O Coração Dos Quatro Elementos escrita por MisuhoTita


Capítulo 20
A Decisão de Paloma




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Merat...

Tommy e Andrew toam distância um do outro, ambos prontos para atacar. Tommy olha uma última vez para trás, e, seus olhos azuis tão desprovidos de sentimentos se encontram com os olhos azuis de Tita que, ao contrário dos seus, são repletos de pureza, de um amor sem limite... O que falta a ele em amor, sobra para a menina que antedê pelo nome de Tita, a jovem que por algum motivo a ele desconhecido, tem olhos iguais aos seus...

E, após essa breve troca de olhar, sua atenção se volta para o seu inimigo. Seu corpo entra em combustão, e ele o sente explodir em chamas, e, sem perder tempo, parte para o ataque, a fim de derrotar Andrew e impedir que ele ceife a vida desta menina que seu coração insiste em proteger.

Andrew não se deixa intimidar e também parte para cima de Tommy, seus braços envolvidos por poderosas ondas, enquanto seu corpo começa a esfriar de tal maneira, que é como se estivesse revestido por uma poderosa armadura de gelo.

Com as mãos em brasas, Tommy tenta acertar vários socos em Andrew, que desvia de forma perfeita de cada um dos socos que seriam para acertá-lo. Mas Tommy não desiste e a sua determinação lhe dá forças para continuar e, com toda a sua velocidade, tenta acertas socos em Andrew, que continua desviando com grande maestria.

Andrew está tomado pela fúria, enquanto se defende dos golpes em chamas aplicados por Tommy. Quer acabar logo com isso e, Tommy está em seu caminho. Toma distância e cria em suas mãos uma espada de gelo, para em seguida partir novamente para o ataque, visando claramente a vida de Tommy, para que em seguida possa ceifar a vida de Tita, conforme lhe foi ordenado pelo Mago das Trevas.

Tommy não se deixa abater e cria em suas mãos uma poderosa espada totalmente envolvida por chamas. Se Andrew quer brincar com espadas, que assim seja.

Novamente, os dois homens se lançam ao ataque, desta vez com as espadas em mãos. As espadas se chocam, e, Tommy aumenta o poder das chamas de sua espada, com a clara intenção de derreter a espada de gelo de seu adversário. Porém, Andrew não se deixa abater por algo tão simples e concentra grande parte de seu poder naquela espada, de tal forma que ela não derrete com o calor gerado por Tommy.

Golpes e mais golpes são dados e recebidos e em nenhum momento os dois Magos se deixam abater, pois para eles, tudo o que importa é vencer. Com uma das mãos, Tommy continua dando poderosos golpes om sua espada contra Andrew, que se defende com maestria ao mesmo tempo em que atacada, aproveitando cada pequena brecha na defesa espetacular de Tommy.

Os olhos de Andrew estão totalmente fixos na luta e, o homem aproveita uma pequena brecha na defesa de Tommy para lhe acertar um golpe com a espada, mas que é defendido por Tommy. Porém, é apenas uma distração, pois com a mão esquerda, Andrew cria uma poderosa esfera envolvida por ondas e, a lança contra Tommy, que tem que desviar de forma muito rápida a fim de não ser antigo. E, isso é tempo mais do que suficiente para Andrew dar um salto, girando seu corpo e aparecendo atrás de Tommy, e, cravando a sua espada de gelo nas costas de seu adversário.

Tommy grita de dor ao mesmo tempo em que caí no chão, seu sangue começando a pingar no local em que foi atingido. A espada em chamas em sua mão some, pois perdera a concentração no momento em que sentiu a dor do golpe que recebeu.

Andrew não perde tempo e, aproveitando-se do momento, chuta Tommy com todas as suas forças, fazendo com que o moreno de olhos azuis voe longe. Em seguida, começa a lançar agulhas de gelo contra seu adversário e, sem tempo para se recuperar e fazer um contra-ataque, é atingido em cheio, gritando de dor e caindo no chão.

Sem qualquer vestígio de piedade ou misericórdia, Andrew corre em direção ao corpo de Tommy, que está caído no chão e, crava aquela espada de gelo em outro ponto das costas de Tommy, fazendo com que ele volte a gritar de dor, ao mesmo tempo em que cospe uma lufada de sangue.

− Não precisava ser assim, Tommy. – a voz de Andrew é tão fria quanto um ice Berg – Ao contrário de você, eu não luto porque quero, eu luto porque não tenho escolha! Não me deram uma escolha! Eu penas tenho que fazer isso! Não sou uma máquina de matar, ao contrário de você e de outros Mensageiros da Morte!

