Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 26
Capítulo 25 - O sistema se articula


Notas iniciais do capítulo

Pessoas a fic está em reta final, espero que gostem ;)



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25 - O sistema se articula

POV Edward

Estávamos em uma grande encrenca. Definitivamente. Os demônios nos cercavam prestes a atacar. Bella prendeu a placa na jaqueta e retirou uma faca do cós da calça. 

- Eu fico com os da direita e você com os da esquerda. - avisou ela sorrindo. 

A olhei incrédulo. Era hora para sorrir? 

Sem esperar qualquer afirmação minha a caçadora partiu para cima do demônio mais próximo enfiando sua faca na jugular. 

Fiz uma careta. Aquilo seria um banho de sangue. 

Sem querer me sentir inferior a uma humana tratei de arrancar cabeças por onde eu passava. Em poucos minutos tudo tinha terminado e o pobre sacerdote que não fora possuído estava encostado a parede com os olhos arregalados para nós. 

- O senhor está bem? - perguntou Bella limpando sua faca na barra da blusa. 

Preocupei-me pelos ferimentos que ela apresentava. Alguns cortes nos braços e pelo seu rosto alguns hematomas avermelhados. Mas seu coração ainda batia e para mim era o suficiente. 

- Deus todo poderoso! - exclamou em italiano. 

- Não se preocupe, tudo vai ficar bem. - tentei acalmá-lo, mas ele me olhou apavorado. 

Bem, o que eu poderia fazer? Estava ensanguentado e tinha acabado de arrancar algumas cabeças. Acho que eu não era a pessoa mais indicada a acalmar alguém. 

- Precisamos sair daqui Edward. Eles sabem onde estamos. - lembrou Bella. 

Assenti. 

- Não tão rápido querida. - paralisamos com aquela voz. 

O homem andava lentamente em direção ao sacerdote enquanto meus passos iam lentos em direção a Bella. Meus extintos completamente aguçados para proteger minha caçadora. 

- Crowley. - cumprimentou Bella em tom baixo. 

- Vamos pular a parte em que nos agredimos verbalmente... - balançou as mãos no ar. - E vamos a parte que realmente interessa. Me dê a placa grande saco de carne, ossos e líquidos viscosos...- distraiu-se segurando o homem pelo pescoço e o apertou até que um jato de sangue espirrasse em seu rosto. 

Fiquei chocado com sua ação. Aquilo foi cruel.

- Ah, desculpe, esqueci da parte em que não trocaríamos palavras carinhosas. - soltou o corpo morto e limpou as mãos em sua jaqueta.

O cinismo na voz do demônio me enojava. É frustrante saber que ele passou tão perto de meus dedos e eu não pude matá-lo por uma fração de segundos. 

- Você sabe muito bem que não entregarei a placa Crowley. - Bella retrucou com calma. 

- Então terei que tirá-la a força. 

O rosnado começou a sair pelos meus lábios e eu me preparei para atacá-lo. Porém antes que eu conseguisse me mexer uma força me manteve no lugar. 

Grunhi frustrado, mas estranhamente o rei do inferno também estava. Ao que parece a intensão dele era me jogar para longe, mas não conseguia. O problema foi que com o movimento que ele fez com o braço quem voou foi Bella. 

Rosnei querendo ir em sua direção, mas eu estava atado ao chão. 

Escutei seu pequeno corpo bater na parede e um gemido de dor sair por seus lábios. A angustia tomou conta de meu peito e consegui tirar forças para correr até Bella. 

O demônio ergueu uma sobrancelha observando eu pegar minha caçadora nos braços e sumir da capela. 

A falta de ação da sua parte não me deixava tranquilo. Não seria tão fácil fugir. 

- Estou bem. - murmurou Bella em meu ouvido. 

- Eu sei. Só precisamos sair logo daqui. 

- Não vamos conseguir fugir Edward. - a voz de minha caçadora estava estranhamente calma. 

Eu ainda não havia parado de correr. Entrei em ruas desertas e pulei sobre casas. A noite protegia minha identidade. 

- Tem algum plano em mente? 

- Na verdade tenho. 

- Não sei se você reparou, mas quanto mais rápido você contá-lo, mais fácil será sobrevivermos.  

