Heart Of Loki escrita por Jessie Austen


Capítulo 5
Aquele sobre a descoberta de Thor e de Loki




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Loki sentou ao lado de Thor e os dois ficaram olhando o lago, calmo, pleno e muito limpo.

– Desculpe se demorei muito. – disse o mais novo puxando assunto.

– Oh, não. Eu cheguei a pouco tempo também. Como foi a escola?

– Tudo bem. E você? Aconteceu alguma coisa? Thor, me diga...

Thor o olhou e Loki pode perceber o quanto ele estava aflito, angustiado.

– Me fale. Não contarei a ninguém. Você sabe que eu não faria isso...

– Eu...Loki, eu...estou cansado. Não fisicamente, de algumas coisas...sabe? De mim.

O mais novo então lançou um olhar de compreensão e ele continuou:

– Eu, às vezes me sinto tão pressionado. E eu não sei o que eu quero...e as coisas que eu mais desejo parecem não serem as mais certas. Eu sei que somos jovens, mas eu não quero viver a expectativas de outros. Sabe, Loki...com você e somente com você eu sinto que eu posso dizer esse tipo de coisa, mas...

Enquanto Thor falava Loki o olhava atentamente. Adorava vê-lo falar, assim poderia admirá-lo sem ninguém perceber que na verdade o encarava.

Por causa das árvores, a luz do Sol acabava entrando parcialmente naquele lugar e alguns raios iluminavam agora o futuro rei de Asgard.

Em momentos como aquele é que Loki voltava ao seu sentimento mais antigo e conhecido. Algo inevitável e incontrolável: seu amor por Thor.

Tinha vergonha de seus próprios sentimentos e desejos às vezes e em outras sentia-se completamente extasiado, dominado por eles. Mas sabia que ninguém podia saber.

Ninguém. Nunca. Muito menos o Thor.

Não queria nem imaginar como ele reagiria. Preferiria ter o seu amor, sua pequena atenção, viver à sua sombra do que ser desprezado, ser excluído.

Seus sentimentos por Frandal haviam começado a pouco mais de dois anos. Foi algo que aconteceu lentamente, de maneira racional, se é que isso é possível.

Loki o conhecia a tanto tempo, tanto quanto Thor. Era previsível que algo assim acontecesse.

Com Thor era diferente, seu amor por ele fazia parte de quem Loki era realmente. Era uma característica sua, uma qualidade, a maior delas.

Era como uma marca na pele, uma marca de nascença. Impossível de ser removida.

– Desculpe o desabafo...- Thor disse um pouco sem graça fazendo Loki voltar à realidade.

– Nunca peça desculpas por isso. Fico feliz que mesmo em meio de tantas controvérsias, você ainda confie em mim. – respondeu o moreno com sua voz sempre em tom baixo e confiante.

– Eu sempre vou confiar em você, Loki.

Ambos sorriram e então ficaram um tempo em silêncio, ainda olhando a lagoa.

– Que susto o de ontem, hã? – comentou o loiro.

– Oh sim...isso que dá eu querer proteger o meu querido irmão e seu amigo.

– Mas eu devolvi o favor! Te resgatei com rapidez e bravura...

– Bom, isso eu tenho que admitir. Por onde será que andam aqueles seres nojentos?

– Loki, você quase foi morto por aqueles seres. Seja um pouco mais humilde.

– Humilde? Elas que foram completamente covardes...eu estava sozinho aqui...

– É...completamente sozinho e desprotegido, nu...- Thor pensou alto.

Os dois então se entreolharam e ficaram completamente sem graça. O mais novo pigarreou e disse:

– Bem, acho que devemos ir...preciso estudar e uma tempestade se aproxima.

– Oh, mas não íamos procurar seu livro?

– Esqueça, Thor. Refizemos o caminho hoje, se ele estivesse aqui realmente nós já teríamos encontrado. Droga, tinha coisas muito importantes naquele livro...

– Eu sinto muito. – suspirou Thor.

– Não se preocupe. Bom, vamos...antes que a chuva nos alcance.

Os dois então se levantaram e saíram pelo caminho entre as plantações voltando para a estrada que os levariam para casa.

– Loki, eu tenho que passar na casa do Frandal, antes...

– Do Frandal? Aconteceu algo? – ele perguntou olhando atenciosamente.

– Oh, não. Preciso tirar uma dúvida com ele e hoje ele faltou, fiquei bem preocupado.

– Isso é bem atípico dele mesmo. - respondeu o mais novo sorrindo.

– Tudo bem então. Até mais tarde...

– Até...- se despediu seguindo o lado oposto do loiro.


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– Boa tarde, senhora. Seu filho está em casa? – perguntou Thor assim que a mãe de Frandal o recebeu em sua sala de visitas.

– Meu príncipe, que honra recebê-lo. Oh, não. Ele se sentiu um pouco indisposto hoje pela manhã e disse que sairia para andar à cavalo pelo campo.

