alguma coisa sobre players.

-Ele disse que aparelhos?

-Não, - quase me exasperei.

-Cor, modelo? Alguma coisa?

-Não! Eu tentei perguntar...

-Nunca. – ela me interrompeu – Nunca pergunte nada pra o Damon. – ela disse e era sério. O que é isso? Credo! – Certo. Eu vou cuidar do resto e você vai pra Samsung. – falou se virando pra ir sentar em sua mesa, toda graciosa.

-Eu? – engasguei.

-É. Você. A menos que você tenha que ir a alguma reunião sobre como resgatar minha autoestima que eu não saiba. Haha! – sério, ela me irritava.

Eu saí logo em seguida e no caminho pra Samsung meu celular tocou. Ah! Tem meu novo celular. Última geração. Também recebi um cartão de crédito bem recheado, que eu deveria usar pra roupas e acessórios. Eu acho que nunca iria tocar nele. Quer dizer... Não tenho que mudar todo o meu estilo de vida por conta de um emprego. E eu gosto do meu Jeans. Eu olho pra tela e era Damon.

-Damon. – atendi. E isso me parecia tão pessoal pra se tratar um chefe, mas ele preferia.

-Já chegou? – sua voz ainda mais grave e imponente por telefone.

-Eu estou quase, eu... – e ouvi o som do fim da ligação. Desligou na minha cara o ogro.

Logo o celular toca de novo e é da empresa.

-Alô! – atendo.

-O Damon quer que você vá até a casa do Carl Johnson e pegue alguns projetos que ele irá te entregar.

-Certo.

-A Sofia esqueceu a lição na casa da madrasta, vai buscar. – quem diabos é Sofia? – E o Damon saiu pra se encontrar com o Alaric e vai querer mais café quando voltar.

-Você pode repetir... – eu pedi enfim alcançando meu bloco de anotações enquanto andava e falava ao telefone, mas era tarde, ela havia desligado. Que droga!

Fiz tudo o que eles me pediram e até que as pessoas com quem tive que falar foram legais. Eu já estava achando que ninguém neste ramo era. Então talvez fosse só ele e sua gangue de submissos. Deixei por último ir pegar a lição da tal de Sofia. Estava com o motorista de Damon e ele sabia para onde ir. Acabou que fui parar na casa da tal senhora Star, de hoje cedo, e parece que descobri qual era seu assunto com ele. Sofia era a filha de Damon e a tal de Andie sua ex mulher. Eu sabia que ele era casado com uma tal de Rebekah atualmente. O que me chocou foi a idade da filha dele, 14 anos. Ele não é muito jovem pra ter uma filha dessa idade? Quantos anos ele tem afinal? Finalmente voltei a empresa e Caroline veio pra cima de mim como um vulcão se queixando que não havia saído de lá desde que eu saí e realmente era muito tempo. Ela falou que precisava urgentemente ir ao banheiro e não o fez desde que me fui. Ela levava a sério o termo ‘colada na cadeira’. Uau!

Do nada Damon surge diante de nós atravessando no meio das duas mesas, totalmente antipático, joga em cima da minha o seu sobre tudo e nada fala. Só entra na sua sala. Aff!

-Pendure isso Elena. – diz Caroline. – Logo!

E assim eu fiz.

-Se prepare... – ela disse – a apresentação é as duas e meia e está todo mundo maluco. – a o que? – Então o telefone não vai parar de tocar.

-A apresentação... – falei sugerindo que nada entendi. Ela revira os olhos e vai guardando os aparelhos que trouxe em um armário, eu acho.

-A apresentação Elena. –ela falou bufando. – Os inventores vão mostrar suas novas ideias para o novo modelo que ele criou. Um novo iphone. Toda semana, a cada novo lançamento acontece uma apresentação referente às novas criações da Salvatore. Seja em celulares, dispositivos para carro, programas de empresas, enfim. O Damon assiste a todos e dá a sua opinião. Apresentações são importantes. Deus! Deveria saber disto Elena.

Suspirei. Quanta coisa!

