Mais uma vez, ele, o grande Harry Potter, estava olhando por uma pequena janela de sua casa relembrando de como um dia a vida dele fora simples, um pequeno sorriso podia ser visto, mas nunca diria o porquê desse sorriso a ninguém, ate mesmo a lagrima que sempre fugia de seus olhos, mesmo assim nunca admitiria que se sentia culpado por tudo que havia acontecido.

Fazia exatos dois anos que a guerra havia acabado finalmente paz no mundo bruxo, agora tinha Tom seu afilhado, que visitava diariamente, quando não tinha que fazer alguma viajem a outros países, a mando do Ministério da Magia.

Não morava mais na casa de seus tios trouxas como os chamava, mas mantinha contado com Duda que havia se tornado uma pessoa melhor com o passar do tempo, ate mesmo o Monstro, o elfo que morava junto com Harry na mansão Black, muita coisa tinha sido modificado na casa, uma delas foi quando os dois tiraram o retrato da mãe de Sírius da entrada.

Mostro dirigiu-se a seu mestre, mesmo que o senhor Potter disse-se que ele não lhe devia nada, muito menos seus serviços, este estava vestido com um pequeno suéter, e estava com calçados, agora sorria quando ia falar - lhe algo, ou dar alguma noticia.

- Harry meu senhor, os Wesley chegaram, estão a esperar pelo senhor na sala como ordenado meu senhor – fez uma pausa antes de terminar tentava achar qualquer indicio de que não seria punido por nada – a senhorita Granger também esta com eles, meu senhor, e o pequeno Tom também chegou com seus avôs.

- Está bem Monstro avise a todos que já irei até lá com eles, os deixem à-vontade, e sirva-lhes o que pedirem, por favor – disse-lhe sorrindo como sempre fazia, o elfo fez uma pequena reverencia e sumiu pela penumbra dos corredores da casa dos Black.

Harry continuou olhando pela janela, chegara a hora, ele iria vê-los depois de tanto tempo, depois de tudo que fez para manter-se longe de todos, dos olhares, do remorso, da culpa, podia jurar que vira entres as estrelas daquela noite via Gina, Fred e Rony sorrir-lhe encorajando-o a ir com eles até a sala, a culpa das três mortes lhe consumia no seu tempo livre, mas Tom o menino a quem era padrinho o ajudava nas horas mais difíceis.

O jovem moreno descia lentamente o lance e escadas até chegar no corredor que dava direto na sala, não sabia ao certo o que fazer, muito menos o que dizer a todos, a única coisa que fazia ate o momento era se segurar para que não voltasse a se trancar dentro daquele quarto, escuro aonde tinha os mesmos sonhos durante todos esses dias, passava varias e varias noites sem dormir por causa dos pesadelos, finalmente criando coragem adentrou na sala aonde Monstro havia aconchegado a todos.

Para seu espanto todos pareciam felizes ao vê-lo, mas e ele o que sentia? Remorso? Medo? Ele não sabia dizer, só sabia que seus olhos esmeraldinos conectaram-se com os amendoados de Hermione, a quem menos esperava ver naquele momento, na verdade não tinha conseguido olhar-lhe muito menos dirigir-lhe a palavra quando Rony morreu, ele se sentia culpado e como se sentia culpado, mas a mulher que não desvia o olhar por poucos segundos consegui desvendar o grande mistério.

Ela lhe sorriu, e o pequeno Tom que brincava com sua pequena vassoura, que Harry tinha lhe dado de presente de aniversario saiu correndo a seu encontro, pulando em seu colo e abraçando-lhe com força e saudade, que Harry apenas correspondeu o ato do jovem que estava em seus braços, Molly ficou emocionada pelo afeto que ambos tinham, ela ficara tão emocionada que começou a chorar de alegria, todos que estavam na sala apenas sorriam, mas nada diziam, o jovem Potter conteve-se para não chorar na frente de todos, e por fim cumprimentou a todos e conversaram um bom tempo já que Molly e Monstro estavam na cozinha preparando algo para o jantar.

