Death Note: Ressurreição escrita por Goldfield
Crise no sistema democrático
Onde está a justiça?
Crise no sistema democrático
Onde está a justiça?
Assassinos à solta depois de julgados
Quem punirá seus crimes?
Assassinos à solta depois de julgados
Quem punirá seus crimes?
Hey, hey, francesinha
Seja o juiz, seja o Kira!
Hey, hey, francesinha
Seja o juiz, seja o Kira!
Porque em terra de justiça cega
Quem tem um caderno é rei!
Porque em terra de justiça cega
Quem tem um caderno é rei!
Hey, hey, francesinha
Seja o juiz, seja o Kira!
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Capítulo XIV
“Desconfiança”
A tempestade se abatia sobre Paris, incessante.
Pelas ruas quase vazias e repletas de poças d’água, uma figura feminina, encolhida, corria o mais rápido que podia pelas calçadas, desafiando a força da natureza. Encharcada pela chuva e já espirrando devido à fragilidade de seu organismo diante dos anteriores maus-tratos e agora do clima adverso, Justine atravessava a cidade rumando de volta a Montparnasse. Procurava não pensar em nada durante o trajeto, nem nos cadáveres dos membros do culto ou nas impressões digitais que deixara no cativeiro – as quais poderiam acabar comprometendo-a – e tampouco na desculpa que teria de fornecer ao avô para explicar sua prolongada ausência. Seu único objetivo então era regressar ao lar sem demais contratempos. Sua vida já passara por imprevistos demais nas últimas horas.
No vestíbulo do sobrado, François, mantendo a porta semi-aberta e já acostumado ao ruído interminável causado pela chuva que caía – apesar do mesmo não conseguir tranqüilizá-lo – andava de um lado para o outro ainda aguardando o retorno de sua neta. Cada vez mais aflito, pensava em contatar as autoridades, imaginando que a única pessoa que lhe restara, sua doce e bela Justine, estivesse em apuros. Cabisbaixo, procurava afastar os pensamentos acerca do pior, apesar de ser difícil tarefa. Já havia perdido sua amada filha de forma trágica, mas conseguira superar tal angústia quando acreditara não possuir mais forças para continuar. Agora o espectro da morte tornava a rondar sua existência, ameaçando privar-lhe daquela que era sua única fonte de alegria, a jóia radiante que dava sentido à sua conturbada vida. Caso algo grave acontecesse a ela, não sabia se conseguiria superar. Certamente seria também seu fim...
Até que a porta de entrada foi empurrada de súbito, com força, chegando a bater na parede. O inesperado baque perturbou o coração do idoso, que, voltando-se para o som, demorou alguns instantes até perceber exatamente o que acontecia. Eis que havia surgido da rua um vulto desalinhado, os cabelos, roupas e bolsa ensopados. Adentrou a casa a passos trôpegos, demonstrando imensos cansaço e fraqueza. Soluçava. Sentindo uma mistura de alívio e desespero, François apressou-se em amparar a recém-chegada, evitando que ela desabasse de exaustão ali mesmo sobre o assoalho. Justine, pobre Justine! Abraçou-a com intensidade, não se importando em molhar suas vestes. Além da água da chuva, as lágrimas da jovem também passaram a banhar o preocupado avô.
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O senhor passou a massagear as costas da garota com as mãos, como sempre fizera para acalmá-la, desde quando era pequena. Clare, por sua vez, encostou sua cabeça junto à dele, ainda muito nervosa. Aos poucos seu corpo deixou de tremer, parecendo relaxar devido ao carinho de François... E, sem que este percebesse, a neta, tendo o queixo apoiado em seu ombro esquerdo enquanto ainda forjava alguns soluços, abriu um imenso sorriso de satisfação.
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Ele observava os corpos sendo fechados dentro dos sacos pretos. Cena mórbida, principalmente considerando-se o morto com a cabeça tingida de sangue, porém já estava acostumado. Doze anos trabalhando como inspetor da polícia de Paris habituava qualquer homem às mais fortes visões.
