The Beginning escrita por GabanaF


Capítulo 3
Parte Três


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Me desculpem pela demora, primeiramente, mas eu estou sofrendo o que muitos escritores sofrem: bloqueio de imaginação. Já tem um tempo que eu escrevi essa fic, mas sempre acho que nunca está bom (esse capítulo, por exemplo, eu acho que deveria ter englobado mais coisas e mais fatos, mas como eu estou sem imaginação, não faço ideia de como acrescentar isso).
Enfim, mesmo com alguns defeitos, eu espero que vocês curtam esse capítulo e vejo vocês lá embaixo :)



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08 de Março de 2012

Quarto de Quinn, Mansão Fabray, Lima, OH

04:33 AM

Quinn corria. Corria por um corredor sem fim, escuro e vazio. Conseguia ver a porta ao fim dele, mas quanto mais corria, mais parecia se afastar. Não estava cansada, não sentia as pernas doerem, nada. Somente corria e corria, e nada mais parecia estar em seu lugar.

Marley acordou-a com um grito assustado.

Quinn sentou no colchão imediatamente, correndo os olhos pelo quarto escuro à procura de sua pistola. Contudo, encontrou apenas Marley soluçando e chorando ao seu lado.

— Tudo bem? — perguntou calmamente, passando o braço pelos ombros dela e a abraçando como fazia quando eram crianças. — O que foi?

— Pesadelos — Marley soluçou.

— Tudo bem, está tudo bem — disse Quinn, abraçando a garota.

— Você já se perguntou o que teria acontecido se não tivesse walkers? — Marley indagou de repente.

Quinn se perguntava aquilo todos os dias. O que poderia ter acontecido se Rachel não tivesse caído daquela escada ou se o mundo não tivesse virado de cabeça para baixo. Finn, sua irmã e sua mãe estariam vivos; ela ainda estaria se preparando para entrar em Yale e o Glee ainda seria a melhor coisa que tinha acontecido em sua vida. Sorria com os pensamentos, por que ela sentia saudade de tudo aquilo, mas também adorava o que estava fazendo naquele momento — mesmo que fosse tão doloroso às vezes.

— Por que está dormindo comigo? — Marley perguntou ao que a outra questão não foi respondida.

— Santana — Quinn disse, engolindo em seco. — Ela está... Ela precisa de Britt, não de mim.

Santana saíra duas noites antes para melhorar sua mira e encontrara Tina, Mike e Artie na saída da cidade, transformados. Ela voltou tremendo e chorando. Levou uma hora para fazê-la falar algo, e mais outra para conseguir entender o que ela tinha dito.

Ela deitara com Santana e Brittany como sempre naquela noite, mas não conseguiu dormir. O choro de Santana machucava. Doía para Quinn ver a amiga tão frágil. Tentou abraçá-la, dizer palavras de conforto, mas se nem a namorada estava tendo sucesso, quem seria ela para ter algum avanço? Por essa razão, ela subira ao telhado para ficar com Sam. Essa noite, ainda podia ouvir o choro de Santana, mas o corpo quente de Marley a mantinha distraída.

— É terrível — Marley sussurrou. — Ver a pessoa que ama transformada.

Quinn nunca ouvira Marley falar da morte dos pais. Não insistia muito no assunto, pois sabia o quão doloroso poderia ser. Só esperava que tivesse passado força o suficiente para a menina.

— Amanhã poderei ir com você? — Marley mudou de assunto. Ela deitou a cabeça no peito de Quinn e a apertou de modo carinhoso.

Quinn não soube o que dizer. O Dia de Caçar era no dia seguinte, e como ela já tinha ido ao anterior, não poderia ir neste. Com Mike, Tina, Artie e Finn mortos, não havia muitas desculpas para que Marley não pudesse ir. Tinha um pressentimento estranho em relação ao dia seguinte.

— Marley... — Quinn murmurou contidamente — Por que não fica com os meninos aqui? É perigoso lá fora.

— Eu sei que é. Passei horas sozinha pelas ruas até achar sua casa, quase morri algumas vezes. Meu lugar é ao seu lado, e para isso preciso aprender com você.

Quinn sentia-se lisonjeada com aquilo tudo, mas não podia deixar Marley correr mais perigos. Vigiar o terraço era algo que todos faziam, mas poucos se arriscavam a sair pelas ruas infestadas de walkers. Finn tentara, e morrera. O mundo não era o mesmo, e Quinn se esforçaria para manter Marley a salvo.

— Sam ainda é o líder — disse Marley corajosamente. Mesmo com toda a raiva que sua voz escondia, ainda estava abraçada a Quinn. — Ele decide se vou amanhã ou não.