- Iremos matar Crowley. 

- Meu amor... Não quero ser pessimista, mas precisamos de um plano um pouco melhor do que esse para que funcione. 

- Edward, em matéria de caçadas eu tenho mais experiência que você! Então só faça o que eu vou te dizer e verá que as coisas se resolverão. 

Quem sou eu para retrucar, não é?

[...]

POV Sam

Resolvemos deixar Jéssica sob a proteção dos Cullen. Apesar de Uriel ter desdenhado a nossa preocupação. Afinal, segundo ela, Jessica já estava sobre um grande perigo e não seriam meros sugadores de sangue que conseguiriam protegê-la. Mas concordamos que era melhor do que nada. 

Bobby não quis sair de casa. Disse que era mais útil em sua biblioteca do que caçando conosco. Ao que parece a idade o estava atrapalhando. 

Então eu, Dean e Cas seguimos para Wyoming. O local não mudara muito desde a última vez que estivemos ali. O cemitério continuava assustador e mau cuidado. E claro, com aquele ar gélido pela presença de fantasmas. 

Mas nossa busca pela lança foi muito mais tranquila do que imaginei. E confesso que isso estava me preocupando. Na nossa vida, nada, nunca, é fácil. 

Encontramos a lança exatamente onde o portal para o inferno um dia fora aberto. Ao avistá-la compreendi o porque de não termos reparado nela. 

A lança estava grudada sobre o portão do mausoléu, como se fosse um símbolo de uma família. Parte dela estava coberta de ferrugem e plantas o que dificultava a identificação. 

Dean se pendurou no portão e puxou a lança. Ela não passava de uma faca com uns 20 centímetros. 

Meu irmão a guardou e nós ficamos nos fitando em expectativa. Cinco minutos depois percebemos que nada aconteceria. 

- Isso está estranho... Não tivemos problemas em encontrar Jessica, agora não temos problemas em encontrar a lança... Algo está cheirando muito mal por aqui. - Dean disse de maneira inquieta. 

- Como Mary deve estar se saindo? - perguntei. 

Cas ficou com o olhar perdido por alguns segundos. 

- Ela está sendo perseguida por Crowley. 

- E você fala isso nessa calma?! - grunhiu Dean. - Nos leve até ela Cas! 

O anjo colocou suas mãos sobre nossos ombros e ao piscar de olhos estávamos em um beco escuro. 

- Onde ela está? 

Minha pergunta logo foi respondida por Edward que colocava Mary em pé bem em nossa frente. 

- Oi rapazes. - cumprimentou ela sorridente. 

O vampiro não parecia compartilhar de seu humor, pois virou-se de costas para nós e rosnou para o que quer que fosse que estivesse os perseguindo. 

- Bella... Agora é a hora para aquele seu plano. - pediu ele entre rosnados. 

- Só preciso que o segure Edward. Prometo ser rápida. 

O tom de Mary era um tanto mais sério agora. Ela virou-se para Castiel. 

- Cas, você apareceu em um momento perfeito. - sorriu ao escutar o forte som que parecia mais um trovejar. 

Percebi que Edward não estava mais por perto, mas uma construção mais adiante tinha acabado de desmoronar. 

Vários demônios começaram a aparecer na redondeza e vinham em nossa direção.

- Preciso daquelas correntes que usamos com aquele demônio de olhos roxos. Você lembra? - Cas assentiu e sumiu de nossas frentes. 

Não houve tempo para batermos papo. Fomos atacados por todos os lados e tudo o que pude fazer era socar demônios enquanto proferia palavras em latim para exorcizá-los. 

Mary usava uma faca para matá-los e Dean usava a lança que surtia o mesmo efeito. Outro desmoronamento a frente me chamou a atenção e finalmente o anjo apareceu com as tais correntes em mãos. 

Mary as segurou. 

- Obrigada Cas... Edward! Manda! - berrou andando em direção a briga do vampiro. 

Edward prendia Crowley em um abraço de ferro e então o jogou em direção a Mary que rodou a corrente sobre a cabeça e enlaçou o pescoço do demônio. 

A caçadora pulou nas costas do rei do inferno ficando com os joelhos cravados nelas e suas mãos seguravam a corrente enforcando Crowley. 

