Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 13
XIII- Anestesia e terapia


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como o prometido...voltei rápido dessa vez ein. kkk. Eu queria saber se vocês querem fotos de todas as personagens da fic? se quiserem eu coloco o link no próximo capitulo.
Boa leitura. *-*



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Quando acordei no outro dia me sentia anestesiada, não estava sentindo nenhum tipo de dor pelo que eu havia presenciado, mas também não sentia mais nada. Me vesti o mais rápido que consegui e chamei minha irmãzinha, queria sair de casa e evitar que meus pais me perguntassem sobre o que tinha acontecido. Meu plano não obteve êxito, como tudo na minha vida aliás, quando estava passando pela cozinha minha mãe me chamou para conversar.

- O que houve querida? - Perguntou-me ela, com um olhar preocupado.

- Consegui um emprego novo. - Respondi para ela, fugindo da verdadeira pergunta.

-Nossa, parabéns querida, sabia que você conseguiria. - Falou meu pai.

-É, parabéns. Mas não era disso que eu estava falando. Você não quis jantar ontem, estava com o rosto inchado e ainda tá. Tenho certeza que passou quase o dia chorando por causa de alguma coisa. Quero saber o que foi. Foi aquele garoto com quem você saiu esses tempos? - Por que as mães sempre acertam?

- Eu não quero falar disso ta legal. Só quero ir para a escola. - Antes que ela ou meu pai falassem ou perguntassem mais alguma coisa eu sai de casa.

Enquanto caminhava coloquei meus fones e liguei minhas músicas, mas não prestei atenção em nenhuma, se me perguntassem o que eu estava ouvindo jamais saberia responder. Passei o mais longe possível da praça onde Felipe geralmente ficava com seus amigo não queria ter que encontrar ele se agarrando com outra garota de novo, ver isso uma vez já fora chocante, se eu tivesse que ver novamente seria terrível.

Cheguei na escola muito cedo, haviam apenas uns 10 alunos dispersos por lá, me encaminhei para baixo de uma árvore que ficava num canto mais afastado dos outros e me sentei lá aguardando até que o sinal soasse anunciando o início de mais uma manhã de aprendizado. 

                                                                --------xx-------

- Tá legal Sophia, não quero nem saber se você quer ou não, mas hoje a noite, assim que sair do trabalho você vai direto para minha casa para a gente conversar. - Falou Roberta, enquanto íamos para nossas casas ao meio dia. Eu havia contado para ela sobre o que havia acontecido, e o ''conversar'' que ela se referia era comer chocolate  e ver filmes depressivos. Eu realmente não estava a fim de ir, mas quando a Roberta coloca algo na cabeça, ninguém tira, por isso acabei concordando. - Yes! Sabia que acabaria convencendo você. - Respondeu ela.

-Só não se anima demais. - Falei para ela, tentando sorrir.

- Eu tenho que me animar demais. Já chega você de deprimida aqui. - Falou ela, abrindo o portão da própria casa. - Nos vemos de noite. - Disse ela me dando um beijo na bochecha e entrando em casa. Somente quando ela fechou a porta foi que eu comecei a andar em direção a minha casa.

Eu decididamente não queria ir trabalhar hoje. No dia anterior eu estava animada pensando que poderia me aproximar mais de Felipe trabalhando com minha futura sogra. Mas hoje, apenas algumas horas depois, a palavra ''futuro'' não se encaixava mais no meu nome junto com o do Felipe. Era eu e ele, separados e distantes, talvez devesse ter sido assim desde o começo, seria muito mais fácil.

Sem ânimo algum cozinhei um pacote de massa miojo para eu almoçar, o que em outros dias seria a quantia ideal para mim, dessa vez foi demais. Sobrou quase o prato todo. Suspirei esgotada e fui me trocar, começaria a trabalhar as 13h40min e me restavam apenas 40 minutos para me arrumar e chegar até a loja.

Coloquei a mesma calça jeans que usara para ir na entrevista no dia anterior e as mesmas sapatilhas pretas, coloquei a camisa rosa claro que fazia parte do uniforme e prendi meu cabelo numa trança de lado meio solta. Passei meu gloss incolor e peguei minha bolsa...em 15 minutos eu estava pronta e indo para a parada. Para melhorar meu dia, o ônibus, que sempre passava pontualmente, atrasou-se 9 minutos e eu, que estava adiantada quando saí de casa, cheguei em cima da hora na loja.

Não vi a senhora Denise quando cheguei, mas, pensando bem, é provável que ela não aparecesse todo dia na loja, isso me deixou mais reconfortada, pois não queria acabar encontrando com ela, pois seria provável que ela me perguntasse se eu estava vendo o Felipe com frequencia.

Carol, a atendente com quem eu conversara no dia anterior, me recebeu animadamente e me apresentou aos outros funcionários da loja. Havia Michele, uma mulher de 36 anos, morena, que trabalhava no caixa. Havia também Nathaniel, um rapaz de 20 anos que trabalhava como atendente e fazia faculdade de hotelaria a noite ( assim que o vi, com seus cabelos loiros lisos na altura dos ombros e seus belos olhos azuis esverdeados, soube que Roberta adoraria começar a frequentar a loja) e tinha também Manoela, uma jovem com ascendência chinesa e que tinha 19 22 anos e fazia faculdade de licenciatura em história a noite.

