Segundo Dia

Lyliam P.O.V

Bem, agradeço a Demie por ter avisado... ou melhor, Demetria.

Logo em seguida várias flores liberaram uma substância no ar, uma fumaça verde murgo que rápidamente nos envolveu. Na hora eu e... Ramirez? Isso, nós duas nos sentimos enjoada. Colocamos as máscaras de cirurgião no rosto, mas elas não tampavam muito bem nossas vias respiratórias. Ocasionalmente sentíamos dor de cabeça.

Me perguntei de Andrew estava bem.

– Ok. - disse Ramirez. - Precisamos encontrar água, comida que provávelmente não irão nos oferecer e abrigo. Alguma idéia?

– Procurar um Walmart? - briquei.

Ramirez riu.

– Ok, mas com que dinheiro? - sacaneeou. - Tá bom, mas falando sério...

– Podemos dividir as tarefas. Você procura água potável e comida. Eu faço o abrigo e a fogueira, para nos esquentar e deixar qualquer predador por aqui longe. Nos preparar né?

– Uhum, estou cansadíssima, embora tenha dormido.

De repente uma voz soou por toda a cúpula.

– Ah, é! Obrigado, Lyliam! Predadores... - era Roiz. - Não, Demie! Manticoras seria muita covardia e... - e a voz dele sumiu.

Nos entreolhamos.

– As vezes, Lyliam - resmungou Ramirez. - Você devia ficar quieta.

Suspirei.

– Quem me dera se ele tivesse escolhido um Walmart em vez de predadores.

Narrador P.O.V.

Todos colocaram o que tinham para se proteger do gás venenoso que Demie manipulava uns com suas máscaras de gás e outros com coisas não tão eficientes assim.

Na área da Suiça:

– Pelo amor de Deus! - reclamou Andrew olhando para as duas bombinhas minúsculas de gás. - Vamos ter que ficar revezando, é isso? Roiz não podia simplesmente ter colocado mais uma?

– NÃO! - gritou Roiz.

– Tá, calma... - murmurou Andrew, passando a mão entre seus fios de cabelo. - Por que todo mundo nessa competição implica comigo?

– Não é implicância... Talvez... ou talvez seja.

– Isso era para melhorar minha auto-estima, Sant'Anna?

– Era pra ser... - disse, rindo consigo mesmo.

Andrew respirou um pouco o ar da bombinha e depois deu para Katherine, que estava um pouco roxa. Ela respirou um pouco e piscou seus olhos lindos para o garoto.

– Obrigada. - murmurou sedutoramente.

– Awm... éh... claro.

Sant'Anna pôs a mochila nas costas e disse:

– Ok, precisamos caminhar. Vamos ter de trabalhar juntos se quisermos sobreviver até o fim do labirinto.

– Claro, mas quando chegarmos onde estarão os cilindros... cada um por si. - disse Katherine, sentada numa pedra.

– Bom, então temos um trato.

Os três logo começaram a andar.

Katherine observou os dois a andar, cheios de energia, Andrew praticamente nem andava. Transformou seus pés em fumaça e então flutuava sobre o chão. Sant'Anna pelo jeito prefiriu andar, em vez de flutuar com o seu poder de controlar o ar. Sorria, revigorosa, saltitante até. Algo parecido com inveja ou irritação revirou o estômago dela.

Katherine morde o lábio inferior.

– Ai! - quando os dois se viram para Kath caída no chão.

Andrew corre para ajudá-la.

– Droga, torci o pé. - disse, massageando o tornozelo. - Que desastre. - lamuriou, piscando sedutoramente os olhos para ele.

– Tudo bem. Eu a carrego.

– Kevin!... quero dizer, Andrew! - disse Sant'Anna. - Éh... eu posso também a ajudar. Posso flutuá-la.

– Não. Eu faço isso. - contradiz Andrew, carregando-a no colo e pondo-se a levitar com seus pés de fumaça pela floresta e pelo lago.

Desconfiada, Sant'Anna sussurra algo ao vento e encaminha aos ouvidos de Katherine por meio dos seus poderes.

"Pode enganá-lo, menina, mas eu sei muito bem que tipo de pessoa você está sendo. Não acho que você é má, mas sinto que não está sendo totalmente sincera conosco. Não sei se sabe, mas ele e Lilyam do grupo da Resistência estão num clima. Não sou muito amiga de nenhum dos dois, mas... se interferir... vai se arrepender. E dizem que sou filha de um deus, Katherine, não brinque com isso."

Do outro lado da cúpula, na Resistência...

Enquanto Ramirez procurava por comida e água, Lily vasculhava a bolsa a procura de algo para fazer fogo. Num fundo falso, ela tira um caderninho preto.

