Meu Amor Imortal escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 13
Capítulo 13 - TREINAMENTO


Notas iniciais do capítulo

UM POUCO DE AVENTURA .
POR QUE NÃO E SÓ DE AMOR
QUE VIVE O HOMEM .



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TREINAMENTO - PDV Nessie

A pior noite da minha vida! Tive pesadelos horríveis com todos os Denali. Vi fogueiras, e seus corpos queimando. Chorava compulsivamente. Me sentia culpada por suas mortes. Quando achei que já não tinha mais forças, um forte sentimento de vingança se apoderou de mim, e uma certeza absoluta me dava uma força para me manter de pé . Eu vou me vingar! Eu vou fazer a justiça por meus amigos . Com esta certeza nova, consegui dormir um pouco. Acordei no dia sequinte e já sabia exatamente o que fazer .

Encontrei Esme na cozinha terminando de fazer o meu café.

– Bom dia vó! Viu tio Jazz?

– Sim querida! Ele está no escritório. Venha tomar seu café.

– Agora não!

Ela estranhou minha atitude, mas eu não tinha tempo a perder. Me encaminhei para o escritório. Ele estava lendo um livro, que eu não prestei atenção qual era. Ele enrrugou a testa, sabendo todos os meus sentimentos naquele momento. Fiz um sinal para ele. Não queria nenhum outro sentimento, que não fosse aquele que estava me amargurando. Meus amigos estavam mortos. Eu ia chorar e sentir dor por eles. Era o mínimo que eu poderia oferecer naquele momento, enquando a minha sede de vingança não fosse saciada .

– Não quero analgésico Jasper. Mas se quer fazer alguma coisa por mim, me encine a lutar .

Ele parecia surpreso. Mas sabia que eu estava determinada. Podia sentir. Em um momento senti sua hesitação. Ele não podia recusar. Precisava de sua ajuda. Teria que convencê-lo .

– Seu pai me mataria criança. Não posso, sinto muito .

– Isso é entre eu e você Tio Jazz. Algo que pode fazer por mim, algo que pode salvar minha vida em um momento de perigo. Não posso pedir isso a mais ninguém. Todos recusariam. Talvez tio Emmett, mas ele não teria o seu talento. Sei que entende minhas razões, e sabe que estou certa. Não posso ser uma eterna vítima indefesa no nosso mundo, cheio de perigos. Preciso saber me defender. Por mim! Por todos!

Falei da forma mais calma que consegui, mas fui firme em cada palavra. Ele respirou fundo. Eu tinha conseguido. Tinha certeza!

– Tudo bem! Mas vai seguir minhas regras. Não vai me questionar, não será teimosa, nem mimada. Nada de chamar Jacob ou outros para nossos treinos. Só eu, você e Emmett, para ser nosso saco de pancadas, e me prometera que só vai usar da luta como defesa e esquecer este sentimento de vigança, que está em você agora. Para dar certo, vou esquecer que é minha sobrinha amada e vou tratá-la com um soldado .

– Obrigada! Quero que me trate como soldado, pois serei seu melhor soldado. O mais aplicado e obediente que já teve. Não quero, nem vou aceitar outro tipo de tratamento . Quando começamos ?

Eu sabia! Ele conseguia ver a minha necessidade. Mas no íntimo, eu tinha medo. Sabia que não poderia descartar minha vingança. Tive que guarda-la em meu interior. A minha hora chegaria. Eu só tinha que ter paciência. Tempo não é um problema pra mim .

A partir daquele instante, toda a minha rotina foi mudada. Tinha deixado os meus estudos


com meu pai e Carlisle para o período da tarde, e só via Jake à noite, o que estava me deixando triste. Mas eu tinha que continuar . Acordava bem cedo, antes do sol nascer, para ir aos treinos com tios Jazz e Emmett. Meu pai estava indgnado. Não queria aceitar os treinos de jeito nenhum. Jake também não tinha gostado da idéia, queria ir para ter certeza que eu não me machucaria, mas eu estava decidida, sequiria às regras de tio Jazz. O único que estava animado era tio Emmett , que fazia cara de assassino pra mim toda vez que saímos os três para os treinos. Mas depois, sorria como um bobo piscando em sinal de brincadeira. Tio Jazz não me deu mole como ele já tinha dito que não faria. Pulavamos penhasco, nadavamos à toda velocidade, fingíamos perceguições e golpes de luta, técnicas de camuflagem e como enganar e despistar os rastros . Me sentia uma vampira nômade, e não podia negar que gostava disso. Seguir os instintos. Com tanta aventura o perigo, a miha adrenalina ia a mil. Entendi porque só Emmett foi autorizado nos treinos. Era muita loucura. Os ataques que eu sofria, eram algumas vezes bem realistas e me deixavam com vários hematomas e luxações, que eu tinha que esconder usando roupas mais compridas e algumas vezes, tinha que engolir a dor quando Jake vinha me abraçar e meu corpo estava moído pelos golpes que eu tinha levado no treinamento. Não podia reclamar ! Sabia que eles iam fazer um escândalo, e os treinos não seriam mais autorizados. Não me permitia lembrar de nada quando chegava em casa. Era um exercício mental. Algumas vezes, tive que roubar alguns remédios e curativos da farmácia particular do meu avô, para amenizar minha dores. Em certos momentos, podia ouvir tio Emmett perguntando a Jazz se ele não estava pegando pesado demais, e Jasper respondia:

– Ela aguenta. Ela é durona!

Ele me passava orientações a todo instante.

– Corra mais rápido! Pule mais alto! Agora vai!

Perecia um general enfurecido.

– Não tente ser mais forte que ele, porque você não é. Só vai se machucar ou morrer. Seja mais rápida, mais esperta.

E lá vou eu na minha seção de treino, absorvendo todos os seus ensinamentos .

Meses tinham passado, e eu já tinha feito um bom progresso. Não sentia mais as dores do treino. E meu tio Emmett, quase nunca conseguia me acertar com seus golpes. Podia sentir. Eu estava mais rápida e tinha que caçar mais vezes, devido ao esforço que estava fazendo nos treinos.

Tia Alice continuava de olho para saber quando receberíamos a visitas dos três assasinos, mas nada de concreto ainda. Eles estavam mudando de decisão a todo instante. Queriam nos pegar desprevenidos .

Numa manhã de treino, estavam eu e Emmett na nossa guerrinha feroz, quando ouvimos patas se aproximando, e o som de passos em seguida, na direção da nossa clareira. Tio Jazz sorriu. Ele já sabia quem vinha.

– Que bom que puderam vir! Seth. Embry .

Disse animado, comprimentando os meninos, que estavam todos sorridentes .

– Deu um pouco de trabalho esconder isso do Jake, mas aqui estamos.

Era Sethy, todo amimado como uma criança fazendo arte escondida de seu pais.

– Não perco uma briga. Mesmo sendo com a Nessie, que acho que não vai me dar trabalho. Será molezinha, e não pense que eu vou ter dar mole, só porque é gatinha.

Embry disse, me dando uma piscadinha e um sorrisinho malicioso.

– Vai esperando totó. Vai sair daqui com o rabinho entre as pernas e com vergonha de ter apanhado de uma garotinha de 7 anos .

Disse, em tom de dessafio. O que tive como resposta, foram gargalhadas de deboche de todos os presentes. Tio Jazz fez sinal para pararem, e começou a explicar porque eles estavam alí .

– Muito bem! Nessie, esta é sua prova de fogo. Eu já escolhi o perímetro que vamos usar. Será uma pista de obstáculos. No caso, os seus obstáculos serão os lobos, Emmett e por último eu. Você terá que passar por todos e chegar até a cachoeira. Poderá usar tudo que eu ensinei. Camuflagem, corrida, luta. Tudo! O seu objetivo é chegar até a cachoeira. Não importa como. O nosso, é impedi-la. Você não saberá onde estamos. Terá que passar por todos os pontos que eu já sinalizei nas árvores. Não tenha pena da machucar seu amigos se necessário, porque eles não estão aqui pra facilitar as coisas pra você. Já tem um prêmio para eles, caso os dois consigam te impedir. E, claro, meninos. Não a matem. Senão, Edward e Jacob vão caçá-los no inferno, se for necessário. Vocês sabem .

– Ei, também quero um prêmio. Porque eu vou chegar naquela cachoeira, e vocês não vão nem saber o que aconteceu .

– Tá bem, vai sonhando pirralha.

Tio Emmett tinha um brilho diabólico nos olhos, o que me fez engolir em seco um nó na garganta .

– Qual o prêmio que você vai querer, Nessie ?

Perguntou tio Jazz.

– Na verdade, são dois. Mas depois eu falo.

Disse, esfregando as mãos em sinal de expectativa.

