Meu Amor Imortal escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 20
Capítulo 20 - O ABISMO


Notas iniciais do capítulo

O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício.
Sthendal



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PDV - Nessie

O frio era cortante. A natureza parecia saber que era um dia sombrio. Tinha mandado seus ventos mais gélidos sobre as montanhas de Olympic. Era um dia escuro. Sem sol. Uma fina névoa negra pairava sobre a floresta aos pés das montanhas. Observava cada detalhe do ambiente, olhando a floresta ao longe, do alto da montanha, com um abismo aos meus pés. Lembrei de uma frase sombria: "Não olhe pro abismo, se não, ele olha de volta pra você." Calafrios percorreram meu corpo. Me encolhi mais no casaco de urso, que ainda estava com o cheiro de tio Emmett. Suspirei fundo, absorvendo o cheiro dele, mas era como se todos estivesem alí, e isso me trazia algum conforto. Sentia que Jake me observava de longe. Ele não estava se aproximando. Talvez, ainda magoado com a recusa que ele estivesse ao meu lado. Comecei a falar, sabia que ele podia me ouvir .

– Não quero um ombro pra chorar Jacob. Se não posso lutar ao seu lado porque me julga fraca, não serei um peso que te manterá longe de seus irmãos de luta.

Falei sem me virar, ainda olhando pro abismo aos meus pés, mas pude sentir sua aproximação. Seus braços quentes envolveram meu corpo suavemente. Ele me virou e mergulhei em seu olhos. Ele me abraçou agora em desespero. Podia sentir seu coração angustiado pela partida, sem certeza do retorno. Afagou meus cabelos. Respirava profundamente, como se pudesse me absorver pra dentro de si, e eu gostaria muito que ele realmente pudesse.

– Eu vou voltar pra você Nessie. Eu sempre vou voltar pra você, minha pequena .

Eu coloquei a mão sobre seu peito, sentindo as batidas de seu coração, gravando na minha mente aquele som, que eu reconheceria em qualquer lugar. Porque era o complemento do meu próprio coração .

– E eu sempre vou esperar por você, meu Jake .

– Eu não acho você fraca meu amor. Eu só não conseguiria lutar com você lá. Eu tentaria te proteger a todo custo, e isso seria nosso fim em uma batalha .

– Eu sei! Eu já entendi, mas meu coração não aceita, e não tenho poder sobre ele. Entenda que eu não viverei nem um dia sequer a mais, se algo acontecer a você. Entenda isso e volte pra mim Jake .

Ele tomou meus lábios num beijo apaixonado e urgente. Um beijo de promessa. A promessa do retorno. O ar começava a me faltar nos braços de Jake, e antes do que eu gostaria, tive que me afastar de seus lábios em chamas. Seu coração batia em solavancos desritimados e fortes. Coloquei novamente a mão em seu peito, e olhei fundo em seus olhos, quando BUM...

Imagens começaram a aparecer na minha mente. Jake muma montanha parecida com esta. Uma garota! Eles brigaram! Era minha mãe, ainda humana. Eles se beijaram. Outras imagens. Jake ainda criança, com sua mãe correndo pela reserva. Ela chamando-o para tomar banho. Motos novamente! Minha mãe caida, ele limpando sangue de sua testa. Meu pai e ele conversando em uma cabana de camping. Minha mãe adormecida em seu braço. Ouvi sua voz no fundo de todas aquelas imagens.

– Nessie, o que você tá fazendo com a minha mente?

Eu pude ouvi-lo. Minha mão ainda estava em seu coração. Ainda sentindo as batidas descontroladas, mas eu estava passeando livremente em suas memórias. Cada uma delas. Da infância à adolescência. Da primeira vez que se transformou, das brincadeiras de criança com os meninos de La Puch, da morte de sua mãe, da partida das suas irmãs, da doença de Billy, tudo. Eu não queria solta-lo. Sabia que estava vendo cada dia importante da vida de Jake . Novamente ouvi sua voz, só que agora, era pouco mais que um sussurro angustiante.

– Me solte Nessie! Para com isso .

