Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 11
Capítulo 10 - Arranque meu coração


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Novo cap na área e tenho uma leve impressão que vocês vão surtar xD Só peço por gentileza que não me atirem pedras no final... Amores outra coisa, esse é o penúltimo capítulo do ano. O próximo cap sai antes do Natal então entrarei em férias... Mas eu falarei mais sobre isso no próximo cap. Enquanto isso aproveitem ;)



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10 – Arranque meu coração

POV Dean

Olhei para Mary completamente puto da cara.

- Que porra você tem na cabeça?!

- Você pode ter mudado alguma coisa Mary! – Sammy bradou assim como eu.

- Relaxem vocês dois! Eu não mudei nada.

- Como não?! Você falou para o seu tio contar quem você era! Pediu para que ele fosse te encontrar no futuro!

- Eu sei o que eu disse Dean! – grunhiu ela. – Vamos sair daqui. Quando encontrarem o corpo de Miller seremos os primeiros suspeitos.

Ainda puto da cara resolvi seguir o que ela disse. Logo estávamos dentro do carro seguindo pela estrada para longe daquela cidade . Parei no primeiro acostamento que apareceu.

Saí do carro sem nem ao menos fechar a porta.

- Eu não mudei o tempo Dean, será que pode parar de dar faniquito e me escutar? – ela suspirou sentando-se sobre o capô do Impala.

- Estamos esperando paixão. – ironizei mau-humorado.

- Dean...

- Não enche Sam! Eu estou cansando de tantos segredos! Todo caçador tem seus fantasmas, mas ela já ultrapassou todos os limites!

- Antes dos meus 19 anos eu não tinha ideia do passado do meu pai. Como eu já disse a vocês ele fez um acordo com um demônio que apagou a memória dele assim como as das pessoas que o conheciam como caçador. Pelo menos aquelas pessoas que tiveram um relacionamento com ele além de apenas algumas conversas. Acredito que seja por esse motivo que Bobby se lembra de meu pai. Bobby deveria ser adolescente na época em que o conheceu e não deve ter tido uma grande amizade com ele.

Notei que Sam franziu o cenho, mas não disse nada. Depois o inquiriria quanto a isso.

- Antes dos meus 19 anos eu sequer sabia que meu pai tinha um irmão. Para mim ele era filho único. Mas foi Michael quem me ajudou. Foi ele quem me ensinou tudo o que eu sei sobre caçadas. Mostrou-me como pesquisar e depois me treinou dia e noite fazendo de mim quem eu sou. Quando ele me encontrou eu estava machucada e perdida na floresta de La Push e suas palavras para mim foram exatamente essas: “Fico feliz em não ter esquecido a data. Está a salvo agora Isabella”.

- O que você está querendo dizer é que de alguma forma o fato de visitarmos o passado já tinha acontecido na vida do seu tio. – Sammy parecia empolgado.

- É o paradoxo temporal... E tio Michael também estava preocupado com esse paradoxo, pois nunca me disse que fora eu que pedi a ele para me salvar. Sempre que eu perguntava a ele sobre como diabos ele sabia exatamente o dia e o lugar onde me encontrar dizia que um dia eu entenderia.

- Então em algum momento em que estivemos no passado percebeu que tinha que avisar seu tio para salvá-la, pois se não fizesse...

- Aí sim eu mudaria o futuro. Provavelmente eu não teria sobrevivido por muito tempo. – deu de ombros após completar minha frase.

- Poderia ter nos dito isso antes. – bufei colocando minhas mãos no bolso.

Mary deu um meio sorriso.

- E perder o seu showzinho?

Revirei meus olhos e voltei para dentro do carro. Não demorou para os dois me seguirem e estarmos discutindo a próxima cidade para qual iríamos.

- Dean, posso te fazer uma pergunta? – ergui uma sobrancelha a olhando pelo retrovisor.

- O que?

- Quem são aqueles na foto da sua carteira?

Eu não esperava por essa pergunta. Me mexi desconfortável.

- Lisa e Ben.

- Sua mulher e seu filho? – perguntou com cautela.

- Não. Mas os tratei assim por alguns meses.

- O que aconteceu?

