O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 47
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Nunca fiquei tão feliz por um personagem! ushushsuhsush



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Ouvir aquelas palavras trouxe-me a melhor sensação do mundo, um misto de alegria e alívio por conta de todo o desespero. Eu não conseguia mais conter o sorriso, pois minha Mel ficaria bem, ela sobreviveria. A sensação boa viera junto com um suspiro aliviado e um riso nervoso que escapara de meus lábios no momento que Raphael aparecera ao meu lado.

Agora, eu nunca mais deixaria que nada de ruim acontecesse com Melanie, eu a protegeria de tudo.

E ela sempre seria minha.

 O doutor disse que a passariam para um quarto no hospital para ela descansar depois da cirurgia e só assim, eu e Raphael poderíamos ir até ela. Nervoso, eu não conseguia fazer nada que não fosse sorrir esperando ver seu corpo ser levado da sala de cirurgia para o quarto.

Minutos depois, a porta da sala fora aberta e o corpo de Mel estava sendo levado para o quarto. De longe, pude ver sua expressão tranquila, suavizada por ainda estar dormindo com o sedativo. Ela parecia bem melhor, o rosto não estava mais tão pálido.

Em minutos, uma enfermeira sorridente veio até mim dizendo se não havia nenhum familiar. Eu sem querer havia esquecido de sua mãe, quem sumira por tanto tempo e nem sequer sabia o que a filha passava. Avisei a mulher que não, apenas eu e Raphael estávamos ali. Eu deixaria a mãe de Mel de fora dessa história por um tempo, apenas para que ela não precisasse sofrer antecipadamente.

Apreensiva, a enfermeira acabou deixando-nos entrar, porém Raphael disse-me para eu ir primeiro, pois tínhamos muito o que conversar.

 Eu concordava.

Ao entrar na sala, meu coração parou. Vê-la novamente fora como retirar uma bala de meu peito – dolorido no início, mas suavizada pela sensação de não tê-la mais no peito. Ela estava novamente com as bochechas rosadas, porém ainda exibia uma expressão cansada e olheiras fundas se formavam abaixo dos olhos. Os lábios que sempre foram rosados, estavam inchados e um pouco roxeados ainda, porém pareciam melhorar com o tempo. Vê-la novamente fez-me deixar escapar um sorriso, eu sentia falta de tê-la ao meu lado e de sentir seus toques, seus beijos... tudo.

 Com cuidado, tomei sua mão para mim, pousando seus dedos gelados em minha pele. Ela estava um pouco gelada, mas com o atrito de nossas mãos, logo ficou quente. Eu ficaria ali com ela até o momento que acordasse, esperaria pacientemente até o momento de finalmente falar com ela.

Durou quase uma hora para que seus olhos começassem a ameaçar abrirem. Foi tão lentamente que achei que morreria, ela piscou diversas vezes tentando se acostumar com a voz pálida do hospital, mexendo suas mãos pelo lençol da cama e finalmente, abrindo os olhos totalmente.

Confusa, ela piscava constantemente à procura de indícios de onde estava. Em suas costelas, as faixas cobriam todo o lugar da cirurgia impedindo qualquer risco de uma segunda infecção. Peguei sua mão livre entrelaçando nossos dedos, o que a fez desviar a atenção para mim.

- Oi, Mel. – sussurrei. Ela apertou os dedos contra os meus, aquilo me arrancou novamente um sorriso.  – Como você está?

Ela puxou o ar para seus pulmões várias vezes tentando se controlar quando me viu. Assim como eu, ela parecera ter uma crise de saudades e um misto de tristeza quando seus olhos se focaram em mim, até mesmo seus olhos se encheram de lágrimas.

- Sam...? – sua voz estava fraca, porém ia aumentando com o tempo em que ficava melhor. – Onde eu... onde eu estou?