Quinn não discordou da garota. Sam era influenciado por ela. Sabia que decisão o garoto tomaria.


08 de Março de 2012

Sala de Jantar, Mansão Fabray, Lima, OH

07:43 AM

— Quinn, Santana, Brittany e eu assumiremos hoje — disse Sam sem pestanejar, evitando estrategicamente o lado da mesa onde Marley estava sentada.

A garota borbulhava.

— Mas que bela escolha — disse Marley acidamente. — Pensei que fosse o líder, Sam.

Sam estava pronto para retrucar, indignado, quando Quinn falou:

— Ele é, mas eu cuido de você. E você não está pronta para o mundo lá fora.

— Ei, eu vivi naquele mundo por horas! — Marley apontou para a janela da sala. — Sei o que acontece; eu vi! Eu mudei, não sou mais aquela garotinha que veio parar na porta da sua casa uma semana atrás!

O resto da mesa mantinha-se em silêncio. Nem Santana atrevia-se a fazer uma piada. Beth era a única alheia a tudo, sendo alimentada por Shelby.

— Eu não sou a Rachel — terminou Marley. Ela se levantou, determinada. — Até mais tarde.

— Pegou pesado, Quinn — disse Santana minutos mais tarde, quando os passos de Marley sumiram pelas escadas.

— Eu sei. — Quinn enfiou as mãos por entre os fios de cabelo rosados e deitou a cabeça na mesa dramaticamente.

— Ela tem minha idade, é bonita e esperta — falou Sugar, determinada. — Marley é uma boa pessoa, Quinn. Tem coragem.

— Digna de Santana — completou Brittany.

Uma rodada de risadas seguiu enquanto Santana ficava vermelha.

— Afinal, quem pode desafiar Quinn Fabray? — disse Shelby de repente. — Conheço só três pessoas que fizeram isso.

— Marley, eu e... — Santana franziu o cenho.

— Rachel — disse Quinn com a voz abafada. — Rachel me desafiava o tempo todo.

Outras risadas seguiram. Puck disse:

— Devia dar uma chance a Marley, Quinn. Você sabe que ela merece.

Mas Quinn só conseguia pensar em Finn e em Rachel. Eles estavam sob sua proteção e tinham acabado como zumbis (tanto figural quanto literamente). Ela não podia mais salvar Finn, e Rachel estava fora de alcance. Marley era a sua última esperança de provar que o medo que as pessoas sentiam por ela era real.

Puck talvez estivesse certo. Marley merecia uma chance. Desafiar Quinn Fabray não podia ser sua única qualidade. Talvez fosse boa atirando — ela ouvia Brittany jorrando elogios a Marley no telhado durante as vigias. Quinn por fim se decidiu e levantou, subindo para seu quarto.

Bateu na porta mas não ouviu nenhum som.

— Marley? — chamou cautelosamente.

Bateu mais uma vez. Nada.

— Eu sinto muito por mais cedo — disse, batendo pela terceira vez, mais violentamente. — Fui uma idiota, admito.

Mais idiota estou sendo agora, pensou, franzindo a testa. Aquele era o seu quarto, o que estava fazendo pedindo permissão para entrar? Quinn empurrou a maçaneta e surpreendeu-se: a porta estava trancada. Forçou-a uma, duas vezes, mas nada aconteceu.

— Marley! — Quinn gritou irritada. Ela tomou espaço e se preparou para chutar a porta. — Se eu arrombar essa porta, eu espero que esteja preparada!

Era uma ameaça terrivelmente sem graça e inofensiva, mas ela ergueu a perna no melhor estilo Cheerios e chutou a porta com toda a força que tinha. Estilhaços de madeira voaram para todo lado. Quinn desequilibrou, e quase caiu. Colocou-se de pé rapidamente e entrou no quarto.

— Filha da mãe — Quinn xingou, ao olhar o quarto por inteiro.

Marley não estava lá.


08 de Março de 2012

Sala de Estar, Mansão Fabray, Lima, OH

08:33 AM

— Ela é definitivamente corajosa — Sam falou convictamente. Sugar acenou em concordância.

— Pode estar morta nesse momento! — exclamou Quinn. — Quem liga pra coragem?! — Ela ignorou os olhares de censura e colocou o mapa de Lima, que seu pai costumava ter, na mesa. — Sam, você e Puck vão para o oeste. Sugar e Rory, para o leste. Brittany, você consegue aguentar isso sozinha?

— Você ficou louca?! — Santana gritou. — Mandar minha namorada em busca da sua sozinha?

