O Retorno de Kira escrita por Perola, Hunter-nin
Recomeço
(By Pérola e x Hunter-Nin)
.
Uma jovem garota corria pelas ruas movimentas de Kantou. Os longos cabelos loiros, herdados da mãe, voavam soltos e em desalinho. Estava com pressa. Pouco antes do encerramento das aulas recebeu a informação de que o pai se encontrava no hospital, vítima de um assalto à banco que tentou impedir. Órfã de mãe há dez anos, a idéia de perdê-lo não era muito bem aceita. Chegando ao local em que encontraria seu criador, a garota rapidamente se identificou na recepção e esperou a informação do número do andar e o quarto desejado.
- Quarto 615 no sexto andar.
Após agradecer, a jovem rumou para o local verificar como estava seu protetor. Durante o percurso, nem mesmo escutou a conversa entre os dois médicos presentes no elevador.
- Há 15 anos que a criminalidade aumentou novamente.
- Esta cidade está a cada dia que passa mais perigosa. Não se pode mais andar em qualquer rua.
- Hoje tive que tratar um assaltante. Ele foi baleado durante o próprio roubo.
- Sobreviveu?
- Sim.
- Às vezes gostaria que você não fosse tão competente.
- Eu também.
As portas do elevador se abriram no andar indicado, e a garota saltou para fora deste sem ouvir o final da conversa. No corredor, logo alcançou o quarto desejado, bateu na porta e entrou após ouvir a confirmação.
- Yukiko-chan? O quê faz aqui? – perguntou Matsuda surpreso, afinal não esperava ver a jovem no hospital.
- O hospital avisou o colégio sobre o ocorrido. Você está bem, papai? – perguntou a garota demonstrando preocupação na voz.
- Aquele bandido não era páreo para mim; querida. Não se preocupe. Estou bem. – respondeu o policial em uma tentativa de se mostrar forte. Desde a morte da mãe dela, Matsuda amadureceu rapidamente. Seus colegas de serviço se admiraram com a velocidade com a qual o outro se acostumou à condição de trabalhador e pai solteiro. Nunca faltou nada a pequena Yukiko. Fosse um brinquedo, uma roupa ou um colo quando estava com medo. Matsuda sempre esteve lá.
- Desculpe, mas não posso evitar. – disse a loira, os olhos marejados à beira das lágrimas quando notou uma agulha no braço do pai, pela qual ele recebia sangue...
- Já lhe disse que ficarei bem. Semana que vem estarei novo em folha para o seu aniversário. – A menção da comemoração aparentou alegrar mais ao pai do que a filha.
- Isso não é importante agora. – mostrou-se indignada, como ele poderia pensar em uma festa quando uma catástrofe quase ocorreu?
- Como pode dizer isso? Não é todo dia que minha menina faz 15 anos. – Ele também estava indignado. Era um momento único e sua filha iria aproveitar devidamente o dia.
- Você tem certeza de que está bem? –perguntou a loira querendo ter certeza das condições paternas. Seus olhos ainda ardiam perante a possibilidade do que poderia ter ocorrido.
- É claro que sim. – Finalizou a conversa e, finalmente, tranqüilizou a jovem.
- Que bom. Fico muito feliz com isso. – completou a jovem com um singelo e honesto sorriso no rosto.
- Eu também. Agora, é melhor você ir para casa. Mogi poderia acompanhá-la, por favor? Não gostaria de saber que minha menina anda sozinha por aí. – Por mais que apreciasse ter a filha por perto, Matsuda não gostava tanto de vê-la em hospitais quanto saber que ela está sozinha nas ruas da perigosa cidade.
- Claro. Yukiko-san, vamos? – O parceiro de longa data de Matsuda se prontificou a proteger a jovem e deixá-la em segurança em casa.
- Está bem. Cuide-se, certo papai? – Por mais tranqüila que Matsuda a deixasse, Yukiko não conseguia evitar de se preocupar com o pai e lamentar o fato de ele não possuir um emprego em que tivesse de se expor bem menos.
- Pode deixar. Logo estarei em casa. – Disse acariciando o rosto da pequena que tanto lhe lembrava a ex-esposa.
- Até lá. - Após beijar o rosto de seu criador, a loira se retirou do ambiente acompanhada por Mogi. A jovem, durante todo o tempo em que esteve lá, foi atentamente observada pelos membros da polícia japonesa.
- Ela está mais parecida com a mãe a cada dia que passa, não acham? – disse Matsuda não contendo o orgulho que sentia de sua bela filha.
- Não entendo como consegue permanecer perto dela. – questionou Aizawa repentinamente.
- Oras, ela é minha filha. –falou como quem responde o óbvio.