– Ok! Nós vamos na frente. Conte até cinquenta, e vá. Nada de trapaças. Eu saberei, espertinha Assim que eles saíram, começei minha contagem e também a calcular o perímetro e a minha estratégia. Posso pensar em várias coisas ao mesmo tempo. É uma das vantagens de ser uma meia vampira. Pode-se pensar em mil coisas ao mesmo tempo. Com uma mente sobre-humana a disposição, meu plano era simples. Sabia exatamente quem iria estar na minha frente. Seth, pois eles o jugam mais fraco. Não vou lutar com ele. Só vou despistá-lo. Depois Embry. Esse eu vou dar uma boa surra, pelas gracinhas. Em seguida, tio Emmett, que tem força física. Mas ele é lento. O grande problema será tio Jazz, que eu não tenho idéia de como derrotar. Vamos lá Nessie, todos tem seu ponto fraco. Sorri maliciosamente. Já sabia como .

Comecei a procurar pela campina. Eu preciso de lama. Muita lama. Rasguei parte da minha blusa, e guardei no bolso da calça. Retirei o restante da blusa, ficando só de sutiã, calça jeans e tênis. Comecei a passar lama por todo o meu corpo. Prendi meus cabelos num coque apertado, me sujei o máximo que pude. Tinha que disfarçar meu cheiro. Fiquei quieta por alguns instantes, me concentrando na respiração. Tinha que acalmar meu coração, para que suas batidas ficassem mais lentas e suaves, quase imperseptíveis. É crucial que eu mantenha todos os meus sentidos em contole, para que a minha presença não seja detectada previamente. Precisava contar com o elemento surpresa. Ele tinha que estar ao meu favor. Vai ser difícil. Passei semanas treinando esse total autocontrole. Ele é indispensável numa luta. Já estava totalmente calma e serena. Pude sentir até mesmo a temperatura do meu corpo cair. Era quase uma vampira completa. Nessa hora, sorri satisfeita comigo mesma. Fui procurar um cervo ou outro animal na campina. Achei um filhote de veado desgarrado do bando, que estava tranquilamente bebendo água no lago. Capturei o animal, trouxe até a clareira.

– Você vai fazer um favor pra mim amiguinho.

Coloquei a minha blusa nele e comecei a esfregar minhas mãos e braços no animal, trocando nossos cheiros, e assim confundiria a todos. Me adiantei na trilha marcada pelo tio Jazz, com o animal seguro em meus braços. Imobilizei ele o melhor que consegui. Soltei-o na campina, na direção de onde eu tinha certeza que seria o escolhido pra Seth me emboscar, pois teria que passar por alí. Subi em uma árvore próxima. Pude ver seu vulto em forma de lobo, que correu em direção ao veado, que ia a todo galope para outra direção. Tive que me conter para nao rir. Segui para minha próxima vítima, andando pelas árvores. Desci para recolher alguma pedras, em uma velocidade atroz. Já podia ver Embry, que nem fazia questão de se esconder. Comecei a jogar pedrinha em todas as direções, que quicavam e ricocheteavam nas pedras maiores e árvores, deixando impossível de se ver, de onde vinham. Soltei risinhos divertidos pela sua confusão visível, que olhava para todos os lugares sem saber de onde eu viria. Deixei que ele me visse sumindo , depois em seguida, pelas árvores, tive que provocá-lo.

– Acho que não está tão molezinha assim, né totó? Pode deixar, não vou contar a surra que eu vou te dar pra ninguém.

Desci em sua costas, apertando com força suas costelas, com minhas pernas. Segurei em sua mandíbula, imobilizando suas mordidas, e joquei ele com força sobre as pedras. Ele gania, mas está vivo. Podia ouvir seu coração. Me serti com pena de ter sido muito violenta. Quando ele começou a soltar ganidos, que pareciam choro , me aproximei.

– Embry! Você está bem? Peguei pesado, desculpa! Eu vou ligar pro meu avô.

Já estava com o celular na mão, quando ouvi um rosnado em minha direção. Era ele. O garoto tinha me enganado. Vinha com toda fúria. Me desviei rapidamente, deixando o celular cair. Ele conseguiu me morder e segurar uma de minhas pernas na sua boca, com a outra, dei um forte chute em seu dorso. Rolei para o outro lado, dei um salto para pegar impulso e choquei seu corpo contra uma árvore, que se espatifou. Ele ficou desacordado por um tempo, mas já estava começando a se recuperar. Peguei meu celular de volta. Carlisle já estava na linha, e me chamava insistentemente .

– NESSIE! NESSIE, é você querida? O que houve? O telefone está mudo.

– Vô, preciso que venha até o local que estamos treinando e recolha a carcaça do Embry, que está gemendo de dor.

Coloquei o telefone bem próximo ao focinho do lobo, que gania em dores.

– O que houve Nessie?

– Depois explico. Venha antes que ele começe a se recuperar com seus ossos todos fora do lugar .

