P.O.V Narradora.

Demie ainda estava irritada com o minúsculo dialogo que havia feito com Lexi. Ela aproximou um pouco mais o microfone dos lábios.

– Agora irei apresentar a segunda e ultima campeã, já que a outra desistiu. – disse ela, revirando os olhos. O sorriso irônico voltou em seus lábios. – Realmente, quando eu...

– DEMIE!- gritou Lexi.

Demetria bufou e voltou sua atenção para os participantes.

– Muito bem, muito bem. Se aprontem agora, crianças. Apresento-lhes a nossa pequena, mas nem tão delicada assim... FELICITY VAN CHOWES!

– FINALMENTE CONSEGUIU FALAR CORRETAMENTE O NOME DE ALGUÉM!- gritou Lexi, novamente, todo sarcástico. Demie rolou os olhos e deu um passo para trás, aguardando a outra campeã.

P.O.V Felicity

Mordi meu lábio inferior e abri a pequena porta que estava ali. Tinham me dado instruções para não abrir aquela porta até ouvir o meu nome. Obedeci, embora odiasse estar presa naquele pequeno lugar meio claustrofóbico.

Fui saudada por uma mulher estranha, de vestimentas tão laranja, que me deixou meio cega.

– Ali. – disse a mulher estranha para mim, apontando para um local onde havia duas meninas, uma com cabelos castanhos e outra com cabelos negros curtos.

Observei as duas, que deveriam ser minha companhia ali. Avaliei cada uma delas e dei um minúsculo sorriso quando elas me olharam de uma maneira estranha.

Aquilo com toda certeza era diferente do lugar onde eu nasci e fora criada, então aquelas duas poderiam não ser tão unidas como eu e minhas antigas... Amigas?

Fiquei confusa por alguns segundos depois pisquei, voltando minha atenção para minha munhequeira de couro.

P.O.V Narradora.

Depois de ver que a garota já estava em seu devido grupo, Demie voltou a aproximar os lábios do microfone.

– E assim fechamos, por enquanto, nosso jogo. Veremos como será o primeiro dia dos campeões na cúpula! – disse. Depois soltou o microfone e desceu do palco, indo para onde estavam os campeões.

– Certo. Como Roiz ainda está irritado com o que vocês fizeram antes... – seus olhos voltaram-se para Andrew, mas não tinha sarcasmo. Era como se ela estivesse meio orgulhosa pelo que ele tinha feito.- Hoje iremos acampar em um local aqui perto, enquanto explico para vocês o que irá acontecer.

– Mas você não deveria estar com o microfone para estar comunicando sobre ela para as pessoas assistirem? – perguntou Lily, confusa.

– Ah, não é necessário. O outro Porta-Voz irá explicar para eles, Teletubbies.

– Perdão?

– Teletubbies... Sabe, a amarelinha deles...

– Mas o nome dela é Lala.

– E...?

– E o meu é Lily.

– Lalá, Lily.... É tudo farinha do mesmo saco. Agora será que vocês podem calar a boca enquanto eu explico?

Os cabelos dela estavam roxos, sinal de irritação. Todos ficaram calados e os cabelos de Demie voltaram a ser brancos.

– Certo. Hoje iremos todos acampar por aqui. A prova é simples... Mas irei dizer isso amanhã, quando vocês acordarem. O que na verdade eu tenho que explicar é que vocês só podem me chamar quando necessário, uma vez apenas. Se sentirem que realmente é necessário, é só vocês fazerem esse sinal... – ela junto as mãos em garra e rosnou. – Ai então eu irei aparecer.

– Mas por que devemos fazer essa coisa ridícula? – perguntou Andrew.

– Porque eu quero que vocês façam isso, André. – respondeu ela.

– Já disse que meu nome é Andrew.

– Tudo bem, Kevin.

Vendo que era impossível dialogar com ela, Andrew voltou sua atenção para Lily.

– Antes de montarmos o acampamento, primeiro, preciso conhecer seus poderes. – disse Demie, ficando com os cabelos cinzentos.

– Mas você sabe nossos poderes. – falou Ramirez.

– Eu sei que sei, mas preciso saber o grau de poder de cada um de vocês, Renata.

– Meu nome é Rafaela.

– E acha que me importo com isso?

Como era obvio, todos estavam ficando com raiva da mulher chamada Demetria. Além de ser sarcástica, ainda fica usando aquelas roupas estranhas e errando os nomes.

– Os primeiros a me mostrar, serão Sobrevivência. Lyliam, Ramirez e Felicity. – chamou ela, lendo os nomes em um cartão que estava em suas mãos.

Lyliam foi a primeira a ficar de frente para a mulher.

