O Coração Dos Quatro Elementos escrita por MisuhoTita


Capítulo 24
Dúvidas




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Embla sente seu mundo começar a girar, sensações que nunca antes havia sentido na vida começam a tomar conta de seu corpo, deixando-a completamente inebriada enquanto permanece nos braços poderosos do homem, seu mundo começando a ruir em questões de segundos, tudo o que importando é aquela sensação estranha e doce que sente nos braços do homem.

Mas então, sua razão parece falar mais alto e, percebe o que está fazendo. Usando muita força, empurra o homem para longe enquanto seu rosto fica com um lindo tom avermelhado.

− O que pensa que está fazendo? – esbraveja a Maga da Casa do Vento, tentando recuperar sua compostura.

O terráqueo não se surpreende nem um pouco com a atitude de Embla e, ao invés de entrar no jogo dela, ele apenas sorri, o que só serve para deixar a Maga ainda mais irritada.

− Posso saber qual é a graça? – pergunta Embla, ainda mais irritada.

− Certamente, é a senhorita. – responde Markhos, dando de ombros – A senhorita me perguntou o que eu estava fazendo e, vou responder sua pergunta com um ditado que dizemos aqui na terra.

− Ditado? – Embla parece confusa.

− Quando um não quer, dois não beijam, senhorita Embla. – Markhos não deixa de sorrir.

As palavras de Markhos só servem para deixar Embla mais furiosa e, ela vira as costas, só para que o homem não veja seu rosto ficando ainda mais vermelho. Não sabe o que deu nela para ter retribuído aquele beijo. Aliás, não sabe o que há com ela toda vez que está diante deste homem, que, por um lado, a irrita profundamente, mas por outro... Bem, por outro, não sabe exatamente quais sensações ele lhe provoca, pois nunca experimentara nada parecido antes.

Markhos encara a jovem de outro mundo a sua frente sem saber exatamente o que pensar. Não deveria ter seguido seus impulsos e a beijado, mas, quando se deu conta, já o havia feito e, não havia mais como voltar atrás.

− Perdoe-me, senhorita Embla. – o homem se vê obrigado a dizer – Sei que passei dos limites e, prometo que isso nunca mais voltará a acontecer.

− Como pode ter tanta certeza? – pergunta Embla, ainda de costas para ele.

− Dou minha palavra de honra, senhorita. E, a palavra de um homem não volta atrás.

Ao ouviras palavras de Markhos, Embla se volta para ele e, novamente, os olhos dos dois se encontram. A suave brisa do vento faz com que os cabelos da jovem Maga comecem a voar e, Markhos desvia o olhar, a fim de não ser tomado pela tentação. Prometera que nunca mais encostará em um único fio de cabelo de Embla e, é exatamente isso que ele pretende fazer.

− Vamos voltar, senhorita. – sua voz se faz ouvir – Já está ficando tarde.

Embla concorda com um aceno de cabeça e, os dois estão prestes a voltar. Deixam o parque e começam a caminhar pelas ruas da cidade, mantendo uma distância segura entre ambos.

E é então que uma forte corrente de vento cortante surge do nada, e, somente Embla é capa de ver. A corrente de vento cortante está prestes a atingir Markhos, mas então Embla se joga por cima, para evitar que os dois sejam atingidos e, eles caem um por cima do outro, ao mesmo tempo em que Enzo surge na frente dos dois.

*****

Merat...

Em seu castelo no reino do Vento, O Mago das Trevas está em uma das masmorras, que está sendo devidamente preparada para receber uma hóspede muito especial, sua convidada de honra. A dita cela é localizada no subsolo do castelo, e, o único caminho, é passando por uma escadaria que vai dando voltas em círculo, com mais de trezentos degraus, a cela mais funda e sombria do castelo.

E quando vê que o local está devidamente preparado, um sorriso demasiado cruel surge em seus lábios. A cela em questão é um local pequeno, quatro paredes cercam o local, não há janelas e, a única saída é uma pesada porta de chumbo, que não tem qualquer abertura, impossibilitando para a pessoa que passará a viver ali muito em breve qualquer visão do mundo exterior. O chão é recoberto de palha, que é a única coisa que tem ali. Na porta, um pesado cadeado que fica do lado de fora e, somente ele tem a chave para abrir a dita porta, pois não permitirá que ninguém veja a preciosidade que muito em breve passará a viver ali.

