Dois anos tinham se passado desde que Sakura transformou todas as cartas clow em cartas Sakura, desde então sua vida voltou à normalidade, Shoran voltou para Hong Kong.  Kero agora ficava em sua identidade falsa já que agora não tinha motivos para se transformar.

Hoje Sakura estava distante, olhava para a janela, ainda lembranças dos velhos tempos, no qual era começara a juntas as cartas do mago clow que por acidente as libertara do livro lacrado, fazendo assim Kérberos a escolher para juntas as cartas novamente.

- Ei Sakura, vai se atrasar pra escola. – Disse Kero voando perto da cabeça dela.

A gaveta de sua escrivaninha se abriu e as cartas saíram girando ao redor de sua dona, fazendo Sakura voltar para o presente.

- O Touya vai reclamar comigo se eu me atrasar novamente. – ela abriu a mão e as cartas se agruparam em uma pequena pilha.

- é bom correr, vai começar na 7 serie hoje.

- Aiaiai eu sei Kero. – Sakura enfiou as cartas no bolso e pegou suas coisas descendo correndo as escadas, seu irmão estava na faculdade e só voltava a noite e seu pai já tinha saído para dar aula. Como sempre nossa Card Captors estava atrasada.

- Cuidado Sakura! – Kero gritou da janela enquanto a via sair as presas com seus patins, ele olhou para o céu e parecia preocupado – Algo não esta certo. – ele cruzou os braços enquanto flutuava pensativo. – Por que ela levou as cartas?

Enquanto isso na escola de Tomoeda...

- Cheguei! – Sakura abriu a porta um pouco antes de o sinal bater.

- Por pouco em Sakura. – Disse Tomoyo sorrindo.

Sakura sorriu e sentou do lado da amiga na penúltima carteira do fundo.

- Sakura percebeu que o tempo esta estranho para essa época do ano?

- É verdade. – Só agora que ela tinha percebido o tempo nublado, parecia já estar de noite em Tomoeda.

O professor Terada entrou na sala, e quase não deu tempo para elas conversarem, Tomoyo a observava preocupada. No almoço elas se reuniram debaixo de uma arvore.

- o que você tem Sakura? Esta tão distraída hoje.

- Não é nada Tomoyo. Só estava lembrando-se de algumas coisas. – ela ficou vermelha e decidiu comer seu arroz.

- Ou de alguém? – Tamoio sorriu.

Sakura suspirou deixando os hashi sobre o suporte.

- Ele não me escreve a mais de dois meses, acho que já me esqueceu. – seus olhos brilhavam querendo derramar lagrimas.

- Não acredito nisso Sakura. – ela disse decidida.

Uma das cartas saiu do bolso de Sakura parando diante de seus olhos.

- Essa é a carta O Amor não é? – disse Tamoio observando.

- É sim. – ela pegou a carta e colocou sobre seu coração. – elas estão agindo de uma maneira estranha hoje.

- A carta o amor quer te dizer alguma coisa não acha? – ela questionou.

- Não tenho certeza, pra dizer a verdade nunca a invoquei.

- Ela deve fazer as pessoas se apaixonarem não é?

- Aiaiai, essa carta causaria uma confusão se ficasse livre como as outras.

- Seria maravilhoso. - Tomoyo juntou as mãos com os olhos sonhadores.

- Ai Tomoyo não diga isso. – ela guardou as coisas e voltou para a sala de aula.

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Quanto elas estavam voltando para a escola parecia que o tempo tinha piorado agora uma densa garoa caia sobre a cidade.

- o que esta acontecendo? – Sakura olhou para o céu a tempo de ver a energia que se formava acima delas.

- Chave que guarda o poder da minha estrela! Mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os à valente Sakura que aceitou essa missão! Liberte-se! Escudo! – ela libertou a carta a tempo de se proteger junto com Tomoyo do raio que as atingira com força.

- O que esta acontecendo aqui? – ela olhava para o lado a procura de uma pista.

A tarde se acalmou de repente.

- o que foi isso? –Tomoyo estava com a câmera em uma de suas mãos.

- Tomoyo o que esta fazendo?

- Pensei que ia gravar uma das grandes missões da Card Captors.

O escudo voltou a ser carta, Sakura e Tomoyo voltaram rápido para a casa de Sakura.

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- Que estranho, a carta trovão esta com você ai? – perguntou Kero segurando uma colher para beber seu chá.

- Sim, ela esta aqui. – ela tirou a carta de um enorme felino formado por raios.

A carta ficou em volta de energia dourada indo na direção de Kero.

- essa é a habilidade da carta trovão, mas ela esta lacrada dentro da carta, que estranho, sentiu alguma presença?