– Certo, aqui diz que você é controladora de partículas... – leu Demie, muito interessada. Os olhos verde-azulado brilharam por um instante e seus cabelos ficaram em um rosa pálido, mas logo voltou ao normal. – Muito bem, me mostre o que a senhorita pode fazer.

P.O.V Lily.

Fitei aquela mulher estranha, que ficava mudando de cabelo a toda hora. Respirei fundo e tentei não voltar minha atenção para Andy.

Fiz quase a mesma coisa que havia feito para me apresentar a Andrew. Me concentrei ao máximo no chão aos meus pés e juntei várias partículas, fazendo com que elas formassem meu nome lentamente, como se eu estivesse mesmo escrevendo em um pedaço de papel. Demetria olhou as letras e seus cabelos ficaram azuis, mas eu não sabia o porque estavam azuis.

– Muito bem, Teletubbies. Embora acho que você pode conseguir fazer mais do que isso. – disse ela, e espantou-me com a mão. Fiquei irritada novamente por ela ter me chamado de Teletubbies mais uma vez. Realmente, eu lá era amarela e tinha uma televisão na barriga?

P.O.V Narradora.

Ainda meio descontenta com a garota, Demie chamou a próxima com uma mão. Ramirez ficou de frente para a mulher.

– Aqui diz que você pode ler mentes e... Estuporar pessoas. – leu Demie, depois ergueu seus olhos para a garota a sua frente. – Quero que leia minha mente, então.

P.O.V Ramirez.

Revirei os olhos para a mulher a minha frente. Estavamos muito próximas, então eu podia ler facilmente sua mente. Concentrei-me nela, tentando ler sua mente.

Aquela maldita estava usando algum capacete idiota? Por mais que eu tentasse, não conseguia ver nada dentro de sua cabeça. Era como se eu estivesse tentando ver no breu qual numero estava escrito em um papel. Tentei ouvir seus pensamentos, mas era um chiado distante, como se ela fosse uma estação péssima de rádio. Aquilo me deixou realmente irritada.

– Não consigo. – resmunguei.

– Não consegue? – perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.

– Não. Mas posso te estuporar, não?

– Creio que não, Renata. Não tenho tempo para isso.

–Meu nome é Rafaela, já disse.

– Falou então, Bichana.

Eu ia perguntar o porque do Bichana, mas resolvi ficar quieta.

P.O.V narradora.

Espantando Ramirez com um aceno, Demie ergueu os olhos para Felicity, que estava logo a sua frente, como que por magica.

– Aqui diz que você tem Geocinese e Aerocinese. – leu Demetria. – Mostre-nos um pouco de seus poderes, Felicia.

P.O.V Felicity

– É Felicity. – respondi, meio magoada. Ela não tinha errado meu nome no primeiro momento em que nos vimos. Mas obedeci.

Pensando que o ar era mais fácil de demonstrar, mesmo sendo abafado ali, criei uma rajada de vento que foi diretamente no rosto de Demetria, fazendo seus longos cabelos mutantes se balançarem. Demie sorriu.

– Certo então, Felicia. – disse ela.

Eu estava prestes a sorrir para ela, mas se ela ficasse me chamando de Felicia...

P.O.V narradora.

– Por hoje é só. – disse Demeteria, anotando algumas coisas em um papel.

– Mas você não viu o nível do restante. – disse Katherine.

– Eu sei que não, Karina. Irei ver isso amanhã.

– É Katherine.

– Já disse que não me importo.

Demie fez um aceno com as mãos no ar e três barracas materializaram ali.

– Como você... – começou Ramirez.

– Pergunte isso para Lily. – respondeu Demie, sem se importar em dar um enorme sorriso ao ver os olhos de Lyliam encontrando os dela. – Agora chega de falatório e vão dormir. – ordenou ela, apontando para as barracas. – Lembrem-se que vocês devem ficar com seu grupo, ou seja, dormir na mesma barraca que o grupo. Vão se deitar e preparem-se para o novo dia.

E assim, ela se virou para uma arvore que estava ali perto e se encostou, observando os grupos de arrumarem.

Algumas horas depois...

P.O.V Demetria

Assim que percebi que todos estavam dormindo, olhei para a arvore.

– Você é mesmo um idiota, Roiz. – murmurei e depois sorri. Sabia que ele estava ali, vigiando como sempre fazia.

Me desencostei da arvore e caminhei até o meio do local onde estavam as barracas.

– Odeio mesmo meu trabalho. – resmunguei, fazendo a primeira barraca e seus integrantes se despedaçarem e logo se juntarem no local onde tinham dito que deveriam acordar no dia seguinte. Para sorte deles, ter as micropartículas despedaçadas enquanto dormem não doía tanto. Fiz o mesmo com o restante dos grupos.

Quando terminei, subi a arvore onde estava encostada antes e fiquei sentada ali, escondida nas folhas, observando as três barracas distantes.