Mas para espanto de todos, chegou uma coruja com um comunicado urgente à ele, Monstro que detestava que enviassem esse tipo de mensagem quando seu jovem senhor estava na companhia das pessoas que lhe faziam bem, fez uma careta e voltou para a cozinha com cara de poucos amigos.

- Do que se trata Harry? – perguntou Molly, ele respirou fundo e se levantou de sua poltrona

- Me deram um novo emprego – falou indo em direção a única janela da sala parecia cansado e sem ânimo.

- Que emprego? – perguntou por fim Hermione, indo em direção ao antigo amigo

- De professor, em Hogwarts – disse sem olhar para ninguém, mas as lembranças do tempo que viveu no castelo vieram a tona com mais força que antes – eu preciso pensar não se preocupem comigo, tenho que dar a Minerva a resposta até amanhã então irei para o meu quarto.

Hermione fez menção de ir atrás dele, mas foi impedida por Percy que segurou o seu braço, e lhes fez um gesto negativo com a cabeça, finalmente em seu quarto Harry pôs se a olhar novamente as estrelas como se elas lhe dissessem o que realmente fazer. Pegou novamente o pergaminho que Monstro o havia dado e o releu.

“Harry meu querido, sei que não lhe escrevo com freqüência, mas venho por meio dessa carta lhe pedir um favor, que retorne para Hogwarts, mas agora não como um simples aluno e sim como um professor.

Ambos sabemos que sua experiência como professor lhe foi bem sucedida, há tempos atrás e, mas uma vez estamos sem um professor de Defesa Contra Arte das Trevas, sei que esta trabalhando no Ministério, mas o ministro o liberou para ficar como um professor substituto por pouco tempo, sei o espírito aventureiro que tem e também que não gosta nem um pouco da fama que tem em nosso mundo, mas pense bem

Com carinho de sua antiga Professora Minerva”

Ao reler a carta, sentiu como seria se o tão odiado professor Snape estivesse vivo, Dumbledore estivesse no seu posto como diretor, e depois de muito tempo segurando as lagrimas de tristeza e um grito de dor deixou que finalmente saíssem, a dor da perda de todos que ele amava, e almejava a felicidade, seria uma tortura viver naquele local novamente aonde teve tudo que sempre quis amigos, família e o amor, e maioria disso havia sido roubado dele.

Todos os presentes na mesa ouviram o grito, apenas Tom se levantou e foi até aonde seu padrinho se encontrava, foi tão esperto e pegou sua vassoura antes que sua avó visse e saiu voando escadaria à cima ate chegar ao quarto aonde se encontrava Harry, ajoelhado com ambas as mãos na cabeça, seus óculos estavam jogados em qualquer canto do chão, o pequenino o abraçou com ternura, carinho e o amor que tinha pelo tão almejado Harry Potter, esse apenas se deixou levar pelo carinho de Tom.

Pouco depois o pequeno menino transmorfo descia as escadas no colo do elfo que aparatou no quarto de Harry a mando do mesmo já que o garoto havia adormecido em seus braços, e sabendo que seria interrogado pela brilhante Hermione, pediu que o elfo o levasse até os avôs, que estavam a sua espera para voltarem para sua casa, a família Wesley também já se preparavam para ir embora, assim que chegou no piso térreo Monstro entregou o garoto a sua avó.

- O meu senhor adormeceu com o pequeno em seus braços achei melhor trazê-lo – disse pausadamente e carinhosamente, nem parecia um elfo velho e rabugento de antes.

Mas isso não passou despercebido para a jovem investigadora, Hermione decidiu especular, ela não agüentava mais ver o sofrimento do amigo, o via muito pouco durante esses dois anos, ele havia se afastado de todos menos de Tom.

- Monstro avise a Harry que ele tem apenas até amanhã para comparecer a estação de trem, espero-o lá boa noite – disse Hermione, ela como os outros torcia para que Harry escutasse a voz da razão e aceitasse o emprego.

Todos se despediram e foram para suas respectivas casas, menos Hermione que foi para um hotel no beco diagonal, na manhã seguinte, iria partir e esperava ansiosamente que Harry a acompanhasse, durante a viajem e também se tornasse um professor de Hogwarts, assim como ela.