Abri os olhos e vi que não estava em casa, não estava no quarto de Alice, nem no da Cristina, também não era a quarto da Jolie, muito menos o do Kauê (que é para onde sou sempre levada quando bebo demais). Olho em volta e não reconheço o quarto, vejo se tem alguma foto, alguma coisa que me dê a pista de quem é o quarto, mas não vejo nada que me lembre, nada!

Tento me lembrar da noita passada e nada, minha cabeça dói para cacete mesmo, me olho e vejo que estou só de roupa íntima, me assusto e penso na ipótese de ter feito algo que não devia... Não, não pense nisso, Lúcia! A porta do quarto se abre e eu me cubro por extinto, me acalmo quando vejo que Kaio entra no quarto com uma bandeja nas mãos.

– Café na cama?! - eu falo sorrindo sem graça

– Sim.

– Kaio? - ele me olha - O que aconteceu ontem à noite? O que eu fiz?

– Você bebeu demais, caiu de joelhos quando agente veio embora e mais alguns quase tombos pelo caminho até minha casa!

– O que eu quero saber é se... Eu... Hum... Fiz alguma coisa que... Não... Devia?

Ele só me olha curioso sem entender a pergunta.

– Que droga, quero saber se transei com alguém? Já que não me lembro de nada! - eu falo irritada

– Calma, não aconteceu nada! - ele diz dando uma gargalhada - Você só está assim, porque você mesmo disse que toda aquela roupa iria te atrapalhar à dormir.

– Eu sou uma louca mesmo! - eu falo rindo junto - E por que não fui para a casa do Kauê? Eu sempre sou carregada para lá!

– Ele já estava tão bêbado quanto você! Acho que até um pouco mais!

– Minha cabeça vai estourar! - eu falo colocando a mão em minha testa

– Tem remédio aqui na gaveta! - ele fala esticando o braço em minha frente e pegando um remédio, logo me entregando - Bêba e se vista, vamos ir para a praia hoje!

– Mas e o resto do pessoal?

– Só vamos nós dois! Você ainda tem as aulas de surf, lembra?

– Então vamos passar em minha casa antes!

Ele só faz que sim e terminamos de comer e eu faço minha higiene e seguimos para a minha casa, chego e vejo que meus pais não estão em casa, como sempre.

– Cilene? - eu grito enquanto toco a campainha desesperadamente

– Finalmente, achei que você nem viria para casa hoje! - diz ela me dando uma abraço maternal

– Está tudo bem! - eu falo rindo e fazendo um gesto para Kaio entrar

– Onde você dormiu, senhorita? - ela disse fingindo estar zangada

– Na casa do Kaio, vamos dizer que bebi um pouquinho mais do que devia! - eu falo sorrindo sem jeito

– Lúcia, Lúcia, você um dia ainda me mata do coração, Lúcia! - ela diz sorrindo e me abraçando novamente.

– Meus pais deram sinal de vida?

– Eles mandaram um cheque, você irá ficar três mêses sem eles por perto, disseram que se precisar de mais, é só ligar para eles, e eles colocam no banco para você! - ela diz carinhosa

– Nossa, que novidade! - eu falo debochada

– Vou ir à praia, eu falo descendo com minhas coisas para ir à pria - Mais tarde venho, qualquer coisa eu ligo!

– Juizo! - ela diz quando me vê saindo

– Claro! - eu falo rindo

– Para os dois!