Assunto De Investigadoras escrita por Kaah_CSR
Notas iniciais do capítulo
Obrigada pelos comentários, aqui está mais um capítulo. Bjs
Laura voltou para a sala de convivência e sentou-se em um dos sofás. Decidiu dar uma olhada na mão congelada; torceu para que seu estômago não ficasse revoltado novamente. Intrigada, percebeu que a mão estava em perfeito estado, sem nenhum indício de decomposição. Talvez não houvesse mais lugar e eles simplesmente precisaram colocar ali. Mas era estranho, de qualquer maneira.
- Quer uma mão aí?
Laura assustou-se e ficou em pé rapidamente. Uma mulher morena, de olhos castanhos e com um sorriso irônico a encarava.
- Eu...sinto muito. Não quis... – tentou se explicar, mas não encontrou palavras.
- Assustei você? – Perguntou a morena, levemente preocupada. – Bom... Temos aqui uma novata. Quantos anos de experiência você tem? Dois? Três? Para se assustar tão rápido assim...
Laura ficou em silêncio e observou enquanto a morena a analisava. Tentou controlar sua respiração e recuperar-se do susto. A mulher aproximou-se com um rádio em uma das mãos e uma xícara de café na outra. Colocou o rádio no chão perto dos seus pés e estendeu o braço direito antes de beber um gole.
- Sou Sara – disse, engolindo o café. – Sidle.
Laura estendeu a mão, hesitante.
- Sou Laura Grey. Meus amigos dizem que eu sou muito experiente – acrescentou, rebatendo o último argumento de Sara.
- Prefiro chamar você de novata do que experiente, se não se importa – Sara levou a xícara aos lábios mais uma vez. – É você que está no caso comigo e com Catherine, certo?
- Sim... Foi o que me disseram.
- Ok. Imagino porque Grissom não quis nos deixar sozinhas nesse caso... Laura inclinou a cabeça para o lado, não entendendo o sentido da frase. Na verdade, não estava compreendendo nada naquele lugar, onde órgãos humanos eram guardados em geladeiras e pessoas apareciam do nada.
- Bom, eu nunca estive num laboratório tão grande antes...
- Ah – sorriu Sara e deu um tapinha na cabeça de Laura. – Agora você faz parte do time. Bem-vinda ao clube. – Sara puxou uma garrafa de Vodca da jaqueta e Laura imaginou como ela conseguira esconder. – Vamos lá, uma festa nos espera. "Ira total!"
Sara pegou o rádio e saiu, deixando a xícara ainda com café na bancada e uma Laura confusa para trás. Laura deu de ombros e ajeitou o cabelo.
- Ira total... – murmurou. Sorriu quando tudo começou a fazer um pouco de sentido.
Acompanhou Sara até a saída, onde um grupo conversava animado entre si. Imediatamente reconheceu Catherine, com seu cabelo loiro inconfundível. Três homens dispararam a rir ruidosamente e sua atenção fio desviada para lá. Sara tomou a iniciativa de apresenta-los.
- Esse aqui é Greg Sanders – disse ela, apontando para o mais baixo deles. Greg tinha o cabelo espetado, olhos castanhos e seu jeito brincalhão deram à Laura a impressão de que ele era o responsável pelas risadas do grupo.
- Eu sou Nick Stokes – disse o homem do lado. Nick tinha olhos castanhos, um sorriso agradável e parecia ser confiável e simpático. Laura teve a impressão de que se tornariam bons amigos. – E esse aqui é o Warrick.
- Warrick Brown – Warrick estendeu sua mão e apertou a de Laura. Warrick era moreno, tinha belos olhos verdes e também lhe pareceu simpático.
- Gente! Ei! Pessoal, esperem aí!
Laura olhou para a entrada do laboratório e viu um homem correr na direção deles.
- Ei, pessoal. Posso ir na festa com vocês? – Seu sorriso era esperançoso. - Vai embora, Hodges – respondeu Catherine e murmurou algo para a mulher que estava ao seu lado. – Nossa, esse Hodges é um chato.
- É... – concordou a outra. – Mas é tão gatinho...
Catherine revirou os olhos.
- Não leu as regras, David? – Disse Sara para Hodges. – É proibida a entrada de menores.
- Ela é demais, hein? – Comentou Catherine para Laura.
- Vamos, gente. Hoje vamos comemorar! – Exclamou Sara e entrou em seu carro. Catherine entrou no mesmo, seguida de Laura.