− Diga o que quiser, Andrew! – fala Tommy, ainda caído no chão – Mas você não vai matar esta menina! Eu já disse e vou repetir! Vou proteger essa menina nem que isto me custe a vida!

Andrew pisa com força no ferimento de Tommy, fazendo com que o Mensageiro da Morte volte a gritar de dor. E, enquanto isso acontece, Tita, com seus olhos azuis repletos de lágrimas do mais puro desespero, apenas observa o desenrolar de toda aquela crueldade desmedida... Todo aquele derramamento de sangue é por sua causa... Porque por algum motivo desconhecido, o Mago das Trevas decidiu que a quer morta... E, por um motivo mais desconhecido ainda, Tommy, um Mensageiro da Morte, se coloca contra o seu próprio mestre para protegê-la...

Por que...? Por que tem que passar por isso...? O que foi que ela fez de errado...? Por que o Mago das Trevas quer tanto assim acabar om a vida dela...?

− Por favor...! – Tita implora, sem conseguir conter as lágrimas provenientes do mais puro desespero – Por favor...! Para...! para com isso...! Não machuque ele...! É a mim que você quer...! Me mata...! Me mata...! Mas não machuca ele...!

Os olhares completamente pasmos de Tommy e de Andrew não para Tita, que continua a implorar pela vida do Mensageiro da Morte de forma desesperada. Tommy simplesmente não entende. Como ela pode implorar pela vida dele sendo ele um Mensageiro da Morte?

Sem tempo a perder, Andrew deixa Tommy de lado e, passo a passo, começa a caminhar em direção a Tita, pronto para matá-la em um único golpe, sem muito sofrimento e, acabar logo com isso.

Mas, o Mensageiro da Morte está disposto a tudo para proteger Tita e, usando um pouco das forças que ainda possui, cria um chicote completamente em chamas, e, o lança contra o pescoço de Andrew, que não percebe a investida até ser tarde demais.

*****

Terra...

Paloma olha completamente incrédula para os pais, que estão ali, bem diante de seus olhos. Só faltava essa agora! Sabia, desde o dia em que os pais se juntaram ao Mago das Trevas e se tornaram Mensageiros da Morte, que teria de enfrenta-los e, por mais que achasse estar preparada para este momento, agora que está frente a frente com eles, que percebe que o momento de enfrenta-los finalmente chegou, consegue ver claramente que, nunca esteve pronta! Que enfrentar os pais em um combate será muito mais difícil do que ela sequer poderia imaginar.

Cat, consegue perceber nitidamente a aflição nos olhos de Paloma e, ao mesmo tempo, tem que lidar com Lia e as consequências da revelação que fez a ela, bem como contar a ela a história do como ela veio ao mundo, bem como do assassinato do Mago Guardião da Cada do Vento, pai dela.

Mas, não pode fazer isso com essa ameaça em sua frente...! Não pode simplesmente deixar Paloma sozinha e tirar Lia dali, para que ela possa entender um pouco sua história de vida. Literalmente, ela está entre a cruz e a espada e, não sabe bem o que fazer!

Embla olha para Cat e, percebe o conflito nos olhos da Sucessora do Mago Guardião da Casa do Fogo. Precisa ajudar de alguma forma, e, já sabe o que fazer.

− Senhora Cat, vá com a Lia e os terráqueos para algum lugar seguro. Ficarei aqui com a Paloma. – a voz de Embla se faz ouvir.

− Podemos voltar para o meu apartamento. – sugere Belinda – Lá vocês terão toda a privacidade do mundo para conversar.

− Se não se importam, irei ficar aqui com a senhorita Embla e com a senhorita Paloma. – fala Markhos – Não é bom deixar duas moças sozinhas.

− Você está pensando que eu sou o que? – fala Embla, sem conter o tom de irritação em sua voz – Eu sei me defender, não preciso de ninguém, muito menos de você!

− Não estou dizendo que a senhorita não sabe se defender, o que estou dizendo é que vou ficar para ajudar, o que é muito diferente, a meu ver.

− Agradeço imensamente a sua preocupação, Markhos. – fala Cat – Pois então você ficará com elas e nós vãos. Confio em você e na Embla para ajudarem Paloma, pois imagino que isso será demais para ela.

− Pode deixar. – garante o homem.

Cat segura a mão de Lia e, elas deixam o local, acompanhadas de Belinda, Hyomin e Lin. E, enquanto todo este diálogo se desenrolava, Paloma, Paulina e Jake não deixavam de se encarar.