— Cale a boca, Santana, você vem comigo — Quinn disse, sem olhar para a amiga. — Brittany, você vai para o norte enquanto eu e Santana procuramos no sul. Shelby e Mercedes, vocês cuidam da casa e de Beth.

Mercedes e Sam trocaram olhares cheios de significados. Quinn, mesmo com aquela onda de adrenalina, não deixou de notá-los.

— O que foi? — perguntou.

Seguiu-se um longo minuto até Sam dizer para seus pés:

— Nós vamos embora, Quinn. Eu ia com você na Caça, mas iríamos logo em seguida.

Quinn não conseguiu falar. Abriu e fechou a boca, chocada. Foi Santana que perguntou:

— Rory e Sugar vão com vocês?

— Vamos — respondeu Rory. — Achamos mais seguro.

— Ótimo — Quinn disse por fim. — Beleza. Vão arrumar suas malas. Eu vou atrás de Marley. Brittany e Puck, continuem com o plano. Santana.

Santana puxou o ferrolho em um sinal de apoio e seguiu atrás de Quinn. Antes que pudessem sair, no entanto, Sam segurou o pulso de Quinn e apontou para o radiocomunicador em cima da mesa.

— A comunicação vai ser cortada, sabemos disso. Não vamos fazer como Leroy e Hiram. Eu vou levar vocês a um lugar seguro.

Quinn assentiu, abraçando o garoto por um momento longo demais. Mas lembrou de Marley lá fora e soltou Sam desconfortavelmente.

— Tchau, Sam — Quinn disse, e saiu com Santana em seu encalço.


08 de Março de 2012

Sala de Estar, Mansão Fabray, Lima, OH

10:23 AM

— Ela pulou daquela altura e você ainda duvida de que a garota esteja viva? — Santana perguntou.

Notou que ela indagava sinceramente, mas preferiu ficar em silêncio. É claro que tinha fé em Marley. Mas ela e Santana estavam andando há cinquenta minutos e não havia sinal dela. Nem Puck nem Brittany tinham comunicado algum sucesso na missão.

— Aposto que ela tá em casa agora, brincando com Beth — Santana disse, mal-humorada. Ainda não superara o fato de Quinn ter deixado Brittany andar sozinha pela cidade. — Só quer te assustar, a Marley.

— Tá fazendo um bom trabalho — disse Quinn seriamente. — A última vez em que fiquei tão assustada quanto agora foi durante a queda de Rachel.

— Nós vamos encontrá-la. Você é muito careta de vez em quando, Quinn.

Santana lançou-lhe um olhar divertido. Ela não retribuiu o gesto de uma forma muito gentil.

— Pergunto o que faria se fosse Brittany que tivesse... — Quinn começou, mas Santana colocou a mão na sua boca e a impediu de completar a frase.

— Walkers — a amiga sussurrou, apontando a cabeça para frente.

De fato, a rua em que tinham entrado estava mais lotada de zumbis que o comum. Elas estavam perto da saída sul, a única saída liberada para que o povo saísse da cidade. As outras saídas serviam para alguns poucos corajosos, já que o exército estava para abandonar Lima.

— Caralho — Quinn murmurou por baixo da mão de Santana, quando os walkers mais próximos começaram a notar a presença das duas.

— É matar ou morrer — disse Santana calmamente, chutando um walker que se aproximara demais. Tirou a mão da boca de Quinn e puxou um facão que pegara ao assaltar uma loja de pesca durante o caminho.

Quinn se permitiu um segundo para admirar a habilidade de Santana em matar aqueles monstros antes de puxar seu próprio facão e sair arrancando as cabeças dos walkers. A arma ainda não cabia em suas mãos direito, mas Santana parecia ter nascido para usá-lo. Depois de três errantes decapitados, contudo, ela puxou sua adaga e passou a matar mais de perto. Santana e suas ideias, pensou Quinn com um sorriso.

Conseguiu dobrar seu rendimento em a adaga, sem saber como. Talvez o desespero tivesse se tornado um aliado. Minutos mais tarde, ofegava e mal sabia onde Santana estava. Se voltasse com o corpo dela para casa, era Quinn que iria virar walker antes da hora.

Engoliu em seco, olhando para todos os lados à procura de Santana, mas encontrou algo mais surpreendente.

Marley lutava com um martelo, abrindo a cabeça dos walkers com tanta violência que Quinn se distraiu por alguns segundos, quase deixando um walker mordê-la. De alguma forma, sentia um orgulho imenso da maneira que Marley manejava o martelo, de como ela olhava com ferocidade os errantes.

