Tracy Holoway-assassinatos e Desventuras escrita por Red Widow


Capítulo 5
Capítulo 4




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Senti um cheiro podre vindo da cozinha. Gerald devia estar preparando o almoço.

Fiz um esforço e entrei na cozinha.

-Aonde você foi? – Ele estava preocupado e também com um pouco de raiva.

-Depois a gente precisa conversar. – Ele desligou o fogo do fogão (claro que era do fogão, não ia ser da geladeira)

-Aonde você foi, Tracy?

-Agora não é hora de discutirmos esse assunto.

-E quando vai ser a hora? Quando eu descobrir que alguma coisa conseguiu pegar você?

-Nada vai me pegar. Eu só não quero falar agora, porque a Emily já vai descer.

-Você sai de manhã, fala que vai fazer compras e volta ao meio dia sem nenhuma compra! Eu tenho cara de trouxa? Acho que não!

-Não te falei a verdade porque eu não queria te deixar mais preocupado.

-Preocupado eu fico quando minha namorada sai às sete da manhã, não dá mais notícias e só volta agora!

-Desculpa! Ok, eu admito que estou errada! Eu devia ter te contado antes.

-Tudo bem. Eu vou dar o almoço pra Emily, aí a gente conversa. – Ele olhou para a porta da cozinha e gritou – Emily! Desce logo, o almoço vai esfriar desse jeito! – Até parecia que eu era o pai da casa e ele era a mãe.

Me virei, peguei o jornal e subi para o meu quarto. Eu queria falar com a Emily, mas agora não ia dar.

Sentei na cama e esperei. Gerald estava certo. Eu devia ter falado para ele o que eu ia fazer. Mas agora não adianta ficar remoendo o assunto.

Passaram-se quinze minutos até Gerald entrar no quarto. Ele sentou do meu lado.

-Então, vai me contar o que você foi fazer?

-Vou. – Olhei para ele – Resumidamente, do lado de fora de casa tinha um bilhete mandando eu ir até um lugar. Eu fui. Lá tinha um vampiro que era o namorado daquela coisa que eu matei ontem.

-E aí?

-E aí que nós lutamos, não foi assim A luta, mas eu derrubei ele e o matei. E não é só isso. – Peguei o jornal e apontei a matéria da primeira página.

-Você acha que eles tinham alguma coisa com isso?

-Eu tenho certeza. Nesse lugar que eu fui, algumas paredes continham frases que foram escritas com sangue de criança. De criança, Gerald!

-Eu estou com medo, Tracy… Não por mim, mas estou.

-Eu sei.

-Você não está, não é?

-Se eu estou com medo? Acho que não. Claro que eu meu preocupo com vocês, mas eu acho que, por enquanto, você e Emily estão seguros. Sempre tem as chances de alguém vir aqui, eu sei. Não precisa nem falar.

-Por que você não deixa essas criaturas pra lá?

-Gerald! Eu não acredito que você me fez essa pergunta! – Ele devia estar louco, com absoluta certeza.

-Tracy, se você não existisse, como é que seria? Será que seria um caos tão grande assim?

-Você está me desmerecendo! – Ele estava conseguindo me irritar.

-Não! Eu sei que o que você faz é importante, mas está prejudicando nossa família! Será que você não vê?

-Claro que eu vejo! Só que se eu parar de fazer o que eu faço, terei de me afastar de vocês!

-Por quê? – Ele perguntou isso com um ar de ingenuidade que conseguiu me irritar de vez.

-Porque eu complico a vida de vocês! Só o fato de eu morar com humanos já é perigoso. Gerald… Por favor! Entenda o que eu falo!

-Tudo bem. Peço desculpas. Egoísmo da minha parte querer que você largue o resto para ficar só conosco. Desculpa, ainda é difícil para mim.

-Só vou pedir pra você continuar atento a qualquer movimentação estranha. Certo?

-Certo. Vamos esquecer o assunto?

-S…

Antes de eu completar a resposta, Emily gritou. Saí correndo para o quarto dela, ver o que aconteceu. Gerald vinha logo atrás. Abri a porta, Emily estava deitada na cama, urrando de dor. O sangue jorrava de três aberturas em cada perna dela. Ela gritava cada vez mais alto. E não era só de dor, era também de medo.

Deixei Gerald limpando os ferimentos. Olhei em volta: janelas fechadas. Ninguém tinha entrado por ali.

Merda! Eu fui idiota o suficiente para não perceber que o depósito era só armação!

Agora tudo se encaixava: Eu ia para o depósito. Quando Gerald saísse para buscar Emily, a coisa entrava e esperava. Gerald ia querer saber aonde fui. Iríamos conversar no quarto. Aí seria a melhor hora pra coisa atacar.

Que ódio! Agora a minha filha pagava pela minha distração!

Terminei de limpar os ferimentos e fiz curativos. Gerald me olhava, acusando-me.

-Como é mesmo aquela história de que, por enquanto, estamos seguros? – Ele estava furioso.

-Nós não vamos discutir isso de novo, por favor. – Eu supliquei.

Acho que de hoje em diante, a convivência familiar será difícil. Definitivamente, Gerald não entende. Pra ser sincera, nem eu entendo direito.

Mas eu ainda não me conformo com a minha burrice! Como eu não pude perceber? Idiota, mil vezes idiota! Agora era tentar descobrir quem tinha feito isso. Mas como?

A coisa não tinha deixado cheiro, nem marcas, nem nada! Devia ser… Bom, é muito cedo para eu explicitar qualquer conclusão.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

- reviews?



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