- Você sabe que não. E quando ela descobrir a verdade? – Aizawa, no entanto, insistia em tocar no assunto que nunca deveria ser mencionado.
- Não há verdade nenhuma para ser descoberta. Yukiko é minha filha. Essa é a única verdade. – disse Matsuda completamente irritado, a julgar pela sua condição, mais do que deveria, com a petulância do colega.
- Para o nosso bem, espero que ela nunca fique parecida com o pai biológico. – O outro falou como quem espera por um milagre.
- Não se preocupe Aizawa. Minha pequena Yukiko possui um forte apreço pela justiça. Ela nunca faria mal a ninguém.
- Raito também não. Pelo menos, até encontrar o caderno.
- Raito-kun – suspirou – Enquanto ele estava vivo, o mundo era um lugar mais pacifico. Será que foi certo matá-lo? – Ponderou o jovem policial.
- Ele era um assassino!
- O caderno o corrompeu. Foi tudo culpa do Shinigami. – disse Matsuda comprovando que ainda tentava acreditar em Raito. - Cuidarei para que minha Yukiko nunca entre em contato com algo assim. – Jurou para si mesmo.
- Você não pode garantir nada.
- Agora já chega. – Ide interrompeu a discussão entre os dois companheiros. Na profissão que possuíam, desavenças poderiam colocar suas vidas em risco. - Não vamos nos desentender agora. O caso Kira já foi resolvido e está arquivado. Não há mais porque se preocupar com isso. Todos os cadernos foram destruídos. Além do mais, como Matsuda disse, Yukiko é muito parecida com a mãe, tanto na aparência quanto na personalidade. As chances de ela encontrar um caderno e usá-lo em segredo são mínimas.
- É. Acho que tem razão. – murmurou Aizawa parcialmente derrotado, apesar de ainda não estar totalmente convencido, resolveu ceder ao pedido de Ide.
- Finalmente aceitou. Não tem nada de suspeito acontecendo e a minha Yukiko já estava no topo da lista de suspeitos. – disse o pai da moça, Matsuda não estava disposto a perdoar o outro pela acusação sem fundamento feita à garota, e deixou isso bem claro.
- O sangue às vezes fala mais forte, Matsuda. – O outro também não estava disposto a retirar tais acusações. - Só fiquei preocupado.
- Mas não é necessário. Ela é uma adolescente doce e meiga que não faria mal a ninguém. – Novamente, ele se estressava mais do que devia.
- Para o nosso bem, espero que esteja certo. – Ide, apesar de não aprovar o assunto abordado, ficou ao lado de Aizawa. - Bem, de qualquer forma, está na hora de irmos, Aizawa.
- Certo. Cuide-se, Matsuda. – Despediu-se já na porta do quarto.
- Vocês também.
Os dois policiais, amigos de longa data do hospitalizado, se retiraram do quarto. Tinham muito trabalho. Desde o encerramento do caso Kira, os crimes voltaram a acontecer. Os índices alcançaram picos inestimáveis. A jovem Yukiko nunca conheceu um lugar realmente tranqüilo. Nunca pode andar pelas ruas da própria cidade com calma. Filha de um policial e freqüentadora do ambiente de trabalho do pai, sonhava em seguir a mesma profissão de seu criador, e, assim, limpar esse mundo podre.
oOo
-o-o-o- No Mundo Shinigami -o-o-o-
oOo
Um Shinigami levantou e suspirou cansado. Aquele mundo era um tédio. Todos aqueles que o rodeavam, eram inúteis. Só se importavam em não morrer.
- Aonde você vai, Raiya? – perguntou Ryuuku como quem não quer nada.
O outro parou de andar. As roupas obscuras contrastando com a pele sem vida. Os olhos negros e sem emoção mostrando o cansaço que sentia.
- Vou procurar algo para fazer. Quem sabe, uma volta no mundo humano.
- "Eu sempre soube que você é alguém... Interessante."
O negro Shinigami, que há muito tempo tem acompanhado os passos de Raiya, ria interiormente ao perceber que a diversão recomeçaria.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Para quem estranhou, x Hunter-nin é a co-autora dessa fic.
Com tudo explicado (como se fosse muita coisa XD), espero que tenham gostado desse cap.
Assim que a outra autora recuperar o acesso a internet, começaremos a postar no meu jornal (ver link no meu perfil) o DataBook de O Retorno de Kira, com maiores informações sobre os personagens criados por nós.
A todos que mandaram reviews no trailer, muito obrigada n.n
03 de Junho.
Somente no Fanfiction e, agora também, no Nyah.
O Retorno de Kira
Capítulo 2:
“ACASO...”