-Agora eu vou almoçar. Tenho vinte minutos de almoço e você quinze. Eu volto, você vai.

-Certo. – e ela se foi. Eu levei o café que ela pediu para a sala dele.

Damon estava de costas quando eu entrei, ele virou imediatamente e levantou pegando o café de minhas mãos e saindo da sala, ele estava ao celular. Sumiu pelos corredores e eu fiquei sozinha. Grosso!

Fiquei bisbilhotando um pouco. Na tela do computador da sala dele havia uma foto com ele e uma garota muito linda. Pela idade que aparentava deduzi que fosse a filha. Ela tinha os olhos dele e um cabelo ruivo lindo de morrer. Havia um porta-retratos com uma foto dele e uma mulher. Nossa! Ela era linda. De verdade. Nas duas ele estava bem sério. Ele era sempre assim? A todo tempo?

-Você é curiosa! – eu me virei gelada para a entrada e dei de cara com os ‘olhos verdes’. Ele sorriu da minha expressão de pânico. – Sou Stefan Salvatore. – o que? Outro Salvatore? – Irmão de Damon. – ele completou. – Vejo que acertei seu número. – ele disse apontando pros sapatos em meu pé.

-Oh sim. – falei meio sem jeito. Uou! Ela era um dos donos e era mais sociável que o irmão. – Obrigado! – exclamei. – Elena. Gilbert. É um prazer.

-Rebekah, a esposa dele. – falou apontando pro porta-retratos na mesa. – A outra é...

-A filha. Sofia. – falei.

-Isso. – sorriu.

Eu estava curiosa agora e ele parecia disposto a conversar.

-Conheci a senhora Star hoje. – eu falei.

-Oh! Andie. – ele disse meio alheio. – A ex esposa. – falou naturalmente.  – Longa história. – sorriu. –Meu irmão não é muito bom em relacionamentos eu acho. – isso ele não precisava dizer.

-Entendo... – falei risonha e ele olhou pros pés... Sem jeito? Como podem serem irmãos e serem tão diferentes? – Vocês comandam juntos a empresa? – ele franze o cenho.

-O Damon é o presidente. Ele administra as minhas ações. – hein? E quantos anos ele tem? 6?

-Porque? – perguntei de supetão.

-Digamos que a Salvatore nem sempre foi esse império. Damon teve que vender grande parte das ações pra levantar a companhia. Eu cedi a ele de bom grado as minhas, lhe passando a minha autoridade para que mais ninguém pudesse assumir a presidência. Juntas, nossas ações representam mais de sessenta por cento, no entanto se estivessem divididas o nosso sócio mais insuportável assumiria a presidência. E bem, a Salvatore tem que ter um Salvatore a frente. – Uou! Novas informações.

-O Damon é este Salvatore? – perguntei meio sugestiva e ele sorriu entendendo tudo.

-Ouça Elena. Damon é a pessoa mais indicada para este cargo. Ele salvou a empresa com suas criações que atraíram novos clientes. Ele pode ser uma pessoa prepotente, mas no ramo onde ele trabalha isso se chama sobrevivência. Você se acostuma. Eu devo muito a ele. – ok entendi! Você é fã do seu irmão maravilha.

Certamente era um ramo de leões e grandes competições, mas ele era apenas grosso e arrogante. Afinal Stefan era diferente e trabalhava no mesmo ramo. Quando Caroline voltou fomos almoçar juntos. Stefan e eu. Ao nos ver conversando ela me olhou como se quisesse que eu derretesse. Eu sorri por dentro. Acho que era algo desagradável pra ela e me senti vingada.

-Me fale de você. – ele disse enquanto colocávamos o nosso almoço.

-Bem, eu moro em Nova York a dois anos. Com meu namorado, Matt. – ele me olho risonho.

-Humm. – eu continuo.

-Meus pais são do interior. Temos uma fazenda lá. Eu vim pra esta cidade pra fugir dessa vida no campo. Eu queria agitação. – ele sorriu.

