Two Days escrita por SuAmortentia


Capítulo 9
Lições por Más Escolhas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282376/chapter/9

P.O.V. Hori

Quando chegamos no restaurante do hotel, guiaram-nos até uma mesa perto da janela e sem precisar olhar no cardápio, Julieta fez os pedidos para ambos, sorrindo agradavelmente para o que nos atendia. Voltou seu olhar para mim e soltou um suspiro cansado. Lentamente balançou a cabeça e encarou-me por alguns instantes, até decidir quebrar o silêncio.

– Você pode relaxar – disse e um sorriso tomou conta dos seus lábios – eu não vou dar uma crise ciumenta com você, já que o máximo que chegamos a fazer foi trocar alguns beijos em um momento propicio. Não nego, foi ótimo, mas foi apenas aquilo. Não posso esperar mais e fiquei apenas surpresa pelo fato que você não esperou os dois dias acabarem para pegar a primeira que se oferecesse.

Olhei um pouco chocado com ela. Aquilo era mais do que a indiferença que eu havia notado antes. Era algum estranho tipo de compreensão daquela situação que eu ainda estava tentando entender. Antes que pudesse falar algo, ela continuou falando.

–E já aviso, para não se preocupar depois que a “neblina” pós-sexo passar, para não se preocupar. Julia toma pílulas anticoncepcionais. Então, não vamos ter mais um pequeno sedutor no mundo – ela sorriu enquanto falava isso e passou a mão nos seus cabelos, ainda me encarando (e eu sinceramente não havia pensado naquilo até agora) e percebi uma pequena faísca em seus olhos - eu não achei que você fosse cair por Julia tão facilmente também. Percebi a jogada dela e por isso nem estou perto de estar zangada com você. Ela fingiu ser eu. Mas me pergunto como não percebeu? Nós podemos ser parecidas, mas aqui entre nós, ela não é tão boa de cama como eu poderia ser. E acredite, alguns dos meus ex-namorados vieram falando a mesma coisa depois que caíram no charme dela.

– Eu... – eu parei, escolhendo as palavras certas e suspirei – me desculpe. Sei que foi errado. Não importa as circunstancias e se você não liga. Eu não deveria transar com sua irmã pensando que é você. E não sei quanto a ultima parte, já que eu só testei sua irmã. Isso é algum tipo de oferta?

–Oh, vejo que já voltou com as provocações – o sorriso em seu rosto aumento e ela se inclinou, seu rosto ficando bem próximo do meu e com uma voz suave falou antes, de voltar ao lugar– você acha que eu estava difícil antes? Bem, agora vai ter que me fazer ainda mais curiosa, espero que se acontecer alguma coisa, a experiência seja melhor do que foi para Julia.

Encarei-a, as palavras que foram ditas com tanta suavidade mas que havia muito mais coisas não ditas. Eu estava tentando conciliar todos aqueles pensamentos e aquilo que ela me falara. E ainda o fato de que Julieta realmente não parecia se importar. Isso é uma ofensa á mim, que ela não sinta nem um pouco de ciúmes, a minha parte egocêntrica dizia, mas eu nada podia fazer, pois era melhor lidar com a indiferença do que com algum tipo de ira feminina.

Além disso, também havia percebido outra coisa durante aquela conversa. Ela estava parecendo mais livre. Como se um peso – e eu achava, sinceramente, que eu poderia muito bem ser esse peso – tivesse sido tirado de suas costas. Como se nossos amigos não tivessem nos deixado presos juntos e tivéssemos passados momentos bons até demais.E mesmo que aquilo me desse certo alivio, era meio desesperador. Como se eu não tivesse causado nenhum efeito nela e que após saíssemos daquele quarto ela fosse me esquecer. E eu realmente não gostava de ser esquecido, principalmente por uma garota com que não á muito tempo eu tivera algum tipo de momento de bastante proximidade (n/a: mais vulgarmente conhecido como preliminares, mas sem as finais, dessa vez, porque sou má).

Isso não vai ficar assim, conclui. Não enquanto eu ainda me chamar Hori.

Ficamos em silêncio mais um tempo e durante todo esse tempo, o olhar dela parecia me investigar, assim como decidi fazer com ela também. Até fisicamente, sair daquele quarto lhe fez bem. Ela parecia ter tomado Sol , então sua pele estava dourada e parecia até mais luminosa. Deve ter nadado também pois seus cabelos estavam ainda um pouco úmidos. Quando olhei seus olhos, eles pareciam mais verdes que antes. Realmente, ar livre fazia muito bem para ela.

