Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 11
Paris


Notas iniciais do capítulo

Ayanne,me senti envaidecida por merecer sua primeira recomendação aqui no nyah... ^^ Muito obrigada por apreciar minhas histórias...
Dividi o capítulo em duas partes, pois ficou realmente bem grande pra revisar, amanhã posto a segunda.
Boa leitura!!!



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Matt decidiu passar uns dias no apartamento de Tyler, antes de minha viagem. Bonnie estava ficando comigo desde então. Eu ainda iria conversar com Matt. Eu achava muito injusto, anos de relacionamento e cumplicidade serem jogados fora por conta de um mal entendido, pois era isto, um grande mal entendido. E Matt sempre me entendeu mais que ninguém.

Eu iria viajar no sábado. Stefan e Caroline viajaram na quarta. Estávamos numa sexta-feira. Damon havia ficado na Salvatore para resolver os assuntos das diretorias, estavam para ser nomeados novos nomes. Iríamos viajar Klaus, suas assistentes, Damon e eu.

-Damon. – eu falo entrando em sua sala, ele sinaliza para que eu entre. – Sofia está ligando sobre a autorização para a semana na casa da avó. – Sofia chamava Andie de mãe e sua mãe de avó. A mãe de Damon não era viva.

-Você confirmou todas as passagens e despesas dela?

-Sim. Está tudo pronto.

-Excelente. Mande tudo pra ela. E peça para ela me ligar assim que chegar e quero falar com Andie também, precisamos combinar algumas coisas.

-Certo, eu mudei as passagens de Rebekah como me pediu. Ela chegará no dia do almoço da Salvatore, já combinei com o motorista para pegá-la.

-Certo. Eu irei a uma reunião com Klaus e quando você terminar de resolver as coisas com minha filha pode ir pra casa.

-Tudo bem, mais alguma coisa?

-Não Elena. É só isso. – eu dou meia volta para a saída. – Elena... – eu me volto. – Lembre-se de confirmar a mesa do Alaric no...

-Já fiz isto, está tudo certo. – ele sorri.

-Tudo bem então. – ele está de volta ao seu trabalho e eu saio. Depois de terminar minhas tarefas, vou pra casa me preparar para a viagem.

-Você está bem dividida não é? – Bonnie pergunta enquanto estamos deitadas no sofá vendo TV juntas.

-Eu escuto sobre esta viagem desde que entrei na empresa. Caroline fazia parecer maravilhosa e eu a invejei por vezes, pois sabia que ela iria e eu não. Talvez em mais um ano ou dois, mas quando Damon me chamou eu...

-Você se envaideceu.

-Exato. Bonn, eu fiz por merecer. Queria que Matt enxergasse assim, mas...

-Elena, ele enxerga, mas enxerga também o quanto este emprego te mudou. Você sabe que ele só não fala das roupas. É sobre quem você é ou era. Os lugares que você tem frequentado e as pessoas que você tem conhecido, estão te influenciando, você está se identificando mais e é como se você estivesse  se descobrindo e a antiga Elena fosse alguém que apenas não tinha se revelado ainda. Ele achou que conhecia a verdadeira. Mas você é muito mais ambiciosa agora e as diferenças ficaram maiores entre vocês. Isso ele não supera, eu acho.

Eu paro pra pensar um tempo, mas eu não mudei tanto assim, eu tenho que aprender algo. É uma nova experiência, eu estou enriquecendo, eu posso evoluir cada vez mais, ser bem sucedida é o que sempre quis e ele sabia disso.

-Eu achei que ele me entenderia. É importante pra mim. Ele deveria sentir orgulho.

-E ele sente. Mas ele apenas não queria ver você mudar sua essência.

-Eu não mudei, sou a mesma. – ela silencia e não voltamos a falar mais sobre.

Na manhã seguinte eu estou no aeroporto a espera de Damon. Não demora muito depois que eu chego e estou diante de Klaus Mikaelson. Eu realmente não simpatizo com ele. Ele é esnobe e eu sei que há entre ele e suas assistentes algo a mais que relação profissional e me enojo com isso. Não esqueço a cena com a funcionária de limpeza na Salvatore. Neste ponto admiro ainda mais meu chefe, pois certamente Damon Salvatore sabe diferenciar bem suas relações, e muito bem.