-Bem, sempre ouvi dizer que deveríamos ter cuidado com o que desejamos. Acho que você tem agitação o suficiente agora. – eu sorri. E como tinha! O celular dele toca, ele atende e responde rapidamente desligando e se voltando pra mim. –Temos que ir. – o que? Nem comemos.

-Mas... – ele interrompe se livrando de sua bandeja e da minha também. Droga! Estou com fome.

-Damon adiantou a apresentação em meia hora. – olhei no meu relógio, são apenas uma da tarde. Não seria de duas e meia? – E ele sempre está quinze minutos adiantado.

-E o que significa? –perguntei.

-Já está atrasada Elena. – ele falou e me puxou com ele, direto pro elevador.

Enquanto subíamos o elevador se deteve em um homem muito garboso e também jovem entrou. Eu sempre imaginei para este tipo de empresariado senhores de idade e cabelos brancos, mas definitivamente os empresários da Salvatore não eram assim.

-Olá Stefan. – ele disse após a porta fechar.

-Mikaelson. – Stefan disse.

-Eu soube que o Damon recusou o novo aplicativo da Samsung. -Stefan afirma. – O que isto irá nos custar?

-Um contrato de 2 bilhões de dólares. – meus olhos arregalam para Stefan. Como é?

-Deveria ser um projeto patético. – falou o outro naturalmente e Stefan sorriu.

-Sim era. –disse.

E então os olhos claros do homem se voltam pra mim.

-E você é...?

-Ah perdão... – diz Stefan. – Esta é Elena, nova assistente de Damon. – ele aperta a minha mão e me olha dos pés a cabeça.

-Ora, meus parabéns. – o elevador para e ele vai até a saída. – Milhões de garotas se matariam por este emprego. – diz e pisca pra mim saindo em seguida. Dou uma risada sem jeito e olho pra Stefan.

-Klaus Mikaelson. O sócio mala que eu e meu irmão odiamos. – ele explicou – O irmão dele é Elijah Mikaelson, dono de nossa maior concorrente de mercado. A Krhonos. Damon diz que Klaus quer estar a frente da Salvatore simplesmente pra entrar numa briga de galo com o irmão. Que ele não está nem aí pra história ou nome da empresa. Ele diz que ele certamente trocaria pra Klauslândia assim que pudesse. – eu sorri. Fiquei imaginando o chato arrogante fazendo este tipo de piada. Algo impossível.

Chagamos no em um andar diferente, entramos numa sala totalmente escura e Stefan me guiou até o lugar onde eu deveria ficar e foi para o seu. Caroline me fitando atenta e especulativa. Stefan sentou ao lado do irmão que rapidamente começou a falar algo em seu ouvido enquanto um homem apresentava para nós um novo aplicativo de celular.

-Não. – Damon disse. Outra ideia apresentada e de novo um ‘não’ e outro, parecia que ele não tinha outra palavra em seu vocabulário, sempre o não e ninguém sequer tentava debater, recorrer. Tudo era imediatamente descartado.

-Estávamos pensando em algo diferente Damon,- uma mulher disse. – Estivemos pensando num jogo diferente, onde o jogador pudesse interagir mais diretamente nas regras, sendo dinâmico e espontâneo, como se tudo mudasse após sua decisão. Que fosse feitas considerações diversas e várias possibilidades. – Damon ficou calado dessa vez. Pareceu gostar da ideia. A mulher continuou. – Pensamos em um jogo onde você escolhe e programa absolutamente tudo. Uma espécie de jogo de gato e rato. Onde você é um serial killer e tem que se manter no anonimato. E faz de tudo pra isto. Esconde pistas da polícia e o melhor. O jogador padrão está sempre envolvido em alguma área policial. Diretamente ligado. – Certo. Aquilo era patético. Quem em sã consciência iria querer jogar isso. Eu sorri e minha risada saiu mais alta do que pensei. Todos me olharam e Damon girou a cadeira e ficou de frente pra mim. Oh droga!

-Qual é a graça? – ele me perguntou meio aborrecido.

Respire Elena.

-Nada, eu... Eu apenas acho que não jogaria isso, nem conheço alguém que o faria.

