A Filha Da Morte E O Príncipe Dos Mortos escrita por Ana Flávia Souza


Capítulo 28
Resgate


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... As aulas voltaram e minha mãe não me deixou usar o pc em dia de semana...
Não sei quando vou postar de novo. eu ando com dificuldade para ter ideias...



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POV. Jayne


Em poucos minutos Spike conseguiu dizimar o exercito de monstros. Porém no momento em que ele estava começando a recuar foi acertado por um golpe de espada e voltou a sua forma de estatueta. A mulher dragão sibilou e olhou em volta nos procurando.

Giullia, que estava agachada do meu lado, se levantou. Ela sacou a espada e avançou aos tropeços e berros em direção ao último monstro.

– Uma dracaenae! - Sussurrou Meggy chegando mais perto de mim e sacando sua própria espada. A noite estava escura, mas o brilho de sua espada, embora a mesma seja totalmente negra, me permitiu vislumbrar a expressão de medo no rosto da garota.

– E isso é mal? - Eu nunca tinha visto algo parecido com aquilo nas cartas de mitomagia.

– Digamos que elas não são tão fáceis de matar. São espertas. - Ela respondeu me olhando de canto. - Vamos, temos que ajudar aquela cria de Hermes desnaturada.

Ela avançou mais um pouco. Olhei para a luta e percebi o que Meggy queria dizer. Giullia atacava completamente as segas e a dracaenae desviava com facilidade e ainda exibia um sorriso presunçoso no rosto.

Segurei minha foice com mais força. Respirei fundo e tentei me acalmar. Estávamos tão perto, tão perto. Olhei novamente para Nico e meu coração falhou uma batida. Ele estava levantando a cabeça lentamente. Nossos olhares se cruzaram e meu coração começou a bater tão forte que eu acho que até mesmo ele era capaz de escutá-lo

Senti uma pontada de alegria. A situação ainda era crítica, mas saber que ele estava consciente me alegrou um pouco. Desviei meu olhar para a mulher dragão e avancei. Sem perceber que estava com um leve sorriso no rosto.

POV. Nico

Estava preso naquele quarto a sei lá quantos dias morrendo lentamente com a fome já que Nêmesis só me dava o necessário para que eu não morresse antes do esperado. Eu tentava não comer, pois se eu morresse Jayne e as outras não teriam motivos para vir até aqui, mas digamos que não estava dando muito certo.

O meu único consolo esses dias tinha sido a peça de mitomagia que, de alguma forma, Jayne conseguira me entregar. Eu a olhava o tempo todo. Estava me perguntando quanto tempo mais eu teria de ficar aqui quando uma parte da parede se abriu. Na primeira vez que aquilo aconteceu eu até me assustei um pouco, mas agora eu já nem tinha forças para me importar.

Achei que ela me traria um pouco mais de comida, mas quando Nêmesis se aproximou de mim reparei que ela não trazia nada. Esqueci-me de dizer que pouco depois de receber a estatueta da Jayne eu acabei descobrindo quem estava me mantendo preso e o que exatamente ela pretendia. Naquela ocasião em especial ela me deu um soco tão forte que o anel que ela usava fez um corte na minha bochecha que ainda está aberto até agora.

A deusa se aproximou ainda mais. Eu me encolhi um pouco, nunca se sabe o que a deusa da vingança pode fazer. Ela usava uma blusa preta e uma jaqueta vermelha por cima. Seus cabelos estavam bagunçados como das últimas vezes em que eu a vira.

– O que acha de tomar um ar fresco príncipe dos mortos? - Ela me encarou, seus olhos não demonstravam a cordialidade da sua voz. Depois de terminada essa frase algo acertou a lateral da minha cabeça e eu desmaiei.

Senti um frio muito grande quando minha consciência começou a voltar. Eu tremia levemente e pude perceber que eu estava meio ajoelhado meio pendurado. Grossas correntes de ferro prendiam meus punhos a uma parede. Abri levemente os olhos e percebi que não estava mais dentro da casa; eu estava no telhado.

Ainda sem levantar o rosto ouvi o som de uma luta. Soube na hora que já era tarde demais para impedir que viessem me resgatar. Fiquei de certa forma, feliz em saber que ela realmente não desistiu de me salvar. Não só Jayne como Meggy e a filha de Hermes também. Levantei o rosto devagar e vislumbrei Jayne olhando para mim. Nossos olhares se cruzaram e eu não pude deixar de soltar um leve sorriso, que ela provavelmente não viu, pois desviou o rosto e voltou a se concentrar em sua luta contra a Dracaenae, que estava lutando contra Giullia e Meggy.

Olhei para os lados em busca de uma maneira de escapar dali. Estava fraco demais para uma viagem através das sombras e as correntes eram muito grossas para que eu pudesse parti-las tão facilmente.

Deixei a cabeça pender mais uma vez e fiquei imóvel para tentar guardar as energias que ainda me restavam.

– Não vejo a hora de isso acabar. - Resmunguei com a voz rouca e fraca. A luta lá em baixo durou mais alguns minutos, quando voltei a levantar o rosto Giullia estava agachada e segurava alguma coisa e pelo que consegui ver ela estava triste por alguma razão.

Logo Jayne levantou o olhar para mim e um largo sorriso se abriu em seu rosto. De repente o frio já não me incomodava tanto. Tentei sorrir de volta, mas deve ter ficado mais parecido com uma careta, já que o esforço de me mover causava dor.