-Senhorita Gilbert. Adorável como sempre. – diz e se inclina pra beijar minha mão.

-Senhor Mikaelson.

-Vejo que caiu nas graças do meu irmão. – hein??? – Cuidado bela jovem. Elijah não costuma perder. Exceto para Damon, nos negócios, mas em resumo, ele sempre tem o que quer. – ele pisca e estou perdida. Agradeço ao ver meu chefe se aproximar de nós.

-Klaus.- ele cumprimenta.

-Damon. – eles são frios e bem práticos. – Irá marcar outra reunião na volta? – o tom de Klaus é esnobe e Damon força seu melhor sorriso.

-Tenho algo a tratar com você, mas não agora. – ele me olha. – Devemos comer antes do voo. É quase hora do almoço. – eu estou um pouco atordoada. Eu nunca comi com ele.

-Claro. – sei exatamente o que Damon gosta ou não gosta. Ele é muito seleto com comidas, por seus hábitos alimentares e recomendações médicas. É como se cada assistente sua fosse como sua mulher e como Caroline diz, sabemos até mais que a mesma.

-Temos alguns minutos, certo? – pergunta sério.

-Sim. – eu afirmo.

-Vamos então. Com licença. – ele diz a Klaus e estamos indo em direção aos elevadores até o setor de alimentação do aeroporto.

É incrível andar com Damon, olhares são como uma chuva forte em nossa direção. De homens e mulheres – mais das mulheres -, ele é realmente um homem muito bonito. O mais bonito que já vi. Sua beleza é uma arma: Ao mesmo tempo que é atraente distrai de seus inúmeros defeitos e até os suaviza.

Estamos no restaurante e o garçom vem até nós, Damon está no celular. Ele nunca para, eu faço o pedido, sei do que ele gosta e o que vou pedir.

-Bebida? – o garçom pergunta, tive um tempo para aprender sobre vinhos. Para o meu trabalho. Eu tive que aprender sobre muitas coisas fúteis que meu chefe gosta e outras nem tanto, mas que eu realmente considerava desnecessárias ou cultura inútil. Tive tempo para reconsiderar.

Faço o pedido de um vinho e ao terminar noto que meu chefe está me olhando, eu encontro seu olhar. É intenso.

-Você irá aprender muito nesta viagem. Eu andei olhando seu curriculum outra vez. Você lida bem com o executivo. – ele me surpreende, como tem feito nos últimos dias, sendo bem mais gentil. Desde a festa da Salvatore.

-Eu trabalhei em algumas diretorias executivas. – ele está me especulando com o olhar e de alguma forma estou inquieta. Damon é muito intrigante, misterioso, lindo... Foco Elena!

-Creio que não sou só eu que percebe suas qualidades Elena. – qualidades? Estou pálida, eu acho. – Elijah tem demonstrado um interesse específico com você. – como é?

-Não... Eu não entendo. – estou com voz assustada, ele sorri e baixa a cabeça e depois ergue as vistas novamente.

-Elijah tem a mania de almejar o que é meu. – sua voz está grave e um tanto dura, respire Elena. O que é dele? É sobre mim que ele fala? – Obviamente ele está em busca de uma nova assistente, ou até algo mais, mas não é como se você fosse aceitar, certo? – ele está me perguntando? E o que é isso em seu tom? Medo...? Céus, o que ele tem? – Ele pode ser... – ele hesita quando não respondo, a questão é que estou muito chocada pra fazer. O que é meu??? Sério? Sou dele? – Bem, ele sabe ser persuasivo. – ele está me olhando, fundo.

-Tenho um contrato com você Damon. Costumo cumprir meus contratos. – eu falo quando aterrisso ainda desnorteada pela conversa. Estou desviando do seu olhar, pois não confiaria mais em mim se o mantivesse.

-Um ano. – ele fala quase em suspiro. – Você deve estar contando... Já se foram sete meses. – ele diz e a voz fica dura de repente. Oh, mais de sua instabilidade.