Jake olha para trás e vê que Cat tomou distância, junto com os novos companheiros que ela arranjou. Sorri, porque ficar frente a frente com a sua filha é tudo o que queria há muito tempo.

− Paloma, minha filha. – Jake começa a falar – Eu não vim aqui para lutar com você. Ao contrário, eu vim para aqui apenas para leva-la.

− Me levar? – Paloma parece totalmente confusa – Do que é que você está falando?!

− Vamos levá-la para o Mago das Trevas, Paloma. – é a vez de Paulina falar – Ele a quer no time de Mensageiros da Morte e está lhe dando a chance única de se unir a nós.

Paloma olha para os pais, sem realmente conseguir acreditar no que eles estão lhe dizendo. Quer dizer que eles acham mesmo que ela vai trair tudo o que acredita, todos os seus ideias para se juntar ao lado do mal? Se eles pensam mesmo isso dela, vai mostrar a eles que estão redondamente enganados! Ela pode ser o fruto da semente dos dois, mas vai mostrar a eles que, eles não sabem nada a respeito dela!

− Se vocês dois acham que eu vou trair todos os meus ideias e passar para o lado das trevas, estão redondamente enganados! – fala a jovem Maga da casa da Água – Eu prefiro morrer a lutar ao lado daquele homem! E vocês dois deviam ter vergonha de lutar por ele! Lutar por alguém que quer cobrir o mundo em que vivemos de trevas e de escuridão!

− Você tem duas escolhas, Paloma. – Jake volta a falar – Ou você vem conosco e se junta aos Mensageiros da Morte, ou nós mesmos mataremos você, aqui e agora!

Os olhos de Paloma se enchem de lágrimas ao ouvir as palavras de seus pais, pois, sempre soubera que não escaparia do destino de ter que lutar contra eles, porém, não imaginava que seria assim, tão doloroso ouvir as palavras que está ouvindo. A tristeza que sente é tanta, que não consegue esconder as lágrimas que começam a verter por sua face.

− Não vou aceitar nenhuma das duas opções! – fala Paloma, mesmo entre lágrimas – Ao contrário, vou me dar uma terceira opção, que é lutar com vocês, se for necessário!

− Paloma, pense bem, você é minha filha, tem que fazer o que eu mando! – Paulina diz, em uma tentativa de tentar convencer a filha.

− Não tenho nada! – rebate Paloma – Não quando querem que eu siga o caminho do mal! Eu sou livre para fazer minhas próprias escolhas, e escolho lutar contra vocês se não saírem do meu caminho!

− Você não está nos dando escolha! – fala Jake, se colocando em posição de combate.

Paloma olha para Embla e depois para Markhos, e, apesar das lágrimas, seus olhos são pura determinação. Sorri para os dois antes de dizer:

− Embla, Markhos, eu peço aos dois que por favor, não interfiram! Esta luta é minha!

*****

Belinda chega com o grupo de Cat a seu apartamento e, após abrir a porta, faz sinal para que todos entrem e se acomodem na sala. Em seguida, vai até a cozinha e pega um pouco de água com açúcar, dando para Lia, a fim de que ela se acalme um pouco.

− Beba isto. – fala a terráquea, gentilmente – Vai ajudar você a se acalmar.

− Obrigada. – responde Lia, pegando o copo das mãos de Belinda e, bebendo todo o conteúdo em seguida.

− Se vocês quiserem, podem conversar no meu quarto. – oferece Belinda – Vou fechar a porta e vocês terão toda a privacidade do mundo.

− Muito obrigada. – agradece Cat com um sorriso – Aceitarei a sugestão.

− Me acompanhem por favor. – Belinda fala mais uma vez.

Cat e Lia seguem Belinda pelo pequeno corredor do apartamento da terráquea, e, ela abre a porta do elegante quarto, decorado de forma requintada, como todo o resto do apartamento. Faz sinal para que as duas entrem e, em seguida, diz:

− Eu vou encostar a porta para que vocês possam ter mais privacidade.

E, após dizer estas palavras, Belinda fecha a porta do quarto, voltando para a sala e, deixando as duas Magas a sós.

Ao se verem sozinhas, Cat seca uma lágrima que ainda escorre pelo belo rosto de Lin e, em seguida, se senta na cama de Belinda, fazendo sinal para que a Mensageira da Morte sente a seu lado, coisa que ela faz imediatamente.

−Agora nós duas podemos conversar. – Cat fala de forma gentil.

− Sim. – responde Lia, secando mais algumas lágrimas que insistem em cair por sua face.