- Não exatamente. – ela olhou para sua xícara.

- Mas Sakura, e aquela atitude da carta?

- Que carta Sakura?

- A carta o amor de novo. – ela suspirou como se ela fosse a problemática de todas.

- Acha que tem alguma coisa a ver Kero – perguntou Tomoyo.

- Acho que não, essa carta sempre se comporta de maneira estranha, sempre que ela pensa no moleque ela sai por ai lembrando a Sakura de seus sentimentos. Pra mim essa carta tem uma personalidade um pouco irritante.  – ele virou uma colher cheia de chá.

- Não fala assim dela. – ela ficou vermelha. – Acho que vou dar uma olhada no parque pinguim hoje a noite, é lá que sinto a energia se acumulando.

- Vou preparar sua roupa. - Tomoyo se empolgou – vou filmar mais de uma de suas façanhas como Card Captors.

- Mas Tomoyo vai ser perigoso.

- Mas eu não me importo Sakura, o importante vai ser filma-la.

- Aiaiai, não estou gostando disso. – ela estava choramingando.

A carta amor voltou a flutuar. Kero balançou a cabeça negativamente.

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Por volta das oito da noite Sakura e Kero chegaram no parque, Tomoyo já estava lá com suas guarda costas, Tomoyo empurrou Sakura para o furgão para trocar de roupa, Yue pousou perto de Kero que acabara de assumir sua identidade verdadeira.

- Não conheço essa presença Kérberos. – Yue  estava com os braços cruzados olhando para o céu, suas asas estavam encolhidas em suas costas.

- Parece parecida mas ao mesmo tempo é estranha, parece a carta trovão, mas a carta esta lacrada.

- Tem certeza disso Kérberos?

- Sim, eu vi a carta agora a pouco.

- Ai Tomoyo, pra que tanta borracha? – ela estava com um vestido lindo azul com babados emborrachados.

- Achei que seria uma boa ideia já que o tempo esta estranho. – ela olhou para o céu, sua filmadora esta pronta em sua mão.

A energia começou a aumentar e disparou vários raios.

- Cuidado Sakura! – gritou Kero do outro lado.

- Salto! – a carta se manifestou e Sakura desviou dos raios por um tris.

Seus guardiões tentaram ajudar, mas uma gaiola de raios os prendeu, o ataque a Sakura continuava, ela só conseguia desviar nem invocar uma carta ela conseguia, os ataques continuavam cada vez mais rápido, Sakura caiu e estava a ponto de ser atingida.

- Sakura! – Kero e Yue gritaram ao mesmo tempo tentando quebrar a gaiola de raios.

Sakura colocou o braço na frente do rosto tentando se proteger do ataque eminente.

- Eu invoco o Deus Trovão, com a máxima urgência, de acordo com o pacto estabelecido. Ataque relâmpago!

Um outro raio surgiu de trás de Sakura e atingiu a descarga eletrica anulando no meio do ar antes de acertar Sakura.

- Essa voz? – Ela olhou para trás a fumaça estava se dissipando e um garoto surgiu vestindo roupas chinesas.

- Use o escudo rápido. – ele disse enquanto corria na direção dela.

Sakura se concentrou e acionou a carta a tempo de deter outro ataque de raios. Shoran correu para perto dela entrando no escudo.

- Você esta bem? – ele a olhou preocupado e a ajudou a se levantar.

- Estou sim. Mas o que esta fazendo aqui? – ela parecia confusa e um tanto distraída.

- Depois conversamos, precisamos acabar com essa magia das trevas. – ele empunhou sua espada.

- Magia? – Ela olhou para Kero e Yue que se aproximavam. Estavam machucados por causa do esforço.

- Sakura não sei como ,mas essa magia é semelhante a do mago clow mas é das trevas, parece que é a carta do trovão mas diferente.

- Use a carta trovão para manifestar a forma verdadeira dessa criatura das trevas.

- Esta bem. Trovão nos ajude!

Assim que o báculo encostou na carta uma descarga elétrica saiu e tomou a forma de um enorme felino azulado apareceu e rugiu para o céu como se fosse um trovão que repercutiu, a tempestade no céu se intensificou e atingiu o solo, e tomou a forma de outro felino porem negro. Tomoyo estava atrás de uma arvore filmando tudo.

- Mas é a forma da carta trovão. – Sakura estava confusa olhando de uma fera para a outra que se rodeavam tentando atacar um ao outro.

- Isso é uma copia da carta trovão. – Yue olhava as criaturas indignado.

- Como assim copia? – Shoran perguntou.

Os enormes felinos se colidiram no ar levando estática para todos os lados.