Regna terrae, cantate deo, psallite dominio…Tribuite virtutem deo. Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii, omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica… Ergo… Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae. Hostis humanae salutis. Humiliare sub potenti manu dei. Contremisce et effuge. Invocato a nobis sancto et terribile nomine. Quem inferi tremunt… Ab insidis diaboli, libera nos, domine. Ut ecclesiam tuam secura tibi facias, libertate servire, te rogamus, audi nos. Ut inimicos sanctae ecclesiae humiliare digneris, to rogamus audi… Dominicos sanctae ecclesiae, terogamus audi nos, terribilis deus do sanctuario suo deus israhel. Lpse tribuite virtutem et fortitudinem plebi suae, benedictus deus, gloria patri…

Não houve gritos vindos do demônio, acho que sua voz não conseguiu sair pelo aperto da corrente. Quando Mary terminou o exorcismo o corpo do demônio sacudia tanto que por um momento eu pensei que fosse explodir. Mas então ele começou a brilhar de uma forma meio laranjada, como se estivesse pegando fogo por dentro. 

Eu não duvidava que realmente estivesse. 

A agonia finalmente terminou e o corpo caiu inerte ao chão. A caçadora estava ajoelhada sobre ele. E os demônios que antes nos atacavam sumiram de vista. 

Coremos até Mary que desembolava a corrente do pescoço do até então rei do inferno. 

- O que tem de diferente nessa corrente? - perguntou Dean. 

Mary levantou-se esticando as costas e estralando o pescoço. 

- O ferro foi fundido no inferno. Essas correntes foram um pequeno bônus que trouxe de lá. São feitas especialmente para prender demônios. Mas também são uteis para impedir que saiam dos corpos que possuem. - deu de ombros. - Conseguiram achar o profeta? 

- Sim. É uma garota bem... - procurei palavras, mas não encontrei. 

- Gostosa. - completou Dean com um sorriso malicioso. 

Eu e Mary reviramos nossos olhos.

- E o que me interessa os atributos físicos da garota Dean? - perguntou a caçadora mal-humorada. 

Meu irmão deu de ombros sem se abalar. 

- Bem... Acho melhor sairmos daqui o quanto antes. Nossa pequena luta chamou muito a atenção. - Edward tinha os olhos vagos como se estivesse prestando atenção em outro lugar e então ficou tenso. - É melhor desaparecermos agora. - sibilou olhando para Castiel. 

Em segundos estávamos em frente a casa dos Cullen. 

POV Bella

- Edward? O que aconteceu? - perguntei com sua aparente tensão. 

Segurei minha mão a sua e olhei seu rosto amedrontado. Ele tentou relaxar com um sorriso, mas não foi muito convincente. 

- Não se preocupe com isso agora. Teremos problemas, mas nada com que tenhamos que pensar agora. 

Assenti lentamente. 

- E quanto a placa? Vocês conseguiram? - uma ruiva com cara de tédio saiu pela porta da frente. 

Ergui uma sobrancelha para ela. Deveria ser a tal profeta. 

Estreitei meus olhos e entreguei a placa para ela. 

- Divirta-se. - sorri cínica. 

Ela retribuiu o meu sorriso e sentou-se ao chão para fazer o seu trabalho. 

Revirei meus olhos e segurei a mão de Edward o levando para dentro de casa. Logo éramos cercados por abraços vampirescos. Ao que parece Alice contou uma bela história de ação. 

- Fico feliz que estejam bem. - Esme nos apertava em seus braços maternos. 

- Não sou tão frágil quanto pareço Esme... E seu filho também não. 

- Oh querida! Eu sei que não. Mas meu coração não entende isso. 

Sorri para a vampira. 

- Edward, e quanto... - Alice começou, mas logo foi cortada. 

- Cuidaremos disso depois. 

- Mas e se eles... 

- Depois que essa confusão terminar Alice. - o tom de meu vampiro não dava brechas para discussão. 

Franzi o cenho. O que eles estavam escondendo? O que de tão grave estava par acontecer? 

- Vem... Vamos tomar um banho. - Edward me puxou para o segundo andar e logo meu rosto pegou fogo com as piadinhas de Emmett. 