Espero que goste, minha Felina... ou Lilyzinha.

Estou ajudando-lhes e um dia vou cobrar o favor.

– Fogo: quebre a frente da câmera, procure um local com sol e use a lente como se estivesse usando uma lupa. Deixe o feixe de luz bem pequenininho sobre algum tipo de folhagem seca. Ps: Faça isso ao meio-dia (contrabandiei um relógio de pulso junto com o cadernino, não mostre para ninguém), por o sol ser mais quente e porque vou distrair Demie. Ela odiaria que mexessem nas suas plantas.

Outras informações nas outras folhas do caderno.

Beijo no seu coração, meus amores.

Ramirez volta bem na hora, sem nada nas mãos.

– Vou para outro lado. Lá não tem lago nem nada. - diz.

– Ramirez, olhe isso. - e mostra o interior da bolsa com o caderninho e o relógio de pulso. - O que acha?

– Felina... Roiz é um idiota. Vai acabar nos complicando.

– Não sei não. Talvez ele seja gente boa.

– Duvido muito.

– Lexi Roiz, você é mesmo um idiota. – resmungou Demie para o alto da cúpula ao ouvir Roiz dizer sobre os predadores. Na verdade, era para ser uma surpresa, mas Roiz sempre estraga as coisas.

– Elas deveriam estar preparadas. – respondeu Roiz baixinho para ela.

– Ah, claro. Só espero que alguém se enrosque nas plantas.

– Adoro quando você se faz de má.

– Não te contaram, Alex? Eu sempre sou má.

– Sabe que odeio quando você me chama de Alex, né?

– Sei. Por isso mesmo eu chamo.

Depois se calaram enquanto Demetria observava os participantes no labirinto. Seus olhos se estreitaram ao observar uma figura segurando outra figura no colo. Reconheceu-os, mesmo que estivessem longe, e pegou o microfone.

A imagem de Demie apareceu a frente da Suiça e também da Resistencia, já que era o grupo de Lily e ela queria colocar uma coisa a mais, já que Roiz não tinha pensado nisso.

– KARINA E KEVIN! – gritou ela.

Os dois observaram a figura.

–KATARINA, SAIA DE CIMA DO ANDRÉ AGORA! – berrou Demie.

– Mas eu torci o tornozelo. – resmungou Katherine, fingindo aborrecimento.

– SE VOCÊ NÃO SOLTAR ELA AGORA, KEVIN, VOU AI TE DESPEDAÇAR. E PODE PERGUNTAR PARA SUA QUERIDINHA LYLIAM, ISSO REALMENTE DOÍ !

Na mesma hora, Andrew soltou Katherine.

– Desculpe. – murmurou ele.

Demie sorriu e sua imagem sumiu. A verdadeira Demetria observava todos atentamente, mas se esquecia da Resistencia.

Com essa distração, Lily, ao dar o horário, fez o que o caderninho mandava.

– Argh, Ramirez, não consigo! - tentava quebrar, mas não era tão fácil como parece.

– Ai, menina, dá isso! - pegou a câmera dela e foi para uma parte rochosa do labirinto. - Agora... - e bateu o objeto na rocha. Logo que quebrou a câmera, foi para uma parte que havia sol forte, arrancou uma folhagem seca, pôs a lente sobre e esperou que desse certo. Era que nem aquelas brincadeiras de criança com lupa, só que normalmente se fazia em folhas pequenas ou formigas - que dó.

Assim que viu o foguinho acendendo, não sabia mais o que fazer. Não era lá exatamente um fogo para acender uma fogueira, só saia fumaça da folhagem.

– Assim, olha. - disse alguém, pegando a folhagem seca e assoprou levemente. Assim que houve fogo, pôs entre uma pilha de lenha que havia ali e logo a fogueira se acendeu.

– Roiz! - mas ele tampou sua boca.

– Shiiiii - sorriu. - Ela está distraída, não surda. - eles se levantaram.

Lexi Roiz pegou a mão de Ramirez e beijou-a.

– Olá, minha Felina.

– Já disse para chamar-me de Felina... quero dizer, Ramirez.

– Como diz minha querida amiga, isso não me interessa. - murmurou, se aproximando da garota. - Está tão linda desse jeito... - disse, sedutoramente.

Roiz era um homem alto, 1,98m, um tanto músculoso - em forma, pele só um pouco morena, cabelo loiro cortado estilo militar, barba rala, vestia um uniforme militar. Ramirez gostava disso.

Então uma figura se aproximou.

– Ahh... Alex Arroz... não acredito que vai cometer o mesmo erro.

Era Demetria