Ciúmes, Saudades E Café. escrita por dieKholer


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Miguel: Port ♥
Luciano: Brasil ♥



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Antes ele era um menino tão preguiçoso, passava o dia inteiro metido em brincadeiras de criança, cavalgando pelos campos, subindo as árvores, mergulhando em rios e esquecendo-se de qualquer crise ou conflito. Não deixara de ser assim, mas agora vivia mais atarefado, quase não tinham tempo para se ver.

–A última vez que te vi foi na reunião da ONU, Luciano, há dois meses... – o português deu mais um gole no café forte feito pela ex-colônia.

–Não é fácil crescer economicamente, Port, tenho que sustentar meu título de o sexto com maior PIB e evoluir mais. – sorria, orgulhoso.

–Você não era tão ambicioso. Não se importava com isso. – encarava-o severamente, deixando claro que a crítica era negativa.

O sorriso do menor se desfez. Respirou fundo e relaxou seu corpo na cadeira de madeira rústica da cabana onde estavam, o local preferido de Portugal naquela região, construída no meio da mata de uma serra.

–Você é difícil de agradar... – ergueu os olhos verdes e abaixou-os, fixando-os na xícara onde havia formado um borrão marrom no fundo.

–Ahn?

–Pensei que estaria orgulhoso de mim, como um pai fica orgulhoso de um filho, já que insiste tanto que temos esse tipo de relação. Mas não. Fica resmungando que não te encontro mais, que estou muito ambicioso e que não sou mais o “Luciano de antigamente”.

–N-não é isso! Tenho muito orgulho de você, Luci. Apenas não quero que vire um de nós.

–Nós...?

–Eu, Espanha, Inglaterra, França... você sabe...

–Todos eles são países desenvolvidos, claro que quero ser igual a eles!

–E você se lembra de quanto sangue inocente e desnecessário foi derramado para que conseguissem isso? Não só conseguir, mas manter isso?

–Ok, então posso ser igual ao Amé-

–Não me fale o nome deste! – bateu a xícara com força na mesa antiga.- Péssima companhia para você! Arthur criou aquele menino tão bem! Não sei porque saiu assim...

Deu um pequeno pulo da cadeira quando Miguel elevou o tom de voz. Se fosse há alguns séculos, teria calado a boca na hora.

–Mas ele me ajuda! Nossos líderes são amigos e-

–Vocês dormiram juntos. – disse entre os dentes.

O brasileiro corou, abaixando a cabeça, sabendo que o olhar raivoso de sua ex-metrópole pairava sobre si. Havia sido há muito tempo atrás, mais precisamente durante sua Ditadura. Alfred e ele se viam com freqüência, tornaram-se amigos íntimos... íntimos demais naquela época.

–Isso foi há um bom tempo. Não precisa jogar na cara.

–Ora, mas eu sei que vocês se vêem com freqüência! Tem tempo para se encontrar com um sem vergonha como o Alfred, mas não para sequer me ligar? Mandar-me uma carta? Eu que sou seu pai, que te criei e catequizei?! Não sabia que eu tinha menos importância que um monte de gordura animal ambulante!

–Porra, Port, Alfred não é assim! Pare de ser ciumento! – foi ele quem aumentara o tom da voz agora. Se já não bastava ter sido praticamente isolado quando era uma pequena colônia, ele agora queria continuar com isso?

Agora foi a vez da face do lusitano tingir-se de rubro e sua voz começar a falhar.

–E-eu com c-ciúmes?! Ciúmes do Alfred? O-ora,pois! Esqueceste que ele comanda uma guerra que está aliada aos seus próprios interesses? Ele também derrama muito sangue inocente.

–Está bem, está bem... você venceu. Acho que nenhum de nós serve como com exemplo, não é mesmo, Miguel?

Os olhos azuis encontraram-se com os verdes. Miguel... era raro Brasil pronunciar seu nome humano e gostava quando o fazia.

–E você ficou com ciúmes. – apoiou o queixo nas mãos, sorrindo de leve.

–O-o que?

–Não se faça de bobo, português. – o sorriso se abria, enquanto Portugal tornava a ficar vermelho e nervoso.

–C-ciúmes de que?! Só não gosto que ele faça sua cabeça! E que influencie tanto na sua cultura! Cultura também minha, aliás! Preferes Crepúsculo a Camões?!

–Ciúmes... ciúmes... – Luciano agora ria, beliscando de leve a face de Miguel.

–O-ora, seu... não sei de onde puxou tais traços! Vou-me embora!

O português se levantou irritado fazendo menção de ir até a porta, girando a maçaneta, quando sentiu ser enlaçado por um forte e afetuoso abraço que veio por trás.

–Você sabe que quero ser bem mais que um filho para você. Incesto acontece nas melhores famílias. Como diria o Alfred: my body is ready.

–LUCIANO! – gritou, estarrecido e corado.

Brasil saiu correndo pela porta dos fundos, aos risos, enquanto um português indignado corria atrás dele, reclamando que deveria ter lhe dado mais palmadas quando era menor.



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Notas finais do capítulo

Reviews, por favor? *puppy eyes*
e... fãs de Crepúsculo, não me batam *foge para as colinas*