-Isso?! – ele disse meio... ofendido? – Certo, vamos lá... – ele diz – Você olha pras pessoas nesta sala e esnoba todo o trabalho delas porque acha que nada disso tem haver com você, ou com qualquer outra pessoa lá fora, quando na verdade você ignora o fato de que, foi das mãos destas mesmas pessoas que foram desenvolvidas muitas das maiores invenções atuais em tecnologia, como o GPS, a tecnologia 3g, a internet banda larga em celulares dentre muitas outras coisas. – todos estavam me olhando agora. – Você, digamos vai numa loja e escolhe um celular básico, sem muitos aplicativos, que te sirva só para ligação, como certamente era o seu antigo, porque está tentando dizer ao mundo que se leva a sério demais para querer se encher de coisas desnecessárias. Você deve ser muito auto suficiente.  Ou então você vai no nosso departamento de produtos e escolhe tipo este celular da geração passava. – apontou pro eu novo celular. Geração passada? Era quase uma máquina. Como seria o dele então? - E é muito ridículo como você esnoba tudo isso e acha que não tem nada haver com você quando na verdade está utilizando um aparelho desenvolvido pelas pessoas desta sala, especialmente pra você. De um monte de outros. – e simplesmente se vira me deixando atordoada. Precisava de tudo isto? Caroline me olha com desaprovação. Logo depois ele sinaliza e a mulher segue falando até que termina e ele se vira pro irmão. – O que achou? – Stefan acena com a cabeça.

-Podemos usar. – ele diz.

-Também acho. – fala Damon e se levanta. – Bem senhorita Smith. Ficamos com o seu. – A mulher praticamente pula.

Certo, isto foi bem chocante. Todo o dia foi demais. Pesado e cansativo e eu só queria estar em casa. Quando o final do dia chegou eu estava exausta. Fui direto pra casa. Matt chegou logo em seguida e começou a preparar o jantar. Eu fui pro banho e na volta comecei a comentar com ele sobre tudo.

-...Daí eu falei que nunca iria jogar algo tão patético e você precisava ver como ele me olhou. Sério parecia que a pele dele ia derreter. – Matt sorri. – Não tem graça. – bufei- Sério, ele não está feliz até que todo mundo a volta dele esteja desesperado, correndo e totalmente descontrolado com o estresse e as clacks adoram ele. – Matt me olha confuso, parando o que fazia.

-As o que?

-As clacks. É como chamam as mulheres no prédio. Quando elas correm por conta dele, os saltos ficam fazendo este som no mármore. Clack, clack, clack, clack. – eu mostrei fazendo gestos com as mãos e ele sorriu novamente. – E eles agem como se estivessem fazendo algo realmente grande. Tipo a cura do câncer. A quantidade de tempo e energia que todos lá gastam para desenvolver novas tecnologias e pra que? Pra na manha seguinte perderem um contrato de 2 bilhões de dólares sobre algo que já estava bom e terem que voltar a fazer as mesmas coisas. Pra dar pras pessoas coisas que elas não precisam. Tipo jogos idiotas de serials killers. Argh! – grunhi agarrando uma taça de vinho que Matt me passou. Ele me apontou a mesa para que eu sentasse para jantar. Ele preparou espaguete. – Eu acho que eu não to mais com fome. – eu falei.

-O que? – ele me perguntou.

-É por isso que elas são tão magras. – eu disse me afastando da mesa e Matt me puxou de volta.

-Uou, uou, não mocinha. Sente aqui e coma. – me pôs na cadeira. – Você não pode parar de comer.

Eu suspirei e ele me serviu.

-Quer saber... Eu tenho que aguentar pelo menos um ano. Só um ano. E aí eu começo a procurar outra coisa. Mas eu não posso deixar o Damon me estressar. Não posso.

-Então se segura firme. – Matt falou e começamos a jantar. Eu não ia desistir fácil, se era o que ele queria. Damon Salvatore, você não vai conseguir o que quer de mim. Não vou desistir.


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Notas finais do capítulo

Beijos!