Love Is Pain escrita por Nath_Coollike


Capítulo 7
And Love Me Like a Woman


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI, EU SEI, DESCULPA
As coisas ficaram meio loucas, mas agora eu tô sentindo que não vai demorar tanto pra postar o próximo.
Enjoy (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/278972/chapter/7

Depois daquilo, eu fiquei consciente demais do curto espaço entre eu e Jason. E consciente demais de que íamos passar um bom tempo juntos agora que estamos viajando juntos.

Ele me provoca pelo beijo, me chama pra viajar, pega na minha nuca, beija o canto da minha boca e depois vai enfiando o nariz em mim? Qual é o problema desse menino?

Eu perguntaria qual o problema dele se estivéssemos sozinhos, mas com a avó e a mãe dele no carro é difícil começar a gritar com ele.

- No que está pensando? – Jason perguntou num tom que a mãe e a avó dele ouviriam, mas saberiam que ele estava falando só comigo.

- Na viagem. – Falei.

Jason sorriu irritantemente, como sempre.

- Está pensando no que aconteceu ontem, hun? – Jason falou usando um tom convencido.

Ontem, o beijo.

- Não. – Falei. – E para de ser um pé-no-saco com isso. Aquilo não era para ter acontecido.

- Mas aconteceu. – Jason falou, ainda com o tom convencido. – E agora vai ter que me aguentar sendo um pé-no-saco. Espero que saiba que a única culpada por isso é você. Você me beijou.

Vi a avó e a mãe de Jason olharem para gente pelo retrovisor. A mãe dele voltou a olhar para rua meio segundo depois.

Minhas bochechas e meu pescoço começaram a queimar, muito. E eu sabia que estava mais vermelha do que um tomate.

Encostei minha cabeça na janela do meu lado e, poucos minutos depois, eu estava dormindo.

(...)

- Melanie. – Ouvi alguém me chamar. – Melanie.

Resmunguei sem abrir os olhos.

- Garota, sai de cima de mim. – Ouvi a mesma pessoa falar.

Era o Jason.

Abri os olhos e vi que estava praticamente jogada no colo do Jason. Sentei no banco do carro, tentando não ficar vermelha de novo.

- Chegamos. – Angelina falou totalmente sorridente.

Por mais que eu a conheça a pouquíssimo tempo, sei que sorrir desse jeito verdadeiro e aberto não é comum para ela. Sorri ao vê-la sorrindo.

Já era quase noite quando chegamos. A casa era enorme e eu vi quatro criancinhas brincando no jardim da frente enquanto uma mulher e um cara estavam na porta, sorrindo e acenando enquanto o carro estacionava atrás de dois carros.

Mas, falando sério, a casa era tão grande e enorme que me fez pensar no por que infernos alguém teria uma casa assim no meio do Alasca.

O carro parou e Angelina e Lana saíram do carro quase que imediatamente, indo em direção ao casal. Eles começaram a se abraçar e conversarem felizes. Alguma coisa começou a me incomodar.

Acho que é o fato de minha família não ser assim. Minha mãe, eu e meu pai raramente conversávamos ou nos abraçávamos e, na maior parte do tempo, não falávamos ou víamos o resto da família.

- Eu odeio esse lugar. – Jason me tirou dos meus devaneios falando num tom meio entediado, e então olhou para mim e sorriu maliciosamente. – Quem sabe dessa vez as coisas mudem.

Virei os olhos e ignorei o olhar malicioso de Jason em mim, olhando a família feliz que eu nunca tive pela janela. As crianças agora estavam lá também, abraçando Angelina e Lana totalmente felizes por as verem.

A casa enorme e Jason tem uma família linda. Como ele pode odiar isso?

- Acho melhor descermos. – Falei e abri a porta do carro.

- O que você tem? – Jason perguntou e segurou meu braço.

Olhei para ele. Jason parecia meio atormentado comigo.

- Nada. – Falei. – Vamos logo.

Puxei meu braço e desci do carro, fechando a porta com pouca força para não atrair atenção desnecessária para mim mesma. Dei a volta no carro e parei ao lado de um Jason que parecia irritado por estar descendo do carro.

- Jay! – Uma menininha com os cabelos presos em duas marias-chiquinhas gritou e veio correndo na direção de Jason.

Vi Jason virar os olhos.

A menininha abraçou a perna dele e ele começou a empurrar a cabeça dela para longe.

- Ok, já chega Zoe. – Jason falou e Zoe o soltou. Zoe olhou para mim e sorriu, sorri de volta. – Essa é a Melanie, minha amiga.

Zoe olhou engraçado para Jason.

- Você quer dizer namorada? – Zoe falou e sorriu.

