A Vida de Elizabeth Ashfield escrita por Anonymous


Capítulo 11
Capítulo 11: A Aliança




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As duas em alguns minutos, quase uma hora, chegaram à mansão que George residia sozinho desde que sua mulher tinha falecido. O mordomo as guiou ao quarto do homem. As duas tentaram abrir a porta, porém, estava trancada por dentro.

– Tá fechada! Poderia nos dar mais uma ajudinha?!

O idoso, com um imenso esforço, arrombou a porta e os três adentraram o cômodo. Sobre a cama, uma figura jazia inconsciente com um frasco de Veronal vazio em uma das mãos.

– Está morto!

- Irmã. – Victoria abraçou fortemente Elizabeth. – Não há mais nada a fazer... Ele se foi.

- Sabe, não é justo! Ele desgraçou toda nossa infância e agora faz a gente chorar desse jeito e sentir pena dele?

- Beth, nós temos sentimentos, é isso que nos diferenciou dele durante toda nossa vida. O papai só descobriu os dele quando já era tarde demais...

...

Alguns dias depois, havia chegado o momento do enterro de George Addams. O milionário era um homem odiado por muitos e não tinha absolutamente nenhum amigo. Era extremamente antipático, portanto ninguém além de Elizabeth (com o generoso apoio de Hector Brent), Victoria e Teddy compareceram.

- Adeus, George Addams. – Elizabeth despedia-se secamente do pai, deixando uma lágrima escorrer de seus olhos, borrando a maquiagem gótica e assombrosa de luto.

- Fica calma. – Hector a abraçou. – Vai tudo ficar bem. Ele se arrependeu na última hora e merece o perdão de vocês duas...

- Adeus... papai. Descanse em paz. – Victoria realizava um imenso esforço para não chutar a lápide do pai e amaldiçoa-lo seja lá onde ele estivesse naquele momento.

...

Elizabeth, após um exaustivo dia de trabalho em seu escritório, tomara uma rápida e deliciosa ducha e fora se deitar muito cedo naquele dia, extremamente cansada. Não se dedicava a mais nada a não ser o trabalho, que desgastava parte de seu tempo diariamente.

Prestes a cerrar os olhos e adormecer, um ruído chamara sua atenção. Viera do lado de fora. Algo batera fortemente no vidro de sua grande janela com vista para um jardim florido. Correu até a janela e a abriu, fitando o balançar das folhas das árvores causado pelos ventos.

- Malditos vândalos... Não tem mais o que fazer da vida e atormentam o sono dos outros! – sussurrava, pronta para fechar novamente a janela e se deitar, porém, vira algo se mexendo bem de longe no portão da mansão. Esfregou os olhos, tornando mais nítida sua visão, vendo que se tratava de Hector, seu mais recente relacionamento.

- Podemos conversar? – gritava o homem, que tinha um buquê de rosas nas mãos.

- Claro que podemos! Me espere aí que já estou descendo.

Minutos depois, Elizabeth, com um vestido tomara-que-caia vermelho vivo e os cabelos pretos lisos e soltos descidos até a cintura, abrira a porta e se retirava da mansão, percorrendo uma trilha de pedras até chegar ao portão.

- Nossa, você tá linda! – os olhos de Hector Brent brilhavam, como se jamais houvesse visto a namorada daquele jeito em toda a sua vida.

- Eu estou empolgada. Muito feliz. Acho que algo de diferente na minha vida vai acontecer hoje! – e finalmente notou o grande buquê de rosas vermelhas. – É para mim?

O homem assentiu, entregando as rosas nas mãos da mulher, que o abraçou e o beijou no rosto.

- Muito obrigada, você é um anjo! Vamos jantar juntos?! – o homem assentira sem pronunciar nenhuma palavra. – Vou pedir pra Carlotta guardar.

Adentrou rapidamente a mansão e em poucos segundos estava novamente ao portão. Fechou o portão, guardou o molho de chaves nos bolsos e juntos adentraram o elegante veículo de Hector.

...

Um restaurante cinco estrelas novo na cidade havia sido o ponto turístico daquela romântica e emocionante noite.

- Que lugar lindo, Hector! – o restaurante tinha inúmeras mesas decoradas com toalhas brancas e beges acompanhadas de elegantes assentos pretos. Tapetes persas também decoravam o restaurante. As mesas eram iluminadas à base de luz de velas. Uma noite perfeita em um lugar perfeito. Era tudo que Elizabeth mais precisava naquele momento. O casal se sentou sobre uma pequena mesa para dois. Um cardápio já se encontrava sobre a superfície de madeira forrada com uma toalha bege.

- Mas então, o que você queria me falar mesmo, querido?

Hector, sem responder, mantendo o suspense no ar, retirou um pequenino objeto das vestimentas: uma minúscula caixinha preta. Lentamente, abria a tal caixa, causando uma grande curiosidade em Elizabeth.

- O q-que é isso? – surpresa, desejava desesperadamente saber o que existia no interior daquele objeto. Após aberta, a mulher vira que se tratava de um belíssimo anel. Mais precisamente, uma aliança. – É muito lindo!