-Contratos podem ser renovados. Mas isto não dependeria de mim. – eu o olho de canto. Tive mesmo coragem de dizer isto? Ele está confuso me olhando e eu agradeço por ver o garçom voltar com o vinho. Estou salva por hora. Ele nos serve e logo se vai. Estamos em silêncio.

-Não tenho visto tantas novidades sobre a festa de Sofia. – Nossa! É uma mudança brusca de assunto.

-Ela não tem precisado mais de mim. Acredito que a senhora Star está fazendo um bom trabalho.

-Possivelmente. – sua voz é calma e nostálgica.

Não conversamos mais. Logo estamos embarcando. A cadeira de Damon é ao lado da minha. Uma exigência dele, certamente não iria querer nenhum estranho conversador ao seu lado, ou até mesmo Klaus. Eu seria mais apropriada, pois sei como ele gosta de viajar. É o único lugar onde acho que ele realmente descansa. No ar, sem celular. Por um par de horas. Ele está quieto e parece sereno. Encosta sua cabeça na poltrona e relaxa, eu estou tensa. Nem sei bem o porque. Sempre o tenho cada vez mais perto, e agora ele parece estar mais aberto. Eu começo a pensar que sua prepotência e arrogância é tipo um estilo de defesa. “Eu te darei o meu pior, se você o suportar então deve merecer o meu melhor.” É uma provação severa, mas creio que a recompensa deve ser boa. Ele me parece tão... Para de pensar Elena.

- Seria bom tentar dormir. Há uma consideração a ser feita em relação ao fuso. Talvez você estranhe e quero você desperta. – ele fala de olhos fechados. Eu o olho e ele vira o rosto encontrando meu olhar. Estou desarmada e exposta. Oh Deus! Como pode ser tão lindo? – Ainda tem medo de mim? – ele franze a testa, mas o tom é divertido. E acho que estou de boca aberta.

-Acho que é algo permanente. – estou corada eu sei, por isso baixo o olhar. Escuto seu riso.

-Você faz bem. – eu o olho e ele está encarando a frente com um riso torto. Uau! Ficamos em silêncio desde então e não sei quanto tempo passei o olhando depois que dormiu. Ou quanto tempo eu dormi. Somos despertados pelo comandante. Que nos pede para por o cinto. Estamos calados.

O silêncio é mantido, estamos seguindo para o hotel, eu nunca estive em Paris antes. Na verdade nunca estive fora dos Estados Unidos pra ser exata. A cidade é simplesmente maravilhosa. Damon está ao meu lado no carro, totalmente alheio, checando e-mails e seu celular. Chegamos na porta do Hotel e somos prontamente recepcionados. O lugar é incrível, de arquitetura única. É como estar eu outra época, eu me sinto tão bem. É tudo tão absurdamente sofisticado. Somos encaminhados aos nossos quartos e Damon acena pra mim com seu relógio de pulso. Temos um evento de apresentação em uma hora. Ele segue com um dos sócios.  Estou sendo guiada pelos corredores e enfim chegamos ao meu quarto. Eu olho ao redor incrédula. É enorme, tem uma sala com sofá e uma TV. Uma visão linda das luzes da cidade, uma varanda enorme, eu avisto a cama ao longe, é impecável o banheiro é esplêndido. Aquele quarto é maior que meu apartamento, com certeza. Deve ter algo errado.

-Je suis désolé, Il doit y avoir une erreur, est La suíte pour vous Damon Salvatore. – o carregador nega com a cabeça sorrindo.

-Il n’ya pás de Mlle tromper, avez-vous Salvatore Assis dans votre chambre. – estou atordoada, o lugar é muito luxuoso, sou apenas uma assistente.

-C’est ma chambre? – pergunto encantada. Ele apenas assenti sorrindo e então o agradeço. – Merci. – ele se inclina sorridente e se vai. Estou em êxtase. O quarto é maravilhoso.

Ligo pra minha mãe e Bonnie, elas já ficam maravilhadas com minhas primeiras descrições e querem fotos, muitas delas. Eu tenho que prometer. Depois estou me arrumando para encontrar com Damon na recepção e alguém bate a porta de meu quarto. É Caroline.

-Você tá linda Elena. – ela fala antes de me abraçar como uma ursa. Está radiante e muito linda. – É maravilhoso não?

-É tudo muito lindo.

-Gostou do seu quarto?

-Você ainda me pergunta? – ela senta sorrindo.

-Tenho novidades. – eu a olho e sento ao seu lado. – Eu não sei se você vai achar bom ou ruim, mas... – ela está sendo misteriosa. – Bem, Stefan me convidou pra trabalhar com ele na filial de Los Angeles. Ao que parece Damon o nomeará como o novo presidente de lá. E eu vou ser sua assessora. – ela estava realmente radiante.

-Nossa! Caroline... – espera. – O Damon sabe que ele...

-Oh! Por favor, sabe. – eu alivio. –Foi Damon que me contratou e deu carta branca pro irmão escolher uma assistente e bem... Esta sou eu.

-Você está feliz? – ela me olha como se fosse uma pergunta estúpida. Mas eu achei que ela amasse o que fazia.

-Olha eu amo trabalhar na Salvatore. Admiro o estilo do Damon, mas acho muito melhor trabalhar com seu irmão. – ela sorri assim como eu. – Damon é difícil.

-Que ótimo. Boa sorte! – ela sorri e pula do sofá.

-Agora vamos, temos uma noite com os bambambans da tecnologia mundial.

Termino de me arrumar e descemos. Estou vestindo um Dior, achei adequado para a ocasião. Ele é discreto, sério e muito elegante. É meu estilo. Saltos confortáveis e cabelos soltos. Ousei um pouco na maquiagem, e coloquei um belo anel, Armani. Ele é lindo.

Chegamos ao Hall e Damon, assim como Stefan e alguns de seus sócios – incluindo o Klaus – estão a nossa espera.

-Elena. – diz Stefan para mim sorrindo.

-Boa noite! – eu respondo e todos respondem.

-Vamos Caroline? – Stefan fala e oferece o braço a Caroline que infla o peito em resposta e sorri pra mim enquanto caminha pra ele radiante. Klaus e os demais o seguem e Damon se volta pra mim após parar de conversar com um senhor perto de nós.

-Vamos? –ele fala e repete o gesto do irmão e eu estou paralisada. Ele está me oferecendo o braço. Como demoro a mostrar reação ele rosna. – Senhorita Gilbert, está com algum problema auditivo? – e eu acordo, porque ele nunca me chamou assim. Eu aceno negativamente, limpando minha mente e entrelaço meu braço ao seu. Nunca estivemos tão próximos. Ele é forte. Meu Deus, que perfume.

Damon me guia até a saída, entramos no carro e nos dirigimos para o salão. Na chegada Damon desce e outra vez me oferece o braço. Entramos juntos e nos juntamos aos demais. Logo estamos cercados de fotógrafos, eu nunca vou me acostumar a isto, me sinto tonta toda vez. Damon ainda tem o braço entrelaçado ao meu. Estou um tanto atordoada, ele traz sua mão até a minha, que está presa ao seu cotovelo esquerdo, ele a aperta e sussurra ao meu ouvido.

-O que você tem? – eu me arrepio, pois seu sopro perto de minha nuca é algo novo e paralisante.

-Eu... – que droga Elena, está sendo patética. – Não gosto dos flashes. – ele gira e está diante de mim.

-Fique atrás de mim então. Tente não cair, sinto que fará isto a qualquer momento. – é como uma advertência e ele está sério. Faço o que ele pede e agora estamos rodando pelo salão, conversando com muitas pessoas. Damon dá entrevistas e revê amigos e eu estou bem atrás dele. Procuro Caroline e ela não está longe de nós. Está de braços com Stefan, perto deles Klaus.

-Quero te apresentar uma pessoa, venha. – Damon diz e eu o sigo. Eu avisto ao longe. Eu tremo com o que vejo. É sério? O homem acena pro meu chefe e é como se revisse um velho amigo. Damon Salvatore é amigo de John Stark. Claro que seria...

-Damon. – John diz, acompanhado de sua esposa.

 – John, senhora Stark. – Damon fala cortesmente e se inclina pra beijar a mão da ruiva diante de nós.

-Apenas Vetra Damon. Você está a cada dia mais maduro. – ela diz risonha.

