Encontrava-se olhando mais uma vez olhando aquela mesma estatua.O dia estava bastante frio, chovia muito. Parecia que realmente os deuses haviam se revoltado.
Mas não se importava com isso... Não importava que a chuva caia forte, não importava que o vento estava frio e cortante, assim como não importava se fosse adoecer e vir a perecer por causa disso, na verdade, nada mais importava.
Desde aquele dia que o cosmo dele desaparecera.

Não tivera nem tempo para dizer adeus. Não tivera tempo de dizer o que realmente sentia. O sorriso sempre estampado em sua face estava agora melancólico, seus olhos antes brilhantes e cheios de sentimentos estavam vazios.

A como queria poder voltar ao tempo, se soubesse que aquela seria a ultima vez que o veria teria aproveitado ao maximo o tempo, diria tudo que estava entalado em sua garganta durante todo esse tempo. Aquele rosto calmo e sereno que observava secretamente em todo treino agora era apenas uma lembrança.
Era inegável que sentia falta dele, seria hipocrisia dizer que não estava triste com isso, estava literalmente estampado em sua face que estava muito abalada com o ocorrido.

Pela primeira vez... Não tentou conter as lagrimas que agora corriam livremente por seu rosto misturando-se com a chuva.

Isso lhe parecia meio irônico, já que nem mesmo quando seu mestre e a amazona que a havia criado morreram, derramou uma lágrima se quer.

O nome Mai de Áries às vezes era lembrado por sua frieza, fazia quanto tempo que não chorava na frente de ninguem?

De inicio não entendia como ele tinha tanta influencia sobre si, ou melhor, não queria acreditar. Mas isso não importava mais, afinal, ele se foi.

Talvez, se tivesse implorado que ficasse, talvez se dissesse que também o amava, talvez ele estaria aqui... Não!Ele não estaria aqui. Não adianta tentar se iludir. Não importa o que tivesse dito, não importa o que tivesse feito, no fim, nada mudaria. Mas isso não muda o fato de que era uma covarde.

Não tinha culpa, assim que ele a beijou sua coragem havia se dissipado tão rápido como se nunca tivesse existido. O Maximo que conseguiu foi corresponder e rezar para que ele compreendesse, mas não, tinha que estragar o momento. Queria pelomenos ter tido a coragem de dizer que realmente o amava, que ele era correspondido, no entanto, o máximo que consegui dizer foi para que ele se retirar, que se tivesse que ir, que fosse logo.

Além de ter que suportar a morte dele, tinha também que suportar todos aqueles olhares que transmitiam pena que eram constantemente dirigidos a si, todos os dias, será que não podiam apenas fingir que não a viam? Mas isso não interessa! Estava em frente a essa estatua apenas por um motivo... Dizer o que tinha que dizer, revelar o que sentia, e rezar para que ele pudesse escutar. Levantou a cabeça, olhou um pouco acima e com lagrimas nos olhos finalmente disse...

"Eu também amo você, Mu de Áries..."