Never Let Me Go escrita por Bells


Capítulo 1
Capítulo 1 No light... Never Let Me Go


Notas iniciais do capítulo

Hey podem ouvir No Light No Light ou Never Let Me Go quando lerem a fic, espero que gostem! Deixem reviews. Não, a história não é real



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Ela havia cansado, não como das outras vezes, agora era real, ela não aguentava mais aquele lugar, não aguentava mais aquelas pessoas. Era tudo tão confuso, era tudo turvo, e não eram as lágrimas que escorriam tão desesperadamente numa quantidade incrível dos olhos dela que a faziam pensar isso.

Todos que ela amava a deixavam, às vezes não por escolha própria, mas todos que ela amava eram tirados dela. Ela ficou com a pior pessoa que poderia.

Os seus pais a deixaram quando ela tinha oito anos de idade, a irmã dois anos mais velha que ela, prometera ficar sempre com ela, mas havia a deixado no ultimo verão para fazer um curso na capital do estado. Ela prometera vir vê-la todo o fim de semana, mas as promessas não são sempre cumpridas, afinal ela sabia bem disso, se não ela não teria cicatrizes recém-feitas. Elas moravam com os avós maternos, até o avô falecer, e ela ficara com a avó. Sozinha com a avó. Para ela nunca seria uma mãe como deveria, nunca chegara nem perto de ser uma amiga ou uma confidente. E sua irmã era a única razão pela qual ela lutava.

Mas agora ela havia cansado, a irmã não estava lá agora, e ela precisava dela, mais que nunca.  

Ela havia deixado a avó na mesa lá fora, depois de mais uma discussão idiota. Uma das muitas. A avó nunca compreenderia que ela não era uma menina qualquer e que ela tinha suas vontades e seus sonhos. Bem, tinha sonhos, agora eles eram pesadelos. A avó jogava sempre na cara dela que não era isso que os pais dela queriam, a avó dela jogou todos os defeitos dela na cara, sem pena ou dó. No mundo da avó da garota existia apenas as vontades dela, e ela nunca a perdoaria pelo todo mal que ela causara a família. Ela se lembrava como se fosse ontem o dia em que sua guarda foi passada para a avó.

Ela correu o mais rápido que pode e a avó ia atrás dela gritando, ela se engasgava com os soluços que saiam da garganta como nunca. Ela entrou na casa e bateu a porta, isso não impediu a avó de segui-la.

-Deixa-me! – Ela gritou entre um soluço e outro

-Não repita isso! Você prometeu para sua irmã! E para mim! Mais uma vez e você vai para um internato.

Ela se trancou no quarto e soluçou encostada a porta, a avó batia freneticamente quase arrombando a porta.

-Eu não devo nada a você! Você deve a mim! Deve a todos! Você deve tudo a eles! Deve a vida dos meus pais que estavam viajando por capricho seu! Deve os sonhos de meu avô que a senhora tirou por suas vontades! Deve os sorrisos de minha irmã! Deve meu sangue! E você não vai me mandar para internato nenhum, porque você tem medo de ficar sozinha e nunca me faria esse favor!

-Cala a boca, garota! Não fala assim com tua avó!

-Tu não és nada para mim! Nada! – Ela berrou e se jogou contra o chão e soluçou no chão.

-Eu vou ligar para tua irmã!

-Isso não é ameaça! Vá embora!

Ela percebeu que as batidas pararam, ela estendeu a mão procurando a lâmina, ela não estava lá, ela levantou revirou o quarto inteiro, e não estava lá, as lâminas sumiram, Ela gritou e quebrou o espelho jogando-se contra ele, os cacos penetraram onde conseguiram alcançar do corpo dela, e ela arrancou os da pele apenas para perfura-los novamente.Quando achou que bastava deitou sobre eles e soluçou encarando o teto.

-Você prometeu, você prometeu – Ela murmurava sem saber porque, talvez se referisse aos pais que prometeram nunca abandona-la.

Ela rolou pelos cacos de vidro e olhou para a janela pensando em fugir,mas se ela fosse fugir que fosse dela mesma, o sol se pôs e já estava escuro quando as batidas na porta começaram de novo, os soluços não haviam parado e o sangue não parara de esconder. Ela ignorou a porta quando encontrou no canto do quarto o veneno de rato, ela rastejou até lá e quando a porta saltava pelas batidas e gritos da avó ela engoliu o veneno e voltou a deitar gemendo.

-Abra, Abra, por mim! – Ela reconheceu a voz da irmã e sorriu.

Ela rastejou e se ergueu, destrancou a porta e os braços da irmã a pegaram logo quando ela despencou no chão.

-Você veio –Ela sorriu entre as lágrimas, entre o sangue.

-O que você fez? – A irmã dela começou a chorar tocando as feridas recém abertas que alcançavam até o rosto.

-Eu… Eu to acabando com isso.

Ela abriu a mão e a caixa do veneno caiu.

A irmã gritou.

-NÃO! – Ela virou para a avó – Chama a ambulância, AGORA!

A avó tinha pavor no rosto.

-Você veio – Ela repetiu de olhos fechados.

A irmã a abraçou e soluçou com ela. A irmã tinha desespero como lágrimas.

-Não, não. O que você fez? Não vá, não me deixa.

-Todo mundo me deixa – Murmurou.

-Eu… Eu não! Eu to aqui!

-Fique comigo… Até o final.

-Não! Você não vai morrer! Não… Não!

-Promete.

Elas se fitaram nos olhos por um longo momento, os olhos da irmã mais nova quase sem vida e se fechando

-Promete – Ela sussurrou novamente.

-Pro…Prometo – E ela abraçou a irmã novamente, negando com a cabeça e soluçando com todas as forças. –Não vá, não vá, por favor, por favor.

-Eu te amo, nunca… Nunca esquece – Nos olhos da irmã não havia mais vida presente, a cor azul antes vibrante, agora era fraca, as lágrimas estavam lá, mas não escorreriam mais. O sofrimento dela acabará, mas o da irmã mais velha recém começará

-NÃO! NÃO! NÃO! – ela fechou os olhos da irmã e a abraçou beijando sua testa. – Também… Também te amo.

Os olhos de sua irmã mais nova nunca mais se abririam, ela não foi fraca, mas ela simplesmente não aguentou. Ela não aguentou. Ela não realizou os sonhos que tinha, pois no caminho ela os perdeu e morreu sem os encontrar. Agora a irmã mais velha estava sozinha, de novo, e a única coisa que ela sabia pedir era pra que tivesse ido junto, ou pra que tivesse ficado com ela, do lado dela, sempre.

Mas elas sempre estariam juntas, sempre… A irmã mais velha não ficaria, não se ela não ficasse.


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Notas finais do capítulo

Lindos quero reviews!