Burned House. escrita por GabiihStephanie


Capítulo 1
I miss you, I miss everything - One-Shot.


Notas iniciais do capítulo

A fic se passa entre o final da 5ª temporada e o começo da 6ª temporada de Supernatural. Quando Dean estava com a Lisa e tals...
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Olha... Não foi a melhor coisa que eu já escrevi, mas foi o que veio na cabeça kk ;D
Espero que gostem *-*



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DEAN’S P.O.V.

Sam estava na jaula com Lúcifer e Michael, Bobby em um caso, Cas estava... Bom, não sei exatamente, mas o céu estava uma total anarquia, então ele provavelmente estava em guerra. E eu... Estava na casa da Lisa, com ela e Ben.

Não sei como ela me aguentava. Eu estava de luto, bebia demais, tinha pesadelos, andava de mau humor e não trabalhava. Sou muito grato por tudo o que ela me fez.

Mas eu precisava de um tempo para mim. Um tempo para respirar, para ficar sozinho, sem ter que me preocupar com nada e nem ter que parecer bem. Então eu a avisei de que faria uma pequena viagem de no máximo três dias, mas não disse onde estava indo, acho que nem eu sabia para onde estava indo.

Peguei o Impala e dirigi sem parar para dormir ou comer até que cheguei aqui. Em Lawrence, Kansas. O lugar onde eu nasci e cresci antes do “acidente” que matou minha mãe. Fiquei parado por algumas horas encarando a casa onde eu costumava morar. Grande, linda, nostálgica...

Percebi que o carro de quem morava ali não estava na garagem e não vi movimentos dentro da casa e como estava de madrugada, pensei que quem morava ali, poderia estar viajando. O que faz sentido, pois estamos no meio de um feriado.

Peguei o casaco que pertencia ao meu pai, no porta-malas e o vesti. Respirei fundo e invadi a “minha” casa.

Uma onda de sensações me invadiu no momento em que coloquei os pés na grande casa. Tantas lembranças...

Por incrível que pareça, não havia muita coisa diferente na decoração. Pelo jeito a mulher que morava lá tinha o mesmo gosto que minha mãe. Papel de parede em tons pastéis, de preferência no estilo floral. Sofá de couro, de uma cor clara... Não consegui evitar que um sorriso triste aparecesse em meus lábios percebendo isso.

Não posso dizer que estar aqui de novo não é bom, porque é. Me senti bem. Me senti em casa, seguro, mesmo com tudo o que aconteceu. Não pensei nas coisas ruins, apenas nas boas memórias, bons sonhos... Fiquei feliz desde o momento em que entrei por aquela porta.

Andei até a sala, dando encarando lentamente cada detalhe, identificando a mesa de centro que com certeza era da minha mãe, tinha até o amassado que eu e meu pai fizemos enquanto jogávamos bola em um dia de chuva. As cortinas não eram as mesmas, mas tinham uma cor semelhante, o lustre da sala de estar ainda era o mesmo, os quadros na parede – imagino que sejam réplicas do pintor Renoir – lembro-me de minha mãe me contando sobre eles quando ainda era viva... Sinto saudades.

Encarei a sala vazia por mais um tempo e senti uma lágrima escorrer por meu rosto. Sentei-me no belo sofá de couro, encarando o vazio.

Por um momento, imaginei minha mãe ainda viva, feliz, me perguntando se eu já havia feito o dever de casa e se eu queria um pedaço de torta. Aquele sorriso que ela me lançava quando eu dizia que tinha aprendido algo novo na escola, ou que eu a amava... Tão bom, tão puro, tão reconfortante.

Me levantei e andei até a escada, subindo lentamente, tentando segurar as lágrimas com as fortes memórias que surgiam. Como a do meu pai correndo atrás de mim porque eu não queria tomar banho... Ele me pegava de ponta cabeça e me levava até o banheiro, sempre sorrindo, nunca conseguia fingir que estava bravo. Nunca achei isso justo, mas não posso dizer que não era divertido.

Cheguei ao primeiro quarto do corredor. O quarto do Sammy. Claro que o primeiro lugar que olhei foi para o teto. Senti um aperto no peito e resolvi sair daquele cômodo.

Voltei para o corredor e entrei no próximo. Lá costumava ser meu quarto, mas aparentemente o casal tinha uma garotinha, então não me trouxe muitas memórias. Vou confessar que isso me deixou um pouco triste, seria bom ter mais lembranças da minha infância, quando eu era uma criança de verdade.

O próximo quarto era o do casal. Eu poderia jurar que estava idêntico ao de meus pais... A cama do mesmo tamanho, todos os lençóis em cores claras e harmônicas, mais quadros de Renoir na parede, as mesas de cabeceira de uma madeira clara carregavam, cada uma um pequeno abajur em cor de areia. Minha mãe tinha os mesmos gostos. Se eu não soubesse... Diria que foi ela quem imobiliou essa casa.

Não pude evitar as lágrimas por muito tempo. Sentei na cama do casal e chorei colocando a cabeça entre as mãos.

Ah, mãe... Era tão bonita, tão simples, bondosa, carinhosa e gentil com todos. Por que ela? Uma mulher tão maravilhosa... E meu pai, por mais que tivesse seus defeitos foi um homem muito bom, era feliz com a esposa e os dois filhos, então por quê?

Eu estava sozinho. Só me restava o Cas, o Bobby, Lisa e Ben. Claro que eles são importantes para mim. Eu provavelmente não seria nada agora se não fosse por eles. Mas às vezes eu começo a pensar em todos os que importavam para mim e eu perdi... Mamãe, Pai, Sam, Ellen, Jo, Ash, Pamela, até o idiota do Gabriel... Todos se foram. Todos com quem já tive contato, me aproximei, me importei, se foram. Às vezes acho que é minha culpa.

Depois de alguns minutos, acabei adormecendo. Estava cansado da viagem...

---------- Home ----------

Olhei no relógio e vi que eram nove horas da manhã. Respirei fundo e saí do quarto eu costumava ser de meus pais, andando lentamente pelo corredor. Parei na frente do quarto que costumava ser do meu irmão e respirei fundo, entrando em seguida.

Agora não tinha mais o berço simples no meio do quarto. Havia, agora, uma pequena cama com lençóis de foguetes e algumas estrelas coladas no teto.

Olhei para cima e mesmo contra a minha vontade, a imagem da minha mãe presa no teto invadiu minha mente, liberando um choro descontrolado e dolorido.

- Sinto muito, mãe... – Eu sussurrei, mesmo sabendo que ela não ouviria – Sinto sua falta, sinto falta de tudo.

Me recompus e desci as escadas, ainda tentando apagar a imagem da minha mãe morrendo de minha mente.

Eu estava com fome. Muita fome. Andei até a cozinha e procurei nos armários algo para comer. Achei ovos na geladeira, torradas no armário e bacon no freezer. Preparei a minha refeição e me sentei.

E agora, aqui estou eu.

Sentado na mesa de uma casa que costumava ser minha. Uma casa que costumava ser cheia de vida com uma família que se amava. Aqui estou eu relembrando os bons e maus momentos... Sozinho.

Mas de qualquer jeito, aqui estou eu.

Na casa queimada estou tomando café da manhã, mas entenda: Não há nenhuma casa, não há café da manhã. E aqui estou eu.

FIM.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *-*
Beijackles e Padakisses ♥