Deixa o subsolo e começa a subir as escadarias, sem pressa e com o sorriso cruel de satisfação. Se seus planos derem certo como ele acha que dará, em breve a pessoa que deverá ocupar aquela cena estará em seu poder e, ninguém poderá fazer nada para impedir o que estará por vir. Sua convidada de honra vai começar a ter a vida que merece.

Já no andar superior, encontra Lícia a sua espera, na sala privativa que apenas os dois costumam usar. A ruiva, ao ver seu soberano, pega uma taça, enche de vinho e, a entrega ao Mago das Trevas, que se senta em uma confortável poltrona e começa a tomar o vinho que sua mais leal Mensageira da Morte lhe oferece.

− Meu Soberano parece bastante satisfeito. – comenta Lícia.

− E de fato estou, Lícia. – responde o Mago mais temido de Merat.

− Acaso a satisfação de Meu Soberano tem relação com o que foi ver no Subsolo?

− Tem muito a ver com minha visita ao Subsolo, Lícia. Mas, não espere que eu vá lhe revelar o que pretendo ali. Isso, por enquanto, será mantido no mais absoluto dos segredos.

− Em momento nenhum imaginei tal coisa, Meu Soberano. Vivo apenas para servi-lo, e, não para questionar. Usar meu poder para agradá-lo, esta é minha vida.

O Mago das Trevas não deixa de sorrir ao ouvir as palavras de Lícia, pois, não existe pessoa mais leal do que ela, sua Primeira Mensageira da Morte. E, apesar disso, existem segredos que ele não revela, nem mesmo a ela.

E, um destes segredos, tem tudo a ver com a cela no subsolo.

*****

Terra...

Caio permanece pasmo, após ouvir de Cat toda a história sobre um mundo mágico chamado Merat, magos que controlam elementos e uma pedra chamada O Coração dos Quatro Elementos que está escondida em seu próprio mundo.

Parra ele, é uma história completamente surreal e fora da realidade, algo que, em um primeiro momento, é simplesmente impossível de se acreditar. Mas, se Belinda, sua amiga de infância lhe diz que todo isso é verdade e que, ela mesma ganhou poderes da mulher chamada Cat, então ele sabe que as palavras dela são verdadeiras, pois sua amiga é incapaz de mentir.

Além de tudo, a mulher chamada Cat dera uma demonstração de que tudo o que ela disse era verdade, fazendo com que o braço dela fosse envolvido por chamas e, segundos depois, as chamas sumiram. Se ele em algum segundo duvidou da história, a demonstração da tal Cat serviu para provar, definitivamente, que toda a história sobre Merat e o Coração dos Quatro Elementos é verdadeira.

Isso fora suficiente para que ele pedisse a Cat que lhe desse poderes também porque, se é para lutar ao lado dela, precisa ter poderes, pois acha que somente sua força não iria ajudar.

E, Cat atendera seu pedido, despertando nele sensações e uma força oculta que ele simplesmente desconhecia, mesmo com todo o treinamento que seu irmão a vida inteira lhe dera. O que ela despertou em seu interior é algo simplesmente surpreendente e que faz com que ele entenda algo que nunca antes fora capaz de entender.

Mas, apesar disso, há coisas que ele não compreende, e que, gostaria que ficassem mais claras. Por este motivo, ele olha para a mulher que é a líder desses estranhos de outro mundo com curiosidade.

− Você está com cara de quem quer me perguntar algo, caio. – observa Cat.

− E realmente quero, senhora. – responde o homem.

− Pode perguntar o que quiser, mas, por favor, não precisa me chamar de senhora, só Cat está bom.

− Está bem. Pelo que pude absorver sobre a história de seu mundo e a pedra que se chama O Coração dos Quatro Elementos, ela está escondida aqui, na Terra e, por isso você e seus amigos vieram parar aqui. Mas, se é mesmo esse o caso, porque quer que alguns de vocês, e isso inclui Belinda e eu, vamos para seu mundo? Para mim isso parece meio contraditório.

− Sei que parece mesmo, mas, o Mago das Trevas está em Merat, mesmo eu tendo impressão de que muito em breve ele estará vindo pra cá. Além disso, existem Magos que lutam por nossa causa que se encontram lá, e, é necessário que eu mande ao menos três pessoas para ajudar. Por este motivo, mandarei você, Belinda e Tróia, que será como se fosse a guia de vocês em Merat. Lá vocês deverão se encontrar com Hatara, Aisha e Tita e, trazê-las para cá o quanto antes, para todos nós procurarmos o Coração dos Quatro Elementos juntos, com exceção da Tita, que deverá ficar escondida de todos os Mensageiros da Morte.

