Foi Quando Eu Descobri Que Te Amo. escrita por Gio


Capítulo 1
One shot


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! XOXO



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Clarisse estava preocupada. O senhor D. voltaria hoje para curar a loucura de Chris Ridriguez. O filho de Hermes que por acaso roubou seu coração.

                Não se sentia bem para nada, e nem discutir com os filhos de Apolo ajudaria em seu humor. Sabia que falar com Silena também não ajudaria. Ou pelo menos não o suficiente. A guerra não importava mais. Cômico talvez, a filha da guerra ferida pelo amor. Ares provavelmente lhe daria uma surra. Mas isso não importava mais. Só queria esquecer tudo. E pela primeira vez, lutar não era importante. Considerava uma batalha perdida.

                Ouviu a voz do Senhor D. dizendo que trouxessem o garoto problemático. Clarisse sentiu seu sangue ferver. Ninguém poderia chama-lo assim. Ele não merecia.

                O último que o chamou assim, teve a perna fraturada e uma quantidade incalculável de hematomas pelo corpo.

                Após isso, ninguém mais ousou chama-lo assim. O chalé de Hermes passou a zoá-la constantemente, mas a filha de Ares ignorava as piadinhas. Chris era mais importante. Chris era tudo.

                Era por ele que ela perdia horas de treinamento, falando com uma paciência inigualável que ele deveria comer. Chateava-se quando ele a chamava de Mary, mas sabia que um dia, tudo acabaria bem. Se ancorava nessa expectativa.  

                De certo modo não queria vê-lo curado. Tinha receio de perdê-lo para outra garota, mais bonita e mais delicada.

                Correu para a floresta, refugiando-se dos olhares dos campistas. Queria espairecer, chorar e pôr nas lágrimas tudo o que sentia.

                Não queria acreditar que o tempo passou tão rápido. Não queria acreditar que perdeu tempo em vão. Que ele sairia daquela sala e apenas a veria como uma amiga, ou nem isso. Talvez não se lembrasse dela.

                Sentou-se sob o troco de uma amendoeira antiga. O vento uivou sobre o lugar e folhas caíram sobre ela. Num dia normal, teria ficado irritada. Mas hoje, nada iria mudar seu humor depressivo.

                Houve um barulho de explosão. Um cheiro forte de uvas tomou conta do acampamento. “Droga!” pensava ela. O que mais queria era adiar esse momento.

                O choro foi inevitável. Lágrimas rolaram sua face. Pela primeira vez em muito tempo, o medo invadiu seu corpo. Seu coração apertou e um nó se formou em sua garganta.

                O toque de recolher foi acionado. Se não fosse para o chalé, as harpias de limpeza a comeriam. Mas ela não se importava em morrer. Continuou na floresta, esperando que o trágico destino viesse ao seu encontro.

                Mas nada aconteceu. Nenhuma harpia de limpeza, nenhum campista estraga prazeres. Nada. Tudo continuou no mais absoluto silêncio.

                Queria ir e ficar. Sabia que se o visse, desabaria. Mas a curiosidade de vê-lo bem falava mais alto. Queria que ele fosse feliz. Sentia-se confusa sobre isso. Não suportava a ideia de vê-lo doente, mas temia que ele mudasse.

                Não entendia a si mesma. Ouviu um sibilo próximo. Monstros. Mesmo desarmada poderia matá-lo, mas hoje, preferiu evitar o combate. Rumou em direção ao chalé e prometeu a si mesma que esqueceria tudo.

                O acampamento estava silencioso. Nenhum sinal de festa ou comemoração. Talvez Chris não pudesse ser curado. Uma chama de esperança se acendeu em seu coração.

                O chalé cinco, graças aos deuses, ficava longe do chalé de Hermes. Assim, evitaria contato direto. Mas ela não queria ignorar que ele existia, temer um simples contato.

                Caminhou sorrateiramente até o chalé 11 e ficou escondida atrás de uma árvore. Chris saiu do chalé e ao seu lado estava uma garota de Afrodite. Linda, loira, magra e deslumbrante. Eles conversam à vontade, como se fossem amigos de infância. Clarisse nunca se arrependeu tanto de ter feito algo.

                Correu para o Chalé de Ares e abriu a porta. Graças aos deuses estavam todos dormindo. Subiu o beliche e cobriu-se até a cabeça, para evitar que alguém a visse chorar.

                O cansaço venceu a tristeza e ela acabou por dormir.

                Acordou no meio da noite, suada e gritando. Sonhava com Chris e a garota. Ele havia lhe levado um buquê de flores e lhe beijou. E de certa forma, esse pesadelo lhe assustou mais que qualquer outro.

                Respirou fundo e tentou se convencer de que nada disso acontecera, mesmo não estando nem um pouco segura.

                Olhou para o relógio. Duas da manhã. O sono parecia seu pior inimigo. Num dia normal, iria até o quarto de Chris e o veria dormir. Vê-lo lá a acalmava. Mas isso já não era mais possível.

                Acabou por rolar de um lado para o outro na cama. Certa vez, consegui dormir, e embalou-se num sono sem sonhos.

XXX

                O despertador tocou. Hora do café. Não estava pronta para vê-lo novamente.

                Relutou para sair da cama. Foi necessário que todos os campistas do chalé a intimassem a sair.

                Ela rosnou e disse para que fossem na frente. Estaria junto a eles em pouco tempo.

                Desceu da cama e olhou para a janela. A manhã nevoenta e fria não a incentivava a sair. Suspirou fundo e tomou um longo banho. Pôs a roupa do acampamento e saiu.

                E ao abrir a porta, teve uma surpresa.

                Lá estava Chris Rodriguez, vestido com um imaculado terno cinza, e portando nas mãos, um enorme buquê de cravos vermelhos.

                - Errou de chalé. – ela disse um pouco rude. – O chalé de Afrodite é um pouco mais longe.

                - Eu tenho certeza de que estou no chalé certo. A não ser que você esteja no lugar errado. – ele insistiu.

                - Então, o que faz aqui? – ela perguntou, mantendo a postura.

                - Eu as trouxe para você. – ele disse, entregando-a o buquê.

                - Pensei que não se lembrasse de mim.

                - E como não lembraria da minha Clarisse? A garota que cuidou de mim por tanto tempo. A garota que salvou minha vida.

                - Eu não quero seus agradecimentos. Se já acabou aqui, poderia por favor se retirar? – ela pediu, controlando-se para não chorar.

                - Tudo bem. – ele disse, pondo as flores no chão.

                Clarisse ia bater a porta, quando ele a impediu.

                - Só mais uma coisa. Apenas não me bata, por favor. – ele disse.

                 E essas foram as últimas palavras do filho de Hermes, que envolveu  briguenta filha de Ares com um beijo.

                - Eu te amo Clarisse. – ele falou.

                - Eu também, estúpido. – ela respondeu, abraçando-se ao filho de Hermes.

                E assim acaba a história do filho de Hermes que roubou o gélido coração da filha de Ares.

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Well, não aguentei esperar acabar a outra fic, aí, postei.

Espero que gostem!

XOXO


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Notas finais do capítulo

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