-John, está é a minha nova Caroline. – Damon fala e se volta pra mim. John está risonho e estende a mão para pegar a minha e depositar um beijo.

-Satisfação em conhecê-lo. – digo meio perdida.

-Ora minha jovem, é toda minha. – eu cumprimento sua esposa, realmente alguém muito educada. – Você sabia que seu chefe é o inventor que eu mais cobiço pras indústrias Stark? Quero o Damon pra mim a anos, mas ele é autossuficiente demais. – Damon sorri timidamente. Um riso novo e lindo.

-Apenas a sua lista de clientes não é do meu agrado. – ele diz em tom macio e John sorri. – Quem sabe...

-Pois é... – Elijah surge diante de nós, eu travo e fico sem jeito. Só não sei porque, mas estou olhando pro chão. – Tenho que concordar com Damon. O perfil das indústrias Stark tem mais haver com o da Krhomos. A Salvatore ainda não está pronta. – Sinto Damon gelar em fúria. – John, Vetra. – ele salda.

-Elijah. – dizem juntos em tom frio.

-Senhorita Gilbert. Sempre deslumbrante. – oh, ele poderia encontrar hora mais impecável para me deixar vermelha.

-Senhor Mikaelson. – o clima fica estranho depois que respondo e John chama Damon para uma conversa, ele não se afasta demais e eu fico atrás com Elijah ao meu lado, ele está posando pra fotos comigo.

-Oh, por favor, odeio estas coisas. – chio desviando dos flashes.

-Não deveria. Você tem um belo perfil. – ele é muito cortês. – Acha que poderia sair para tomar um vinho comigo depois daqui? Ainda não pudemos conversar. – ele está me olhando insinuativamente.

-Eu não sei... – eu hesito ao responder, estou com os olhos no meu chefe, não quero me afastar dele, da outra vez que o fiz por conta de Elijah, levei uma bronca horrenda.

-Algo sobre o seu namorado...? – ele me pergunta e o olho atordoada.

-Na verdade, nós terminamos antes de minha viagem. – eu falo meio que sem pensar.

-Hum. Então...? – vejo Damon se afastar.

-Eu tenho que ir. – Elijah segura meu braço.

-Você me liga, vou esperar. Depois das nove.

-Sim , claro. – estou apressada e me afasto dele sorrindo e correndo para perto de meu chefe.

Damon fica quieto o resto do evento. – comigo pelo menos – Ele segue cumprimentando amigos. A volta pro hotel é silenciosa. Stefan ficou e com ele Caroline. Na saída do carro Damon estende a mão para que eu saia.

-Quando estiver recomposta, quero que leve a lista do almoço da Salvatore até meu quarto, precisamos rever umas coisas. – ele diz seco e segue pra entrada do hotel, eu estou o seguindo.

Estamos no elevador, eu desço antes dele. Ele está quieto. Parece... Triste? Não sei, ele é um enigma mutante. A porta se abre pra mim.

-Vinte minutos? – ele pergunta e assinto. – Ótimo. - A porta se fecha.

Vou para meu quarto, me livro da roupa, tomo uma ducha e coloco um novo vestido para a saída com Elijah. Ele é um pouco ousado. Mas estarei bem, pois aqui é frio e um sobre tudo me dará a descrição de que preciso. Quando pronta vou até o quarto de Damon. Eu bato, mas ninguém responde, a porta está aberta e eu entro. Realmente o seu quarto é maior que o meu. Gigantesco.

-Trouxe a lista? – eu pulo com sua voz e ao identificar de onde ela veio minha boca abre, eu engasgo.

-Sim. – respiro. Damon está apenas de roupão de banho. Cabelo bagunçado, ele parece exausto, e seus olhos estão vermelhos. Esteve chorando? Eu nunca o vi assim. O seu peito está exposto. Por mil diabos, ele é muito bonito.

Ele vem em minha direção, uma garrafa de whysk na mão direita. Me olha, eu estou parada, tonta.

-Bem, onde está? – ele exige sentando irritado diante de mim. Balanço a cabeça para acordar e vasculho a pasta em minhas mãos lhe passando a lista. Sento-me diante dele. – Bem, temos que rever alguns lugares nas mesas. Quero que coloque o senhor Voitner em minha mesa.

