Relic War escrita por Kuro


Capítulo 1
War 1: Um anjo?




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Eu me tornei o que sou hoje a partir daquele dia, um dia quente, mas gélido.

Lembro do exato momento que aconteceu, quando estava deitado naquela grama fria que anestesiava meu corpo da dor, espiando o seu sofrimento e ouvindo seus murmúrios de dor. Depois, eu liberando descontroladamente meu ódio. Foi a um bom tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem sobre nossos erros, que podemos corrigi-los, que não nos afetará no futuro; Porque o meu foi impossível...

Acho que agora tudo seria diferente se eu tivesse tomado uma atitude diferente, se eu não tivesse voltado naquele momento. Apenas esquecido.

Naquele fatídico dia, no inicio do verão, um rapaz perto do lago, conhecido como Repose, se encostara a uma árvore.

Minutos atrás havia passado no mercado do senhor Wattson, um homem de trinta e quatro anos formado em Marcenaria, mas que se sustentava com esta pequena venda da cidade. Conversaram um pouco, e o rapaz o informa que estaria saindo dessa pequena cidade e iria para capital com sua irmã.

Após ouvi-lo o homem foi ao balcão, e voltou com algo em sua mão. – Então leve como recordação. – O garoto estende as mãos e visualiza uma espada.

- Mas... Não seria perigoso isto ficar comigo?

- É apenas uma recordação, esta espada está na minha família a gerações. Está velha e enferrujada.

O rapaz o agradece, ele não poderia dizer não a um presente, foi o que seus, agora
falecidos, pais lhe ensinaram. E seguiu andando. 

O sol cintilava na água onde alguns patinhos seguiam sua mãe. O rapaz olhava para cima, visualizava algo bem acima da arvore, nuvens; Planavam no ar como se estivessem, lá do alto, fitando aquela pequena e calma cidade. Então, deitou-se encostando a arvore. Se eu estiver certo, era um Salgueiro. E dormiu.

Um sonho.

Estou perdido em meio a uma escuridão. O vento assobia. Vou cambaleando a procura do dia, da luz. Caio e fico ofegando. Grito por socorro, mas o vento não deixa estas suplicas serem ouvidas. Com a esperança sumindo dou um ultimo grito. Desta vez, tenho a visão de um borrão branco. Uma mão se estende em minha fronte. Seguro-a e, de repente, a escuridão desaparece. E por fim, acordo.

A sua esquerda estava sentada com os ombros encostados a arvore, uma garota. Seus cabelos dourados voavam sobre seus ombros, contra a luz. As roupas brancas revelavam serem antigas e, estranhamente, ser um tipo de vestimenta de uma civilização antiga.

Os olhos do rapaz estavam fixos. Ela abrira os olhos, de um azul puro e protegido por longos cílios recurvados, e encontrara os seus. Ele estava com o coração aos pulos, mas algo justificável, em que momento do seu cotidiano você veria uma garota com asas?

Sim, asas. Asas agora arqueadas como as de um pássaro pronto para entrar em vôo.

- O que é você?

- Eu sou uma Pet-class.

O garoto da de ombros, afinal para ele era apenas uma resposta sem sentido. E a garota prosseguiu, – Somos guardiões de objetos especiais. – Enquanto abria novamente as asas e segurava a velha espada.

Não demorou muito e saiu andando, para ele, aquela garota ou era completamente maluca, ou estava fazendo piada após ver sua cara de espanto. E o mais provável era ser a segunda opção.

Olhou para trás, e a garota estava completamente imóvel, como se não tivesse vontade própria e esperasse ele mandá-la sair dali. E depois seguiu em frente.

Para ele era melhor pensar que ela era apenas uma loucura, apenas uma brincadeira que a sua mente doentia criou para perturbá-lo.

Andou até onde aquele salgueiro foi capaz de ser perdido por seus olhos. Respirou e parou.

Quis voltar, ver a misteriosa garota novamente, mas não podia o seu orgulho não deixava. Então tentou enganar a si próprio. – A espada! – E prosseguiu. – Tenho que pegar de volta, afinal aquilo foi um presente.

Deu um sorriso de meia boca e voltou. Correu até a árvore, como se um furacão residisse em seus pés, mas ela não estava lá.

- Eu sabia. – E novamente aquele sorriso apareceu.

Encostado na árvore estava à velha espada, embainhada. Talvez ela tenha previsto que ele voltaria, por isso não o seguiu. Não se pronunciou. Era realmente uma intrigante garota.

Olhou para o chão próximo a si, uma estranha quantidade de sangue lavava a grama verde. – O que acontec... – Este fora interrompido por um grito.

Correu sem pensar duas vezes, passou a pequena ponte que levava ao outro lado do lago Repose. Viu-se em um grande campo aberto encoberto por uma nuvem de poeira.

E mais a sua frente estava a misteriosa garota desmaiada, sendo segurada pelos cabelos loiros por um rapaz.

- Que mer... – O garoto não conseguiu terminar de falar. O temor a acertou em cheio naquele momento, que lhe faltou voz.

Pensou em correr, mas não tivera tempo, afinal o outro rapaz já estava na sua frente, como se fosse mágica. Olhava fixamente em seus olhos.

- Pelo que carrega em suas mãos, você é o proprietário daquilo? – Disse apontando à garota.

O garoto se perguntava o que estava se passando, mas sabia que aquela pessoa a sua frente não era sinal de boa coisa. - Proprietário? O que diabos ele está falando? Hoje é um daqueles dias em que você descobre quantas pessoas estranhas vivem próximas a si? – E por fim, decidiu entrar na dança, por assim dizer.

- E quem seria você? E porque está fazendo isto?

- Huh? Que má educação a minha... Eu sou Leo, mas pode me chamar de Runner.

Runner!? Por que diabos ele era conhecido assim? E Runner prosseguiu, mas o rapaz deixou de escutar após, - Você, me pergunta o por quê? – Pois a garota, que estava gravemente ferida pelo corpo todo, tenta se levantar.

Runner percebe a atenção do garoto em algo atrás de si. – Oh, então ela ainda está consciente?

Como se seu corpo duplicasse, Runner aparece na frente da garota e some de perto do rapaz. Este se surpreende, não só por mais uma coisa estranha havia acontecido, por tambem, Runner começar a chutá-la e a rir freneticamente enquanto o fazia.

- O que você est...

- Não se preocupe, – Abre um sorriso. - Ela ficará bem, sumirá junto com você deste mundo. – Este diz o interrompendo e voltando a rir.

Ele acabou de ameaçá-lo e agredir aquela garota, aquele rapaz era insano. Não havia outra palavra para descrevê-lo.

- Qual o seu nome garoto? – Ele disse enquanto virava com os pés o rosto da garota.

O rapaz não conseguia falar.

- Me diz a MERDA DO SEU NOME! – Runner gritou. Suas pernas tremeram.

- Thiago. – A palavra pareceu arranhar a sua garganta seca.

- Bom... Thiago, espero que você... - Runner aparece novamente a sua frente, bem proximo ao seu ouvido e disse. – Me divirta um pouco.

Thiago sentiu um arder na sua barriga, abaixou a cabeça e em seguida, tossiu. Não uma tosse comum, uma com gosto, aquele comum gosto enferrujado. E por fim, caiu a aquela grama de frio anestésico.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?