Love Is Pain escrita por Nath_Coollike


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Enjoy (:



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“Se você obedece a toda as regras, perde toda a diversão”. – Katharine Hepburn.

Minha visão estava completamente embaçada e eu não conseguia mais distinguir as palavras da música alta que tocava na boate clandestina apertada que ficava no porão de uma loja de roupas.

Mesmo estando em um estado deplorável, eu estava feliz. Não feliz de felicidade, mas feliz de não pensar em todos os problemas. Essa era a graça: esquecer tudo.

– Melanie, chega ok? – Lucas, meu melhor amigo, falou e pegou o copo de vodca da minha mão.

Eu ia protestar, mas comecei a rir da cara de bravo de Lucas. Seus cabelos loiros estavam suados e bagunçados, seus olhos azuis estavam pequenos e ele respirava pela boca.

– Sério, Luke. – Falei e tentei pegar o copo da mão dele, mas ele desviou. – Me devolve.

Algumas pessoas que estavam dançando por perto esbarraram na gente, me jogando contra Lucas.

– Você está bêbada demais. – Lucas falou e jogou o copo no chão. – Chega de beber. Vamos embora.

Fiz bico e cruzei os braços, provavelmente parecendo uma criancinha birrenta.

– Eu não vou embora. – Falei. – Acabou de começar.

– Melanie, já são quatro da manhã! – Lucas gritou.

– Foda-se! – Gritei de volta.

Lucas pareceu perder a paciência comigo e me colocou nos ombros dele contra a minha vontade. Ele literalmente me carregou até algum lugar. Eu comecei a rir. Rir muito.

Eu não sabia mais onde eu estava ou por que tudo estava girando, até que um estrondo aconteceu dentro da boate e o barulho de pessoas falando e os gritos sumiram, dando espaço para uma voz grossa falava alguma coisa que eu não consegui identificar.

– Fodeu. – Lucas falou e me colocou no chão, começando a me chacoalhar logo depois. – Melanie, tenta não parecer bêbada, ok? Melanie?

– Tá... – Reclamei e tirei as mãos dele de mim.

A música foi desligada e tudo ficou em silêncio. Então eu percebi que havia algo errado.

– Vocês dois. – Uma mulher falou e se aproximou de nós.

Ela estava vestida de policial e isso me fez rir um pouco.

– Sim, policial? – Lucas falou e eu ri mais um pouco.

– Que idade vocês têm? – A mulher perguntou e então olhou diretamente para mim.

– Vinte e um. – Lucas falou e eu ri de novo.

Lucas tem dezenove.

– E você, mocinha? – Perguntou.

– Dezoito. – Respondi.

Lucas riu sem humor e colocou as mãos na nuca.

– E andou bebendo? – A mulher deu corda.

Yep. – Respondi.

– Ok. – A mulher falou. – Vocês dois estão sendo levados para a delegacia.

Quando senti algo gelado no meu pulso, me dei conta de que não se tratava de uma mulher vestida de policial, mas de uma policial de verdade.

(...)

O tempo parecia se arrastar no Departamento de Polícia de Sacramento. Já eram dez horas da manhã e meus pais não foram me buscar e eu já estava começando a ficar com medo das pessoas que eram trazidas dentro das viaturas.

Eu estava em uma pequena cela individual no final de um corredor no começo, mas começou a chegar bandidos demais e me tiraram de lá, me levando para a recepção e prendendo meu pé no banco para eu não fugir.

– Sabe que horas alguém vem te buscar? – O delegado careca e gordinho perguntou e bocejou.

Ele tem me vigiado e só pode sair de perto de mim quando eu foi entregue para os meus pais. Os pais de Lucas já vieram o buscar e parece que ele não se encrencou muito.

Os pais dele fazem o tipo “faça o que você quiser, só não chame muita atenção ou tenha uma overdose” e isso é bom para ele. Meus pais são mais do tipo “você está de castigo porque respirou do jeito errado”.

Os efeitos do álcool já tinham passado – os guardas me fizeram tomar glicose na veia, é – e eu estava começando a me irritar com a situação de estar presa na delegacia.

Minha mãe e meu pai entraram na delegacia e logo me encontraram. Eles não pareciam bravos, ou irritados, ou decepcionados, só pareciam... Cansados.

– Senhor e Senhora Jones, essa já é a terceira vez no mês que sua filha vem parar na delegacia. – O delegado falou e meus pais assentiram. – Receio que da próxima vez vamos ter que prendê-la.

– Não vai mais acontecer. – Meu pai falou, parecendo convicto disso.

Depois de muita conversa sobre o assunto “educar filhos”, finalmente fomos para o carro. Meu pai deu partida e começou a dirigir e tudo ficou em silêncio.

O silêncio durou muito tempo antes de eu começar a ficar um pouco incomodada.

– Vocês não vão, você sabe, me dar bronca ou me colocar de castigo? – Perguntei.

Minha mãe respirou fundo e passou os dedos pelo cabelo castanho.

– Você vai passar um tempo na casa da sua avó. – Minha mãe falou.

– Na casa da vovó Jude? – Perguntei.

Vovó Jude mora em Nova Iorque com a irmã do meu pai. Ela não é o tipo de avó que faz tricô e assiste novelas, mas o tipo de avó que viaja o mundo inteiro e compra presentes caros no natal.

– Na casa da vovó Annie. – Minha mãe respondeu.

Vovó Annie, por outro lado, mora no Alasca e é o tipo de avó que fica chateada se você fala palavrão na frente dela e fala que o natal não é ganhar presentes, mas é o nascimento de Jesus.

– Como assim na casa da vovó Annie? – Perguntei meio alto.

– Você passou dos limites há muito tempo, Melanie. – Meu pai falou. – Pichar paredes, beber todo final de semana, quebrar vitrines de lojas, se negar a ir para a universidade... Você está fora de controle e eu e sua mãe achamos que alguns meses no Alasca podem resolver seu problema.

– Pai, é verão. – Falei. – Que tipo de imbecil vai para o Alasca no verão?

– Você. – Meu pai falou e sorriu maldosamente, me olhando pelo retrovisor. – É melhor fazer suas malas porque você vai amanhã de manhã.


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Notas finais do capítulo

Esse prólogo foi mais para mostrar a personalidade da Melanie e tudo mais.
Nem sei se vou manter essa fic, para ser sincera :B
Reviews? Eles me inspiram (: