O Reflexo Da Semideusa escrita por Bibs


Capítulo 2
II


Notas iniciais do capítulo

A pedidos, esse capitulo esta maior e mais desenvolvido, espero que se emocionem com ele tanto quanto eu, bjsss :*



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Sinceramente, nunca me odiei tanto quanto naquele momento. Senti-me inútil, ridícula, fraca! Minha boca querendo falar coisas que não eram pronunciadas, Meu corpo querendo brigar sem ter luta alguma, minha cabeça querendo explodir sem se quebrar. Devem ter-se passados minutos, pois quando percebi, tinha alguém batendo na porta, e a mulher havia desaparecido, talvez eu tivesse alucinado, mas então porque se pareceu tão real?

Corro até a porta, na esperança de ser ela, mas sabe o que dizem, nunca mantenham suas esperanças altas, quem eu vejo quando abro a porta era um desconhecido, mas, um desconhecido lindo. Devia ter mais ou menos uns 17, 18 anos, ele estava sujo e com a camisa rasgada como se tivesse acabado de sair de uma luta, seu cabelo era cor de mel com reflexos loiros, seus olhos não eram nem verdes nem marrons, eram amarelos, ele parecia fraco, mas dava para perceber pelas suas cicatrizes que já tinha lutado muito, mas elas não eram imperfeições, eram sua própria perfeição.

–Anh... - Comecei a me sentir realmente inútil a partir daí, ficar assustada com uma mulher dentro de um espelho, ok. Mas isso? Ignorei meus pensamentos - Posso ajudar?

O menino que parecia estar em um transe pior do que o meu, enfiou a mão em seu bolso, agarrei a cadeira mais próxima que encontrei como arma e ergui-a em sua direção. O garoto simplesmente riu, do que ele estava achando graça? Isso só me deixou mais irritada. Ele retirou uma foto do bolso, olhou para ela e então gritou.

– Millie, achei ela– Estremeci, será que era ela? tinha que ser! Ela disse que sempre me encontraria. Mantive a cadeira erguida por precaução. O garoto gritou ainda mais alto - Seria legal você vir logo, ela parece ser um pouco violenta!

–Sabe, Se você quer uma arma seria melhor usar aquela. –Millie apontou para o meu espelho largado em cima da cama. – Então não vai me dar nem um abraço Nina?

Imagine a garota mais legal e perfeita do mundo, não chega nem aos pés de Millie, durante toda a minha vida sempre imaginei como seria ter uma irmã, ou uma família, e ela foi o mais perto que cheguei disso durante todos esses anos. Ela era imperfeita e perfeita em todos os sentidos imagináveis, tinha 19 anos, uma diferença enorme de idade para mim, que tinha 16. Seu cabelo era negro e caindo aos ombros, ela nunca ligava se eles estavam penteados, pois de qualquer forma eram lindos, ela era alta e extremamente forte para alguém que mal conseguia se alimentar. Ela tinha uma vida mais difícil do que a minha, vivia em lares adotivos com seus outros 4 irmãos, conseguia cuidar de todos e ainda cuidar de mim. Nós nos conhecemos na escola publica que o serviço social a colocou, ela sempre sumia durante as férias, mas, pelo resto do ano, era sempre minha protetora.

Larguei a cadeira que acabou caindo no pé do menino, mas nem me importei, sai correndo e abracei Millie, comecei a não querer mais solta-la, mas sabia que teria, muito brevemente.

– O.K. Linda –O garoto nos separou de nosso abraço – Você já me ameaçou com uma cadeira e machucou o meu pé, podemos ir?

Só de ouvi-lo falar aquelas coisas comecei a sentir meu rosto ardendo e minhas mãos tremendo. O que estava acontecendo comigo?

– Já? Não podemos ficar mais um pouco? Desculpa pelo seu pé! Quem é você...

– Ahh, claro, tudo bem, acho que podemos esperar um pouco e...

– Pelo amor de deus Sam! Nina nem é uma semideusa treinada – Millie parecia desapontada, eu odiava vê-la desapontada. Então ela direcionou sua voz a mim – Já estamos atrasados, eu prometi que ia te proteger, mas me deixe protege-la – Seus olhos estavam começando a ficar molhados - Não faça perguntas agora, saber as respostas só dificultaria o nosso caminho. Você consegue esperar?

Acenei com minha cabeça, ela deu um grande suspiro, consegui perceber que estava aliviada, peguei todas as minhas coisas, soquei tudo em minha pequena mochila e desci as escadas com eles, nunca vi Millie com tanta pressa em minha vida, e já a vi escapando de muitas roubadas. A habilidade do menino, Sam, era fantástica, descia quatro degraus por passo, ainda me ajudando para que não ficasse pra trás. Sam e Millie estavam imundos e mesmo assim ninguém nos reparou, considerei de novo a hipótese de estar sonhando, aquele dia estava estranho demais.

Na calçada estava estacionado um carro, entrei na parte de trás com Sam, Millie entrou no banco do carona e deu um beijo no motorista, que conclui, deveria ser o namorado dela. Acho que conhecia o namorado de Millie melhor do que ele mesmo, eu conseguia sentir que ela o amava com todo o coração, o nome dele era Matt e também morava em algum lar adotivo afastado, tinha que admitir que ele era mais bonito, e bem mais forte do que imaginava, moreno alto e cabelo com corte militar, Millie tinha me contado uma vez, “ele vai sempre me encontrar, assim como eu vou sempre encontrar você”

Estávamos seguindo a mais de 100 km/h e cada vez ficava mais desesperada por perguntas que não poderia ter, as duvidas estavam me corroendo, e meus pensamentos começaram a não mais pertencer a minha cabeça. O carro deu uma freada brusca, que me trouxe de volta a realidade. Os vidros eram escuros e não conseguia enxergar nada, só ouço a voz de Millie, fraca, como nunca tinha ouvido antes.

– Continuem sem mim e não parem – Ela parecia estar chorando muito, de algum modo consegui sentir a dor que ela sentia, era uma dor amorosa – Eu prometi!

– Não Mi! Você não pode fazer isso, não com esse tipo de monstro – Matt parecia estar chorando também – Eu não vou te perder de novo.

– Você nunca vai me perder... – Millie começou a dizer a frase que de tanto ouvir, já conhecia.

– Porque eu sempre vou te encontrar – Matt completou.

Ouvi um barulho de porta de carro se fechando e o carro aceleraou, do que eles estavam falando? O que estava acontecendo comigo e porque eu não tinha nem sequer o direito de saber nada? Segui a Viagem em silêncio com um garoto que fazia meu coração derreter ao meu lado, e um garoto com coração derretido na minha frente.



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