Cowboy Sedutor escrita por Lady Suprema


Capítulo 11
Verdades


Notas iniciais do capítulo

Hoje vamos conhecer um pouco do passado do Ed :3



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As boas-novas eram que ela não queimara nada no café daquela manhã. Mas as más notícias diziam que os ovos estavam cozidos demais e o bacon cru.

O que significava que a perfeição estava em algum lugar entre o dia anterior e o presente.

Não tinha dúvidas de que a perfeição seria mais fácil de ser alcançada, ou de pelo menos ficar mais próxima, assim que o novo fogão fosse entregue, dentro de dois dias.

Atualmente sabia que fazia café da manhã para seis pessoas: Edward, seu pai, os gêmeos e dois funcionários do rancho que trabalhavam em período integral.

Havia mais dois trabalhadores temporários, adolescentes que se dedicavam a ajudá-los durante o verão, dissera Billy. Mas comiam antes de se apresentarem ao trabalho. Precisavam ser alimentados no almoço, entretanto.

— Primavera e outono são nossas estações mais ocupadas na fazenda — Billy disse-lhe, enquanto ela tirava os pratos sujos da imensa mesa de carvalho da sala de jantar. — Acabamos de fazer todas as inoculações e de demarcar o gado. Presumo que você já tenha conhecido Mike e Jasper. Estes aqui trabalham na fazenda desde que Edward usava calças curtas para deixar à mostra seus joelhos de gafanhoto.

Bella tentou imaginar Edward sendo qualquer coisa menos o homem sensual de atualmente e aquilo parecia impossível aos seus olhos.

Enquanto isso os dois ajudantes da fazenda, que descansavam o peso do corpo ora em uma perna, ora em outra, mexiam com nervosismo no chapéu que tinham nas mãos em evidente sinal de timidez.

— Adiantem-se e conversem com ela, garotos. Bella não morde.

Billy ficou impaciente ao ver que os dois não tomavam qualquer atitude  e elaborou ele mesmo uma apresentação.

— O alto e loiro é Jasper. O com sorriso idiota é Mike.

— Sou Jasper — o mais alto confirmou, a voz muito grave. — E este aqui é Mike — Fez um sinal na direção do outro homem que a olhava divertidamente, lhe dando um sorriso.

Em contraste de Jasper, Mike era maior, embora distante de ser  gordo.

Ambos possuíam pele bronzeada, sinal de anos passados ao ar livre.

Bella fez uma anotação mental para não sair da casa sem aplicar protetor solar. Enquanto as rugas nos rostos daqueles homens davam-lhes personalidade, duvidava que o mesmo pudesse ser dito a seu respeito. Sorriu timidamente.

— Prazer em conhecê-los. Lamento por o café da manhã não ter sido muito bom mas ainda estou tendo problemas em lidar com aquela peça de museu.

— Quer dizer que Billy aqui está lhe causando problemas? — Mike comentou divertidamente e Bella tentou não rir.

— Eu me referi ao fogão e não a Billy.

— Posso ser velho, mas certamente não sou uma monstruosidade — resmungou Billy. — É melhor vocês dois voltarem ao trabalho.

Os dois homens obedeceram.

— Todos querem ser engraçados — Billy acrescentou para Bella. — A verdade é que ninguém tem o senso de humor que Jebbedyah Cullen tinha. Aquele homem escrevia suas próprias poesias. Hoje em dia os cowboys são famosos por escreverem poesias, mas Jebbedyah era uma celebridade em sua época. Claro que por causa de todos aqueles trens e bancos que roubou. Em um, deixou um poema que fez o presidente do banco ficar maluco. — Em seguida declamou:

"Cullen esteve aqui para ajudá-los,

Aqueles malotes sem duvida eram pesados.

Por isto eu o tirei de vocês para diminuir seu fardo"

Bella riu. Billy obviamente adorou ter uma audiência e imediatamente lançou-se a dissertar longos poemas que ele mesmo havia feito, os quais sofriam da falta de originalidade de Jebbedyah e pareciam intermináveis.

Quando finalmente fez uma pausa para respirar, Bella rapidamente falou:

— É melhor eu ver o que os gêmeos estão fazendo.

Abriu a porta da cozinha, a mente trabalhando em como lidaria com as crianças após a peça que lhe pregaram à noite.

Estavam sentados, esperando por ela na cozinha, para onde Edward os enviara para lavar pratos como castigo.

Embora parecessem bem comportados como no instante em que pediram desculpas para ela debaixo do olhar sério do pai antes do café da manhã, bastava fitar os gêmeos por alguns segundos para saber que a batalha ainda não estava encerrada. De fato, parecia que acabava de começar.

Uma pequena parte dela sentia-se tentada a dar-lhes o sabor do próprio veneno, não importando quão infantil isso pudesse ser, mas suspeitava de que ficariam felizes se contra-atacasse. Isso a deixaria no território deles. Onde, era claro, já estava pois morava em sua casa.

Significaria também, por outro lado, levar adiante o jogo do modo  como os gêmeos queriam e da maneira como sem dúvida alguma fizeram com todas as outras empregadas que expulsaram.

Quando você reagir estará vencida, lembrou-se. O mesmo poderia ser dito quanto ao seu comportamento em relação a Edward naquela manhã, no quarto.

