Uma História Nada Perfeita. escrita por Giiibs


Capítulo 4
Capítulo 4-5-6-7


Notas iniciais do capítulo

E-mails , cão .. // Quero deixar claro o porque é capítulo 4-5-6-7.
Eu estava revendo meus capítulos, e vi que o 5 estava "array", então reescrevi, não tão bom (pois não tenho a copia do original) e o que acontece? Array de novo. Maldição do capítulo 5, só pode! Então resolvi juntar no 4 e fim.
Porém aconteceu array com o 7 e então juntei com o 6. E O QUE ACONTECE? O capítulo 6-7 dá array.
CASSILDA! Pra nao falar outra coisa.



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É, foi só eu dizer que estava meio triste que minha tia me mandou um e-mail .. Eu acho que ela sente quando estou triste, porque né?

Bem, o e-mail é assim:

" Oi Luninha !

Tudo bom com você ?

Então, finalmente tive tempo para te mandar um e-mail ! Desculpe a demora, tudo anda muito corrido, parece que a cada dia surge mais e mais trabalho..

Lu, eu tenho uma surpresa para ti.. Bom, pelo que me disseram quando fiz a compra, seu presente chega daqui a 2 dias ... Trate com muito carinho o que eu vou te dar, ok ?

Volto daqui a 3 meses .. Fique bem .

E não faça festas muito barulhentas, os vizinhos podem reclamar, rs.

Beijos."

Um presente ? Tratar com carinho ? Nem vou criar nenhuma expectativa, vai saber se não é só as fotos de onde ela tá ? Minha tia é cheia dessas loucuras.

E esta parte "Não faça festas muito barulhetas" ? Festas ? Desde quando eu tenho amigos para fazer festas ? Ah claro, sempre esqueço que minha tia não sabe de que eu sou "super conhecida" e "cheia de amigos". Este tipo de coisa até me irrita as vezes, e agindo meio que por impulso, respondi o e-mail.

"Oi tia ..

Não, eu não vou bem. Espero que pelo menos você esteja.

Tia, eu entendo que você trabalha bastante, mas pelo menos 20 minutos você tem pra me ligar, pelo menos uma vez por mês, e perguntar se estou bem, mas você não faz isso. Sabe, sinto falta de companhia.. Não pense que eu estou te criticando, você sabe que eu sou grata por você ter me "adotado", só estou falando o que estou sentindo.

Um presente? É o que? Um ursinho? Uma foto sua?

Ah tia, nem se preocupa, eu só tenho uma amiga. E minha amiga é virtual, ela mora longe de mim. Não tenho amigos e nem motivos para fezer festa.

Beijos."

Ok, fui meio ignorante. Mas eu não aguentava mais... Era sempre a mesma coisa, um e-mail a cada três meses, ela sempre pensando que eu estava bem .. Não aguentava mais mentir.

Como escrito no e-mail, dois dias depois meu presente chegou .. Era um cachorro filhote, com 3 meses de idade. Coloquei o nome dele de Fêfe, em homenagem ao nome do Pablo (Pablo Fernando).

Me sinto meio culpada de ter mandado aquele e-mail pra minha tia, mas em compensação ela respondeu ..

"Luna Alves Siqueira !

Por que você nunca me disse isso ?

Você quer que eu me demita pra ficar aí com você ? E quem pagaria nossas contas ?

Me desculpa, vou tentar ser mais atenciosa.

Em questão de companhia, você tem seu cachorro.

Semana que vem eu te ligarei.

Beijos."