Legistas e outros peritos averiguavam o local. Tudo estava coberto de impressões digitais – os membros do provável culto não haviam tido a preocupação de resguardar as mãos – sem contar a cadeira junto à qual se via fragmentos de cordas, levando a crer que alguém estivera amarrado a ela. Seria difícil reconstituir o que acontecera ali, porém Junot confiava na capacidade de seus colegas. Chegariam eles à mesma conclusão que despontava em sua mente? A teoria tomava forma cada vez mais e, para dar mais crédito a ela, fez questão de perguntar a um dos especialistas que por ali transitavam, procurando confirmar uma informação cogitada poucos minutos antes:
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Em seguida Junot apanhou uma embalagem de chiclete de um de seus bolsos, retirou de dentro dela a goma e atirou-a dentro da boca. Desde que decidira parar de fumar devido à insistência da irmã, o hábito de mascar doces como aquele vinha substituindo bem os cigarros. O problema é que acabava continuando a gastar boa parte de seu dinheiro com aquilo...
Ainda chovia forte. Deu uma última olhada ao redor, sua visão detendo-se por alguns segundos nos equipamentos de química estilhaçados, e por fim levou a mão direita ao celular, que repousava num outro bolso de sua calça. Pegou-o, abriu-o e, consultando a lista de contatos, selecionou aquele para o qual acreditou finalmente poder ligar. Tinha certo receio em fazê-lo, porém todas as circunstâncias colaboravam com a suspeita de que aquele era o melhor momento.
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Houve silêncio por parte da misteriosa pessoa contatada por Junot. Encontrava-se disposta a ouvir com detalhes o que ele tinha a dizer.
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Justine apenas moveu-se da poltrona na sala de estar minutos depois de ter se certificado que o avô subira para dormir. Após a chegada da jovem, haviam permanecido horas conversando, ele tentando ao máximo tranqüilizá-la e livrá-la do suposto impacto causado pela tentativa de assalto. Fora custoso a Clare encenar um teatro como aquele com o cansaço que sentia, sendo que agora faltava pouco para o nascer do sol e ela ainda pretendia ir à aula aquele dia para não levantar mais suspeitas. Além disso, tivera trabalho em convencer François a não registrar ocorrência quanto ao que ocorrera, alegando tanto que o bandido estava mascarado – assim inidentificável – e que tinha medo de represálias caso assim procedesse. Felizmente parecera ter assim persuadido-o a manter as coisas como estavam, e ela sentiu-se então pronta para tratar de seus demais assuntos pendentes...
A firmeza contida em seus passos ao vencer os degraus da escada rumo ao andar superior do sobrado demonstravam a gravidade da conversa que Justine esperava ter dentro de poucos instantes. Tinha contas a acertar com um certo deus da morte...
Ela girou a maçaneta impacientemente, empurrando a porta com uma das mãos assim que liberada. Não viu ninguém no interior do recinto num primeiro momento, apesar da TV e do computador se conservarem ligados. Estaria Masuku fugindo da briga? Talvez fosse possível. Caminhando até sua cama suspirando, apanhou de imediato os livros da universidade que deixara sobre ela. Depois de vistoriá-los com pressa e certa angústia, finalmente se acalmou ao abrir o volume de Direito Penal e deparar-se em seu miolo com inúmeras folhas de caderno em branco. O verdadeiro Death Note estava ali e, como previra, as capas haviam sido realmente trocadas.
Apesar de revoltada com a ação executada pelo Shinigami sem tê-la consultado previamente – a qual, apesar de ter preservado seu segredo, botara sua vida em imenso risco – Clare decidiu que manteria o artefato com o revestimento falso. Seria um ótimo disfarce, e assim ela poderia continuar carregando-o consigo aonde quer que fosse sem muitas preocupações. Levantou-se, colocou o Death Note em cima da escrivaninha e sentou-se na cadeira diante da mesma. Alongou-se, sonolenta, ignorando o arquivo de texto com os registros de criminosos por enquanto. Apanhando o controle remoto do televisor, desligou-o sem dar atenção ao que era transmitido. Bufou. Não podia esperar mais.
