Tracy Holoway-assassinatos e Desventuras escrita por Red Widow


Capítulo 13
Capítulo 12




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*Gerald*

 

Já haviam se passado dois dias desde que eu comuniquei o assassinato de Emily à Tracy. Depois de termos chorado por um tempo, ela começou a reagir à notícia de um modo muito estranho. Eu nunca a tinha visto naquele estado. Digo que foi estranho, pois se ela estivesse ‘normal’ (ninguém fica normal quando perde um ente querido, eu sei) iria sair correndo atrás do Christopher, pra matá-lo do pior modo possível. Mas não foi isso que ela fez. Tracy simplesmente se trancou no quarto, e lá ficou. Às vezes eu ia dar uma espiada nela, mas ela estava sempre do mesmo jeito: sentada na beira da cama, com as mãos dando suporte à cabeça.

 

Os vampiros não vieram procurar-me, o que eu achei muito estranho. Devia ser algum plano, ou sei lá o que. Durante o dia, mais freqüentemente à noite, vinham imagens desconexas na minha cabeça. Nada que eu julguei ser significativo. Na maioria das vezes era Emily. Na verdade, era ela e não era ela. Nas minhas ‘visões’, Emily estava com um olhar estranho, quase como se os olhos dela não pertencessem ao nosso mundo. Outras vezes aquele vampiro que fugia de fazer maldades vinha falar comigo e com Tracy.

E ainda tinha umas visões mais esquisitas ainda: eu e Tracy em busca de um artefato, mas, para obtê-lo, teríamos que ajudar uma cidade. Eu considero essa visão esquisita por alguns motivos: primeiro, por que buscaríamos um artefato? Segundo, a cidade que eu vi pertencia aos anos 60. A cidade tinha saloons, as ruas eram de terra, etc. Basicamente, era um cenário de faroeste e não existia mais nenhuma cidade assim.

 

No segundo dia, mais ou menos à tarde, vi Tracy descer as escadas que conduziam do segundo ao primeiro andar da nossa casa. Ela estava sem nenhuma expressão. Não dava pra saber se o seu estado de espírito tinha melhorado. Ela ia saindo de casa, quando eu a detive e perguntei:

 

-Aonde você vai?

 

-Preciso falar com Christopher, e matá-lo também.

 

-Vou junto.

 

-Não, você fica aqui.

 

-Eu vou junto.

 

-Você vai ficar aqui e nem pense em fazer o contrário.

 

Dito isso, ela começou a correr. Corria tão rápido que um humano não poderia vê-la passando.

Tracy estava me tratando diferente também. Emily afetou-a bastante. Afetou a mim também, mas Tracy era a mãe dela, eu nem imagino o que ela está sentindo.

 

*Tracy*

 

Cheguei à casa de Christopher. Escancarei a porta. Ele me fitava assustado, como se estivesse vendo um fantasma. Talvez eu fosse um. O fantasma das minhas escolhas. O maldito fantasma que teimava em existir quando não tinha mais motivo pra existir.

Eu comecei falando:

 

-Não me reconhece, Christopher? Esqueço-me que você deve matar tantos por dia que seria um privilégio se você me reconhecesse. – Ele não disse nada. Em tom mais alto, eu perguntei novamente, quase gritando – Não me reconhece? Pois deveria. A imagem dos meus olhos transbordando satisfação vão ser as últimas coisas que você vai ver.

 

-Gerald atirou em você. Você não está aqui.

 

-Estou sim. – Disse isso e depois lhe dei um soco tão forte que seu corpo todo tremeu com o impacto. – Quer mais alguma amostra que eu realmente estou aqui?

 

-Você voltou. Como pôde? Você é uma assassina de sua própria raça e, queira ou não, assassina de sua própria filha. Só os bons voltam com o poder de serem indestrutíveis.

 

-E quando foi que provaram que eu, só por matar os que ameaçam os humanos, sou ruim?

 

-Mas não dar tanto valor à família e abrir espaço para que a exterminem, pra mim é ruindade.

 

-E você se considera muito bom, não?

 

-Cada um é movido por suas próprias razões.

 

-E quais seriam as suas? Ser o maior vampiro que já existiu? Poupe-me. Talvez você seja o maior em burrice.

 

-E quem disse que eu não sou o maior vampiro? Eu já te contei aquela lenda... – Eu o interrompi.

 

-Já. Me contou aquela história que de tempos em tempos surge um vampiro diferenciado, com o maior poder de todos, que é o mais poderoso Indestrutível, mas que ele sofrerá as conseqüências, sejam elas quais forem. E você se acha diferenciado? Nem Indestrutível você é.

 

-Não é necessário ser Indestrutível. Mas sim, tenho esperanças de ser o vampiro dessa lenda milenar.

 

-Fique tendo então.

 

Saquei as minhas pistolas que até então estavam muito bem ocultas pelo sobretudo que eu havia apanhado em casa. Ele não falou nada. Atirei bem no centro da testa dele. Christopher começou a gargalhar enquanto retirava o projétil da própria testa:

 

-Achou que ia me matar com as pistolas que foram da sua mãe? Me poupe! Eu falei pra você aquele dia que seria mais fácil matar os vampiros com as pistolas com o objetivo que você se encontrasse em uma situação onde não teria nada com o que se defender. E claro, você acreditava em mim. Você acha que eu sei de tudo? Agora, sabendo do que sabe, nunca te ocorreu do porquê de eu saber de tudo?

 

-Agora eu entendo. Você estava planejando tudo, por isso me falava as coisas. Porque era você que tinha preparado.

 

-Na verdade, meu poder é outro. – Ele sorria.

 

-Qual? – Enquanto eu falava, avancei na direção dele, com o objetivo de matá-lo com minhas próprias mãos.

 

-Esse daqui. – Dito isso, antes de eu conseguir alcança-lo, Christopher sumiu, bem debaixo do meu nariz.


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Notas finais do capítulo

- reviews?



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