-A sua mesa está cheia Damon...

-Rebekah não virá. – ele diz rápido e seco. Eu travo. Oh Droga! Por isto este estado desleixado?

-Oh! – respiro. – Devo cancelar o motorista dela então?

-Bem eu não sei... – seu tom é amargo. – Se você fizer ela reconsiderar sobre o divórcio... – ele sorri amargo. – Talvez você deva tentar. Consegue dar um jeito em tudo. Pode tentar isto se quiser. – ele bufa e fica em silêncio, seu olhar distante. Eu não consigo para de olhá-lo. – Mais uma esposa que desiste do misterioso par de olhos azuis. – Damon começa tomando um gole direto da garrafa. – Aqueles macacos deveriam me pagar por toda remeça de publicidade que conseguem as minhas custas. O genial inventor não conseguiu a tecnologia do casamento perfeito. – ele bufa. – Idiotas. – respira e bebe mais. – Sabe eu não me importo sobre o que eles escrevem, ou falam e inventam sobre mim. Nada é verdade. Eles não me conhecem. Mas aqueles desgraçados expõem a minha filha. Eu sinto que a Sofia já suporta demais, ser filha de alguém como eu não é fácil Elena. – ele me olha.- E tudo isto é muito injusto com ela. – ele respira e uma lágrima cai de seu rosto, ele volta a beber. – Outra figura materna que se vai, porque o pai dela é um desastre. Eu só queria uma vida normal pra ela. Uma família. É frustrante. – ele está em cacos, meu peito aperta. Damon é muito forte, uma figura inabalável, eu o conheci assim, eu o via assim, até hoje. Agora ele está desarmado diante de mim, se abrindo e a novidade é que não gostei de o ver assim, tão vulnerável.

-Eu sinto muito Damon. Eu sei que isto é ruim. Você tem uma reunião com o Klaus e os sócios agora, mas eu posso desmarcar se você quiser eu...

-Não seja ridícula. – ele rosna. – Por que eu faria isto? – eu o olho e ele se põe de pé, me estendendo a lista. – Resolva isto e mude o Alaric de mesa, o coloque bem longe do Mikaelson, eu acredito que ele se sentirá bem mais a vontade. Fico de pé e pego a lista de suas mãos estamos frente a frente.

-Se tiver mais alguma coisa que eu poça fazer por você, eu... – ele sorri amargo e se aproxima mais de mim. Eu realmente quero ajudar, eu não gostei de ver ele desse jeito, ele vem pra mais perto. Uou! É perto demais, eu começo a sentir seu hálito amadeirado pelo whysk, me deixa tonta, me faz piscar e vibrar. Seus olhos furiosamente dentro dos meus.

-Você é tão eficiente... – ele diz em um tom estranho, ele está muito perto, ele desce o olhar pros meus lábios e depois eu sigo seu exemplo, ele umedece os lábios e se afasta. – Apenas faça seu trabalho Elena, estará bem assim.

Eu respiro. Estou tremendo. O que foi isso? Ele some de minhas vistas, entrando quarto a dentro. Guardo os papéis de volta na pasta, ainda atordoada e saio daquele quarto em chamas, estou ofegante. Praticamente corro pelo corredor de volta pro elevador e ao chegar no meu quarto estou febril, parece que acabei de correr quilômetros. Me sirvo com uma bebida e tento me estabilizar. Minha cabeça a mil. Eu nunca senti isto antes, por ninguém. Ele era apenas um homem, que bebeu demais e estava desabafando, meu chefe. Parece que tudo que é relacionado a Damon e a mim se torna intenso demais. Como o nosso ligeiro toque no seu escritório ao me passar a chave, como a sensação de estar com ele em um elevador ou mesmo de braços dados. Fujo destes pensamentos, eu não quero pensar sobre isto. É loucura. Pego meu celular e confirmo o encontro com Elijah. Eu preciso de um tempo pra mim. Vou sair e curtir a cidade com um amigo. E tentar respirar. Eu mereço.


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Notas finais do capítulo

Damon divorciado, senti o arrepio da Elena kkkkkkk
Ai ai... Beijos!