Unbroken escrita por vih


Capítulo 3
You don't know you're beautiful.




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Carol acordou no meio da madrugada sentindo-se estranha, e, novamente, ela havia sonhado com aquele menino. Dessa vez, ele havia cantado uma música que dizia que ela não sabia o quanto ela era bonita, e que era isso que a tornava bonita. Carol não parava de pensar na música pela qual o menino havia cantado para ela em seu sonho, procurou por todos os cantos saber se essa música existia, mas, não, não existia.
Foi até a cozinha e abriu a geladeira, sentiu vontade de comer a primeira coisa que aparecesse, mas permaneceu intacta. Ela não iria arriscar comer e engordar...
Subiu novamente para o seu quarto, e, nisso, acordou sua mãe.

– Carol! Por que está acordada? Já são três e meia da manhã!
– Eu acabei de acordar e...
– Deve ter ido comer, como sempre.
– Me desculpe se eu sou uma vergonha para você... Ela saiu correndo para seu quarto e trancou a porta.
– Carol, abre essa porta!
– O que eu vou ganhar com isso? Exatamente, nada!
– Abre logo essa porta!
– Não.

A mãe de Carol viu que ela realmente não iria abrir a porta, voltou para o seu quarto e dormiu. Carol tentou fazer o mesmo, mas nada tirava o pensamento dela daquele menino. Quem seria ele e, por que ela sonharia tanto com ele?
As dúvidas só aumentam e ela não sabia o que fazer... Pensou tanto sobre isso, que quando se deu conta, seu despertador estava tocando. Já era a hora de se arrumar para ir para a escola.
Levantou da cama e foi para a cozinha beber um pouco de café, pois havia se lembrado de que isso tirava o sono.
Subiu novamente e começou a tirar roupas do armário para escolher uma que escondesse seu corpo. Escolheu uma calça jeans, como de costume, um tênis e uma camiseta lisa da cor cinza. Não conseguiu encontrar casaco nenhum e viu que já estava atrasada, mas sua mãe não iria levá-la na escola esse dia.

No meio do caminho para a escola, Carol percebeu que um homem estava seguindo-a desde que ela saiu de casa. Pensou que fosse coisa da sua cabeça, mas, não era...
Na hora em que Carol virou-se para ver quem era, esse tal homem colocou a mão em sua boca e agarrou-a por trás para que ela ficasse quieta. Colocou-a em seu carro com uma fita em sua boca, amarrou suas mãos e seus pés e dirigiu aceleradamente para seu apartamento.
Ao chegar, levou Carol até seu quarto a força, pois ela insistia em não querer sair do carro, mas, não tinha como.
Carol tentava gritar, estava desesperada.

– Fique parada! Gritou ele.

Ele tirou a roupa de Carol e a estrupou. Carol estava chorando.
Logo após, ele saiu do quarto e trancou Carol dentro dele.
Ela reparou que a corda pela qual ele havia amarrado suas mãos, estava um pouco solta. Ela conseguiu desamarrar suas mãos, seus pés, e tirou a fita de sua boca. Começou a procurar loucamente por um telefone, um celular, um computador, qualquer coisa que tivesse como se comunicar com alguém. Encontrou um celular, mas ele estava sem bateria. Começou a chorar por conta de todo o nervosismo e pelo o que havia acabado de acontecer, quando se deparou com um carregador que se encaixava perfeitamente no celular. Carregou-o e ligou para a polícia, pedindo socorro.
Quando desligou, ela estava mais calma, porém, o homem havia voltado. Ele abriu a porta e viu que ela estava com um celular na mão... Ele puxou ela pelos seus cabelos e jogou-a na cama, deu um soco em seu olho e vários tapas em seu corpo. Carol estava quase desmaiando, quando a polícia chegou e prendeu o homem por estrupo.
A polícia deixou Carol na porta de sua casa e orientou sua mãe que levasse-a ao genecologista. Sua mãe estava assustada, não parava de chorar e culpava a si mesma, dizia que era inútil. Carol tentava consolar sua mãe, mas, não conseguia... Era impossível.

Carol entrou em casa e sua mãe havia saído para pensar um pouco, ela estava muito mal. Foi quando reparou que o interfone estava tocando, era Julia pedindo para que ela descesse para conversar.

– Oi! Por que não foi para a escola hoje? Perguntou Julia.
– Aconteceu uma coisa...
– Que coisa? Você está bem? Que marcas são essas? Julia viu as marcas dos tapas, dos socos...
– Eu fui estrupada indo para a escola, Julia. Carol começou a chorar.
– O que?! Gritou Julia assustada.
– Eu estava indo e não percebi de primeira que havia um homem me seguindo, ele amarrou meus pés e minhas mãos...
– Nossa, Carol! Você ligou para a polícia?
– Sim, consegui encontrar um celular lá... Mas ainda estou assustada.
– É melhor você ir no médico ou não sei...
– Eu ainda não posso ter filho.
– Ainda não desceu para você?
– Não...
– Esse é o lado bom...
– Acho que sim.
– Ai meu Deus!
– O que foi, Julia?
– Não acredito que isso aconteceu logo com você.
– Está dizendo que eu sou gorda demais para que alguém quisesse me estrupar?
– Não é isso, Carol!
– É isso sim. Tchau. Carol saiu correndo e entrou. Julia gritava seu nome, mas ela nem olhava.

Carol foi diretamente para o seu quarto, se jogou na cama e ficou cantando o único verso da música pela qual o menino do sonho cantou e que ela se lembrava: "You don't know oh oh... You don't know you're beautiful..."
Sua mãe voltou pouquíssimo tempo depois e ouviu pela porta Carol cantando. Ela ficou literalmente de boca aberta quando viu o quanto a voz de sua filha era linda, era tão meiga, tão doce... E principalmente, se impressionou com a música.  De quem seria aquela música tão... Inspiradora? 
Carol adormeceu cantando.

Acordou no fim da tarde, em média, cinco horas. Ela estava sentindo-se estranha e quando foi no banheiro, viu a surpresa... Carol havia menstruado.  
Procurou urgentemente pela sua mãe, mas ela havia saído, provavelmente para comprar algo para elas comerem.
Com tudo o que havia acontecido nesse mesmo dia, ela começou a pensar: "Eu estou grávida! Eu só posso estar grávida! Meu Deus!"
Começou a chorar e não conseguia parar mais. "O que seria da vida de uma garota de oito para nove anos, grávida?"
Isso parecia uma loucura na cabeça dela, então, ligou para Julia.

- Julia! Julia! Vem aqui agora.
- O que aconteceu, Carol?
- Eu te explico aqui. Mas vem!

Dez minutos se passaram e Julia chegou.

- Carol?
- Julia! Ainda bem que você chegou!
- O que aconteceu?
- Eu... Menstruei.
- Foi só agora?
- Sim! E eu acho que eu estou grávida...
- Julia riu.
- Por que está rindo? Isso não é engraçado!
- É sim. Você menstrou só agora, não tem como estar grávida. Não se preocupe! Venha, por sua sorte, eu trouxe dinheiro. Vamos comprar absorvente...
- O que é isso?
- Você sabe o que é menstruação, mas não sabe o que é absorvente?
- Pois é...
- Absorvente é o que você usa quando está menstruada, boba!
- Ah... Desculpe.
- Não se preocupe! Vamos lá, vai.  


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