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Nenhuma resposta. Justine voltou a suspirar, cada vez mais enfadada. Cruzou os braços e impeliu as botas, fazendo a cadeira girar sobre o eixo junto com seu corpo. Após três ou quatro voltas, deteve o móvel segurando sua base com as mãos, exclamando novamente:
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E eis que as grandes asas da criatura se moveram perto da janela do cômodo. Ela revelou-se com certa imponência, porém sem pronunciar qualquer palavra, aguardando que a estudante iniciasse o diálogo, por mais ríspido que fosse. Foi tentando ponderar sua raiva, tarefa que lhe era bastante difícil, que indagou ao deus da morte:
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O Shinigami não respondeu, limitando-se a caminhar calado e um tanto desengonçado pelo quarto na direção da cama, sobre a qual se sentou. Justine insistiu, sobrancelhas franzidas:
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Justine se aquietou diante da exaltada resposta de Masuku, o qual, pela primeira vez em sua presença, demonstrava ter perdido a paciência. Ela permaneceu fitando as brilhantes órbitas rubras no rosto do deus da morte durante alguns instantes, até finalmente tornar a se manifestar, um pouco temerosa:
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Súbito, um diferente bater de asas, que não pertencia a Masuku, invadiu o interior do recinto. E, através da janela aberta, surgiu de forma igualmente repentina uma figura semelhante ao Shinigami, tão aterradora quanto este em aspecto, porém possuindo suas diferenças. A cabeça ligeiramente oval e pálida como giz era dotada de contornos um tanto delicados, remetendo a uma mulher ou no mínimo um homem de ares femininos. Os cabelos eram curtos e cinzentos, ligeiramente arrepiados, mas que mesmo assim compunham um todo que parecia mais alinhado do que muitos penteados finos. O corpo seminu, coberto por resquícios de uma roupa que parecia ter sido queimada, era magro, com poucas curvas na região do abdômen e quadris, pele tão branca quanto a do rosto. Os membros, ligeiramente proporcionais, as unhas das mãos e pés na cor negra. Já as asas, um pouco menores que a do outro deus da morte – pois ficava evidente que a criatura recém-chegada também era um – apresentavam-se pontudas e finas, revestidas por algo como plumas alvas e suas extremidades possuindo protuberâncias semelhantes a espinhos. Foi com uma voz em tom de superioridade que o sinistro personagem afirmou, pousando em cima do assoalho do quarto:
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Clare ficou temporariamente sem palavras. Um novo Shinigami? Seria conhecido de Masuku? Em caso afirmativo, por que este nunca o mencionara a ela? Estariam os dois conspirando contra Justine? Perguntas e mais perguntas explodiam na mente da humana, a pólvora da incerteza tenso sido incendiada pelo fogo da surpresa.
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A loira então se levantou da cadeira, constatando que, sem perceber, acabara acomodando-se bem em cima de um outro caderno negro que ali fora de alguma forma deixado. E ela concluiu que ele havia sido na realidade “plantado” quando o Shinigami de terno se aproximou e, apanhando-o, colocou-o de volta no suporte feito de elásticos em sua cintura, o local onde estivera antes.
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Justine tinha certeza de que Masuku havia planejado aquele encontro com antecedência e deixara o segundo Death Note na cadeira de propósito, sabendo que ela de qualquer modo acabaria tocando-o, porém manteve-se calada a respeito. Se era intenção dele que a jovem tivesse contato com o misterioso Nise, então ela poderia aproveitar tranqüilamente a oportunidade para descobrir mais a respeito daqueles intrigantes seres. Voltou a alojar-se no assento, endireitou-se nele e, séria, perguntou ao segundo Shinigami:
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Em seguida este se voltou para Clare. Ciente do clima de desconfiança e desconforto que aos poucos dominava o ambiente, tentou lançar sobre a universitária o olhar mais simpático possível enquanto se pronunciava:
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A francesa baixou os olhos. Era uma proposta no mínimo interessante e também inesperada. Tiraria o máximo de proveito dela.