− Por que essa menina deve ficar escondida? – pergunta Belinda, curiosa.

− Foi um pedido de meu Mestre, o Mago Guardião da Casa do Fogo. – responde Cat – O motivo exato porque ele queria isso eu não sei. O que posso dizer com certeza, é que a Tita é uma jovem frágil, entenderão quando a virem.

− E quando nós vamos partir? – pergunta Caiu.

− Amanhã, assim que os primeiros raios de sol surgirem. Por isso, essa noite, sugiro que os três descansem, pois eu não sei o que encontrarão em Merat. Mas, de uma coisa eu tenho certeza, não encontrarão as coisas muito fáceis lá, isso eu garanto. O próprio Mago das Trevas, além de Lícia e Tommy estão lá.

− Quem são Lícia e Tommy? – Hyomin pergunta, se intrometendo na conversa e levando uma cutucada de Lin por conta disso.

− Lícia é o braço direito do mago das Trevas, uma mulher bela, fria e cruel, além de mais poderosa do que qualquer um que já conheci, com exceção do próprio Mago das Trevas. E Tommy é igualmente perigoso, não tenha dúvidas, ele é um dos Magos mais poderosos que já conheci.

− E mesmo com toda essa gente perigosa nesse mundo chamado Merat, você ainda vai mandar três pessoas pra lá só pra trazerem uma maga e deixá-la em segurança por um motivo que você nem sabe qual é? – Hyomin volta a perguntar, levando outra cutucada de Lin.

− Sim, porque isso é o certo a se fazer. E, as piores batalhas acontecerão neste mundo, porque O Coração dos Quatro Elementos está aqui. Quando vocês aceitaram lutar, eu deixei bem claro todos os riscos.

− Não se preocupe, Cat. – a voz de Belinda se faz ouvir – Quando eu disse que estava disposta a correr os riscos, não foi da boca para fora. Nós vamos para seu mundo amanhã, nos encontraremos com seus amigos e os traremos para cá, para que fiquem em segurança. Sei que teremos pedras em nosso caminho, mas, iremos nos esforçar ao máximo, todos nós.

− Como o único homem no trio, eu vou me responsabilizar por Belinda e Tróia. – fala Caio, decidido – Se for preciso, eu darei a minha vida para mantê-las seguras, mas, não se preocupe, eu não pretendo morrer.

Ao ouvir as palavras de Caio, Cat sorri pois, ele é exatamente o tipo de pessoa que estava procurando. Quando seu mestre, antes de morrer, lhe dissera que precisaria de aliados terráqueos para a luta iminente, ele acertou em cheio, não imaginava que esses aliados pudessem ser tão valiosos assim.

− Obrigada. – diz a sucessora do Mago Guardião da Casa do Fogo, sem deixar de sorrir.

− Não há o que agradecer. – Caio volta a falar – Quando um homem dá a sua palavra, ele não deve voltar atrás. Eu protegerei a Belinda e a Tróia, e também as magas que encontraremos neste mundo chamado Merat.

*****

Merat...

Os olhos de Misuki estão pasmos, e, do seu lado da barreira invisível criada por seu amor, ela está simplesmente incrédula.

Quem é esse tal de Benn? Por que ele sabe seu nome? O que quer com ela? A confusão que sente é tanta que, ela simplesmente não consegue conter a chuva de lágrimas que começam a cair de forma incessante por seu rosto.

Ao ver a mulher a sua frente derramando lágrimas que para ele são provenientes de um sofrimento sem fim, Benn quer tocar o rosto dela e, por um momento, se esquece que existe uma barreira ali, que separa os dois, e, estende sua mão para tentar secar as lágrimas de Misuki, mas, a barreira i impede, e, ele é obrigado a tocar aquela parede invisível.

Sua atitude só serve para deixar Misuki ainda mais apreensiva e, isso não passa despercebido por Benn. Ele sabe que precisa dizer o que tem de ser dito. Depois de tanta espera, o momento finalmente chegou.

− Não tema, Misuki, pois eu não sou seu inimigo. Ao contrário, eu estou aqui para ajudá-la, se você me permitir.

− Me ajudar...? – as palavras de Misuki mais parecem sussurros.

− Sei quem você é, Misuki, e sei o que aquele homem cruel faz com você. Sei que ele te aprisionou neste lugar e que a procura quando bem entende, deixando-a abandonada e pesa, ele tirou a sua vida! Tirou sua liberdade! Tirou o seu direito de escolha!