Trouxeram nossa comida, mas não colocaram o prato na frente dela e sim do meu lado (o da janela) e ao observá-la, curioso, ela apenas deu um sorriso e se levantou, e ficou parada ali, como se pedindo licença. Assim, fiz como ela esperava e ela se sentou rapidamente.

– Você vai me explicar ou é melhor eu nem saber? – perguntei. Eu não estava gostando muito dos caminhos que as coisas estavam tomando. Julieta estava me deixando confuso e preocupado com que iria acontecer logo em seguida e eu sempre preferia ter algum tipo de estratégia á vista.

Pensando nisso, eu quase pude rir. Era compreensível o porquê dos nossos amigos terem realmente nos soltado. Dentro do quarto, eu tinha poucas opções e era praticamente impossível fazer algo tão inesperado que nenhum dos dois estivesse esperando. Fora, a situação era completamente diferente. Julieta parecia ótima com coisas inesperadas e reagia muito bem á elas. Talvez tivesse sido por isso. Um balanceamento.Estava definitivamente funcionando. E eu não tinha certeza se gostava ou não daquilo.

– Humm, talvez seja melhor você saber – ela se aproximou do meu ouvido, e a voz dela diminuiu, quase inaudível, se ela não estivesse tão próxima, não seria possível ouvir – não acha melhor conversarmos assim? Perto? É mais fácil de ninguém ouvir.

– Talvez – murmurei, e respirei fundo. Eu havia falado para Julia que ela havia me relaxado, mas o sentido fora totalmente oposto. Eu sentia como se de algum jeito eu sentisse ainda mais as provocações de Julieta. Como se estivesse ainda mais consciente dela. Tudo culpa daquela garota que me enganou... Eu nem ao menos poderia culpá-la porque, afinal, fora eu quem decidira ignorar a parte sã e seguir apenas o que meu corpo queria. E agora, estava devidamente lidando com isso.

– Você anda um doce nesses últimos momentos... Mas então, vamos discutir sobre sua derrota, porque se você foi com a cama com minha irmã simplesmente porque ela parecia comigo, eu considero isso como um alerta de “Eu estou seduzido” bastante claro – falou e logo se sentou normalmente, ainda sorrindo (parecia que aquele sorriso não iria sair tão cedo dali) e começou a comer, ainda esperando minha resposta.

– Eu não perdi – falei, claramente, enquanto também começava a comer, achando a felicidade dela explicada – obviamente, as regras do quarto valem apenas para quando se está trancado lá. Achei que isso estivesse óbvio.

– Talvez estivesse – ela suspirou dramaticamente e colocou sua mão na minha perna (n/a: vish) - então sinto que eu não venci. Ohhhh, o que farei agora? Terei que voltar para aquele quarto, aprisionada e á mercê do que você queira fazer comigo?

–Falando assim, parece que eu te faria fazer qualquer coisa que não quisesse – sorri, realmente achando divertido. Ela não se importava com o lugar que estávamos para fazer tudo aquilo, mas eu acreditava, também, que as pessoas que nos assistiam estavam menos interessadas que ela nisso.

–Você é tão gentil, jovem rapaz, me sinto lisonjeada – ela sorriu, um sorriso que continha tanta malicia quanto poderia haver em um lugar publico (n/a: na mente deles, que significa muita malicia), e senti sua mão apertando minha perna, em seguida ela voltou a comer, acabando rapidamente o que havia no prato e logo eu terminei também.

Assim, retiraram nossos pratos e perguntaram se queríamos alguma coisa, dessa vez, ela deixou á minha escolha o que ambos iríamos comer e escolhi sorvete (n/a: de mamão papaya é a coisa mais gostosa desse mundo, por isso, esse sorvete é dele, logo entenderão). Dessa vez, não demoraram muito a trazer e eu fiquei satisfeito com minha escolha quando vi Julieta fazer uma cara de prazer ao provar.

–Isso é muito bom – ela sussurrou, os olhos fechados, passando a língua nos lábios levemente, como se não quisesse perder nem um pouquinho do sabor daquilo. Queria ajudá-la nisso, então... Ela abriu os olhos e a me ver encarando-a, seus olhos brilharam com divertimento – alguma coisa que lhe interessa aqui, Hori?