Não conseguia me soltar. As imagens vinham como filme. O casamento dos meus pais. Ele vagando em desespero pela floresta, em sua forma de lobo, sofrendo por minha mãe. Depois com a volta dela. Ele procurando por seu imprinting. Por rostos de desconhecidas. A separação da matilha de Sam, toda a dor do meu nascimento. Ele descendo as escadas querendo minha morte, eu nos braços de Rose. Seu imprinting, e como um solavanco, pude sentir o que ele sentiu naquele exato momento que me viu, como flash e minha mente tão forte, que me empurraram pra solta-lo. Ele caiu de joelhos aos meus pés. Minha mente estava uma confusão de informações cruzadas, transpassadas. Jake caído, ofegante, tentando falar algo que saía inteligível de seus lábios. Ele não conseguia se leventar. Parecia exausto. Eu o retirei do chão, usando toda a minha força para leva-lo para dentro da cabana. Mesmo assim, ele pesava toneladas, e eu estava quase arrastando ele pelo chão.

– Vem Jake! Me ajude, ou eu e você vamos cair deste abismo.

– O que você fez comigo ?

Perguntou num sopro de voz.

– Acho que roubei suas memórias. Todas! Desde que era uma criança. Cada momento que viveu. Ainda estou meio tonta. Por isso, tem que me ajudar. Preciso leva-lo pra cabana.

Ele parecia estar recobrando suas forças. Coloquei seu braço em meus ombros e conseguimos chegar na cabana. Deitei ele na cama. Ele estava com os olhos fechados, parecia meio sonolento e grogue, e sua pele estava mais quente que o normal. Arrumei-o de forma confortável na cama e fui procurar algumas toalhas. Pequei neve lá fora, e enrolei na toalha, para colocar em sua testa, tentando equilibrar sua temperatura. Fiquei uns dez minutos fazendo isso, quando ele agarrou minha mão, fazendo- me assustar com o movimento brusco.

– Por que você vez isso ?

Seu tom era acusatório, e me encolhi levemente pela dureza de suas palavras. Mas logo a preocupação por seu estado foi tomada pela a irritação de estar sendo acusada.

– Não foi por querer. Foi involuntário. Talvez porque as memórias do beijo que você deu na minha mãe estivessem gritando na sua cabeça.

– Não era o beijo Nessie. É a situação em que estamos. Está muito parecida com o momento do passado. Não era assim que eu pretendia contar as coisas pra você!

– Não importa mais. Já sei de tudo! Muito mais que eu gostaria até. E me magoou muito Jake. Você deveria ter me contado. Todos vocês deveriam ter me contado a verdade. Eu entenderia.

Ele agarrava minhas mãos ainda com força, como se achasse que eu fosse sair correndo como uma louca dalí. Eu bem que queria, mas seu punho estava firme, me mantendo sua prisioneira.

– O que você está dizendo agora? Que não entendeu? Entrou na minha mente, viu cada momento da minha vida, e não entendeu Renesmee !?!?

Tentei me soltar de seus punhos de aço quente. Sem sucesso algum. Eu estava com um pouco de medo dele. Ele parecia furioso, achando que eu não tinha entendido seus sentimentos. Tinha que esclarecer logo este caos.

– Eu entendo Jake! Eu vi seu imprinting. Mais que isso, pude senti-lo. Eu entendo! Por favor, me solte. Eu não vou fugir .

Imediatamente, ele soltou minhas mãos, mas não me libertou. Me abraçou com força. Com uma fúria apaixonada, abalando toda as minhas certezas, que queria que ele saísse dalí. Que eu estava magoada pela mentira, tudo já não tinha a menor importância se eu continuasse alí em seu braços. O mundo podia acabar, que eu estava feliz e satisfeita com tudo. Porque estar em seus braços, era como chegar ao paraíso mais perfeito.

– Eu te amo Nessie! Nunca foi amor, não o amor que eu sinto agora por você. Não era nada comparado com o que eu sinto agora. Você é minha vida. Eu só me sentia ligado à Bella, por você. Porque era ela, que traria você pra mim. A razão da minha vida. Minha exitência.

