Sou Mari Grazziotin, tenho 12 anos e vou falar das minhas experiências na arena dos jogos vorazes edição 100.

Era meu 1° ano na colheita, mas fui escolhida, eu era uma garota normal do Distrito 9, tinha meus amigos, dois irmãos mais velhos, tinha pai e mãe, tia, tio, eu gostava de todos, trabalhava e ia para a escola.

No dia da colheita estava morrendo de medo, meu irmão mais velho que ainda participava. Estava quase tendo um infarto, eu via de longe alguns tributos irem para o palco totalmente amedrontados, sabendo que iam morrer na arena uma hora ou outra.

Era a primeira vez que ia e fiquei com os menores atrás. Passaram o filme que eu nunca prestei atenção, mas dessa vez comecei a sentir angustia, a única coisa que explicava meu sentimento.

“Primeiro as damas!” ela gritou no microfone. Enfiou a mão na bola de vidro, retirou o papelzinho com o nome, comecei a ficar tensa. Parecia que ela tinha prazer em fazer isso. Ficou em frente ao microfone, e gritou o nome da garota azarada “Mariana Grazziotin!”

Subi no palco, todos olhavam para mim como se eu fosse uma refeição prestes a ser devorada, e eu não gostava disso, nunca gostei que me olhassem, nunca gostei que ficassem me encarando.

Ela foi à outra bola de vidro, eu não escutei quem foi nem o nome, estava ocupada demais pensando em mim. Podem me chamar de egoísta não ligo eu ia para um jogo de vida ou morte.

Ela mandou apertarem nossas mãos, e fizeram entrar no lugar onde todo mundo chama de Edifício da Justiça, mas para mim é: pré-prisão antes da prisão da arena.

Aquilo era horrível, mandavam a gente ficar em quartos diferentes esperando que algum parente ou amigo venha te dar tchau pela última vez

Estava esperando minha visitas.