- Não, quero dizer amiga mesmo. – Jason falou. – Some daqui antes que eu quebre todas as suas Barbies, igual ano passado.

O sorriso de Zoe caiu e ela começou a chorar um pouco antes de se virar e começar a correr até o grupo de adultos.

- Mamãe! – Ela gritou e se “escondeu” atrás da mulher, que só olhou para Jason meio irritada.

- Bem-vindo Jason. – Falou meio irônica. – Sempre bom te ter aqui.

Jason sorriu convencido e agarrou minha mão, me levando até perto do grupo.

- Essa é minha amiga Melanie. – Jason falou. Todos olharam para mim, sorrindo um pouco.

- Oi Melanie. – O cara falou. – Sou Edward, o dono da casa. – Edward sorriu e colocou a mão no ombro da mulher. – Essa é Helena, minha mulher. – A mulher sorriu. – A garotinha que Jason assustou é a Zoe, nossa filha. E aquele se sujando de lama no gramado é o Dennis, nosso filho. Dennis, já mandei parar!

Dennis se assustou e começou a chorar. Lana foi até lá e o pegou no colo.

- Oi. – Respondi e sorri fraco.

Depois disso, nós entramos na casa enorme. Eu estava tentando não deixar os outros perceberem que eu estava impressionada com a casa, apesar de eu ter certeza que Jason percebeu porque ele estava sorrindo irritantemente para mim.

Fomos para a sala da casa, um lugar realmente maravilhoso com uma parede de vidro que dava para os fundos. Em meio a algumas árvores, dava para ver uma espécie de celeiro, só que menor.

Um pouco de conversa afiada rolou por um tempo, antes de Helena levantar do sofá e alisar a blusa.

- Vou preparar a janta. – Helena falou e se virou para Lana e Angelina. – Me acompanham?

- Claro. – Angelina respondeu alegre e levantou do sofá. – Vamos mãe?

Lana assentiu e se levantou do sofá com um pouco de dificuldade, provavelmente por causa da idade avançada.

Jason levantou e me ajudou a levantar.

- Eu vou mostrar para Mel o quarto de hóspedes. – Jason falou e continuou segurando minha mão.

Jason começou a me puxar para a escada e depois escada a cima, sem soltar minha mão. Paramos em um quarto um pouco afastado dos outros e Jason escancarou a porta, revelando um quarto enorme e bonito.

Entrei no quarto enquanto Jason esperava na porta.

- É aqui que você vai dormir. – Jason falou. – Ou trepar comigo, você que sabe.

- Trepar com você, sem duvida. – Respondi brincando enquanto encarava a vista da janela.

Jason riu e eu me virei para ele, fazendo sinal com a cabeça para ele entrar no quarto. Jason parou de rir, entrou no quarto e fechou a porta.

- Você disse que ia contar porque estava todo quebrado. – Falei baixo.

Jason respirou fundo e se jogou na cama, ocupando todo o espaço. Fiquei parada na frente dele.

- Me envolvi em uma briga. – Jason falou. – Não qualquer briga. Os caras que vieram para...

- Caras? – Perguntei. – Tipo, você contra dois?

- Eu contra quatro. – Jason respondeu. – Bom, eles eram...

- Jason? – Ouvi alguém chamar no corredor.

Olhei para porta e depois para Jason, que estava sentado na cama e parecia irritado.

- Mas que merda. – Jason reclamou e bufou.

A porta escancarou e um garoto alto, cabelos bem loiros, olhos verdes, entrou. Ele me lembrava Lucas, uma versão um pouco mais alta e loira e pálida de Lucas.

O garoto sorriu para mim, cruzou os braços e olhou para Jason.

- Não me contou que ia trazer uma amiga. – O garoto falou.

- Melanie, esse é Daniel, meu primo playboyzinho. – Jason falou olhando para mim e depois olhou para Daniel. – Daniel, essa é Melanie, minha namorada.

(...)

Passei o resto do tempo tentando entender o que, em nome de Deus, Jason quis dizer com namorada.

Eu entrei na onda de “namorada do Jason” enquanto ele conversava com Daniel. Os dois estavam dando patadas um no outro e se provocavam e eu estava ali, olhando tudo igual a idiota que eu provavelmente sou.

Pelo o que entendi, Daniel é o filho mais velho de Helena e Edward. E ele e Jason não se dão muito bem. Depois de vários minutos ouvindo o ping-pong de insultos entre Jason e Daniel, Helena apareceu no quarto.

- Vamos descer para jantar? – Falou num tom animadinho e saiu do quarto, chamando por Zoe no corredor.