- Elizabeth, desde que te vi pela primeira vez naquele escritório, soube que era você a mulher ideal para mim. Você aceita se casar comigo?!

Os dois ficaram em silêncio por muitos minutos. Constrangido, imaginando que o silêncio de Elizabeth significasse que ela recusava a proposta mas não tinha a coragem de responder, Hector se levantou tristonho do assento, prestes a ir embora. Porém, a morena imediatamente segurou o seu braço.

- Aonde você pensa que vai? Eu aceito!

Os dois se beijaram. Aquela fora uma noite alegre e emocionante para o casal, que tinha muitas coisas em comum e realmente poderia dar certo. A vida de Elizabeth não poderia estar melhor.

...

Elizabeth Addams, tarde da noite, fora trazida para a mansão pelo noivo. A viagem demorara certa de uma hora, pois o restaurante não era muito perto da residência.

- Já deve ser meia-noite. Preciso ir dormir. Até mais, meu amor.

Despediram-se com um apaixonado beijo e Elizabeth saíra do veículo, se apressando a retirar o molho de chaves do bolso do vestido vermelho, rapidamente abrindo o grande portão. Percorreu a grande trilha, passou pela sala de estar, imediatamente subindo as escadas e rumando ao quarto.

- Que esquisito. A luz tá acesa e a porta tá encostada. Será que tem alguém ali no meu quarto agora? O que será que está fazendo? Bisbilhotando alguma coisa, sem dúvida. – pensava, percorrendo em pequenos e silenciosos passos o corredor, adentrando o cômodo. Abrindo a porta, gritou desesperada e aterrorizada. O corpo de Carlotta Sanchez se encontrava no centro do quarto, entre a grande e assustadora cama e a janela que tinha vista para o jardim.

O corpo jazia caído sobre uma enorme poça de sangue e os olhos castanhos da jovem empregada estavam arregalados, de modo que assustasse qualquer pessoa que os visse naquela hora da noite, como em um filme de terror. Seus cabelos eram presos em uma trança e a mulher utilizava um vestido pijama rosa-choque.

- Céus, Carlotta, o que aconteceu com você? – se ajoelhou ao lado da falecida empregada. – Um tiro... Como? Quando? Onde? Por quê?

Escutando os gritos da irmã, Victoria Wilkinson adentrava o cômodo.

- Irmã, finalmente te achei! – estava ofegante, como se tivesse corrido muito até chegar ao quarto. – Tô desesperada! O Teddy não chegou até agora... Justo hoje que eu faltei no trabalho... – e, ao notar o corpo ensanguentado de Carlotta, berrou mais alto do que a irmã. – O QUE ACONTECEU AQUI?! Elizabeth, não me diga que...

- NÃO, PELO AMOR DE DEUS! COMO VOCÊ PÔDE PENSAR ISSO DE MIM, GAROTA?! EU ACABEI DE CHEGAR AQUI E ELA TAVA MORTA...

- Desculpe, me desculpe mesmo! Foi só algo que passou pela minha cabeça nesse momento de susto e loucura.

- Tudo bem, mas o que você ia me dizer antes? Você veio pra esse quarto por alguma razão...

- Ah, o Teddy não está em casa... – Elizabeth notava certo desespero e medo nas palavras da irmã, como se tivesse sido culpada de ter feito alguma coisa. - Não chegou até agora! O celular não atende de jeito nenhum. Tô ficando muito preocupada, por isso vim te procurar.

- Calma, garota. Alguma coisa não muito grave deve ter acontecido para ele não te atender. Quanto ao fato de ele não ter chegado ainda, o trânsito hoje está péssimo, por isso demorei a chegar aqui.

...

O delegado com alguns policiais chegou rapidamente À mansão e reuniu todos os ali presentes. O último a se juntar ao grupo fora Teddy Wilkinson. O grupo era formado por: Elizabeth, Victoria, James (o jardineiro que viera trabalhar na mansão há pouco tempo) e Hector (pois seu carro viera a quebrar próximo à mansão).

- O QUE VOCÊ FAZ AQUI AGORA?! – perguntava Victoria amedrontada. Elizabeth não soube definir se estava preocupada com o que poderia ter acontecido ao marido ou com o que ele poderia ter feito naquela noite.

- Meu amor, fique tranquila. Meu celular descarregou. Não sei se vocês perceberam, mas o trânsito não está muito bom hoje. A gente trabalha longe, você sabe que demora... Cheguei em casa agora e não te encontrei, por isso vim para cá. Agora me respondam: O que está acontecendo aqui? Quem é essa gente?

- Senhor, a srta Carlotta Sanches foi assassinada a tiros no quarto da srta Addams, a proprietária desta grande mansão. A arma do crime não fora encontrada. – quando a última frase fora pronunciada, ruídos assustados ecoaram pela sala de estar. – E agora eu gostaria de ouvir o depoimento de cada um aqui presente, inclusive o do senhor. 


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Notas finais do capítulo

Vários são os suspeitos do crime cometido contra Carlotta Sanches. Quem vocês acham que pode ser o assassino da empregada? E qual seria seu motivo?



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