Amor Eterno escrita por Cate Cullen


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo...
dedico a Any Santos por ter feito uma recomendação linda.
espero que gostem e comentem.



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- Vocês não podem fazer isso! – diz Isabella chocada com o que a irmã lhe acabou de dizer.
- Nós podemos e vamos faze-lo. – declara Victoria. – E tu vais ajudar-nos.
- Não, não vou. O patrão é tão bom para nós. Paga-nos bem. Não vou fazer nada disso.
- Esqueces-te de quem é o teu patrão? – pergunta Victoria. – O teu patrão é o James, é ele que te paga por estares aqui.
- O meu patrão é o Carlisle, ele é que me paga o ordenado, não preciso do que o James me paga para nada.
- Estou a avisar-te, Isabella. Ou tu fazes o que o patrão quer ou ele arranja maneira de seres despedida e pergunto-me como é que vais cuidar da tua avó.
- Nossa avó. E o único que me pode despedir é o Carlisle.
- Eu posso arranjar maneira de te despedir. Acredita, maninha. Se tu não fazes o que o patrão quer acabou o dinheiro.
- E a avó? – Isabella começa a chorar. – Não te preocupas nem um pouco com ela?
- Ela está velha. Já viveu o que tinha de viver, pode morrer à vontade.
- Tu és tão cruel, Victoria.
Victoria sorri.
- Agora tens duas opções. Fazes o que o patrão quer e tens dinheiro para ajudares a velha ou defendes o teu Carlisle e ficas sem emprego e sem dinheiro e adeus avozinha.

Uma hora antes do almoço Carlisle vai até ao quarto da hóspede. Ainda não a viu hoje.
Bate à porta e entra.
Ela está sentada à secretária. Sorri assim que a vê. Está linda como sempre. A t-shirt preta que tem vestida é justa e realça-lhe a cintura, as calças vermelhas também são justas. Tem calçado uns sapatos de salto que a tornam tão alta como ele.
- Bom-dia. – cumprimenta levantando-se.
Ele está extasiado a olhar para ela.
- Olá. – é a única coisa que consegue dizer.
Ela sorri. Ele também está lindo. Umas calças de ganga e uma camisa bege arregaçada até ao cotovelo como é costume.
- Estava mesmo a precisar de si. – diz ela.
- Diga. – diz imediatamente disposto a fazer o que for preciso para lhe agradar.
- Gostaria que me guiasse até à biblioteca. Precisava de um livro sobre o século XVI e o reinado de Elizabeth I.
- Tenho muitos dessa época, venha comigo.
Oferece-lhe o braço e saem juntos.
Sobem as escadas para o terceiro andar e ele conduzia pelos corredores até uma sala enorme com prateleiras do chão até ao teto cheias de livros. Ao fundo da sala à uma porta que deve dar para outra sala.
- Esta é a parte mais sossegada da casa. – aponta para a porta ao fundo. – Ali é o meu escritório. Tem uma porta para o corredor e outra para a biblioteca e outra para uma casa de banho privada.
- Isto é maravilhoso! – Esme rodopia observando as estantes cheias. – Quem me dera ter uma casa assim.
Carlisle sorri. “Quem me dera que ela vivesse aqui”. Pensa antes de se aperceber no que pensou e fica espantado com os seus próprios pensamentos. “Acabaste de a conhecer e já pensas em como seria viver aqui com ela. Não é possível gostar de alguém tão depressa.” Mas a verdade é que gosta. Assim que a viu que se sentiu atraído e essa atração está a transformar-se em algo mais, algo que nunca sentiu.
- Os livros que procura estão aqui. – Carlisle conduzi-a a uma estante ao fundo da sala. – Aqui estão as biografias, os relatos da época, alguns documentos históricos, coisas dessas. Estão organizados por século. – aponta para uma estante quase do outro lado. – Naquelas estantes ali são os livros de histórias. Ficção histórica, fantasia, romance… Tenho de tudo um pouco. Quando quiser ler algum é só vir buscar.
Ela quase corre até esse grupo de estantes.
- Quem me dera poder lê-los todos. – murmura observando as prateleiras com os livros organizados por género e autor. – Mas não tenho tempo. Só posso ficar dois meses no máximo para pesquisar e escrever o que for possível do livro. – pára junto às prateleiras com romances históricos que é quase meia estante. – Tem mesmo muitos. – pega num. – Gostava tanto de ler este, mas nunca foi editado em Portugal, nem na versão portuguesa nem na inglesa. – volta a pô-lo no lugar e passa o dedo pelas lombadas. – Alguns já são antigos. – repara. – Mas outros são muito modernos. – vira-se para ele. – Tem uma grande coleção. Quem me dera ter nem que fosse metade deles.
- O seu género preferido é a ficção histórica? – pergunta ele.
- É. Pena que em Portugal não se invista muito nisso. É raro encontrar ficção histórica de autores ingleses em Portugal. Há alguns, mas poucos. – suspira tristemente. – Quem me dera poder lê-los todos.
Ele fica subitamente com pena dela. O rosto de felicidade dela para os livros é fascinante e contagiante. Ele já lê-o praticamente aquilo tudo. A ficção histórica também é o seu género preferido e já lê-o quase todos e compra sempre que vê um que pareça interessante. Apesar de gostar de todos os géneros e de ter um pouco de tudo a ficção histórica é o seu preferido.
- Pode dar-me a sua morada e eu envio para lá todos os meses um. – sugere ele tentando faze-la feliz.
- Obrigada, mas ia leva-lo à falência.
Ele ri.
- É preciso muito para me levar à falência.
Riem.
- E se nos tratássemos por tu? – sugere ele. – Não há necessidade destas formalidades.
- Claro que nos podemos tratar por tu. – diz descontraidamente. – Somos amigos não é?
- Às vezes gostava que fossemos mais do que isso.
- O quê? – ela levanta uma sobrancelha.
Carlisle cora. Não se apercebera que falara em voz alta.
- Desculpa, eu não sei porque disse isto. – desculpa-se.
Ela olha para ele fixamente, ele levanta os olhos e olha para ela.
Aproximam-se cada vez mais.
Os lábios dele encostam levemente nos dela. Ela entreabre os lábios e responde ao beijo dele que se torna cada vez mais intenso. Ela rodeia o pescoço dele com os braços e passa-lhe a mão nos cabelos loiros desalinhados e macios. As mãos dele estão na cintura dela e puxam-na mais para si.
Esme nem consegue pensar. Por um lado acha que não devia estar a fazer isto, ela está aqui para trabalho, não tem tempo para ter qualquer relação e mora longe, nem se quer vive em Inglaterra, quando acabar o trabalho voltará para o seu país. Mas por outro lado ela quer o que está a acontecer. Sente-se bem nos braços dele e quer ficar assim para sempre.
Carlisle também pensa assim. Quer abraça-la, senti-la nos seus braços. Mas ao mesmo tempo pensa que não devia estar a fazer isto. Ela terá que ir embora no final do mês. Ele não devia estar a envolver-se tanto. Devia manter uma relação o mais profissional possível. Só que agora já é tarde. Depois deste beijo nenhum dos dois se quererá manter afastado do outro.
Junto a uma das estantes do canto uma mulher jovem, loura de olhos verdes, vestida com roupas medievais sorri ao ver a cena e desaparece misteriosamente no ar.


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