Amor Eterno escrita por Cate Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Espero que gostem e comentem.



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Assim que fica sozinha Esme começa a desfazer as malas e a pensar no lindo proprietário.

Batem à porta.

- Entre. – responde pensando que se pode tratar de Carlisle.

Uma rapariga aparece à porta. Tem o cabelo preto preso num carrapito e os olhos castanhos cor de mel.

- Minha senhora. – começa a rapariga. – Chamo-me Carmen. Vim ver se precisa de alguma ajuda com as malas.

- Oh não, obrigada. – responde Esme sorrindo-lhe.

- Se precisar de alguma coisa é só chamar pela campainha. – diz Carmen.

- Sim, se precisar de alguma coisa chamo. Obrigada.

- Estou aqui para isso.

Carmen volta a sair.

Esme sorri.
“São todos muito hospitaleiros.” Pensa voltando novamente a sua atenção para a
roupa.

Às sete e meia Carlisle bate à porta do quarto da hóspede. Ficou realmente deslumbrado com a beleza da rapariga e nesta hora e meia que passou não conseguiu parar de pensar
nela. Aquele sorriso, aqueles olhos… Meu Deus, ele nunca se sentiu tão atraído por ninguém.

- Entre. – ouve-se lá de dentro.

Ele entra.

Esme está a pentear-se em frente ao espelho. Está linda. Vestiu um vestido preto com um
cinto vermelho e a condizer uns sapatos vermelhos de salto. Está maquilhada e tem uns brincos vermelhos e uma pulseira da mesma cor.

- Estou bem? – pergunta virando-se para ele.

Carlisle não consegue dizer nada.

- Gosta? – insiste dando uma voltinha. Carlisle não pode deixar de reparar em como o vestido lhe assente maravilhosamente, realçando-lhe a cintura fina, e as pernas perfeitas.

- Está… Está linda! – acaba por conseguir balbuciar.

Ela sorri.

- Obrigada.

Ele não mudou de roupa, tem na mesma a camisa branca arregaçada até aos cotovelos com os dois primeiros botões abertos e as calças de ganga preta.

Também está lindo, na verdade já é. Acrescenta Esme em pensamentos.

- Bem, vamos? – pergunta dando uma última olhadela ao espelho.

- Claro. Quero mostrar-lhe a casa antes do jantar.

Oferece-lhe o braço. Ela aceita e caminham juntos pelos corredores.

- Deve ser maravilhoso viver aqui. – comenta ela. – De sentir-se um rei de vez em quando.

Ele ri.

- Às vezes torna-se um pouco vazia. Tirando os empregados e o meu tio não tenho mais
companhia.

- O seu tio? – pergunta ela virando-se para ele.

- O meu tio Marcus. Ele estava a dormir a sesta quando chegou e eu não o quis incomodar,
mas vai conhece-lo agora ao jantar.

- Hum. E o seu tio vive aqui permanentemente?

- Sim. Apenas na companhia dos empregados.

Ficam em silêncio por momentos enquanto caminham.

Carlisle abre uma porta.

- Aqui é a sala dos quadros. Chamo-lhe assim, está na cara porquê.

Ela sorri e entra.

A sala é enorme e as paredes estão todas revestidas de quadros.

Esme passa os olhos pelas inscrições, lendo o nome de quem está no quadro.

- Tem aqui todos os reis e rainhas de Inglaterra. Maravilhoso! – exclama maravilhada.

Ele sorri. Começa a gostar de a surpreender.

- São apenas réplicas, os verdadeiros estão em museus. – explica.

- Mesmo assim. – continua ela. – Quem me dera possuir tal tesouro.

- Gosta mesmo destas coisas, não é?

- Adoro. – afirma parando em frente do quadro de Elizabeth I de Inglaterra.

- Já somos dois. – aproxima-se dela. – Também sou apaixonado por estas coisas. Quadros, as jóias. Tudo isso.

Ela olha para ele.

- Tirou o curso de história como eu? – pergunta.

- Infelizmente não. Tirei o curso de gestão. Alguém tem de tomar conta das empresas da
família.

- É uma pena que não se possa dedicar mais ao que gosta. – diz voltando novamente a sua atenção para o quadro.

Ele olha para o quadro também.

- O seu cabelo é parecido com o dela. – repara mexendo numa madeixa de cabelo de Esme.

Ela ri.

- Tem os mesmos tons. – concorda.

- Porque gosta tanto da história inglesa? Porque não interessar-se pela portuguesa uma vez que está mais perto de si? – pergunta ele.

- Não sei. – encolhe os ombros. – Sempre tive uma paixão por este país e pela sua história.

- Qual é o seu monarca preferido? – pergunta ele por curiosidade.

- Elizabeth I. – diz olhando para o quadro.