Quinn abriu um sorriso e pensou em gritar pela garota, mas Marley a viu primeiro. Ela acenou animadamente, e Quinn chegou a retribuir, sorrindo mais ainda.

Um walker que se rastejava aproveitou a distração e mordeu um pedaço do abdômen de Marley.

A garota não notou no começou, mas seu sorriso perdeu o brilho e sumiu rapidamente. O coração de Quinn parou por um segundo. Santana apareceu do nada e tentou impedi-la de chegar até Marley, mas pela primeira vez Quinn foi mais forte que a amiga. Derrapou perto de Marley, tirando a pistola do coldre e atirando no walker que mordera a garota. Não importava se o som acordasse os zumbis inteiros de Lima, Quinn não podia deixar Marley morrer, não podia...

Ela olhou a mordida, as mãos tremendo e manchadas de sangue. Marley retorcia no chão, os braços torcidos estranhamente para tentar estancar o sangue. Mas quando mais ela apertava, mais sangue saía. Quinn ergueu a cabeça, com a visão borrada por causa das lágrimas. Lembrava-se de ter gritado, mas não ouviu sua voz. Santana só a olhava, não ajudava em nada...

— Você é tão idiota! — exclamou Quinn, com a voz embargada, quando Marley ergueu os olhos para ela. — Eu falei para ficar na mansão!

— Eu precisava mostrar a você que era boa — disse Marley fracamente. Seus olhos claros estavam vazios.

Quinn arrancou sua camisa xadrez e tentou prender no tronco de Marley. Não adiantava. Nada mais adiantava. Mas Quinn não era conhecida por desistir. Era ela que estava esperando Rachel acordar a quatro meses.

Marley urrava cada vez que Quinn tocava no ferimento. Quinn a puxou para seus braços e ninou como fazia quando eram mais novas. Apertou-a contra si, sussurrando palavras de consolo. Marley não gritou dessa vez. Pareceu até se acalmar com o calor de Quinn.

— Você é o máximo — Marley crocitou, levantando o braço e limpando o filete de lágrima que escorria pela bochecha rosada de Quinn. Os olhos claros se encontraram; os de Marley estavam estranhamente calmos e sorridentes quando os de Quinn eram chorosos. — Prometa-me uma coisa, tudo bem?

Quinn meneou a cabeça afirmativamente.

— Pegue Rachel, os meninos e saia de Lima. — Marley fechou e abriu os olhos lentamente; seu peito quase não movia. — Não me mencione, tudo bem? Esqueça-me...

— Mas por quê? — Quinn sacudiu Marley, mas não recebeu resposta. — Marley, anda, eu sei que você é mais forte que isso! Marley, por favor, responda! Marley!

Quinn continuou sacudindo a garota por longos minutos até sentir a mão de Santana em seu ombro. Ignorou-a, por um momento abraçando o corpo de Marley com força contra seu peito. Tremia, e as lágrimas caíam copiosamente por suas bochechas. Seus olhos ardiam. Quinn beijava os cabelos de Marley enquanto tentava manter os avisos de Santana longe de seus ouvidos.

— Vamos, Quinn — a voz de Santana foi surgindo na sua cabeça. — Nós vimos o noticiário ontem, sabemos o que vai acontecer...

Santana matara Artie, Mike e Tina e ela matara Finn, mas nada doía tanto quanto aquilo. Ver o rosto pálido de Marley em suas mãos, segurar a camisa contra a mordida ainda espirrando sangue, fitar os olhos claros da garota, que pareciam ainda mais claros à morte. Os cabelos de Marley estavam empapados de sangue por conta das mãos de Quinn, mas ela não se importava.

Se tivesse sido mais cuidadosa, se ela tivesse dito sim a Marley quando a garota pedira para acompanhá-la... Marley era a prova de que não deveria estar na liderança daquele grupo, de que Rachel não deveria estar sob sua segurança. Falhara em manter o grupo unido, falhara em manter Finn longe de problemas. Agora, falhara com sua Marley, a irmã mais nova que nunca teve.

Sua mão saiu do rosto de Marley, tateando o chão. Ela encontrou a forma gélida de sua pistola e a agarrou. Levou-a ao tronco de Marley e olhou-a. Menos de dez segundos, e estaria pronto. Dez segundos e tudo terminaria também para ela...

Mas Santana tirou a arma de sua mão, agachando-se na sua frente. Fitou-a com olhos raivoso.

— Nem pense nisso. — A voz de Santana estava carregada. Quinn apenas continuou a olhar a amiga, impotente. — Estamos rodeadas de walkers, nós não podemos esperá-la se transformar. Temos de ir. Vamos, Quinn.