O time seguia junto e dirigiu por pelos menos quinze minutos até chegassem em uma casa, na casa de Nick. Sara encheu dois copos com bebida e deu um para Laura, que parecia um pouco alheia à tudo que aconteceu. A morena fez um brinde e tomou tudo em um só gole. Enxugou o canto da boca com a mão e foi conversar com alguém. Laura confirmou a sua primeira impressão de Sara, atrevida e alegre e Laura duvidava que alguém pudesse resistir ao seu sorriso contagiante.
Sara estava prestes a colocar uma fita dentro do rádio quando alguém a interrompeu.
- Fita? Rádio? O que houve com o bom e velho som de última geração?
- Ora, cale a boca, Greg – retrucou a morena, sem vacilar o sorriso. – Isso aqui é bem melhor.
Greg deu de ombros e deixou Sara terminar o que estava fazendo.
Uma música do Violent Femmes invadiu o ambiente, contagiando todos os que ali estavam e fazendo com que todos começassem a dançar. Sara aproximou-se de Catherine e sussurrou sedutoramente em seu ouvido:
- Você me deixa louca, Cath.
A morena puxou Catherine para o centro da sala, fazendo que esta sorrisse, e todos começaram a se divertir. Não demorou muito para que Nick a convidasse para dançar e Laura deixou que o ambiente e a música - e o moreno - a contagiassem, e permitiu que seu corpo dançasse e disperssasse toda a timidez de si.
Dançou até seus pés doerem e quando eles imploraram por descanso, Laura foi sentar-se em uma cadeira. Foi quando percebeu que havia alguém sentado perto dela. Um homem de cabelos acizentados e olhos azuis e gentis. Ele sorriu.
- Oi, eu sou o Grissom – disse ele e estendeu a mão.
Laura apertou a mão dele.
- Sou Laura, a nova investigadora.
- E eu sou o supervisor desse time maluco.
Ela pareceu surpresa; não era muito comum um supervisor participar das festas com seus subordinados.
- E o que está fazendo aqui?
Grissom deu de ombros e respondeu:
- Supervisionando.
- Aqui Grissom, tome um pouco de água – ofereceu Sara, com seu sorriso mais inocente.
- Obrigado – ele agradeceu. Ficou muito surpreso quando notou a alto teor de álcool na suposta água inocente. – Ora, Sara, isso não é...
Sara começou a rir e antes que seu supervisor pudesse dizer mais alguma coisa, voltou a dançar com Catherine.
- Eu não vou dançar – comentou Grissom, para si mesmo. Laura sorriu.
- Vamos dançar?
Grissom deu de ombros novamente.
- Tudo bem.
- Às vezes eu me sinto como a Wednesday, da Família Addams – disse Laura. – Incapaz de me divertir. Mas hoje descobri que tudo muda com a Sara por perto.
Grissom sorriu, e Laura notou uma tristeza naquele gesto.
- Pode apostar que sim.
* - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - *
- Hoje foi muito bom. Me diverti muito – comentou Laura, enquanto observava as luzes da cidade passarem rapidamente pela janela do carro.
- Você ainda não viu nada – respondeu Catherine.
- Imagino.
Laura estava começando a vagar pelos seus pensamentos quando de repente lembro de algo muito importante.
- Ei, gente, lembrei de uma coisa. Será que vocês podem me ajudar?
- Você matou alguém e precisa de alguém para esconder o corpo? – Arriscou Sara, tentando parecer séria.
- Não! – Disse Laura rapidamente.
- Ah, tudo bem – Sara deu de ombros. – Foi um assassinato passional?
- O que? Não, eu não matei de ninguém.
- Ah, ok – Sara tentou esconder um sorriso. – Foi um tiro à queima-roupa ou você esfaqueou a vítima com uma faca de cozinha?
- Mas eu não...
- Cale a boca, Sara – Catherine riu. – Qual o problema, Laura?
- Eu vim hoje para Las Vegas... E não tenho onde ficar. Será que eu podia ficar com vocês? Pelo menos por essa noite...
Sara trocou um olhar com Catherine que deu de ombros. Sara ergueu uma sobrancelha e mordeu um lábio. Catherine pareceu entender a mensagem e arregalou os olhos. Fez um "T" com as mãos em sinal de tempo e sorriu - um sorriso malicioso. Sara balançou a cabeça teatralmente e riu.