- No hospital. – expliquei. – Não importa o que aconteceu. Você está bem e é isso que importa. – beijei seus dedos, isso fez com que ela exibisse um sorriso tímido. – Melanie, eu prometo que nada mais vai machuca-la... nunca mais. Desculpe-me por não ter conseguido te proteger.

Ela sorriu mais abertamente apenas observando eu beijando seus dedos como se fosse apenas um sonho. Se fosse um, eu nunca mais queria acordar.

- Sam, você não tem que se desculpar... – disse fraca. – Eu estou viva, não estou? – ela sorriu. – Como você mesmo disse, é isso que importa.  Eu te amo.

Sentindo que uma lágrima fugiu de meus olhos, não consegui conter o sorriso.

- Eu amo você mais. – murmurei. Beijei novamente seus dedos. – Amo tanto que nem sei explicar.

Contei a ela mais algumas coisas que aconteceram enquanto esteve em cirurgia e se recuperando. Apresentei Raphael e contei como ele ajudou a salvar a vida dela. Mel agradeceu, mas tossiu várias vezes, porém negando estar ruim ou passando mal.

Ficamos conversando mais um pouco, tomou longos goles de água várias vezes. Mas então, meu celular tocou impaciente em meu bolso novamente, Jes me ligava.

Quando atendi, a voz estridente, aguda e desesperada de Jesse inundou meus ouvidos.

- Socorro!

E a linha ficou muda.

Jesse

Os policiais checavam o “local do crime” com precisão, analisando não apenas Liliam no chão amordaçada como também eu e Roman, quem apenas observávamos tudo. Um deles tinha aquela aparência latina diferente de seu companheiro, quem exibia olhos grandes e acinzentados. Os dois andavam em volta de nós, checando cada canto minuncioso.

Até que algo mais que surpreendente aconteceu.

- Chega. – o latino de repente disse colocando algemas em minhas mãos e nas de Roman. – Estão presos.

Confusos, eu e Roman nos entreolhamos não entendendo o que o policial estava falando.

- Mas o que?! – falei franzindo o cenho. Eu não só estava fora de mim, estava completamente confusa com aquela situação. Por que raios o policial estava nos prendendo e não a Liliam?

Não compreendendo a situação, desviei minha atenção para onde Lilian estava no chão amarrada pelas mãos por cordas.

Porém, ela não estava mais lá, apenas a corda jazia no chão.

Mas o que...?

Roman se debatia com as algemas, usando cada parte do corpo para tentar acertar um dos policiais, quem tentavam controla-lo, mas Roman preferia a ideia de ser preso por agressão à autoridade do que se entregar a eles. Irônico isso.

Por que aquilo estava acontecendo? Não tinha sentido nenhum! O latino me levava para fora, puxando com força minhas mãos algemadas e o outro fazia o mesmo com Roman, quem se queixava por estar sendo arrastado.

- O que está acontecendo aqui?! – reclamou ele tentando acertar um dos policiais com chutes. – Por que estão nos prendendo?

O latino riu em meus ouvidos.

Droga.

- Acharam mesmo que conseguiriam? – disse ele em meus ouvidos, porém alto o suficiente para que Roman escutasse. Fiquei completamente estática.

Fiquei completamente chocada ao ver quem estava bem à minha frente, com um sorriso debochado nos lábios.

- São apenas garotos, eu disse. – olhamos para frente ao mesmo tempo. Liliam esfregava as mãos onde as cordas a prendiam, estava andando, rindo como se houvesse contado uma piada. Não consegui acreditar naquela cena, ela havia conseguido nos enganar...  – Por que acha que fiquei tão tranquila quando disse que ligaria para a policia, querida? Achou mesmo que seria tão fácil? Tinha que ser uma amiga de Melanie Overton mesmo.

Aquilo me incendiou por dentro, minha vontade era escapar das algemas e quebrar a cara da velha sem nenhuma piedade, assim como ela fazia conosco. Como podia ser tão fria e calculista?

- O que faremos com ele, Sra. Mean? – perguntou o latino.

