Assunto De Investigadoras escrita por Kaah_CSR


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, aqui está mais um capítulo. Bjs



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        Laura voltou para a sala de convivência e sentou-se em um dos sofás. Decidiu dar uma olhada na mão congelada; torceu para que seu estômago não ficasse revoltado novamente. Intrigada, percebeu que a mão estava em perfeito estado, sem nenhum indício de decomposição. Talvez não houvesse mais lugar e eles simplesmente precisaram colocar ali. Mas era estranho, de qualquer maneira.

        - Quer uma mão aí?

        Laura assustou-se e ficou em pé rapidamente. Uma mulher morena, de olhos castanhos e com um sorriso irônico a encarava.

        - Eu...sinto muito. Não quis... – tentou se explicar, mas não encontrou palavras.

        - Assustei você? – Perguntou a morena, levemente preocupada. – Bom... Temos aqui uma novata. Quantos anos de experiência você tem? Dois? Três? Para se assustar tão rápido assim...

        Laura ficou em silêncio e observou enquanto a morena a analisava. Tentou controlar sua respiração e recuperar-se do susto. A mulher aproximou-se com um rádio em uma das mãos e uma xícara de café na outra. Colocou o rádio no chão perto dos seus pés e estendeu o braço direito antes de beber um gole.

        - Sou Sara – disse, engolindo o café. – Sidle.

        Laura estendeu a mão, hesitante.

        - Sou Laura Grey. Meus amigos dizem que eu sou muito experiente – acrescentou, rebatendo o último argumento de Sara.

        - Prefiro chamar você de novata do que experiente, se não se importa – Sara levou a xícara aos lábios mais uma vez. – É você que está no caso comigo e com Catherine, certo?

        - Sim... Foi o que me disseram.

        - Ok. Imagino porque Grissom não quis nos deixar sozinhas nesse caso...    Laura inclinou a cabeça para o lado, não entendendo o sentido da frase. Na verdade, não estava compreendendo nada naquele lugar, onde órgãos humanos eram guardados em geladeiras e pessoas apareciam do nada.    

        - Bom, eu nunca estive num laboratório tão grande antes...

        - Ah – sorriu Sara e deu um tapinha na cabeça de Laura. – Agora você faz parte do time. Bem-vinda ao clube. – Sara puxou uma garrafa de Vodca da jaqueta e Laura imaginou como ela conseguira esconder. – Vamos lá, uma festa nos espera. "Ira total!"

        Sara pegou o rádio e saiu, deixando a xícara ainda com café na bancada e uma Laura confusa para trás. Laura deu de ombros e ajeitou o cabelo.

        - Ira total... – murmurou. Sorriu quando tudo começou a fazer um pouco de sentido.

        Acompanhou Sara até a saída, onde um grupo conversava animado entre si. Imediatamente reconheceu Catherine, com seu cabelo loiro inconfundível. Três homens dispararam a rir ruidosamente e sua atenção fio desviada para lá. Sara tomou a iniciativa de apresenta-los.

        - Esse aqui é Greg Sanders – disse ela, apontando para o mais baixo deles. Greg tinha o cabelo espetado, olhos castanhos e seu jeito brincalhão deram à Laura a impressão de que ele era o responsável pelas risadas do grupo.

        - Eu sou Nick Stokes – disse o homem do lado. Nick tinha olhos castanhos, um sorriso agradável e parecia ser confiável e simpático. Laura teve a impressão de que se tornariam bons amigos. – E esse aqui é o Warrick.

        - Warrick Brown – Warrick estendeu sua mão e apertou a de Laura. Warrick era moreno, tinha belos olhos verdes e também lhe pareceu simpático.

        - Gente! Ei! Pessoal, esperem aí! 

        Laura olhou para a entrada do laboratório e viu um homem correr na direção deles.

        - Ei, pessoal. Posso ir na festa com vocês? – Seu sorriso era esperançoso.    - Vai embora, Hodges – respondeu Catherine e murmurou algo para a mulher que estava ao seu lado. – Nossa, esse Hodges é um chato.

        - É... – concordou a outra. – Mas é tão gatinho...

        Catherine revirou os olhos. 

        - Não leu as regras, David? – Disse Sara para Hodges. – É proibida a entrada de menores.

        - Ela é demais, hein? – Comentou Catherine para Laura. 

        - Vamos, gente. Hoje vamos comemorar! – Exclamou Sara e entrou em seu carro. Catherine entrou no mesmo, seguida de Laura. 