Todos foram muto simpáticos comigo.

Na terça feira teríamos o feriado de 15 de novembro, na escola, faríamos feriadão, mas na loja folgaríamos apenas na terça feira. Faltando pouco mais de um mês para o Natal o movimento vinha crescendo a cada dia mais. Não parei um momento sequer até fecharmos a loja, coisa que só aconteceu as 19h30min, geralmente fechávamos as 19h, mas durante o mês de novembro trabalharíamos 30 minutos a mais e em dezembro ficaríamos abertos até as 20h30min.

O lado bom de não ter parado durante a tarde toda foi que consegui manter meus pensamentos ocupados e longe de Felipe, mas agora enquanto aguardava o ônibus vir e me levar para  a casa da Roberta, não pude evitar que minha mente se voltasse para ele. Eu tentava pensar em outras coisas, mas não conseguia. O ônibus não demorou a chegar, mas estava super lotado, tive de ir o caminho todo em pé. Mas, por sorte, a viagem não demorou muito e logo eu estava batendo a porta da casa da minha melhor amiga.

- Finalmente amiga, estava quase achando que não viria. - Falou Roberta, afobada, assim que abriu a porta.

- Como se você não fosse me sequestrar se eu não aparecesse. - Falei, brincando.

- Estou gostando de ver, recuperou um pouco do bom humor, o trabalho lhe fez bem. - Antes que eu respondesse a mãe da Roberta entrou na sala. Ela era mais baixa que eu e tinha um corpo em forma e cabelos ondulados que ela pintava de preto.

- Olá Sophia. - Falou ela vindo até mim e me dando um beijo no rosto.

- Oi Beatriz, como a senhora está? - Perguntei, ela era muito querida.

- Estou ótima. Venham jantar meninas que hoje nós temos alface, brócolis e pepino. - Falou ela e Roberta arregalou os olhos.

- Você ta brincando não é mãe? 

-Claro que sim. - respondeu ela rindo. - Vamos comer pizza.

A casa de Roberta era bem simples por dentro, nossas casas eram bem parecidas na verdade. O padrasto da minha amiga, o Alfred, estava na cozinha, sentado a mesa e cortando as pizzas para nós. A mãe da Roberta era divorciada e havia se casado, há dois anos, com Alfred, ele era um ótimo homem e se dava muito bem com a Roberta. Possuía cabelos negros com alguns fios grisalhos e penetrantes olhos acinzentados. Ele era dentista e a mãe da Rô trabalhava como secretária dele.

- Olá Sophia, seja bem vinda. - Falou ele sorrindo.

-Obrigada Alfred. - Ele era sempre muito simpático e era um ótimo piadista.

As pizzas eram ótimas e não ficamos em silêncio por nenhum minuto durante a janta, Alfred nunca permitia isso. A conversa era animada e fluía com facilidade, o que me mantinha completamente ocupada e com os pensamentos longe de certas pessoas. Depois da janta, Roberta lavou a louça e eu sequei, enquanto Beatriz e Alfred sentaram-se na sala de estar para ver algum filme. Assim que terminamos, demos boa noite para eles e fomos para o quarto de Roberta.

-Pode pegar a toalha e o pijama e ir tomar banho. - Falou ela. Eu deixava sempre uma toalha, um pijama e roupas íntimas na casa dela.

- Ok, não precisa nem falar duas vezes.- Fui para o banheiro e tomei um banho rápido, quando voltei para o quarto ela estava terminando de arrumar as coisas para mais uma noite de filmes e chocolates, só que desta vez havia sorvete e bala de goma também. - Menina, assim você vai me engordar. - Falei para ela, que riu.

-Hoje a noite a gente não vai pensar em nada triste, só no filme, é claro.

- Que filme você escolheu dessa vez? - Perguntei para ela, indo me recostar na cama.

-Um amor para recordar. - Falou ela, colocando o DVD.

- Ta brincando com a minha cara né? - perguntei séria.

- Claro que não.

- Vou morrer chorando. - Falei para ela.

- Essa é a ideia, chorar por algo diferente do alguém por quem você tem chorado. - Falou ela.

- Grande filosofia. - disse, revirando os olhos.

- Obrigada. - Respondeu ela, dando play.

Quando o filme terminou, nosso rosto estava inchado e nossos olhos vermelhos, difícil dizer quem havia chorado mais. Para amenizar o clima de tristeza, resolvi contar para o Rô a ''grande notícia'', enquanto acabava com mais um pacote de balas de goma.

- Sabe qual é a novidade Rô? - Perguntei.

- Não faço nem ideia Sô. - Respondeu ela, sorrindo.

- Tem um garoto lá no meu trabalho...ele é lindo...e tem jeito de quem agradaria pra caramba você. - falei e ela se mostrou super interessada.

- Como ele é? Qual o nome dele? - Perguntou ela. E essas foram só as perguntas iniciais, passei mais de meia hora falando para ela sobre o garoto até que ela cansou e nós decidimos ir dormir. Um pouco antes de mergulhar no mundo de sonhos me vi pensando que aquela era a melhor terapia que poderia existir no mundo: Ter alguém com que você pode conversar sobre tudo.


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Notas finais do capítulo

e ai? Comentem ein. No próximo o Felipe aparece de novo, não se preocupem kkkk. Quanto mais reviews, mais rápido eu volto. Beijos. *-*



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