Li o e-mail, depois fui dormir pois tinha aula no dia seguinte.




~~~~~~ Capítulo 5 ~~~~~



Acordei e senti uma positividade...

Bom, acordei no horário certo, me arrumei, tranquei Fêfe no quarto e desci para o meu solitário café.
Peguei minha mochila em cima da mesa, destranquei a porta, e sai para o meio da rua. Algo na casa de Ingrid (a vizinha que me escravizou, e é mãe do único amigo que tive na vida) estava estranho, havia muita movimentação. Enfim, continuei andando e fui para o colégio.

A próxima aula era de matemática, e a professora passou um trabalho em sala. Era em dupla, e eu como sempre fiquei sozinha, nem me importei, até que…

—Olha só, a Lunática ta sozinha! Hahahaha, isso que dá ser estranha. —Era Lívia, me importunando.

—Melhor só do que mal acompanhada... A propósito, coitada da Raissa, é sua dupla... Ela sim ta mal acompanhada, poxa viu, coitada.

—Só diz isso porque tem recalque! Não tem amigos e fica aí, me invejando! Se enxerga garota.

—Recalque? Recalque do que? Teu corpo pode ser mais "gostoso" que o meu, você tem pais e não há nenhum problema com eles, mesmo assim não tenho inveja de você. Tenho é dó! Um ser como você que só tem carapaça, sem caráter, sem opinião coerente, sem um choque de realidade pra ver se acorda. Recalque? Deus me livre querer ser igual a você, se um dia eu quiser, me mandem direto pra um manicômio!

Lívia encarou Luna, e foi dizer alguma coisa, mas no momento a porta se abriu e um garoto alto, cabelos negros, olhos marcantes, entrou na sala. Nunca tinha visto aquele garoto nessa escola, mas tive a sensação de conhecê-lo.

—É... Com licença, eu sou o novo aluno...

—Ah sim, estávamos à sua espera! Estamos fazendo um trabalho em dupla, sente-se com aquela menina lá no fundo, sozinha... Menina, qual é seu nome mesmo? —Professora Mônica perguntou.

—Luna. —disse desinteressada.

—Então, sente-se com Luna. Luna, falando nisso, porque você está sozinha se o trabalho é em dupla?

—Olha professora, eu to incomodando alguém? Não. Então me deixa fazendo meu trabalho sossegada falou? falou.

A professora ficou sem palavras e então mandou Lívia se sentar. Ela voltou para seu lugar, irritadíssima com o novo aluno ter se sentado comigo. Ela deve tê-lo achado bonito demais, enfim, enquanto eu abaixei a cabeça em direção ao meu trabalho e continuei fazendo-o, sem me importar com o novo aluno.

—Oi! —O aluno falou entusiasmado.

—Hum, oi.

—Como é o seu nome?

—Luna, acabei de lembrar a professora meu nome...

—Eu sei, estou perguntando ele inteiro.

Me surpreendi um pouco, que pessoa tenta fazer amizade perguntando o nome inteiro?

—Luna Alves Siqueira. —Eu falei e ele abriu um sorriso.

Aquele sorriso... Eu conhecia aquele sorriso de algum lugar.

—Oi gato! —Lívia se intrometeu, aparecendo do lado dele.

—Oi... Desculpe, mas não gosto que me chame assim sem me conhecer...

—Ah, não tem problema, entendi já, quer me conhecer né? Que tal almoçar no restaurante aqui perto?

—Não.

—Não!? Como assim!? Nenhum garoto nunca recusou um convite meu...

—Para tudo se tem a primeira vez. —O garoto falou e se virou para mim, ignorando Lívia.

—Então, aonde estávamos? —Disse e sorriu

Lívia se sentindo humilhadíssima voltou para seu lugar e falou algo com sua amiga Raissa, e ficou me olhando como se quisesse voar no meu pescoço.

—É... Eu tinha acabado de dizer meu nome... —Falei impressionada, realmente nunca nenhum garoto recusou um convite de Lívia.

—Ah sim. —Ele disse e sorriu. —Lindo seu nome.

—Obrigada. Você já estudou nessa escola? Acho que conheço você...

Ele sorriu.

—Não, nunca estudei aqui não... Meu rosto que deve ser comum.

—Nem, tenho uma lembrança distante de alguém que parece com você... Ah, bobagem isso.

—Bobagem?

—É, você nunca estudou aqui e eu fico falando que to te reconhecendo de algum lugar.

—E se estiver mesmo?

—Mas eu não conheço ninguém com o seu nom.. Perai, qual é o seu nome?

—Welltonio. —Ele disse sério.

—Nossa... Não conheço mesmo ninguém com teu nome.

Ele começou a rir, mas rindo mesmo, gargalhadas.

—O que foi?

—Meu nome não é Welltonio não bobinha.

—Ah. —Ri também, mas ele me chamou de bobinha? —Qual é o seu nome?

—Pablo Fernando de Castro. Lembra de alguém com esse nome?

Fiquei paralisada na hora. Eu reconheci aqueles olhos e o sorriso! Era Pablo! Depois de anos ele voltou!

—É... Não lembra mesmo?

—Pablo! Meu Deus! É você mesmo?

—Claro que sou eu!

Dei um beliscão em mim mesma.

—AI ! Não é um sonho!

—Claro que não... — Ele sorriu. Que carisma.

—Agora é melhor fazermos o trabalho...

Terminamos. as outras duas aulas passaram um piscar de olhos, e então chegou a hora do intervalo.

—Então, que surpresa! Por que voltou? Por que demorou tanto?

—Bom, eu tinha que ficar morando com meu pai até meu 18 anos, mas eu acabei discutindo com ele e vim para cá, morar com a minha mãe...

—Entendo.

—Hum.. É.. Cade suas amigas?

—Só tenho uma.

—Ah, ela faltou hoje né? Por isso você tava sozinha.

—Não... Eu sempre fico sem dupla e tal, porque minha amiga é virtual.

—Nossa, sério? Por que você não tem amigos aqui?

—Me acham estranha, e aquela menina que te chamou pra sair vive fazendo minha caveira pra todo mundo...

—Que pesado isso, você deve se sentir péssima.

—Pior que não! hahaha, eu acho até bom. O povo dessa escola não presta, uns são sem caráter e vive rodeado de pessoas sem opiniões próprias, outros tem demais ao ponto de se achar superior e aí ficam só com uns amigos aqui e ali que também são "superiores"...