Ele falava, beijando todo o meu rosto, pescoço, e suas mãos deslizavam livremente em minha costas, por dentro do casaco. Me livrei do casaco, colocando minhas pernas, uma em cada lado do corpo de Jake. Suas mãos, não soltaram nem um minuto sequer das minhas costas, que já estavam em chamas. Ele continuava! Estava me beijando alternando pescoço e brincando com a língua na minha orelha, deixando um rastro de fogo na minha pele. Meu corpo respondia a cada toque seu. Me vi arrancando sua blusa, querendo mais contato. Fiquei parada alguns segundos, adimirando aquele abdomen, que me atraía tanto. Seus olhos estavam profundos e mais negros ainda. Nem sei como era possivel. Ele arfava e sua respiração era irregular. Mordi meu lábio inferior, tentando aplacar o desejo que já estava consumindo minha carne. Pude sentir sua excitação em minha nádega, e isso acendeu algo muito violento em mim. Rosnei levemente, indo pro seu pescoço e sentindo seu sangue pulsar em sua veia aorta. Dei pequenas mordidas alí e ouvia Jake gemer levemente. Uma de suas mãos, foi para minha coxa, me apartando firme. A outra, na minha cintura, subindo levemente pra minha barriga, o que fez meu ventre se acender. Me senti completamante molhada e pulsando por ele.

– Jake.

Seu nome saiu num murmúrio dos meus lábios, o que pareceu um gemido. Ele correspondeu, invertendo nossas posições. Me colacando de costas na cama, e seu corpo sobre o meu, tendo o cuidado para não colocar seu peso todo em cima de mim. Com uma mão livre, deslizava na minha coxa e barriga, subindo e parando antes de tocar meu seio. Me olhou nos olhos, como pedindo um consentimento. O que teve, com um sorriso meu e me apertei mais nele, sentindo o calor embriagante de seu corpo. Ele tocou meus seios por cima da lingerie fina e au arfei, pedido mais. Ele molhou seus lábios, como se tentasse se controlar, mas eu não queria que isso acabasse. Tendo sua boca úmida, dei um beijo molhado, arfando e gemendo seu nome. Ele parecia rendido, e tirou minha blusa num movimento rápido, acariciando meu seios ainda sobre a lingerie preta. Ele ainda tentava se conter, mas eu queria mais dele. Tirei eu mesma o soutiem, e ele ficou alguns segundos olhando meus seios com olhar de desejo e admiração. Tive que insentiva-lo.

– São seus, meu amor! Eu sou sua.

Ele soltou um rosnado e lambeu todo o meu seio, se concentrando na parte mais sensível, dando pequenas mordidinhas, que eram torturantes de tão prazerosas, me fazendo arfar e gemer seu nome. Foi quando ouvimos um uivo de lobo a poucos metros da cabana, fazendo a gente se libertar do nosso mundo particular. Fechei os olhos, tentando me recompor e controlar a respiração descontrolada. Jake se levantou, estendendo minha blusa, que eu pequei meio envergonhada.

– É o Seth! Vou falar com ele.

Me deu um beijo na testa e saiu da cabana. Fui pro banheiro. Precisava de um banho frio, mesmo com a neve e o frio que estava, meu corpo ardia em chamas. Pude ouvir Jake dando algumas ordens para Seth.

Saí do banho, usando o meu roupão e procurando uma roupa. Encontrei com facilidade. Estava tudo bem organizado, em uma comôda perto da cama. Pude sentir o perfume de jasmim de Alice, o que fez meus olhos marejarem. Eu não poderia perde-los. Nenhum deles. Eu os amo demais! Senti os braços de Jake me abraçando por tráz, encostando seu queixo em minha cabeça, enquanto eu estava estática, olhando pra gaveta de roupa aberta. Me virei pra ele, já querendo desistir da minha idéia inicial, tentando fazer com que ele ficasse aqui comigo. Sem saber por onde começar. Eu não encontrava as palavras certas. Ele me colocou sentada na cama, tirou algumas roupas da gaveta. Eu não conseguia falar. As palavras não me vinham. Só um soluço fraco e o embargo no meu peito, e lágrimas sorrateiras escorriam em meu rosto. Uma fraqueza tomou meu corpo. Ele abriu meu roupão, me vestiu com um pijama de flanela. Como se eu fosse uma criança, pegou uma toalha, secou meus cabelos e os penteou. Me pegou no colo e me deitou na cama, me cobrindo. Deitou-se ao meu lado, me puxando para seu peito. Me aninhei em seu abraço sentindo o seu calor aconchegante , e ele cantou baixinho uma canção quiileute que eu já conhecia. Era a mesma que ele sempre cantava para me fazer dormir quando criança . Acho que era algum canto mágico, porque eu sempre me rendia à ele, como um sonífero hipnotizante. Mergulhei na escuridão .




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