POV. Giullia

Como aquela coisa teve a coragem de matar o meu Spike? A raiva me invadiu e antes que Meggy ou Jayne tivessem a chance de me parar eu avancei até a dracaenae. Irresponsável? Com certeza. Suicídio? Talvez. Mas vocês não acharam que eu iria me segurar depois de ver o meu grifo ser morto daquele jeito acharam?

Eu atacava as cegas. Meus olhos estavam cegos por causa da raiva e de algumas lágrimas que eu, com esforço, consegui impedir que caíssem. Estava com dificuldades é claro. Depois de um golpe lateral mau sucedido acabei sendo acertada no ombro com a espada que ela empunhava. Meu braço explodiu com uma dor horrível. Parecia que era um corte feio, mas não tive tempo de me virar para confirmar, pois logo tive que desviar de mais um golpe.

Para a minha sorte o bom senso finalmente bateu naquelas duas e elas vieram me ajudar. Mesmo sendo três contra uma estávamos tendo dificuldades. Meggy parecia fraca e cambaleava de vez em quando. Jayne não parava de olhar para Nico e eu estava com o braço esquerdo machucado. Um belo trio não acha?

Tentei estocar a Dracaenae enquanto ela estava ocupada atacando Meggy, mas ela virou e jogou minha espada para o lado com um movimento da cauda... Digo, perna... o que for.

– Use a sua faca Giullia! – Gritou Meggy.

– Mas... – Tentei argumentar.

– Giullia! – Ela me repreendeu, desviando para a direita, para evitar as garras da Dracaenae que nos xingava e ameaçava nos matar da forma mais cruel possível. – Isso É uma situação de vida ou morte! – Ela completou.

– Ok! Eu uso a faca... – Resmunguei e desembainhei minha adaga, que reluziu um pouco por causa do bronze celestial.

Eu nunca usava essa adaga em uma luta. Só se fosse estritamente necessário. Corri em direção à Dracaenae, que estava novamente distraída, desta vez por causa da Jayne, e me atirei nas suas costas. Cravando a faca pouco abaixo da terceira vértebra. Ela tentou se virar, mas me mantive firme em suas costas. Depois de um movimento brusco do seu tronco eu acabei caindo no chão, logo ao lado da uma de suas pernas. Não pensei duas vezes, enfiei minha adaga na lateral do que imagino ser a coxa da dracaenae.

O monstro se dissolveu em uma cortina de fumaça. Não sem antes nos ameaçar com uma morte extremamente dolorosa mais uma vez.

Corri na direção em que a estatueta, que antes fora Spike, estava caída no chão. Ela estava partida no meio. Fiquei ali agachada por um tempo até lembrar que ainda tínhamos uma missão para terminar. Tentei afastar o pensamento de que tinha perdido o meu grifo da cabeça e me focar na missão.

POV. Jayne

Estava tão feliz de finalmente ter encontrado o Nico que não reparei quando Giullia correu na direção onde estava a estatueta de Spike. Eu apenas olhei para o telhado e meus olhos encontraram os dele e não pude deixar de sorrir. A lembrança da primeira vez que eu o encontrei voltou à minha mente. Naquela ocasião Nico é quem me salvara. Ele tentou sorrir eu acho, mas pelo visto estava sentindo muita dor. Corri em direção a casa para ajudá-lo. Meggy e Giullia vieram logo atrás de mim.

Assim que conseguimos chegar até a chaminé eu usei minha foice para cortar as correntes que prendiam os punhos dele, que caiu para frente e só não bateu de cara no chão, digo, teto porque Meggy o segurou.

– Nico! – gritei e abracei-o. Ele estava realmente fraco e magro, mas teve forças o suficiente para passar seus braços ao redor do meu corpo e retribuir o meu abraço.

–Vamos voltar para o acampamento, depois vocês vão ter tempo de sobra para conversarem. - Disse Giullia com um sorriso malicioso. Corei na mesma hora e tenho a impressão de que o Nico corou também, mas ele estava com o rosto escondido na curva do meu pescoço.

– É, é melhor irmos logo, antes que algo aconteça. – Disse depressa para mudar o rumo que a conversa poderia tomar e fingindo não ter reparado no sorriso malicioso dela. Mas, como já era de costume, algo deu errado.

Havíamos acabado de descer do telhado carregando Nico quando uma figura aparece bem na nossa frente.

–Onde pensam que vão com o pirralho de Hades? – Era uma mulher não muito alta; ela usava uma jaqueta vermelha de couro e calça preta, com um chicote preso no cinto.

– Nêmesis! – Exclamou Giullia ao meu lado.

– Olá filha de Hermes. Pelo visto você sobreviveu até aqui. – Ela falou isso com um tom ligeiramente surpreso, o que foi como uma flechada no peito para Giullia, que deu um passo para traz e fez cara de indignação. – Mas, como eu sou a deusa da justiça, serei justa com você. Se deixar o filho de Hades e a filha de Tânatos e for embora eu não mato nem você e nem seus irmãos.

Por um tempo longo demais para o meu gosto Giullia ficou em silêncio. Eu temi que estivesse realmente cogitando a hipótese de ir embora e nos deixa aqui. Porém, para contradizer o meu pensamento, ela começou a dar risada.

– Até parece. – Depois disso ela segurou no meu braço e o de Nico e nos puxou na direção oposta a Nêmesis, e com Meggy um pouco para traz, nós corremos em direção aonde Travis e Connor deviam estar com o ônibus...


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem e recomendem essa história por favor *u*

Ps: somos do mal, pisamos no teto de Nêmesis. u.u



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