- Aiaiai o que vamos fazer? – Ela olhava para o escudo que ainda parecia intacto mas não sábia o quanto ele aguentaria.

- Sakura, lembra como de pegou a carta a quase três anos atrás?

- Sim mas... – ela estava preocupada.

- Pode dar certo, A carta trovão é a personificação do trovão, não vai querer outro tentando comandar o elemento.

- Mas se ele é a copia da carta mas a energia das trevas, como o trovão vai vencê-lo sozinho. – perguntou Tomoyo de longe.

- Tive uma ideia. Sakura, essa magia é diferente mas é a mesma essência da sua carta, só precisa trazê-la ao seu estado normal, o trovão poderá absorver essa energia com sua ajuda.

- Mas como?

- Você é a dona das cartas, a resposta esta dentro do seu coração.

Sakura concordou e fechou os olhos tentando se concentrar.

“Se essa criatura tem a mesma força que a minha carta trovão, preciso deixa-la mais forte, talvez se...”

- É isso, Shoran pode me ajudar? – ela olhou em seus olhos por um tempo ate entender, tirou um pergaminho do bolso e começou a invocar.

- Trovão aceite o poder das tempestades!

O raio criado por Shoran atingiu o enorme gato que avançou sobrecarregado no outro criando uma chuva de faíscas.

- Sombra nos ajude com suas sombras e prenda a criatura das trevas.

A carta tomou forma de um tecido negro que encobriu os dois felinos que se debatiam.

- Criatura das trevas, retorne a sua essência pura Trovão! – ela apontou o báculo que agora estava maior, a criatura se debateu e explodiu em luz voltando para a verdadeira fera trovão que rugiu vitorioso antes de voltar a ser carta. Quando voltou para a mão se Sakura ela estava diferente. – O que aconteceu? – ela ajoelhou no chão, estava exausta.

Os demais se reuniram a ela e viram a pequena mudança na carta, agora a fera retratada ali tinha detalhes pretos ,como se dessem mais vida a carta como se a criatura estivesse manifestada mesmo na forma de carta.

- Que bom que funcionou. – Kero suspirou aliviado.

- O que? Você não tinha certeza que isso poderia dar certo.

- Era uma teoria. Mas o bom é que deu certo e a carta mudou, esta mais poderosa após absorver a energia das trevas purificada.

- Mas isso não é ruim? – ela ainda olhava a carta.

- Não necessariamente. – disse Yue – a luz nem sempre equivale ao bem como as trevas se equivale as mau.

- espero que sim. – ela olhou para Shoran como se a ficha acabasse de cair. – O que você esta fazendo aqui? – agora ela podia ficar nervosa porque ele não retornou a suas ligações.

- Agora vim para ficar aqui, as coisas em casa já estão resolvidas. – ele disse ficando vermelho.

- é verdade? – os olhos de Sakura brilharam com as lagrimas de felicidade que se acumulavam.

- Sim, é verdade.

Sakura não resistiu e pulou nele o abraçando-o, acabando os dois caindo no chão.

-Ai Sakura. – ele estava encabulado.

- Desculpa.  – ela se afastou, mas ele segurou sua mão quando reparou que uma carta começara a flutuar.

- Que carta é essa? – ele tentou pegar mas Sakura a colocou atrás das costas.

- Um carta que eu acabei criando. – ela desviou o olhar e se levantou ficando vermelha.

- Que tipo? – ele se aproximou dela. Pelo jeito eles esqueceram da prateia ao redor.

- Não é nada de importante, é serio. – ela deu um passo para trás.

- Tudo bem então. – ele pareceu mudar de ideia, e quando ela relaxou ele a surpreendeu e pegou a carta das mãos dela – O Amor?

- É que, bem, ela apareceu quando soube que você estava indo embora. – ela estava vermelha.

Shoran tocou o rosto dela delicadamente e sem hesitar deu um selinho                                                                                                      .

- Que ótimo vídeo, não acredito que gravei tudo. – disse Tomoyo empolgada.

Sakura e Shoran ficaram vermelhos ao se darem conta da cena que tinha de desenrolado.

- Tomoyo apaga esse vídeo por favor. – ela começou a andar atrás da amiga.

- Nem pensar Sakura, esse é um dos melhores vídeos que fiz de você, é meu tesouro agora. – ela abraçou a câmera. – nunca pensei que faria um vídeo de amor.

Kero voltou a sua identidade falsa e Yue saiu voando.

- Pra onde ele foi? – perguntou Shoran mudando de assunto.

- Ele vai voltar a ser o Yukito.

- Ei Sakura tenho que ir, já esta ficando tarde, que que eu te leve pra casa de carro?

