POV Ricardo

Alice não correspondeu a minha mão estendida, ficou parada me observando. Abaixei a mão e fui para o lado dela protegê-la com meu guarda chuva e coloquei o braço sobre o ombro dela. Eu adoraria abraçá-la.

Notei que ela estava chorando, era muito doloroso observar uma cena assim. Implorei:

–O que houve Alice? Por favor, não fique assim, prometo te explicar tudo. Não chore ruiva, não chore.

Ela continuava estática, não resisti ao impulso e a abracei. Comecei a encher de beijos os cabelos dela, ela correspondeu ao meu abraço e ficamos alguns momentos ali em pé enquanto eu a ouvia chorar. A chuva diminuiu e então resolvi levá-la até o banquinho do ponto de ônibus para que nos sentássemos. Assim que ela parou de chorar disse:

–Você deve estar me achando estúpida... Devo parecer uma criança boba pra você.

Ela era linda, e tão frágil... Gostaria mesmo de poder cuidar dela por toda minha vida, acho que ela era a menina mais incrível que eu já havia conhecido.

–Não Alice, você parece incrivelmente linda, você a razão por eu conseguir ter forças para vir as aulas todos os dias depois das coisas que aconteceram, você é a o que me faz ficar feliz por estar trabalhando numa sala de jogos onde posso te ver quase todos os dias, é em você que penso sempre antes de dormir e quando acordo, é você a pessoa, a única pessoa de quem quero estar ao lado nesse momento.

Ela me olhou por uns instantes, encostou a cabeça no meu ombro e disse baixinho:

–Por favor, não me deixe sozinha...

Fiz um breve cafuné nos cabelos dela e prometi:

–Nunca Alice, nunca.