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Death Note – Histórico:
A pessoa por trás da alcunha de “Segundo Kira” é na verdade a modelo japonesa Misa Amane, que recebe o Death Note pertencente a um Shinigami que morrera para salvá-la e passa a ser protegida por um outro deus da morte, de nome Remu.
Após sucessivas trocas de mensagens pela TV com a equipe de investigações, que se passa pelo verdadeiro Kira, Misa, graças ao poder do “Olho de Shinigami” obtido em troca de metade de sua expectativa de vida restante, descobre que Raito Yagami é Kira, aproximando-se dele.
O rapaz, ao mesmo tempo em que tem seu comportamento e atitudes observados atentamente por “L”, procura usar Misa para seus próprios interesses, pedindo que ela elimine o detetive. No entanto, antes que a dupla possa agir, Amane é presa como suspeita de ser o Segundo Kira, e o cerco a Raito se fecha.
Praticamente sem opções para alegar inocência, Kira é obrigado então a tomar uma medida drástica com o intuito de ganhar novo álibi...
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O capitão Matsuda acordou com o incômodo som do despertador digital. Desligou o pequeno aparelho pronunciando resmungos incompreensíveis, sonolento, e já ia se virar para o outro lado da cama com o propósito de dar “bom dia” à esposa Sayu, quando se lembrou de que não dormira em casa, e sim num dos dormitórios da estância que servia de central de operações ao Caso Kira. Dividia o cômodo com Hideo Hoshi, o qual havia se levantado poucos minutos antes e já se trocava.
Algumas horas antes, “R” enviara uma mensagem de texto aos celulares de todos do time de investigações convocando-os para uma reunião emergencial que teria início logo que o sol nascesse. Como os primeiros raios do astro-rei já iluminavam as encostas geladas do Monte Fuji, a mesma então teria início em breve. Apesar de ter dormido pouco e ainda sentir-se cansado, Touta resolveu se arrumar o mais rápido possível e partir para o encontro do grupo.
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Pouco depois, a dupla de japoneses se dirigia até a construção principal do local, outros integrantes da equipe também a adentrando naquele momento, semblantes igualmente remetendo a sono. Ao ganharem o primeiro corredor, depois de retirarem os sapatos, depararam-se com a senhora Akaike, que, sorridente, retornava da sala de investigações com uma bandeja contendo algumas xícaras de café. Conforme passavam por ela, os recém-chegados as apanharam e, sorvendo goles da bebida quente – que logrou animá-los um pouco – adentraram o recinto onde vários dos colegas já estavam sentados.
Os ainda de pé se acomodaram atrás de suas respectivas mesas, vários bocejos sendo ouvidos numa seqüência que parecia interminável. Ela encerrou-se, no entanto, quando instantes depois o agente Adams ganhou de súbito o lugar, trazendo como sempre a maleta-notebook numa das mãos. Depositou-a em cima do móvel que antes servia de local de trabalho a Near, abrindo-a diante dos policiais ao mesmo tempo em que um profundo silêncio dominava o ambiente, todas as atenções se focando na tela do computador. Este, após ligado, passou quase de imediato a retratar a letra “R” estilizada em preto num fundo branco, a voz distorcida do misterioso detetive fazendo-se ouvir alta o suficiente por todos:
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Ao contrário do que seria convencional, ninguém retribuiu a saudação. O cansaço privava-os da simpatia. Ignorando a aparente falta de educação, o líder das investigações prosseguiu:
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“R” efetuou uma pausa, os instantes seguintes, ausentes de som, contribuindo para o ansioso clima de suspense que se instaurava nas mentes e corações dos membros da equipe. E foi com rostos atônitos que estes ouviram a inesperada afirmação, a qual bastou para despertá-los de vez:
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Foram mesmo pegos de surpresa, apesar da análise de possíveis detentores do Death Note no arquipélago nipônico não ter gerado quaisquer frutos desde que fora iniciada. Alguns policiais baixaram os olhos, como que se sentindo superados pelo intelecto de “R”. Outros continuaram fitando o laptop, boquiabertos ou simplesmente sérios. Já os demais pareciam não concordar com a hipótese, entre eles Dennegan, que socou sua mesa de forma violenta. O detetive passou a fornecer as devidas explicações:
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Todos se entreolharam, expressões faciais unindo confusão e entendimento. Coube a Boruanda apresentar um ponto contrário à teoria de “R”:
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Era incrível. Um mero evento inesperado restringira o escopo de suspeitos de serem Kira de forma quase inacreditável! Aquela parecia mesmo ser uma oportunidade de ouro para que capturassem o serial killer em pouquíssimo tempo. Depois de um período nebuloso das investigações, a luz da verdade finalmente vinha fazer brilhar o caminho para os agentes da justiça, dando-lhes novo e reconfortante incentivo. No entanto, havia aqueles que não concordavam com a repentina conclusão. O primeiro a se manifestar foi Yahudain:
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Não houve resposta imediata por parte do líder da equipe. O silêncio voltou a se instalar na sala, os colegas de Mark olhando assustados para ele, o notebook e Adams. Este se manteve quieto e imóvel, sem nem ao menos sofrer alteração em seu semblante. Aqueles que apoiavam a postura de “R”, entre os quais Matsuda, desejaram internamente que o braço-direito do detetive desferisse um soco contra o irritante agente, mas preferiram aguardar a reação do próprio ofendido. Ele finalmente falou, após poucos minutos:
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Ernest em seguida, num gesto quase robótico, estendeu uma das mãos abertas para Dennegan, como se esperando que ele lhe entregasse algo.
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Mark então hesitou. Alternou as pupilas trêmulas entre a tela do computador e os impenetráveis óculos escuros de Adams várias vezes. Abriu a boca para retrucar, porém não saiu voz. Depois fitou a compatriota Krammer, que apoiava a decisão de se transferirem para a França, e o rosto duro e sério da policial serviu para que o investigador descontente ficasse ainda mais intimidado. Por fim disse, suando frio:
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A estupefação foi geral. Aqueles de pé tornaram a se sentar, fulminados pela preocupante revelação. Alguém iria traí-los? Como assim? Seria aquilo verdade ou apenas uma mentira para semear a desconfiança entre eles e assim aumentar o poder de ação de “R”? Caso existisse mesmo ali uma pessoa agindo contra o grupo, como inclusive fora cogitado antes, qual deles seria?
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Verdade ou não, tal afirmação mudara por completo o clima entre os policiais. Os olhares que trocavam entre si estavam agora carregados de suspeita e receio, e a partir de então qualquer ação mínima por parte de qualquer um deles seria analisada de forma a indicar se era o traidor ou não. Isso poderia prejudicar o andamento das investigações, atravancando as atitudes que tomassem, mas seria a postura mais prudente a assumir. Às vezes a dúvida era a melhor maneira de nortear uma situação perigosa como aquela.
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A réplica levou alguns segundos até ser pronunciada:
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Por fim, o incógnito e intrigante detetive disse:
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Houve mais um momento de apreensão, o ar do recinto muito mais pesado e tenso do que quando a reunião começara, até que “R” se despediu:
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E, calados, todos os membros da equipe viram o notebook se desligar e em seguida ser fechado por Adams.
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O inconformismo me domina
A indignação me impele
Este mundo está caótico
O mal domina livremente
Liguei hoje a TV
Mais um maníaco solto
Pena das vítimas que fará
Raiva do sistema que o favoreceu
Madame Guilhotina, faça justiça!
Reestruture este mundo de ponta-cabeça
Puna quem mereça, Madame Guilhotina
Sua justa lâmina está sedenta!
Madame Guilhotina, você me ouve?
Meu clamor impele seu mecanismo
Puna a todos, Madame Guilhotina!
O mundo lhe está pedindo socorro
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Prévia:
Esses Shinigamis... Por que parecem esconder tanto de mim?
As pessoas... Elas me olham com apreensão, com suspeita! Será que acreditam que tenho algo a ver com a morte de Pasquale?
Será que suspeitam que sou Kira?
Próximo capítulo: Cerco
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