"Pois não seria vencida!" jurou em pensamento. Sorriu quando teve uma inspiração.

— Apreciei ser incluída em seu ritual de boas-vindas ao estilo oeste — disse-lhes, a voz deliberadamente amigável.

— O que é um ritual? — Luce perguntou com desconfiança, erguendo uma mão ensaboada para afastar uma mecha de cabelos castanhos dos olhos.

— Uma cerimônia — Bella explicou. — Como me amarrar à cama para que seu pai pudesse me desamarrar.

— Não foi por isto que fizemos — Luke respondeu.

— Não? — Bella fingiu confusão. — Então por que fizeram aquilo?

— Para fazer você ir embora.

Luke mergulhou outro prato na água com sabão.

— E por que queriam isto? Para que possam cozinhar e limpar para todos?

Os gêmeos pareceram ultrajados diante da ideia. Ambos voltaram as costas para a pia e, em seguida, encararam-na.

— Somos apenas crianças! - Luce exclamou.

Bella encontrou seus olhares.

— Parecem mais espertos que meras crianças. - comentou.

— É mesmo?

Luce sentia-se claramente satisfeita com a notícia, embora Luke parecesse estar em dúvida.

— Claro que sim. — Bella sorriu antes de inclinar-se para revelar em tom confidencial: — Talvez sejam mais inteligentes do que eu. Porque simplesmente não consigo entender como livrar-se de mim poderá ajudá-los em algo.

Luce olhou para Bella como se ela fose mais densa do que uma pedra.

— Se você for embora, papai terá de ficar em casa o dia todo conosco.

Bingo! Então era isso o que estava por detrás da atitude das crianças. Bella assentiu vagarosamente.

— Sim, posso compreender que vocês queiram passar mais tempo com seu pai. —

Eu não me importaria em passar mais tempo com ele também. O pensamento estranho passou pela mente de Bella e foi rapidamente afastado.

— E se eu os ajudasse a passar mais tempo com seu pai?

— Como poderá nos ajudar? — Luke indagou com desconfiança.

— Tenho meus meios — Bella lhes garantiu. — Vamos conversar.

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Edward estava com os calcanhares afundados em estéreo, o que considerava um lembrete adequado à espécie de situação em que se encontraria caso se deixasse ser atraído por uma garota da cidade como Bella.

Aprendera sua lição depois que a ex-esposa, Tânia, o deixara.

Conhecera-a em um bar em Seattle. Ela aparecera à sua frente, sensual, usando uma calça jeans tão justa que parecia ter sido costurada em seu corpo.

Dissera sentir uma atração especial por cowboys e perguntara se poderia comprar uma bebida para ele. Em vez disso, Edward insistira em lhe  oferecer um drinque, e Tânia quisera que dançassem depois. Fizeram mais do que apenas dançar.

Edward ficara louco por ela. Fora para Seattle em todas oportunidades que tivera, acrescentando milhares de milhas extras ao marcador de sua caminhonete nova.

Tânia sempre o fitava com admiração, e Edward acreditou nela quando disse que o amava e adoraria morar em uma fazenda.

Mas a realidade foi que, dois anos depois, Tânia chegou a seu limite. Disse-lhe que era hora de mudar dali, de seguir seus sonhos e tornar-se Modelo em Londres, um sonho que ele nunca soubera existir até aquele momento.

Tânia dissera que os gêmeos estariam em seu caminho para o sucesso, empacotara suas coisas e partira no carro esportivo logo após certificar-se de que tinha muito dinheiro no bolso porque, afinal, precisaria começar uma nova vida. E se não obtivesse o suficiente naquele momento, talvez levasse um dos  gêmeos consigo  para garantir uma pensão.

Edward então dera-lhe dinheiro. De bom grado até.

Havia vezes em que ainda achava difícil acreditar que Tânia escolhera deixar os filhos para trás. Edward caminharia sobre fogo pelos filhos e lutaria até a morte para protegê-los, mas Tânia jamais demonstrara qualquer sentimento maternal.

Em vez disso, queixara-se com amargura, dizendo que a gravidez arruinara suas curvas e tomara muito de seu tempo.

Quando Tânia fora embora, os gêmeos tinham pouco mais de um ano de idade. Apenas começavam a caminhar e a falar. E passaram a caminhar e a falar sem parar, desde então.

Jamais se esqueceria da dor no olhar dos filhos quando perceberam que outras crianças tinham uma mãe, enquanto a deles havia ido embora.

Não  tinham  recordações  de  Tânia.  Mesmo  assim,  quando  ela  morrera  em  um acidente de carro, no ano anterior, Edward vira nos olhos dos filhos a perda de um sonho que nunca imaginara que tivessem. O sonho de ter uma mãe.

A única coisa boa que Edward fez foi dar-lhe os gêmeos e ensinar-lhe a lição de que aquela fazenda não era lugar para uma moça da cidade. Nem mesmo para uma nascida e criada em Forks. E tinha certeza que aquela fazenda não era lugar pra uma certa morena.

 Edward não estava com pressa de se casar novamente, mas pretendia que isso acontecesse um dia. E quando o fizesse, seria com alguém como ele, uma pessoa que fora criada naquela vida. Não com uma forasteira.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? favoritem, comentem, recomendem :3
Quanto mais comentarem, mais eu tenho inspiração, beijos



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