Daniel e Jason pararam com a putaria e nós três descemos para a sala de jantar da casa, que – só para registrar – era maravilhosa. Sentei entre Jason e Daniel, o que provavelmente não foi uma boa ideia.

Duas horas e meia passaram antes de Lana se levantar da mesa e falar “estou cansada da viagem, boa noite” e Angelina ir com ela. Fomos assistir filme na sala de televisão, e mais meia hora depois, Helena foi fazer Zoe e Dennis dormir.

Quando o filme acabou, descobri que Daniel e Jason iam dormir no mesmo quarto. Ri internamente por dois minutos seguidos. Dei boa noite para Edward – que me disse para chamar ele de Eddie – e o dono da casa sumiu da minha vista, entrando no quarto no final do corredor.

- Boa noite. – Falei para Jason e Jason me abraçou.

- Deixe a porta destrancada. – Jason sussurrou baixo o suficiente para o primo não ouvir.

Ok, agora Jason quer me estuprar.

Se bem que eu ia gostar de ter Jason na minha cama...

Balancei a cabeça, espantando os pensamentos pervertidos com o Jason. Afinal de contas, estamos falando do Jason. Jason, o garoto bonito e insuportável que a vida colocou na minha vida para tirar minha paz.

Nos separamos e eu me virei para Daniel.

- Boa noite, Daniel. – Falei e sorri um pouco.

Daniel me puxou para perto e me deu um beijo perto da boca.

E a pior parte: O que eu senti com Daniel não foi nem de longe tão intenso quando o que eu senti quando Jason fez a mesmíssima coisa.

Eu. Me. Recuso. A. Gostar. Mais. Do. Que. Devia. De. Jason.

Me. Recuso.

Nos afastamos e Daniel colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Boa noite, gatinha. – Daniel falou e eu pude ouvir Jason quase rosnar no fundo.

Entrei no quarto e me joguei na cama, deixando a porta destrancada como Jason pediu. Com tantos pensamentos – a maioria envolvendo Jason e aquele beijo estúpido – cercando minha mente, me senti exausta e acabei fechando os olhos por alguns minutos.

Acordei com Jason se chacoalhando.

- O que foi? – Perguntei enquanto passava a mão no rosto, tentando acordar.

- Prometi que íamos na adega. – Jason falou.

Sentei na cama e Jason me ajudou a levantar. Saímos do quarto, descemos as escadas e saímos pela porta de vidro dos fundos. Andamos no frio da noite até a adega, que mais parecia um celeiro de tão imensa.

Jason arrombou a fechadura para entrarmos.

- Onde aprendeu a fazer isso? – Perguntei meio desesperada.

Eu meio que gostei da família de Jason, não quero que eles pensem que eu apoio as atitudes de vândalo de Jason.

- Eu não sou exatamente um santinho. – Jason falou e eu ri.

Jason tateou a parede, acendendo a luz poucos segundos depois.

Era imenso. Havia várias prateleiras lotadas de vinhos no centro, fazendo uma espécie de corredores, e as paredes tinham prateleiras com vinhos.

- Uau. – Foi tudo o que consegui falar.

- Vou te mostrar o primeiro vinho que eu tomei.

Jason falou e pegou minha mão de um jeito um pouco gentil demais que fez meu estomago meio que pular, nos guiando para algum lugar.

Não goste dele, não goste dele, não goste dele...

- Aqui. – Jason falou e soltou minha mão, pegando um vinho cheio pela metade na prateleira. – Eu tive uma briga feia com os meus pais quando estávamos aqui para o Natal. Edward deixou a porta destrancada, eu entrei e peguei o vinho com o maior teor alcoólico que eu consegui encontrar.

Jason estava sorrindo fraco enquanto olhava para o vinho.

- Foi a primeira vez que bebi alguma coisa alcoólica. – Jason falou e umedeceu os lábios, destampando o vinho e levando a garrafa até os lábios.

- Quando foi isso? – Perguntei.

Jason deu um gole grande no vinho e então ofereceu para mim. Peguei a garrafa e levei os lábios, enchendo minha boca com o líquido.

Era bom. Muito bom.

- Eu tinha onze. – Jason respondeu e eu quase cuspi tudo fora.

Engoli o vinho, limpando minha boca com as costas da mão.

- Ficou bêbado pela primeira vez com onze anos?! – Perguntei meio exasperada. Jason assentiu. – Você era muito novo.

Jason riu e olhou para a prateleira, parecendo procurar alguma coisa.

- Eu sei. – Jason falou e mordeu os lábios de um jeito meio sexy e triste. – Eu só queira esquecer aquele dia e beber pareceu o jeito mais fácil.

- O que houve naquele dia? – Perguntei.