- Claro que pode, Laura. A minha casa está em reforma então eu estou temporiariamente morando com Catherine. Onde cabem duas, cabem três. Só que você vai ter que se acostumar com a bagunça...
- Eu não sou bagunceira. Você é que é.
A imagem que havia presenciado antes, sobre a luta de Catherine contra o armário, fez com que ela erguesse uma sobrancelha. Mas não disse nada.
Elas não demoraram muito para chegar na casa da loira e depois de trocarem de roupa e comerem alguma coisa, foram até a sala. Laura estava escrevendo sobre seu dia em um caderno. Sara estava assistindo algo na televisão, mas trocava de canal impacientemente. De tempos em tempos, bebia o conteúdo em sua xícara, que Laura deduziu ser café novamente. Catherine estava sentada ao lado de Sara, concentrada em um livro, sem perceber o que acontecia à sua volta.
Laura ergueu os olhos do seu caderno e fitou Sara. Sentia-se enfeitiçada, envolvida com o jeito da morena, que fez todo seu receio desaparecer. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu que poderia adaptar-se em um lugar e a principal razão disso era Sara. Sara e seus belos olhos cor de chocolate...
Por fim, Sara olhou para Laura, que desviou o olhar rapidamente.
- Então, novata. O que você acha de Ecklie?
- Não chame a garota assim, Sar – disse Catherine.
Laura pensou um pouco.
- Ecklie? Ah, não sei... Ele me pareceu... – sombrio, misterioso, um agente do mal, respondeu mentalmente. Não sabia ainda se poderia confiar nas mulheres à sua frente, então deu uma respota simples. – Ele é legal.
Catherine bufou.
- Então só você acha isso. Todo mundo tem alguma coisa contra ele. Não os culpo. Ecklie é simplesmente insuportável.
- Ele com certeza tem um caso com Hodges – disse Sara, pensativa. – Já viu como o Hodges está sempre tentanto agradá-lo?
- Ora, vamos, Sara. Hodges é o puxa-saco oficial do laboratório. Coitado do Ecklie, você não devia ser tão homofóbica.
As duas mulheres trocaram um sorriso discreto.
- Ele pareceu normal para mim – argumentou Laura.
Sara deu de ombros.
- Você conheceu Grissom, não é? O que me diz dele?
- Ele é legal. Com certeza mais amigável do que Ecklie. Mas não parece ser o tipo de cara que frequenta festas – respondeu Laura na sua frase mais longa do dia.
- Ele não é – afirmou Catherine. – Mas aposto que ele tem tesão pela Sara. Eu não o culpo, ela é uma gata, não é?
Laura não respondeu.
- Fica queita, Cath – riu Sara e jogou uma almofada em Catherine. A loira entrou na brincaderia e jogou outra almofada em Sara, acertando o rosto da morena. Laura observou em seu canto enquanto as duas mulheres se divertiam como duas adolescentes.
- Certo, certo, desisto! – Disse Sara, erguendo as mãos em rendimento. Ela deu uma olhada em seu relógio de pulso. – Ok, meninas. Hora de ir para a cama. Estou morta de sono e amanhã vai ser um dia longo.
As três mulheres foram dormir; Sara e Catherine dormiram juntas no quarto da loira e Laura ficou no quarto ao lado. Algumas horas depois Laura acordou assustando, suando e certa de que acabara de ter um pesadelo, embora não pudesse se lembrar sobre o que era. Sabendo que não voltaria a dormir tão cedo, ela levantou e foi até a cozinha pegar um copo de água. Caminhou lenta e cuidadosamente pela casa, para não acordar as outras mulheres. Estava quase entrando na cozinha quando viu alguém lá. Espiou com cuidado e ficou surpresa com o que viu. Catherine estava encostada contra a bancada e Sara estava na sua frente, com seus braços em volta da cintura da loira. As duas estavam se beijando. Laura esfregou os olhos com as mãos e olhou novamente. Eram elas mesmo. Afinal, quem mais poderia ser?
Disfarçadamente e com uma pontada de ciúmes, Laura voltou com passos leves para seu quarto; as imagens do que acabara de ver vivas em sua mente e sem saber o que pensar sobre aquilo. Talvez elas estivessem juntas ou talvez foi só um acaso, um impulso momentâneo. Ainda assim, não conseguia tirar da cabeça o fato de que vira Sara nos braços de Catherine, mergulhada em um beijo que não parecia ter hora ou dia para acabar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Não se esqueçam de deixar um comentário. Até a próxima ;)