        O time seguia junto e dirigiu por pelos menos quinze minutos até chegassem em uma casa, na casa de Nick. Sara encheu dois copos com bebida e deu um para Laura, que parecia um pouco alheia à tudo que aconteceu. A morena fez um brinde e tomou tudo em um só gole. Enxugou o canto da boca com a mão e foi conversar com alguém. Laura confirmou a sua primeira impressão de Sara, atrevida e alegre e Laura duvidava que alguém pudesse resistir ao seu sorriso contagiante. 

        Sara estava prestes a colocar uma fita dentro do rádio quando alguém a interrompeu.

        - Fita? Rádio? O que houve com o bom e velho som de última geração?

        - Ora, cale a boca, Greg – retrucou a morena, sem vacilar o sorriso. – Isso aqui é bem melhor.

        Greg deu de ombros e deixou Sara terminar o que estava fazendo.

        Uma música do Violent Femmes invadiu o ambiente, contagiando todos os que ali estavam e fazendo com que todos começassem a dançar. Sara aproximou-se de Catherine e sussurrou sedutoramente em seu ouvido:

        - Você me deixa louca, Cath.

        A morena puxou Catherine para o centro da sala, fazendo que esta sorrisse, e todos começaram a se divertir. Não demorou muito para que Nick a convidasse para dançar e Laura deixou que o ambiente e a música - e o moreno - a contagiassem, e permitiu que seu corpo dançasse e disperssasse toda a timidez de si.

        Dançou até seus pés doerem e quando eles imploraram por descanso, Laura foi sentar-se em uma cadeira. Foi quando percebeu que havia alguém sentado perto dela. Um homem de cabelos acizentados e olhos azuis e gentis. Ele sorriu.

        - Oi, eu sou o Grissom – disse ele e estendeu a mão.

        Laura apertou a mão dele.

        - Sou Laura, a nova investigadora.

        - E eu sou o supervisor desse time maluco.

        Ela pareceu surpresa; não era muito comum um supervisor participar das festas com seus subordinados.

        - E o que está fazendo aqui?

        Grissom deu de ombros e respondeu:

        - Supervisionando.

        - Aqui Grissom, tome um pouco de água – ofereceu Sara, com seu sorriso mais inocente.

        - Obrigado – ele agradeceu. Ficou muito surpreso quando notou a alto teor de álcool na suposta água inocente. – Ora, Sara, isso não é...

        Sara começou a rir e antes que seu supervisor pudesse dizer mais alguma coisa, voltou a dançar com Catherine.

        - Eu não vou dançar – comentou Grissom, para si mesmo. Laura sorriu.

        - Vamos dançar?

        Grissom deu de ombros novamente.

        - Tudo bem.

        - Às vezes eu me sinto como a Wednesday, da Família Addams – disse Laura. – Incapaz de me divertir. Mas hoje descobri que tudo muda com a Sara por perto.

        Grissom sorriu, e Laura notou uma tristeza naquele gesto.

        - Pode apostar que sim.  


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        - Hoje foi muito bom. Me diverti muito – comentou Laura, enquanto observava as luzes da cidade passarem rapidamente pela janela do carro.

        - Você ainda não viu nada – respondeu Catherine.

        - Imagino.

        Laura estava começando a vagar pelos seus pensamentos quando de repente lembro de algo muito importante.

        - Ei, gente, lembrei de uma coisa. Será que vocês podem me ajudar?

        - Você matou alguém e precisa de alguém para esconder o corpo? – Arriscou Sara, tentando parecer séria.

        - Não! – Disse Laura rapidamente.

        - Ah, tudo bem – Sara deu de ombros. – Foi um assassinato passional?

        - O que? Não, eu não matei de ninguém.

        - Ah, ok – Sara tentou esconder um sorriso. – Foi um tiro à queima-roupa ou você esfaqueou a vítima com uma faca de cozinha?

        - Mas eu não...

        - Cale a boca, Sara – Catherine riu. – Qual o problema, Laura?

        - Eu vim hoje para Las Vegas... E não tenho onde ficar. Será que eu podia ficar com vocês? Pelo menos por essa noite...

        Sara trocou um olhar com Catherine que deu de ombros. Sara ergueu uma sobrancelha e mordeu um lábio. Catherine pareceu entender a mensagem e arregalou os olhos. Fez um "T" com as mãos em sinal de tempo e sorriu - um sorriso malicioso. Sara balançou a cabeça teatralmente e riu.