- O que aconteceu foi que não podemos fugir. Eu os deixei. Ficaram muito mais seguros, eu garanto.

Observei os olhos de Mary crescerem e então sua voz soou como um sussurro.

- Os abandonou para protegê-los?

- Eu não os abandonei. – bufei. – Lisa não aguentou viver ao lado de um caçador e eu a compreendo. Foi melhor assim. – dei de ombros encerrando o assunto.

[...]

POV Bella

- Isso não é justo! – grunhi.

- Realmente não é, mas precisamos saber o que se passa dentro do colégio e você é a única que consegue se passar por estudante. – Sam falou gentilmente.

O olhei frustrada. Sam deu um sorriso gentil.

- Vamos, eu te levo em seu primeiro dia de aula.

- Segura a mãozinha dela para ela não sentir medo. – zombou Dean.

- Vai se ferrar Dean! – puxei Sam pelo braço para fora do hotel.

Tínhamos chego ontem atrás de um caso sobre mortes de adolescentes na escola local. A cidade era pequena. Muito abafada, nem mesmo com a chuva constante o calor passava. Passamos o dia inteiro de ontem pesquisando sobre os casos. Ao que parecia de tempos em tempos um adolescente era morto. Algo arrancava seus corações.

O problema era que não havia uma constante no período de tempo entre as mortes ou número exato de vítimas. Muito menos sinais de algo sobrenatural. E por mais que perguntássemos pela cidade sobre lendas ninguém nos falava nada. Foi então que Dean teve a esplêndida ideia de que talvez descobríssemos algo no colégio já que todas as mortes aconteceram lá. Adolescentes são experts em lendas sobrenaturais. Só que isso não quer dizer que eu estava feliz em me fingir de adolescente.

- Mary... – chamou Sam assim que estacionou o Impala em frente ao colégio.

- Hum? – respondi sem tirar os olhos do prédio.

Adolescente andavam por todos os lados, entravam e saíam do prédio. Riam alto sem ter nenhuma noção do perigo que corriam.

- Quantos anos você tem? – congelei no lugar.

- Não se faz essa pergunta a uma mulher Sam. – voltei meu olhar a ele e sorri tentando disfarçar o meu nervosismo.

- Bobby disse que conheceu seu pai quando sua mãe estava grávida de você. Você disse que acredita que Bobby conheceu seu pai quando ele era adolescente. Bobby tem mais de 60 anos. Eu não sou o melhor em matemática, mas sou bom o suficiente para perceber que tem algo errado nessa história e ainda mais errado em Bobby não ter notado isso quando te conheceu.

Eu me sentia esmagada com tamanha pressão psicológica que Sam fazia.

O sinal tocou e como uma garotinha assustada abri a porta e saí correndo para dentro do colégio. Eu não conseguiria mais fugir. Teria que contar a eles. Teria que contar tudo.

Praticamente corri para a secretaria fazer minha matrícula e pegar meus horários. Eu iria começar naquele mesmo instante.

Falei rapidamente com a secretária e não demorou para uma garota cheia de espinhas e um enorme sorriso aparecer em minha frente se apresentar como a melhor jornalista da escola e me puxar para a minha primeira aula.

Segurei o meu sorriso ao perceber que eu não precisaria fazer muito esforço para descobrir os segredos daquela escola. A tal Vivian me passava todo o dossiê sórdido.

- ... E o Matt já pegou quase todas as garotas da escola, menos eu é claro, sou uma garota de família, mas ele anda meio parado ele ficou abalado com a morte da Vick... Eles estavam se pegando, mas ela queria algo mais e ele a dispensou... – Vivian olhou para cima de modo indignado. – Ela nunca deveria ter invocado a Trisha sem coração.

- Quem? – perguntei atenta.

Vivian surpreendeu-se por eu ter falado alguma coisa, já que por todo o caminho do longo corredor eu estava em silêncio apenas escutando suas tagarelices.

- Trisha sem coração. Todo mundo acha uma história boba... Eu também acho, mas sei lá, prefiro não arriscar né?

- Claro! Mas que história é essa? Me conta, adoro lendas de escolas. – sorri enroscando meu braço ao seu.

Seus olhos brilharam pela possibilidade de uma amizade comigo e provavelmente por eu não tê-la chamado de louca.