- Não precisa, vou andando obrigada. – ela sorriu para a amiga e se despediram.

- Vou acompanha-la.

- Obrigado. Cadê o Kero? – ela olhou para os lado e viu o guardião voando ao longe para a casa.

- Acho que ele nos deixou sozinhos.

- Acho que nunca vou poder entender o que o Kero pensa. – ela segurou no braço de Shoran e se deu conta como estava cansada.

- Acho que unir a carta com as trevas a deixou cansada não é? – ele passou delicadamente a mão no rosto dela tirando uma mexa solta.

- Acho que sim, obrigado por vir me ajudar.

- Conte sempre comigo para isso. – ele sorriu. – A Meiling mandou lembranças. – ele ofereceu o br4aço para ela se apoiar.

- Ela vai vir nos visitar? – ala aceitou a ajuda.

- Provavelmente sim, nas férias. – ele a observava, provavelmente preocupado com a batalha que tinha se formado.

- Voltou para aquele apartamento?

- Sim, vou ficar lá. Falando nisso, seu pai esta em casa hoje?

- Esta preparando as próximas aulas. Porque? – eles pararam de frente a casa de Sakura.

- Posso entrar?

- Sim. – Ela abriu a porta – Já cheguei.

Fujitaka estava assistindo a um documentário na televisão.

- Oi Li Shoran, veio visitar o Japão? – ele levantou e foi cumprimenta-lo e indicou o sofá.

- Na verdade senhor Kinomoto  estou aqui para ficar. – ele sentou ao lado de Sakura.

- É uma grande decisão deixar sua terra natal.

-  Tive um bom motivo e Tomoeda é um lugar que não posso deixar, passei dois anos fora e não via a hora de regressar.

- Entendo. Sakura pode preparar um chá para a gente?

- Sim papai. – Ela levantou e foi para a cozinha.

- Então Shoran, vai morar no antigo apartamento?

- Sim, o Wei ainda não voltou, teve que resolver algumas coisas, quando sair daqui, vou dar uma arrumada no meu antigo quarto para descansar.

-Mas deve estar cheio de pó, não temos quarto de hospedes, mas acho que o sofá será melhor do que dormir no apartamento sozinho não acha?

Sakura chegou e entregou o chá a seu pai e a Shoran.

- Esta quentinho.

- Então Shoran o que acha? – Perguntou Fujitaka.

- O que foi? – Sakura sentou com uma xícara nas mãos.

- Estou oferecendo a seu colega passar a noite aqui para não ficar sozinho no apartamento.

- É mesmo, Shoran passa a noite aqui, ai a gente vai junto para a escola. – ela sorriu.

Shoran ficou vermelho e concordou.

- Obrigado. Sakura pode me emprestar a lição de hoje para copiar?

- Sim, já vou pegar. – ela subiu as escadas e entrou no quarto.

- O moleque ainda esta aqui?

- Sim, o Shoran vai passar a noite aqui, para não ficar sozinho. – ela pegou seu caderno e desceu.

Shoran estava na cozinha ainda conversando com Fujitaka.

- ... sim entendi.

- O que foi?

- Nada de importante. Senhor Fujitaka quero pedir permissão para vir buscar a Sakura para irmos a escola juntos.

- Mas Shoran, você mora do outro lado da cidade.

- Não tem importância.

- tem minha permissão e sobre seu outro pedido, se tudo correr bem, também dou minha benção.

- Benção? – Sakura parecia confusa mas acabou ficando vermelha ao olhar nos olhos de Shoran.

- Vou deixa-los fazendo a lição e não vão dormir tarde em.

- Tudo bem papai. Aqui esta Shoran. –ela entregou o caderno a Shoran.

Shoran pegou de sua mochila um caderno e começou a copiar a lição.

- Pena que você perdeu o primeiro dia de aula. – ela serviu mais chá.

- Queria ter chegado antes, mas minha mãe ficou enrolando, queria que eu tivesse certeza da minha decisão.

- E você tem? – ela cruzou os dedos embaixo do queixo e olhou para ele.

- Tenho certeza que aqui é meu lugar desde que cheguei aos dez anos em busca das cartas e me deparei com você.

- Sua mãe que mandou você voltar da ultima vez não foi?

- Sim ,ela não achava mais necessidade de ficar em Tomoeda, demorei dois anos para convence-la que eu precisava voltar. Agora eu só preciso saber se você me aceita entrar na sua vida depois de tanto tempo longe?

- Shoran, você nunca se foi da minha vida, portanto não precisa pedir para voltar para ela. – ela falou convencida.

- Obrigado. – seus olhos expressavam carinho.