        - Claro que pode, Laura. A minha casa está em reforma então eu estou temporiariamente morando com Catherine. Onde cabem duas, cabem três. Só que você vai ter que se acostumar com a bagunça...

        - Eu não sou bagunceira. Você é que é.

        A imagem que havia presenciado antes, sobre a luta de Catherine contra o armário, fez com que ela erguesse uma sobrancelha. Mas não disse nada.

        Elas não demoraram muito para chegar na casa da loira e depois de trocarem de roupa e comerem alguma coisa, foram até a sala. Laura estava escrevendo sobre seu dia em um caderno. Sara estava assistindo algo na televisão, mas trocava de canal impacientemente. De tempos em tempos, bebia o conteúdo em sua xícara, que Laura deduziu ser café novamente. Catherine estava sentada ao lado de Sara, concentrada em um livro, sem perceber o que acontecia à sua volta.

        Laura ergueu os olhos do seu caderno e fitou Sara. Sentia-se enfeitiçada, envolvida com o jeito da morena, que fez todo seu receio desaparecer. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu que poderia adaptar-se em um lugar e a principal razão disso era Sara. Sara e seus belos olhos cor de chocolate...

        Por fim, Sara olhou para Laura, que desviou o olhar rapidamente.

        - Então, novata. O que você acha de Ecklie?

        - Não chame a garota assim, Sar – disse Catherine.

        Laura pensou um pouco.

        - Ecklie? Ah, não sei... Ele me pareceu... – sombrio, misterioso, um agente do mal, respondeu mentalmente. Não sabia ainda se poderia confiar nas mulheres à sua frente, então deu uma respota simples. – Ele é legal.

        Catherine bufou.

        - Então só você acha isso. Todo mundo tem alguma coisa contra ele. Não os culpo. Ecklie é simplesmente insuportável.

        - Ele com certeza tem um caso com Hodges – disse Sara, pensativa. – Já viu como o Hodges está sempre tentanto agradá-lo?

        - Ora, vamos, Sara. Hodges é o puxa-saco oficial do laboratório. Coitado do Ecklie, você não devia ser tão homofóbica.

        As duas mulheres trocaram um sorriso discreto.

        - Ele pareceu normal para mim – argumentou Laura.

        Sara deu de ombros.

        - Você conheceu Grissom, não é? O que me diz dele?

        - Ele é legal. Com certeza mais amigável do que Ecklie. Mas não parece ser o tipo de cara que frequenta festas – respondeu Laura na sua frase mais longa do dia.

        - Ele não é – afirmou Catherine. – Mas aposto que ele tem tesão pela Sara. Eu não o culpo, ela é uma gata, não é?

        Laura não respondeu.

        - Fica queita, Cath – riu Sara e jogou uma almofada em Catherine. A loira entrou na brincaderia e jogou outra almofada em Sara, acertando o rosto da morena. Laura observou em seu canto enquanto as duas mulheres se divertiam como duas adolescentes.

        - Certo, certo, desisto! – Disse Sara, erguendo as mãos em rendimento. Ela deu uma olhada em seu relógio de pulso. – Ok, meninas. Hora de ir para a cama. Estou morta de sono e amanhã vai ser um dia longo.

        As três mulheres foram dormir; Sara e Catherine dormiram juntas no quarto da loira e Laura ficou no quarto ao lado. Algumas horas depois Laura acordou assustando, suando e certa de que acabara de ter um pesadelo, embora não pudesse se lembrar sobre o que era. Sabendo que não voltaria a dormir tão cedo, ela levantou e foi até a cozinha pegar um copo de água.    Caminhou lenta e cuidadosamente pela casa, para não acordar as outras mulheres. Estava quase entrando na cozinha quando viu alguém lá. Espiou com cuidado e ficou surpresa com o que viu. Catherine estava encostada contra a bancada e Sara estava na sua frente, com seus braços em volta da cintura da loira. As duas estavam se beijando. Laura esfregou os olhos com as mãos e olhou novamente. Eram elas mesmo. Afinal, quem mais poderia ser?

        Disfarçadamente e com uma pontada de ciúmes, Laura voltou com passos leves para seu quarto; as imagens do que acabara de ver vivas em sua mente e sem saber o que pensar sobre aquilo. Talvez elas estivessem juntas ou talvez foi só um acaso, um impulso momentâneo. Ainda assim, não conseguia tirar da cabeça o fato de que vira Sara nos braços de Catherine, mergulhada em um beijo que não parecia ter hora ou dia para acabar. 


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de deixar um comentário. Até a próxima ;)