— E-eu não posso — balbuciou Quinn.

— Se eu deixei Artie, Tina e Mike, você também pode deixá-la — Santana disse firmemente. Ela agarrou o braço de Quinn, mas a garota se desvencilhou, apertando Marley mais contra si. — Quinn, por favor.

Quinn ergueu os olhos e encontrou a Santana que quase nunca via, fraca e vulnerável com seus enormes olhos castanhos cheios de lágrimas. A Santana que só se mostrava perto de Brittany. Aquela Santana que não sabia mandar, que pedia com olhar para que Quinn saísse dali — que implorava para que fossem embora.

Mas Quinn não foi. Continuou abraçada ao corpo de Marley, chorando e murmurando perdão. Ouviu Santana atirar nos walkers em sua volta; ouvia-a gritar com ela mais uma vez, a sentiu tentando fazê-la levantar. Não importava, pois Quinn não se mexia.

Alguém deu um puxão em sua camisa. Quinn não se mexeu, mas apertou Marley mais ainda. Sabia que era Santana, sem ao menos olhar. Ela sentiu outro puxão, mais forte. Quinn foi arrastada alguns centímetros, carregando Marley com ela. O terceiro puxão a fez ser arrastada de supetão para uma garagem.

— Brittany, não nós podemos voltar hoje — Quinn ouviu Santana dizer. Os gemidos tinham diminuído; só se ouvia a voz de Santana. — Marley, ela foi... Nós a encontramos, mas ela... — Silêncio e uma tosse constrangida. — E Quinn não quer soltá-la. Diga a Sam que pode ir. Lembre-se do radiocomunicador. — Outra pausa. — Eu te amo. Beijos.

Santana chutou algo e depois urrou de dor. Ficou de pé e xingou Quinn. A garota não deu atenção. Ela andou em círculos por vários minutos e parou para gritar com Quinn de novo. Voltou a circular pela garagem e depois falou com Quinn mais gentilmente.

As horas passaram e as coisas continuam as mesmas. Quinn não lembra nenhuma das palavras de Santana. Sua mente voava nas palavras de Marley. Ela pedira para não comentá-la com Rachel, mas por quê? Implorara para que ela fosse embora com Rachel. Talvez Marley soubesse de alguma coisa, mas como poderia? Nunca fora ao hospital e jamais vira Rachel.

Mas estava tarde demais para perguntar a ela, pensou Quinn, passando a mão nos cabelos empapados de sangue de Marley.

Um ressoar fraco se fez ouvir, depois de horas parada na mesma posição. Quinn não dormira, então presumiu que Santana finalmente tivesse se cansado de gritar. Quinn o ouviu pela segunda vez, agora perto demais para ser a amiga. Olhou para baixo e viu o corpo de Marley dar um tremelique mortiço.

Quinn não se moveu; mal se atreveu a respirar. Marley estava voltando. O braço da garota morta deu outro espasmo involuntário e sua respiração tornou-se mais rápida. Quinn procurou sua pistola, mas a arma não estava à vista. O desespero tomou conta de seu corpo, até ver Santana estendendo sua própria arma a ela. A amiga sabia que Quinn deveria ser a que mataria Marley.

Quando os olhos de Marley se abriram, não eram mais sorridentes e azuis. Eram branco-acinzentados, frios e, bem, mortos. Não lembrava a Quinn à garota de um dia antes. As mãos do zumbi Marley moveram para os cabelos de Quinn, tentando puxá-los para perto de si.

— Marley, eu... — Quinn soou rouca, fitando os olhos esbranquiçados de Marley tristemente. Tentava afastar suas mãos, mas o zumbi estava impaciente. — Eu deveria ter protegido você melhor. Eu deveria ter cuidado de você. Ainda é uma criança. — Quinn se esforçava para manter os braços longe de seu cabelo. — Prometo que vou proteger Rachel melhor. Marley... Eu estou aqui, por você. Não precisa se preocupar. — Quinn pegou a arma de Santana, prensou-a contra a cabeça de Marley e atirou. — Eu estou aqui por você...



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Notas finais do capítulo

Vocês provavelmente já sabiam que a Marley ia morrer, mas e aí, o que acharam? Ficou dramática demais ou ficou meio fraca? Admito que mesmo sendo uma das minhas personagens favoritas, gostei de matá-la, foi divertido KKKKK
Espero reviews de vocês e, logo avisando, que esse será o penúltimo capítulo da fic, como eu disse, a fic teria quatro ou três capítulos. Espero que todos tenham gostado e vejo vocês na próxima semana :)



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