Olhei para o corpo do meu amigo no chão. Me agachei para ver se ele estava melhor, com cuidado, para não ser enganada novamente por ele. Embry estava bem. Só quebrado pela surra. Falei em seu ouvido de lobo.

– Tshi, tshi, tshi!!! Que surra feia você levou da garotinha, lobinho. Pode deixar, vou guardar segredo. Vou dizer que você foi atacado por um urso gigante e enfurecido .

Dei um beijo e um afago em seu pêlo de lobo. Continuei seguindo meu trajeto .

Agora tio Emmett. Não podia usar de força bruta. Seria inútil. Tenho que ser esperta e rápida. Olhei tudo à minha volta. Ele estava olhando o horizonte em meio ao vale. Eu estava contra o vento. Não podia ser detectada. Olhava tudo ao meu redor. Cada elemento da natureza que pusesse usar ao meu auxílio. Ele começou a bufar impaciente.

– Estou envelhecendo aqui mostrinha.

Ele sorria pra si mesmo, olhando em todas as direções .

Tive que sorrir em silêncio. Paciência não era uma de suas virtudes. Caminhei suavemente tocando o chão com a ponta dos pés, calculando cada passo. Me esgueirando sobre a mata e arbusto. Retirei o pedaço de blusa que eu tinha guardado no bolso da calça, e amarei em um galho seco. Saí dalí rapidamente. Era só esperar o vento. Ele seria meu aliado. Ele não demorou e bateu sobre o galho seco, levando meu cheiro em outra direção. Sorri satisfeita. Ele não é como o Seth. Não foi atrás do cheiro. Sorria e olhava na direção de onde vinha o meu cheiro. Não podia ver o pedaço de pano amarrado no galho. Eu tinha escondido bem. Ele estava focado no cheiro. Desci por baixo do vale. Eu tinha que   contornar por baixo, sob uma fina camada de terra, que estava no desfiladeiro. Vai ser arriscado. A altura era atroz. Provavelmente, uma queda dali , eu não sobreviveria. Mas é a minha única chance. Tenho que ter calma. Lembrei das aulas de balé, que tive com tia Alice. Com a delicadeza de uma bailariana, condusia cada movimento. Não podia deixar nem a terra sair do lugar, pois isso iria chamar a atenção dele. Eu nem acreditei, quando olhei pra tráz e ele ainda estava todo impaciente, esperando eu surgir por trás das árvores. Segui meu caminho. O verdadeiro desafio ainda estava por vir. Eu estava tão perto já ouvia o som da cachoeira. A trilha era muito íngrime. Uma ladeira, com um rio. Era a nascente da cachoeira. Meu caminho!

Olhei receosa. Não podia perder. Cheguei tão perto! A minha mente não parava de trabalhar. Não posso usar minhas estratégias. Foi ele que me ensinou todas. Preciso usar minha mente. Só eu. Pense Nessie! Descartei meu plano inicial, que era totalmente estratégico. Improvisar. É isso! Sou uma adolescente muito imaginativa. É isso que vou usar contra o estratagista militar.

Me joguei como uma louca nas margens da nascente. Comecei a boiar. Meu corpo batia fortemente nas pedras, e logo pude ver meu tio me olhando com olhar de desespero. Tentei dar um adeusinho de deboche, mas não deu muito certo. Acabei engolindo um monte de água. O rio me puxava. Eu sabia que ia cair pela cachoeira, mas a adrenalina não me abandonou. Sorri em vitória. Eu tinha vencido. Mesmo que me afogasse naquele véu de água, o objetivo era chegar até ele, e eu estava muito próxima.

– Nessie saia da água agora. O desafio acabou. Saia agora! Chega!

Ele gritava em desespero. Vi ele entrar na água vindo em minha direção. Do outro, lado vi Seth e Emmett com feições preocupadas. Emmett ligava para alguém. Eu ia descendo o rio à toda velocidade. A correnteza me levava como uma folha seca. Pude ver meu tio se aproximar e tentar me pegar, mas eu era levada pra a descida da cachoeira. A queda era inevitável. Prendi a respiração. Tentava manter a consciência. Meu corpo foi arremesado para fora. Sentia bater em algumas pedras na descida. Tudo ficou negro. Já estava mergulhada na inconsciência, mas senti quando meu corpo bateu na superfície. Um choque violento, como se fosse pedra sendo jogada com toda força. Comecei a afundar na escuridão da cachoeira. Um silêncio me invadia. Não era ruim. Não sentia nem mais dor. Era bom estar alí no silêncio, no escuro. Era tranquilo. Nada vinha à minha mente. Eu estava pairando naquela imensa escuridão.







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Notas finais do capítulo

SHII , SHII !!
BJS



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