Misuki continua a encarar o homem a sua frente, cada vez mais confusa. Ele realmente sabe o que o mago das Trevas fez com ela! Sabe que ele a mantém ali e só a procura quando bem entende, como seu brinquedinho particular!

− Parece confusa, Misuki. – Benn não consegue deixar de dizer.

A loira continua encarando o homem, sem saber o que pensar... Sem saber o que fazer... Sem saber como agir...! Sente seu coração batendo de forma totalmente descompassada em seu peito, como se quisesse sair por sua boca...!

E, simplesmente não consegue conter as lágrimas que caem sem parar por seus belos olhos. Lágrimas que são a prova de toda a confusão que sente invadindo todo o seu ser...! Lágrimas que mostram que, pela primeira vez na vida, ela não sabe o que fazer...

− Sei que você está confusa, Misuki e, acredite, eu entendo as suas razões, mas, mesmo assim, eu quero que você saiba de uma coisa.

− O que? – a voz de Misuki continua a mostrar toda a confusão que ela sente.

− Eu não sou seu inimigo, Misuki. Não quero o seu mal, ao contrário, é meu desejo te ajudar.

− Eu não preciso de ajuda...

− Não mesmo? – Benn deixa a questão no ar – Sabe de uma coisa, Misuki, não penso da mesma forma que você. Você vive como uma prisioneira, tem certeza de isso pode ser chamado de vida? Você não pode nem ao menos colocar seus pés fora desta casa! Ainda assim chama isso de vida?

Estas últimas palavras ditas por Benn mexem profundamente com Misuki... Entram bem no fundo de seu coração... Bem no fundo de sua alma... Ascende uma pequena chama que sempre clamou por liberdade... Uma chama que ela, durante toda a sua vida ela se esforçou para manter apagada, a fim de evitar mais sofrimentos... Sofrimentos desnecessários para ela que ama desesperadamente o Mago das Trevas, e que só pensa em fazê-lo feliz...

Mas... Se ela realmente o ama tanto, por que as palavras deste estranho, que ela acaba de conhecer, penetram com tanta força no fundo de seu coração e de sua alma...? Por que uma parte de seu coração e sua alma querem se agarrar desesperadamente as palavras deste estranho, como se ele fosse algum tipo de tábua de salvação?

Não sabe...

Não tem uma resposta para isso... Gostaria de ter uma resposta, mas não tem... Gostaria de saber por que uma parte de si quer desesperadamente se agarrar as palavras deste estranho, mas ela não sabe por que quer isto...

Pensara que sua vida seria amar para sempre o Mago das Trevas e aceitou o destino imposto por ele... Mas, se é assim, se aceitara seu destino com tanta facilidade, às palavras de Benn deveriam ser como o vento, serem levadas sem que ela prestasse atenção. Mas... Ao contrário... Cada palavra dita por este cavaleiro Misterioso entraram com força bem no fundo de sua alma, e, parecem incapazes de sair.

− Por favor... Vá embora... – pede Misuki, sua voz carregada de desespero – Eu... Eu não quero ouvir mais nada... Não quero saber de mais nada... Eu estava bem até você chegar... Você está me deixando confusa... Vá embora... Por favor, vá embora... E não volte nunca mais...!

− Se é este o seu desejo, Misuki, pode ter certeza de que eu vou. – fala Benn, com uma pontada de tristeza em sua voz.

O Cavaleiro então dá as costas e se prepara para ir embora, e, no mesmo instante, Misuki sente seu coração começar a bater de forma descompassada em seu peito, como se ela estivesse perdendo algo muito importante.

− Espere!!! – pede Misuki, em um momento de desespero que nem ela mesma é capaz de entender.

Benn então volta a sua atenção para Misuki e sorri para a loira, deixando-a ainda mais confusa.

− Entendeu que eu tenho razão? – pergunta Benn.

− Eu não sei... Sinceramente eu não sei...

− Misuki, escute a voz de seu coração, aquela voz fraca que deve existir bem no fundo de seu ser e que, você deve tentar calar a todo custo. Escute-a, e, terá a certeza de que a única coisa que eu quero é te ajudar.

− Me ajudar...?

− Sim, te ajudar, por mais que você não queira admitir, por amor a um homem que não merece, você precisa de ajuda, Misuki. E, eu estou aqui para ajudá-la. Posso dar aquilo que você não tem, se esse for o seu desejo.

− E o que eu não tenho...?

− Liberdade, minha cara Misuki. Se for o seu desejo, eu posso te libertar deste lugar.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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