~~~~~~ Capítulo 6 ~~~~~~

Ok, continuamos conversando e depois fui embora..

Quando cheguei em casa, o Fêfe tinha baguçado tudo... Algumas velhas pesquisas e relatórios da minha tia estavam rasgados, a cozinha bagunçada, o lixo derrubado, vasos quebrados.. Enfim, um caos.

E como disse, odeio bagunça. Arrumei tudo bem rápido, e tratei de arrumar um lugar pro Fê ficar ... Tinha um quarto sobrando aqui em casa, do lado do meu.. Isso mesmo, tinha. Agora ele é o quarto do Fêfe, tem um jornal lá, uma cama, ração, brinquedos ... Quando eu for pro colégio, deixo ele lá dentro ..

Bom, voltando ao que aconteceu no colégio.

Eu não acredito que não reconheci o Pablo assim que o vi... Fiquei esperando dias, semanas, meses, anos, para vê-lo denovo, e não o reconheci ! Decepcionante isto. Nossa amizade não durou muito tempo, mas mesmo assim lembro de cada brincadeira nossa. Também me lembro de seu olhar e sorriso marcantes, que foram as únicas coisas que reconheci.. Na hora que ele disse "Pablo Fernando de Castro" meu coração disparou, bem provável que eu tenha ficado um pouco corada, sempre que meu coração dispara eu fico meio corada.

Chega, vou parar de ficar tão emocionada e feliz assim. Na minha vida, tudo que acontece de feliz vem acompanhado de tragédia ... E também, pra que ficar tão feliz assim ? Ele deve ter mudado, não deve ter mais aquela inocência de criança, deve ter acontecido várias coisas na vida dele. Talvez ele nem tenha esperado como eu o esperei, talvez nem tivesse pensado na hipótese de eu ainda morar com minha tia. Talvez ele não quisesse me reencontrar ..

Mas ele mostrou um pouco que é meio diferente dos outros garotos, recusando um pedido da Lívia .. Ou talvez ele tenha se feito de difícil para ela querer ainda mais ele ...

Dúvidas.. Quantas dúvidas em meus pensamentos. Mas não estou com tantas dúvidas só por causa da volta de Pablo. Sempre fui dessas garotas desconfiadíssimas . O por que de tanta desconfiança ? Sinceramente eu não sei. Talvez seja insegurança, negativismo, ou medo de acontecer algo, e como sempre eu ficar decepcionada mais uma vez.

Chega de ficar pensando em Pablo. Estou muito cansada. Melhor ir dormir..


 

~~~~~~~ Capítulo 7 ~~~~~~~


 

No outro dia acordei atrasada, tinha somente cinco minutos para me arrumar, e olhe lá!

Me arrumei correndo, coloquei a camiseta do uniforme e peguei uma calça jeans. Passei os dedos para desembaraçar meu cabelo, comi uma maçã verde muito rápido e depois escovei os dentes. Peguei minha mochila e minha chave e sai na rua.

Um pouco à frente de mim, estava Pablo.

—EI, PABLO!

Ele se virou, e sorriu. Corri até ele.

—Atrasada também?

—Sim... É... Que... Horas... Horas são? —Perguntei ofegante.

—7:05.

—QUE?

—7:05.

—Ah não, perdemos a primeira aula!

—Puts. To com fome, vamos ali na padaria da rua debaixo?

—Pode ser!

Fomos até a tal padaria, e quando chegamos lá Pablo comprou mentos e coca cola.

—O que você vai fazer Pablo Fernando?

—Olha só.

Ele chacoalhou a coca, colocou o mentos muito rápido e jogou a garrafa para cima. A coca cola subiu como se fosse um foguete, porém deixou nós dois com a roupa molhada.

—Menino! Olha isso! Minha camiseta tá toda molhada.

—Eu sei. Que sorte a camiseta da escola ser branca!

—Sorte? Tá transparente!

Ele deu um sorriso malicioso e observou minha roupa.

—Essa era o intuito.

—VOCÊ FEZ ISSO SÓ PARA ME MOLHAR?

—Sim sim.

—PARA MOLHAR A CAMISETA BRANCA DA ESCOLA.

—Siiim.

—PARA FICAR ME OLHANDO DESSE JEITO?

—Bom, não quero só ficar olhando né...

—O QUE?

—Calma! —Ele riu. —Vamos sair?

—Claro, vamos, eu com essa camiseta transparente e cheia de coca cola.

—Coloca minha blusa.

—Melhor irmos lá em casa.

—Hum... Isso foi um convite?

—NÃO É ISSO QUE VOCÊ TÁ PENSANDO!


Talvez fosse...


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