Jason pegou uma garrafa e começou a andar para o fundo da adega. Quando chegamos no final, Jason sentou no chão e eu o acompanhei.

- Meu pai bateu na minha mãe. – Jason falou. Olhei para ele. Jason estava encarando a garrafa de um jeito meio triste. – Eu nem sei porque, só sei que ele bateu. E eu vi. Eles viram que eu vi e então começou com aquela história de “não é o que está pensando”. Eu não queria saber o porque, de qualquer jeito.

Tomei outro gole da garrafa de vinho e Jason abriu a garrafa dele.

- E ai veio aqui? – Perguntei e Jason assentiu.

- Nós nunca falamos sobre isso. Mas minha mãe perdoou ele, pelo o que parece. – Jason falou e tomou um gole grande da garrafa dele. – E eu não sei porque ela perdoou ele.

- Talvez foi alguma coisa que aconteceu só naquele dia. – Falei meio idiotamente. – Pessoas erram, Jason.

Jason olhou para mim e sorriu fraco.

- Acho que você está certa. – Falou e voltou a olhar a garrafa. – E gosto de pensar que ele só encostou nela desse jeito naquela noite.

Me aproximei de Jason e encostei a testa no ombro dele, depois me afastei.

- Nunca contei isso para ninguém. – Jason falou e olhou para mim, sorrindo meio torto.

Sorri de volta.

- Nesse caso, foi um prazer ser a primeira a ouvir. – Falei.

Jason riu e tomou outro gole do vinho.

Eu já tinha dado vários goles, meu corpo já estava ficando meio mole.

Jason levantou a garrafa dele na minha direção, como se estivesse brindando alguma coisa. Fiz o mesmo.

- Um brinde a minha primeira amiga de verdade em anos. – Jason falou e eu ri.

Batemos as garrafas e tomamos vários goles seguidos.

- Sou sua amiga? – Perguntei meio provocativa.

Minha garrafa acabou e Jason pegou uma na parede próxima a nós dois, abrindo e entregando para mim. Dei vários goles seguidos.

- Provavelmente sim. – Jason falou. – Você sabe mais do que várias pessoas então acho justo te chamar de amiga.

Ri e empurrei o braço dele.

- Você é bobo. – Falei.

Jason riu.

- E você está meio bêbada. – Jason falou.

Eu ri.

- Pelo menos ainda sou bonita e cheirosa. – Falei e arqueei uma sobrancelha para Jason. – E você disse para o seu primo que eu sou sua namorada.

- Foi para te proteger! – Jason falou meio que rindo. – Ele ia tentar levar você para o lençol dele se eu dissesse que você é só minha amiga.

- E o fato de eu ir para o lençol dele te incomoda? – Perguntei tentando parecer sexy, mas provavelmente parecendo uma criança de onze anos meio retardada.

Jason riu.

- Um pouco. – Falou.

Do mesmo jeito que aconteceu no meu quarto, eu voei em cima de Jason e grudei meus lábios nos dele. Mas, diferente do jeito que aconteceu no meu quarto, nós não nos separamos logo em seguida. Ao invés disso, Jason me puxou para sentar no colo dele e agarrou minha cintura.

Senti uma pressão no meu lábio inferior e separei meus lábios, dando espaço para Jason invadir minha boca. Tinha gosto de vinho e menta e cigarro e era ótimo.

Correspondi aos movimentos de Jason, sentindo meu estomago se contrair. Entrelacei meus dedos nos cabelos macios dele, o puxando para mais perto. Nos separamos em busca de ar e, assim que o ar foi recuperado, Jason me puxou para ele de novo.

Depois que fizemos isso algumas vezes, as coisas começaram a ficar meio fora de controle. Jason já estava com uma mão por dentro da minha blusa, em cima do feixe do meu sutiã, e a outra apertando minha bunda.

Eu estava com as mãos tão firmes no pescoço dele que acho que podia estar o machucando.

Me separei dele, sentindo Jason morder meu lábio inferior.

Não, Melanie” alguma coisa falou dentro de mim. Sentei do lado dele de novo.

- Você disse que se envolveu em uma briga com quatro caras. – Falei tentando recuperar o folego, assim como Jason.

Cá entre nós, Jason é um beijador excelente e as coisas iam para 8485435235ª base se eu deixasse levar. E transar com ele no chão da adega não está nos meus planos.

Foi bom ter um assunto para desviar toda a tensão sexual que se instalou naquele lugar.

- É. – Jason respondeu.

- E... – Dei corda.

- Eles eram policiais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews por essa bosta? Alguém ainda lê isso?
Sexta-feira no Globo Reporter... Só que não.
Beijos :*