– Muitas na verdade, só não sei se é adequado tê-las nesse momento – olhei sua boca, sugestivamente e pude ver um sorriso ainda mais divertido que o olhar surgir ali.

–Interessante saber disso, muito mesmo – senti-a me observando e quando provei do sorvete, entendi o que ela tinha falado. Estava realmente delicioso. Olhei para ela, um leve sorriso nos lábios quando fiz o mesmo que ela. Foi extremamente engraçado vê-la com a mesma cara que eu poderia ter feito – viu alguma coisa que está interessada?

– Coisas o suficiente para me fazerem querer mais – dizendo isso, ela se concentrou no seu sorvete, e era incrivelmente prazeroso (um tipo diferente de prazer), vê-la comendo. Quando ela terminou, voltou seu olhar para mim e olhou curiosa para o sorvete quase intacto á minha frente – não vai comê-lo?

– Sim, vou – concentrei-me nisso, ainda sentindo o olhar dela sobre mim. Continuei nisso e estava quase terminando quando senti sua mão onde estava anteriormente na minha perna e que parecia estar subindo vagarosamente. Olhei para ela, surpreso e ela apenas sinalizou para que eu fizesse silêncio e continuasse a comer.

Ela havia seguido o trajeto e estava perto o suficiente para apenas ideia daquilo já me deixasse excitado. Eu realmente acreditava que ela ia parar ali, mas eu quase engasguei quando ela suavemente começou a acariciar aquela região sobre o tecido. Engoli rapidamente o sorvete, finalmente o terminando e ela rapidamente chamou o garçom, sem tirar aquela mão dali e eu podia sentir minha excitação crescer conforme aquela pequena “tortura” continuava.

– Você pode colocar na conta de Julia Vieira, a senha para acessá-la é 657898 – ela disse, calmamente, como se aquela fosse uma situação normal - eu sou a irmã dela, então, não tem nenhum problema isso.

Ele assentiu e partiu, nos deixando ali, apenas prontos para sair, com o detalhe que seria uma situação constrangedora demais para eu sair naquele momento (não que eu tivesse algo para reclamar, era incrivelmente bom o que ela estava fazendo ali, apenas não adequado). Porém, Julieta não estava seguindo aquele pensamento, pois parou aquilo e se levantou, passando por mim e realmente me dando uma bela visão (n/a: visão de pernas, porque ela está de vestido, apenas para contexto) que não me ajudou muito.

– Você não vai me deixar aqui – segurei sua mão e ela sorriu, uma mistura de divertimento e controle (o que me deixou satisfeito, já que eu não parecia o único que estava me controlando ali) e continuei a falar – o que você queria provar com isso, então?

– Ohh, chegamos ao ponto – ela se inclinou para mim (como parecia que ia fazer várias vezes durante o dia) e pude ver como seus olhos verdes realmente faiscavam – Hori, o que eu quis provar é que você não vai vencer esse jogo. Porque você não anda conseguindo controlar seu corpo, principalmente seu camarada ai, e isso não vai ajudar você, não quando está jogando contra mim.

Depois disso, ela saiu andando até a porta do restaurante, como se já tivesse a certeza de sua vitória.

Eu não teria tanta certeza assim, pensei, se antes eu estava destinado a ganhar por puro desafio, agora a coisa ficou pessoal.

Nota da Autora:

Eu amei escrever esse capitulo. Eu ia fazer sem POV, igual eu fazia no começo da fic, mas estamos em um momento muito especial para não individualizar, não é verdade?

Ai, gente, eu colocando minhas comidas favoritas e quase tendo um orgamic só de comer, coisa de gente com alma de gordo, só acho. E o Hori fazendo só pra provocar a Julieta (e toda a raça feminina presente do recinto), nhac nhac. Deixa a Julieta e deixa eu ser sua Julia ~ só que não.

Julia é assunto do passado e... Ai, cara, o que 'to planejando para o próximo capitulo vai ser extremamente torturante, pelo menos assim foi na minha mente. FHSDUFHSFUDSHUFO. ~ Esses personagens sendo bipolares demais, sô.

AI, GENTE, FIUSDHFUDSHFUDSHFUDHFUDSHU. Então, até mais o/ Eu não aguento ficar longe, vou só elaborar mais o próximo e logo venho ;)



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!