- Leve-os para viatura. – mandou. – Verei mais tarde o que vou fazer com esses dois intrometidos. Meu alvo verdadeiro é a Srta. Overton e o Sr. Bower.

Aquilo me desesperou, fiz um movimento arriscado, conseguindo me revirar nos braços do policial (falso) latino e conseguindo derrubar meu celular do bolso. Ele tentou me impedir, mas consegui forçar minhas pernas a atingi-lo antes que conseguisse me alcançar. Peguei o celular no chão e rapidamente – mesmo com as mãos algemadas – consegui discar o número de Sam numa fração de segundos.

Antes de ser pega pelo outro policial, a única palavra que consegui dizer ao ser atendida, foi um rápido e desesperado “socorro!”.

O policial que anteriormente segurava Roman alcançou minha cintura, puxando-me para o chão, derrubando meu corpo com força contra o concreto. Aquilo doeu, mas nada foi pior do que imaginar o que fariam conosco. O outro policial quem eu acertara pegou Roman antes que ele fizesse alguma coisa, enquanto Liliam apenas observava tudo com atenção.

- Vocês são rápidos, devo admitir. – disse ela. – Levem os dois para a viatura e os prendam ali! Não quero mais ninguém aprontando, quero os dois presos agora!

Os dois entenderam o recado e nos puxaram para dentro da viatura. Eu gritava, chutava o ar e Roman parecia fazer o mesmo, porém, por ter sido pego pelo latino quem eu acertara, seus chutes estavam fazendo efeito. Tanto que os dois caíram no chão juntos.

- Esse ai é insistente. – disse o que me segurava. Tomou posse nas algemas de Roman, puxando-o com força contra o chão, olhando-o seriamente nos olhos. – Fique quieto garoto, assim as coisas não vão piorar para você.

Roman, se dizer mais nada, voltou a ficar mais calmo, entretanto ainda tentava escapar. Já eu, fui repreendida por mãos fortes quando tentei fugir pouco antes de eles nos jogarem dentro da viatura e trancarem as portas. Eles conversavam sobre onde nos levariam, mas não consegui compreender muito bem, apenas batia no vidro sucessivas vezes.

Onde estava Sam quando se precisava?

Sam

- O que foi isso? – disse Mel confusa.

- Jesse... – murmurei sem reação. – Jesse pediu socorro. Aconteceu alguma coisa.

A frase conseguira despertar Melanie de vez, agora nem mesmo uma anestesia conseguiria fazer com que ela voltasse a deitar. Mesmo tendo acabado de sair de uma cirurgia, Melanie já se encontrava sentada e com disposição para lutar contra Lilian pelo menos mais três vezes.

Raphael já havia entrado no quarto de Mel para conhece-la, mas acabou se deparando com a cena em que Jesse ligava para nós pedindo por socorro.

- E se essa tal de Liliam tiver juntado forças com policiais? – sugeriu Raphael. – Se for isso, seus amigos não vão ter chances.

Melanie nos olhava tensa, mesmo com a expressão exausta, foi como se aquilo colocasse uma dose de adrenalina em seus olhos. Fiquei estático. O que deveríamos fazer agora?

- Sam, pegue minhas roupas. – disse Mel. Ela estava séria, possuía uma expressão determinada nos olhos, coisa que eu conhecia bem, pois significava que nada que eu dissesse ia impedi-la de fazer o que tinha em mente. – Nós vamos até lá.

Nervoso, eu bem que tentei negar dizendo que seria ruim para sua melhora, afinal, havia acabado de sair de uma cirurgia e enfrentara a morte. Porém, quando se trata de Melanie, é impossível discutir, ela era incrivelmente teimosa.

Sem discutir, entreguei a ela suas roupas e enquanto se trocava, percebi que não poderíamos contar com os policiais nesse momento. Estava nas nossas mãos o que aconteceria.

Ah, era agora que eu matava velha louca!


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Notas finais do capítulo

ISSO MESMO, SAM, COLOCA ORDEM NESSA BADERNA!



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