– Oh. Entendi. Bom, ele ficou de me devolver uma coisa hoje, poderia pegar? Deve estar no quarto dele.

– Claro, Thor. Fique à vontade. Subindo as escadas, terceira porta à direita, ok?

– Obrigado.

Thor subiu as escadas e entrou no quarto bagunçado de seu amigo. Logo colocou seus olhos no objeto que estava em cima da cama. O pegou e saiu rapidamente, a mãe de Frandal o aguardava no início da escada.

– Conseguiu, querido?

– Sim, muito obrigado..se Frandal, perguntar, diga por gentileza que eu vim pegar isso! – respondeu balançando o livro.

– Claro que sim, volte qualquer dia para jantar.

– Com certeza. Uma boa tarde...

Ele voltou correndo para o palácio, protegendo bem o diário de Loki contra as primeiras gotas que caiam. Quando finalmente chegou, a chuva já estava forte.

Decidiu que leria o diário antes de devolvê-lo ao seu dono. Sabia que provavelmente sairia magoado, mas de certa maneira precisava ler, precisava acreditar que aquilo sim era o aceitável, o normal. Que o ciúmes que sentia devia terminar.

Entrou na biblioteca, mas encontrou Loki adormecido com seus livros em um divã próximo da mesa de Odin. “Mais lindo a cada dia...” pensou a encostar a porta.

Foi para seu quarto e se sentou no sofá próximo da janela. O barulho da chuva batendo na janela e o vento eram tão fortes que não se podia ouvir o que acontecia nos cômodos próximos. Thor abriu o diário sem demora, passando seus olhos rapidamente por qualquer página que encontrava o nome de seu amigo.

A maioria delas eram apenas citações de fatos acontecidos ou o mencionavam por algo que tinha dito.

Se recusou a passar pela folha que continha a declaração. Voltou ao início e achou uma citação logo nas primeiras páginas, que dizia:

“Sou obrigado a escrever isso.

Porque é algo que me consome pouco a pouco.

Como é bom ter um lugar onde eu possa registrar o que eu realmente sinto e deixar toda a imagem de deus da travessura de lado.

De certa forma o que eu escreverei soa algo como travessura, como capricho. Mas não, bem, só se for do destino especialmente para mim.

Quando ele me olha, me protege, me toca...é, eu sei. É loucura.

Eu me sinto perdido, eu sempre me senti assim, para falar a verdade.

Hoje estávamos andando de cavalo junto com Sif e Volstagg quando cai do meu! Sim, logo eu, que todos sou o melhor!

Não me machuquei, soube cair, mas ele veio ao meu resgate. Como sempre. Me apoiei em seus braços e ele me segurou sorrindo daquele jeito bobo.

Sif, para variar, ficou rindo pelas minhas costas, mas eu me senti tão bem, tão vivo com o toque das mãos dele que nem ao menos me importei.

Tive que voltar para casa, inventei uma desculpa: disse que estava chateado com ela, mas ele cancelou o restante do passeio só para me fazer companhia. Os outros dois ficaram sem entender e eu tive vontade de rir, mas não pude.

Ele ficou realmente tão preocupado comigo!

Céus, eu tinha que ficar sozinho e ele me acompanhou até aqui, me ajudou com os meus sapatos, a deitar na cama.

Eu sou tão louco por ele.

Admitir isso, escrever isso é loucura. Ninguém me entenderia. Todos se virariam contra mim e eu me sentiria mais sozinho do que eu já me sinto.

Ele me deixa sem conseguir raciocinar. Ele me faz querer ser melhor , ter sentimentos bons como os dele.

Quando saiu do meu quarto...eu desabei. Me senti tão frustado, triste e excitado ao mesmo tempo.

Nossos pais perceberam que eu havia chorado, e eu menti. Como sempre faço...

Tudo nele foi feito para que eu o amasse do jeito que eu amo.

Às vezes permito que minha imaginação vá até mais longe do que próprio consigo. Imagino ele me beijando, me tomando...

A outra página estava arrancada. Na seguinte tinha uma poção de como transformar pequenos animais em armas, em casos de emergência.

O coração de Thor estava batendo apressadamente. O diário pesava uma tonelada entre seus dedos.

Se lembrava daquele dia, vividamente.

Era dele, era sobre ele que Loki havia escrito!

Passou por mais páginas, mas aparentemente não havia mais nada que remetesse a ele.

Um trovão o fez pular de susto. Neste momento ele notou uma presença em sua porta.

Olhou e viu Loki ainda sonolento que o encarando, perguntou:

– Por quê e como você está com o meu livro?




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Notas finais do capítulo

Thor, meu lindo. Titia Jé te dará uma dica:
quando você vai ler o diário de alguém (principalmente se esse alguém for o Loki) nunca se esqueça de trancar a porta!
;D



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