− O que vou contar a você agora não é uma história com um final feliz, Lia, até porque, você sabe o triste destino dos quatro Magos Guardiões de nosso mundo.

− Eu sei. Pode me contar, senhora Cat, estou preparada para ouvir qualquer coisa.

− Muito tempo atrás, existia um Mago da Casa do Vento que queria ser o mais poderoso de todos, este Mago, muito tempo depois, passou a ser conhecido como Mago das Trevas. Como sua Origem era da Casa o Vento, o Mago Guardião desta casa o conhecia melhor do qualquer um e, era contra a ambição desmedida daquele jovem. Naquela época, o Mago Guardião se apaixonou por uma poderosa Maga, porém, ele sabia que jamais poderia se casar com ela, pois suas obrigações como Mago Guardião o impediam disso. Eu não sei se é de seu conhecimento, mas, quando o Rei dos Quatro Elementos concede o título de Mago Guardião a um determinado Mago, ele faz um juramento, em que abdica do direito ao Casamento e a família, vivendo apenas para Sua Casa. Então, sabendo deste juramento, o Mago Guardião da Casa do Vento sabia que nunca poderia passar seus dias ao lado daquela mulher, mas, mesmo assim, ele a amava e, a amava de tal modo que não resistiu à tentação e, os dois tiveram uma única noite de amor. Dessa única noite de amor, foi gerado um fruto, que, infelizmente, o Mago Guardião nunca chegou a conhecer. Quando sua mãe soube do ocorrido, procurou o Mago Guardião da Casa do Fogo, e contou que carregava um filho do primeiro dos Quatro Magos Guardiões a ser assassinado pelo Mago das Trevas, e foi assim que eu fiquei sabendo desta história, através do senhor meu mestre.

− Até aí eu entendi perfeitamente a história mas, como é que você sabe que essa criança sou eu?

− Meu Mestre fez o seu parto e te trouxe ao mundo, e, me disse que eu teria de encontrar futuramente a filha do Mago Guardião da Casa do Vento, bem como me disse o nome da Maga em questão. Me disse o nome da criança e, em seguida, apagou minha memória, dizendo que no momento certo, meu coração iria se lembrar das palavras. Esse fato se mostrou verdadeiro pois, quando nos encontramos da primeira vez, quando eu fui capturada pelo Mago das Trevas, eu não sabia quem você era. Só muito recentemente, através de um sonho, as minhas memórias voltaram, conforme o senhor meu mestre disse que aconteceria. E, com este retorno de memória, percebi que você é a criança que foi mencionada a mim tantos anos atrás. Além disso, agora consigo ver nitidamente, Lia, você tem os olhos dele.

Lia apenas escuta com demasiada atenção a história que foi lhe contada, querendo entender tudo isso que acaba de ouvir. Pois, para ela, ainda é bastante surreal toda essa história. Não dá para acreditar logo de cara que ela é a filha do Mago Guardião da casa do Vento.

Por outro lado, a história até que tem algum sentindo, pois, a vida inteira, sua mãe falara que deu destino seria grande. Que seu destino era muito mais além do que o destino de uma simples Maga da casa do vento. E depois, quando já tinha idade o suficiente, chegou o Seu Soberano, com aquela promessa que nunca fora capaz de cumprir. Ela vira, inúmeras vezes, o Mago das Trevas castigar aos Mensageiros da Morte que falharam com ele. Mas ela... Apesar de ter falhado incontáveis vezes, ela nunca teve o mesmo castigo que os outros Mensageiros da Morte... É como se ele a quisesse em seu time, sem nenhuma magia, como ele faz a outros.

Cada pensamento que tem, faz com que fique ainda mais confusa, de forma que sabe mais o que pensar. Não sabe mais o que fazer... Não sabe de mais nada... Sua cabeça é uma confusão sem tamanho e, quanto mais ela tenta pensar, a fim de chegar a alguma conclusão, mais confusa ela fica... Mas, de uma coisa, ela tem certeza e, essa certeza é a de que esta mulher quer que ela mude de lado nesta guerra...

− Você acabou de me contar tudo isso porque quer que eu mude de lado e passe para o seu? – pergunta Lia, com a bela face banhada em lágrimas.

− Contei porque é a verdade. – responde Cat – Independente de que lado desta guerra você decida estar a partir de agora, esta é sua história e você tem direito a saber dela. Mas, se quiser se juntar a causa pela qual o seu pai lutou e morreu, será bem vinda ao grupo que lidero.

− Se não se importa, eu preciso ficar um pouco sozinha. Preciso pensar em tudo o que me disse.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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