Tentei ignorar, mas a vergonha foi grande demais. 

- Ignore. - bufou Edward. 

- Estou tentando. - murmurei. 

Quando entramos em seu quarto ele me puxou para os seus braços. Me abraçou forte, como se sua vida dependesse daquilo. 

- O que está acontecendo? - perguntei em um sussurro. 

- Nossa confusão não chamou a atenção apenas de humanos. 

- Vampiros? 

- Sim. Não vai demorar para que os boatos caiam nos ouvidos dos Volturi. Se algum deles reconhecer meu cheiro no meio da confusão, teremos problemas. Mas há a possibilidade de nada acontecer. Então não se preocupe. 

- Se eles souberam que você esteve envolvido o que vai acontecer? - um nó se formou em minha garganta. 

Edward ficou em silêncio, apenas me fitando intensamente e ali em seus olhos estava claro o que aconteceria. 

Meu coração começou a bater rápido em desespero e eu pulei rodeando seu pescoço com meus braços e colei minha boca a sua. 

O beijo que aconteceu foi desesperado e completamente envolto pelo medo da perda. Eu não aguentaria perdê-lo. 

Minhas mãos puxavam seus cabelos com força enquanto minha boca era maltratada pela sua. Suas mãos me apertavam firme contra seu corpo. Elas logo adentraram pela minha camisa e arrepiavam minha pele. 

Ofeguei descolando minha boca da sua. Foi o tempo exato para minha camisa ser retirada do meu corpo. 

Edward voltou a me beijar sem reservas. Suas mãos explorando meu corpo como nunca antes. Mas então ele se afastou com a respiração um tanto acelerada e a expressão totalmente frustrada. 

- Desculpe... - murmurou. - Muitos ouvidos curiosos. 

Fechei meus olhos tão frustrada quanto ele e me joguei na cama sentindo meu corpo ferver. 

Tentei controlar minha respiração, mas era difícil quando mãos frias passeavam por minha pele.

- Se não pretende continuar com isso é melhor que pare. 

Senti o corpo de Edward descer lentamente sobre o meu até que eu sentisse seu peso. Sua respiração veio de encontro com o meu pescoço e senti seus lábios darem um beijo molhado no lugar. Então sua boca subiu até minha orelha onde ele sussurrou. 

- Eu pretendo continuar... Mas não agora quando não temos nenhuma privacidade. 

Gemi frustrada. Seu riso divertido veio em seguida. 

Abri meus olhos e suspirei. Edward ainda estava sobre mim, mas agora seu rosto estava afastado o suficiente para me olhar nos olhos.

Seu rosto estava leve e sem preocupações. Eu gostava de vê-lo assim.

- Você fica diferente quando está caçando. - comentou. 

- Diferente como?

- Mandona. - sorriu torto. 

Revirei meus olhos. 

- Não, sério... Você fica diferente. É como se sua personalidade se acentuasse. E mesmo com uma situação extrema você age com calma. Quer dizer, nós estávamos prestes a matar o rei do inferno e você sorria como se estivesse planejando um passeio no final da tarde. 

- Eu surtei quando o túnel desabou. - lembrei. 

Edward ficou pensativo por alguns instantes. 

- Talvez porque sairmos de lá não dependia de você. Você estava privada dos seus sentidos e isso te deixou nervosa. Mas depois que você assumiu o controle as coisas fluíram com naturalidade e você não surtou mais. Agiu de maneira fria e calculista. 

O vampiro tinha um ponto. 

- Acho que faz parte de mim. Parte do do meu sangue. 

- Quando nos reencontramos eu fiquei assustado com esse seu lado... Mas acabei me apaixonando por ele também. - beijou meus lábios rapidamente. 

Eu esquecia o quão doce Edward poderia ser. 

- Eu tenho uma dúvida.

- Fale.

- Agora que o rei do inferno está morto como as coisas vão continuar... Vocês estarão em paz, finalmente?

- O sistema no inferno é articulado Edward. Quando um cai, outro toma posse. Teremos algum tempo de paz, mas não espere que seja muito. Quando menos esperarmos teremos mais um demônios dedicando sua vida a fazer das nossas um verdadeiro inferno. 


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Notas finais do capítulo

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