Quando tocou o sinal para o intervalo eu e Nick saímos da sala de aula e nos dirigimos ao pátio nos sentamos no banco em que eu estava sentada mais cedo.
- Vamos fugir da escola hoje?
- Ele me pergunta sério.
- Não, não tem como olhe para os portões.
- Eu respondo apontando para os portões.
- Tem sim, venha comigo, eu aprendi uma coisa quero te mostrar.
- Ele diz pegando minha mão e me puxando pra traz do colégio.
Chegando lá ele para em uma posição esquisita e diz:
- Sabe eu andei lendo sobre vampiros...
- E dai ? - Eu respondo sendo grossa para voltarmos pra sala.
- Que lá estava escrito que podemos nos transformar em morcegos.
- Nick diz.- E você acreditou nisso? - Eu lhe pergunto séria.
- Claro que não, eu descobri que é mentira essa história, podemos nos transformar em qualquer animal. - Ele responde.
Eu começo a gargalhar, e em um piscar de olhos no lugar de Nick estava um corvo.
 - COMO ASSIM? ! - Eu pergunto.
Ele volta a sua forma normal e diz:
- Você pode escolher um animal pra se transformar, somente um, por isso as histórias dizem do morcego, pois eles são sombrios e os vampiros de antigamente escolhiam morcegos para serem temidos, eu escolhi o corvo pois eu gosto desse animal e ele me amedronta.
Eu sorrio e pergunto:
- Mas como eu me transformo, me ensine...Então ele me abraça por traz e sussurra no meu ouvido:
- Feche os olhos e relaxe.
Eu fecho os olhos e relaxo quando ele percebe que eu estou calma ele diz:
- Agora tente canalizar sua energia "sombria" para seu corpo.
Então eu consigo ativar aquela vontade de morder, depois de 5 minutos tentando eu consigo canaliza-la para todo meu corpo.
Quando Nick vê que eu estou conseguindo ele diz pra mim:
- Agora pense em um animal que te amedronte um pouco e não pare de pensar nele, depois que conseguir vai se transformar nele e para ativa-lo vai precisar só canalizar sua energia.
Então eu fecho os olhos e penso em muitos animais, mais não estava dando certo, então  eu me lembro do dia em que eu e o Jonny nos beijamos, indo para o shopping eu fiquei com muito medo e era por causa das corujas, elas eram muito indecifráveis então quando percebo eu estou nas mãos de Nick.
- VOCÊ CONSEGUIU! Agora é só diminuir sua canalização aos poucos e voltará ao normal - Ele diz.
Então eu consigo controlar e volto ao normal.
- Muito legal isso. -Eu digo pra ele.
- Sim, é muito... -Ele concorda.
 Nick mexe no muro do colégio, fica olhando pra cima e pra baixo de 5 em 5 minutos, então eu percebo que ele está tramando algo, então eu pergunto:
- O que vai fazer? 
- O que vamos fazer...
- Não me mete nessas Nick - Eu digo tentando ser fofa.
- Vamos voar por cima do muro. 
- Será que vamos conseguir?
- Eu pergunto insegura.
- Sim vamos.
Então quando eu olho para o lado ele está em forma de Corvo, então eu entendo que aquilo era um sinal pra mim tentar me transformar também, então eu fecho os olhos e canalizo minha energia.
- Voe! - uma voz ecoa na minha cabeça como se fosse uma comunicação com Nick.
 Então eu pego em pulso na terra e quando percebo estou voando, Eu voo por toda cidade, eu passo por cima de um lugar cheio de árvores e eu ouço a mesma voz ecoando na minha cabeça dizendo pra mim descer.
Eu desço lentamente, então eu pouso em cima de uma árvore e volto a forma normal, Quando menos espero uma mão segura meu pé e eu me assusto, Eu olho pra baixo e vejo que é o Nick.
- Desce, chegamos. - Ele fala em tom simpático.
Então eu desço lentamente daquela árvore velha porém linda, quando chego no chão eu pegunto pro Nick:
- Que lugar é esse? 
- Aqui era onde eu morava..
- Aqui é tão lindo.. Porque se mudou?
- Porque minha irmã morreu naquela casa ali. - Ele responde apontando pra uma casa simples e linda.
- Meu deus.. Meus pêsames, sério mesmo... - Eu digo pra ele me sentindo culpada.
- Não se culpe, a culpa foi toda minha, se lembra quando eu te agradeci?
- Sim, logo quando eu te transformei nessa coisa você me agradeceu.
- Pois é... Sabe qual era o problema? Que no dia em que minha irmã morreu estávamos sozinhos em casa, e eu estava cuidando dela, quando estávamos olhando filme entrou 3 caras na nossa casa, então eles nos trancaram no quarto da minha irmã pra roubarem as coisas sem serem atrapalhados, tinha um telefone dentro do quarto dela, então eu liguei pra policia, e eles ouviram eu ligando, então eles pegaram ela e a mataram na minha frente, e falaram que foi tudo culpa minha, a policia chegou, mas eles fugiram, então cada dia que passávamos nessa casa eu ia me culpando mais e mais, um dia quase me suicidei, então minha mãe decidiu se mudar, quando você me mordeu eu senti que estava tudo bem e que minha maninha estava bem. - Quando ele termina de falar uma lágrima escorre dos seus olhos. 
- Calme-se, deve ter sido difícil pra você - Eu o abraço.
 Então nos sentamos no chão mesmo e nós dois começamos a chorar, então eu digo pro Nick:
- Eu tive uma ideia, nossas mordidas são capazes de qualquer coisa né? 
- Dizia no livro da sessão de ocultismo do colégio que sim.
- Onde sua irmã está enterrada? - Eu pergunto chorando.
- Não vamos fazer isso, é loucura.- Ele responde limpando minhas lágrimas.
- Por favor. - Eu falo pra ele segurando seu rosto.
- Não faç.. - Antes que ele possa terminar eu o beijo.
Quando terminamos de nos beijar ele enxuga nossas lágrimas e diz:
- Venha comigo.
Caminhamos até um cemitério, mas era muito lindo, não parecia um cemitério, era muito lindo mesmo haviam várias rosas e muitas outras flores.
- Aqui que a enterramos.
Eu li a lápide:
- Cecilia River.
- Vamos cavar. - Eu digo.
Nick e eu saímos a procura de uma pá, encontramos perto de uma igreja muito obscura.
Voltamos ao cemitério e cavamos, cavamos muito e a pá travou, então eu olhei e já estava aparecendo o caixão, então Nick tirou ele do buraco e o abrimos, quando eu olhei no caixão estava uma menina loira muito bonita, então eu pergunto pro Nick:
- Quantos anos ela tinha?
- 15. Ele responde tentando não olhar.
Então eu digo:
- Vamos, temos que morde-la.
Eu e Nick começamos a morde-la de tudo quanto é jeito e em quase todas as partes de seu corpo.
- Agora só nos resta esperar. - Disse Nick.
E a cada minuto que passava, aquele lugar que era belíssimo foi ficando mais obscuro e mais assustador.