- Bem... Segundo o que contam, no século passado uma adolescente foi rejeitada por seu grande amor. Ela surtou e arrancou o coração do garoto e depois desapareceu. Dizem que seu pai, que era diretor na época, a enterrou em uma das paredes da escola.

- Porque ele enterraria a filha em uma parede da escola? – perguntei completamente perdida com aquela parte da lenda.

- Sei lá. – deu de ombros. – Talvez ele fosse louco como a filha.

Concordei como se aquilo fizesse algum sentido e perguntei.

- O que você quis dizer com ela não deveria ter invocado essa Trisha?

- Então, não sei como começou a se espalhar essa história e nem quando. Só sei que todo adolescente que sofre após ser dispensado por seu amado e pede que arranquem o seu coração tem ele arrancado pelo fantasma da Trisha.

- Todo? – arregalei meus olhos teatralmente.

- Bem... Vick foi a primeira que eu realmente tenha visto, mas minha avô disse que aconteceu também quando ela estudava aqui.

- Uau! Assustador!

- Sim! A morte da Vick deixou muita gente com medo, já que ela morreu 24 horas depois de invocar a fantasma.

Vivian calou-se assim que entramos em sala de aula. O professor a repreendeu por ter se enrolado tanto. Ao que parece ela fazia muito isso.

POV Sam

- É um fantasma. – disse para Dean que se empanturrava com uma torta de morangos.

- Ela foi rápida. – disse de boca cheia.

- Pois é. – respondi sem muito interesse.

Mary acabara de me manda uma mensagem com tudo o que descobriu. Pediu-me apenas para pesquisar sobre a tal Trisha e descobrir onde ela fora enterrada, pois a história dela estar dentro de uma parede não era muito confiável. Bufei frustrado, ela sequer mencionara o fato de ter saído correndo do carro enquanto eu a inquiria.

Seu olhar assustado não saía de minha cabeça. O que diabos aquela garota escondia?! Eu começava a me preocupar com o seu segredo.

- O que você está bufando aí Sammy?

- Mary.

Dean franziu o cenho para mim.

- O que tem?

- Eu acho que está na hora da gente pressioná-la para falar sobre o seu passado. – disse seriamente.

- Deixe a garota Sammy, dá para ver em seus olhos o quanto ela sofreu.

- Não estou duvidando disso. Mas quando sua idade não corresponde a sua aparência física a gente começa a pensar que ela pretende algo além de apenas caçar conosco.

- Do que você está falando?

- Por acaso você não fez as contas? O pai de Mary, se estivesse vivo hoje, teria a idade bem próxima a idade de Bobby. E se quando visitamos o passado Charlie disse que sua namorada acabara de descobrir a gravidez...

- Charlie deveria ter no máximo 18 anos. Mary deveria...

- Ser bem mais velha do que aparenta.

- Mas que porra! – grunhiu meu irmão completamente irritado. – Quem diabos é essa garota?! Se é que ela é humana! Castiel! Onde está você seu anjo traidor?!

Com o chamado irritado o anjo apareceu a nossa frente.

- O que foi Dean? Porque está irritado?

- O que Mary é?

- Eu não compreendo a sua pergunta.

- Mary não aparenta a idade que tem, que tipo de criatura ela é Cass? – intervi antes que Dean surtasse.

- Ela é humana. – respondeu simplesmente.

- E porque ela não envelhece?

- Eu prometi que não contaria. Terão que perguntar a ela. – respondeu e então sumiu.

- Anjo imprestável. – grunhiu meu irmão.

Seu telefone começou a tocar e ele mostrou o visou para mim. Era a caçadora.

- Você tem muito o que... – algo fez com que Dean parasse de falar. – Você está chorando? O que aconteceu? Já estou indo... – ele olhou para mim demonstrando toda a sua confusão. – Ela pediu para irmos buscá-la.

- Ela estava machucada?

- Ela não disse...

Por mais bravos que estivéssemos com ela, simplesmente não conseguíamos abandoná-la.

POV Bella

Vivian era uma matraca. Meu Deus! Segui ao seu lado sem prestar atenção no que ela dizia. Fomo para o refeitório e ela me apontava cada “personalidade” da escola. Me passava a ficha completa de cada um.