- Porquê?

- Por ser tão independente. Por querer governar sozinha. Por nunca ter casado. E por
muitas outras razões. – faz uma pausa. – Também gosto de Mary Stuart, por isso
é que estou a escrever um livro sobre a vida dela, e de Catarina de Aragão, Ana
Bolena. E da rainha Victoria I. E o seu?

- Gosto de todas as que disse. E de Edward IV e Henrique VIII.

- Já escrevi um livro sobre Elizabeth I. – diz voltando-se para ele. – Chama-se Elizabeth A Rainha Virgem. Já leu?

- Por acaso não.

- Foi editado o ano passado. O meu primeiro livro, o que estou a escrever é o segundo.

- E teve sucesso?

- Bastante. As críticas foram boas, por isso é que estou a escrever outro.

- Agora fiquei curioso. Tenho que o ler.

- Tem mesmo. – concorda ela.

- Escreve em português ou inglês?

- Em inglês. Tem de o ler e depois me dar a sua opinião.

- Claro que sim. – concorda. – Assim que tiver um bocadinho vou a uma livraria ver se o arranjo.

Ele olha para o relógio.

- Já são oito e quinze! – exclama.

- Isso quer dizer que nos atrasamos.

- Exatamente. Vamos? – oferece-lhe o braço.

- Vamos.

Lança uma última olhada ao quadro, parece que os olhos são verdadeiros. Não liga e vira-lhe as costas, mas fica com a sensação desconfortável de que está a ser observada.

Chegam à sala de jantar.

Tem uma mesa enorme com lugar para mais de trinta pessoas. Só estão postos três lugares. Um dele já está ocupado por um senhor com cerca de cinquenta e muitos, sessenta anos. Tem uma expressão amigável e sorri assim que os vê entrar.

- Tio, é a Esme. Esme, é o meu tio Marcus. – apresenta Carlisle.

- Muito prazer. – Esme estende a mão num comprimento.

- O prazer é meu, lady. – pega na mão que Esme estendeu e beija-a.

- O senhor é um cavalheiro. – elogia ela com um sorriso.

- Sou inglês. – diz Marcus com um sorriso fazendo todos incluindo Charlie e Sue rir.

Carlisle puxa a cadeira para Esme se sentar.

- Outro´cavalheiro. – brinca ela. – Estou rodeada deles. Parece que vou ser muito bem
tratada.

Senta-se e puxa a cadeira para a frente. Carlisle senta-se à cabeceira da mesa.

- Pode servir. – diz para uma mulher de cabelos ruivos que Esme ainda não conhece. A mulher tem cara de poucos amigos, mas faz o que o patrão diz.

Minutos depois aparece um homem gordo com travessas de comida.

- É o Alfred, o cozinheiro. – apresenta Carlisle.

- Minha senhora. – ele poisa as travessas na mesa e retira-se.

Depois saem todos deixando os três a jantar sozinhos.

Conversam sobre várias coisas durante o jantar.

Quando acabam de comer Esme levanta-se.

- Já vai? – pergunta Carlisle.

- Sim. Amanhã tenho de começar a trabalhar e tenho sempre mais inspiração de manhã. Costumo passar a manhã a escrever.

- Depois quero ler o seu livro. – diz Marcus.

- Claro que sim, irá ler. Eu gostaria muito que também lesse o que já está publicado. Elizabeth A Rainha Virgem.

- Já ouvi falar. Não sabia que foi a menina que o escreveu.

- Fui. O meu primeiro livro.

- Ei de ler.

- Espero que leia e que goste. – sorri. – Agora se me dão licença vou subir.

- Boa noite. – diz Marcus.

- Boa noite. – repete Esme. – Eu preciso de alguém que me acompanhe senão vou-me perder. – murmura meia envergonhada.

- Eu acompanho-a. – Carlisle levanta-se logo, desejoso por passar mais alguns minutos com ela.

- Desculpe.

- Não tem qualquer problema. – oferece-lhe o braço. – Eu levo-a.

Ele acompanha-a até ao quarto.

- Boa-noite. – deseja-lhe Esme antes de fechar a porta.

- Se precisar de alguma coisa o meu quarto é o do lado e tem sempre a campainha. – lembra.

- Obrigada.

- Durma bem.

- Boa noite.

- Boa noite.

Esme fecha a porta. Ele é sempre tão prestável e tão meigo.

Vai até ao espelho e começa a tirar os brincos.

De repente parece que não é o seu reflexo no espelho. Vê uma mulher loura com olhos tão verdes como os dela, parece que tem um vestido dos antigos em tons de rosa e está a
sorrir.

No segundo seguinte já volta a ver o reflexo dela.

“Estranho” pensa. “Muito estranho, devo estar tão cansada que já estou a imaginar coisas.”


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