- Antonni viverá somente mais dois dias!

 - Como assim?

 - Ele tem tumor, estamos tentando curá-lo, não estamos tendo sucesso, por isso estávamos perseguindo você e seus amigos, queremos ajudá-lo. Ele possui dons que outra criança não possui, é um desperdício. Por isso seus pais deixaram as pistas, eles não morreram, eles se entregaram para ver se através da genética, tem como encontrar a cura! Mas...

 - Mas...?

 - Lúcia, você é adotada!

 - Como? Adotada...?

 - Sim, por isso te trouxemos agora, para ver se conseguimos achar cura através de você, quem sabe, há a cura em você!

 - E por que não estão fazendo exames em mim também?

 - Já fizemos todos os exames precisos, estão sendo estudados, Mas ainda precisamos do pai!

 - E quem é o pai?

 - Estamos achando que é o seu noivo!

 - Kaio? Mas eu fiquei com ele só dois anos atrás, Antonni já existia!

 - Não, você já tinha ficado com ele exatamente nove meses antes de Antonni nascer!

 - Então, por que não me lembro?

 - Você estava bêbada e como a maioria das vezes, você foi para a casa de Kaio, ele também bebeu no dia e bem, já sabe o que aconteceu!

 - Isso explica como fiquei grávida... Ma não explica por que eu não me lembro da gestação?!

 - Seus pai apagaram da sua memória!

 - Então... Vamos buscar Kaio?

 - Ele já está a cami... – ele é interrompido por dois brutamontes que trazem Kaio – Olha, chegou na hora certa!

 - Onde eu estou?

 - Kaio... – vou correndo e o abraço – Você está ferido ainda, não devia estar andando...

 - Certeza? – ele levanta a camiseta e me mostra a barriga totalmente intacta

 - Isso é...

 - Obra nossa! – diz Deniel – Os exames já foram feitos durante o caminho, vamos ver o resultado dentro de quarenta minutos! Os levem para a sala onde foi combinado!

  Os brutamontes nos levam e nos jogam na sala onde eu estava, mas agora, há uma cama grande. Eu me sento e começo a chorar.

 - Ei, o que você está sentindo?

 - Desespero,medo de perder meu filho, não o vi crescer, não vi ele dar o primeiro passo, não sei qual foi sua primeira palavra,  não sei como ele era quando nasceu. Agora, não o terei mais!

 - Nós não o teremos!

 - Eles não te contaram, não é? – o vejo fazer que não – Antonni é seu filho!

 - Eles me disseram, mas não acreditei...

 - É verdade! Por isso pegaram nós dois, somos os pais dele, estão estudando para saber se Antonni tem cura, ele tem apenas dois dias de vida...

  Começo chorar desesperada e, Kaio me abraça, chorando também.

Pov Kaio

  A dor que sinto é tão profunda que sou incapaz de descrever, eu descubro que sou pai, mas perderei meu filho dentro de dois dias, não pôde ajudar em sua educação, ser pai de verdade, jogar bola como todo pai faz com seu filho. Me sinto tão inútil sem poder fazer nada pelo meu filho. É estranho chorar na frente de Lúcia, sempre a vi chorar, sentia vontade às vezes, mas sempre segurei, nem no velório da minha mãe, chorei dessa forma, eu chorei sozinho, sem ninguém ver. Mas agora... É diferente, é meu filho! Estou desesperado, sem saber o que fazer, sem saber como confortar Lúcia, sem saber o que dizer, sem saber também, o que fazer!

 - Amor... – ouço Lúcia sussurrar, levantando meu rosto, limpando minhas lágrimas – O que vamos fazer?

 - Eu não sei... – falo entre as lágrimas – Não sei o que falar, o que fazer, como fazer, queria tanto poder te confortar, mas... Eu sou um inútil, um babaca, burro, idiota...

 - Não, não é! – Lúcia diz chorando junto comigo – Você está sofrendo como eu, também não sei como reagir... Estou me sentindo uma inútil!

  Eu simplesmente a abraço tentando dar conforto para nós dois, ele se fasta um pouco, olhando em meus olhos, vejo todo o seu desespero, seguro seu rosto entre minhas mãos e a beijo, que nos dá força, é o jeito que encontrei de dizer que estamos juntos nisso.