Porém assim que entramos no refeitório eu paralisei completamente. Aquilo não podia estar acontecendo! Minha respiração acelerou e meus pés não se moveram mais. O que eles estavam fazendo aqui?!

- Oh! Você já os viu... São perfeitos não é? Mas o único solteiro é o ruivo, mas não perca seu tempo com uma paixão, pois com certeza ela será platônica. Parece que nenhuma garota é boa a suficiente para ele...

- Não diga... – minha voz soou seca e brava e agora não era apenas a pequena Alice que me olhava espantada e sim toda a sua família.

- Apesar de achar que ele apenas não tenha coragem de sair do armário... – Vivian tagarelou dando de ombros.

Os Cullen estavam todos em pé ao redor da sua mesa me observando assombrados. Edward se apressou a andar em minha direção. Vivian ofegou ao meu lado e começou a murmurar “Oh meu Deus” sem parar. Sua reação seria cômica se eu não estivesse tão desesperada para fugir daquele lugar. Ela se afastava a medida que o vampiro se aproximava.

- Bella... – Edward sussurrou quando se encontrava próximo suficiente. – Como você... – me olhou de cima abaixo sem acreditar no que via.

- Isso não é da sua conta Edward. E é Mary agora. – só agora percebi o quão brava eu estava.

O que me dava vontade de fugir não era medo ou dor, era raiva, era revolta. Eu estava puta da cara!

Virei meu corpo e tentei sair do refeitório antes que eu fizesse alguma merda. Mas o vampiro não estava afim de colaborar e segurou meu braço me puxando de volta para ele.

Eu tenho certeza que ele via o fogo de raiva queimar em meus olhos, pois não nos aproximou muito. Apesar de que sua mão ainda segurava com firmeza o meu braço. A tensão crescia entre nós e percebi que o refeitório estava cada vez mais silencioso. Mesmo assim a pele fria me fazia arrepiar e os olhos dourados transbordando dor e arrependimento amoleciam o meu coração. Odiei meu corpo e meu coração por ainda reagirem daquela forma perante a presença do vampiro.

- Bella, por favor, vamos conversar? – implorou.

- Conversar?! – perguntei irônica. – O que quer falar hum? Dizer o quanto foi covarde? Dizer o tamanho do seu medo pelo que estava sentindo? Me desculpe, mas há muito eu deixei de ser aquela adolescente deslumbrada.

- Você está certa. Eu realmente fui tudo isso. Mas Bella, por favor, eu preciso de seu perdão. Eu sei que não vai voltar para mim. Se eu estivesse em seu lugar eu não voltaria. Mas eu preciso que você saiba que eu amo você mais do que tudo e nada em minha vida merece mais arrependimento do que ter abandonado você.

Seu pedido de desculpas fez minha raiva crescer. O que ele achava? Que algumas palavras apagariam todo o meu passado? Que somente isso bastava?

- Quer saber Edward? Eu também amo você. Todos esses anos e o sentimento continua o mesmo, talvez mais maduro, mas ainda tatuado em minha alma. Deus sabe o quanto eu queria arrancar meu coração, arrancar esse amor de mim. Só que nem mesmo o meu sentimento por você é capaz de apagar tudo o que aconteceu. – minha respiração estava acelerada e as lágrimas já escorriam pelo meu rosto. – Você acabou com a minha vida! – sibilei furiosa. – Graças a você eu vivi o inferno! E acha que com apenas algumas palavras vai apagar todas as cicatrizes do meu coração e torná-lo novo?

Seu rosto estava contorcido em dor. Tentei sair dali, mas sua mão ainda me prendia como uma algema. O olhei magoada.

- Além de quebrar meu coração, vai querer quebrar meu braço também? –só então ele notou que ainda me segurava e soltou meu braço.

- Me desculpe. – mal escutei suas palavras, pois eu já corria para fora e ligava desesperada para Dean vir me buscar.

Quando eles finalmente apareceram corri como uma criança em sua direção. Abracei sua cintura e chorei. Não sei em que momento eu fui parar em minha cama, mas eu simplesmente me sentia devastada. 


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Notas finais do capítulo

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